Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Maratona "a tia tava com saudades e resolveu postar bastante": 3/3
Ah, tipo, eu baixei um aplicativo no celular chamado "Notebooks" e que dá pra você escrever e tem como escolher capa pro livro, número de páginas (sendo que dá pra escrever o quanto quiser em cada uma) e tudo mais. É muito útil pra quem não leva (lê-se esquece) de levar o note pra praia (ou qualquer lugar sem WiFi).
Eu comecei a escrever uma história nova (original), mas vou deixá-la guardada por enquanto porque ainda não sei o rumo que vou dar pra ela e preciso escrever as outras ideias que eu tive pra fics (digamos que há Percabeth e Scorose envolvidos nisso...)
*Divirtam-se*



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Abri meu caderno e procurei os desenhos que havia feito. Um pouco antes de eu fazer quatorze anos, comecei a desenhar os vestidos e fui aperfeiçoando. Antes das férias, eu já havia feito o veredicto. Seriam aqueles vestidos.

Eu havia feito quatro desenhos. Um vestido para as “minhas dançarinas”, um para a recepção, um para a dança e um que eu ficaria pelo resto da festa. Detalhe: todos os quatro modelos eram tomara que caia. O vestido das meninas era curto e completamente azul. Na parte do busto ele era cheio de pedras, uma facha bem abaixo do busto e solto até a metade das coxas. O meu vestido da recepção era bem parecido com esse, mas era comprido e o busto era branco ao invés de azul. O da dança era um azul bem clarinho, longo e um pouco armado, com dois babados na saia e alguns bordados em branco. O terceiro e último vestido era azul mais escuro na parte do busto e branco até a metade das coxas. A parte azul e um pouco da parte branca (as que ficavam no busto) eram de pedras ou glitter, precisava decidir.

– Bem, mãe, é isso.

– Bom, então agora só precisamos tirar suas medidas e a das garotas e achar alguém pra fazer seu cabelo.

– A moça que fez nossas unhas e cabelos pro aniversário da Mi era ótima. Depois eu pego o telefone.

– Ok. E os sapatos?

– Você vai querer fazer a cerimônia?

– Não sei. Você quer, meu amor?

– Que cerimônia? – Percy perguntou.

– Bom, Percy, nas festas tradicionais de quinze anos a garota começa com sapatos baixos, sem salto. Quando ela vai dançar a valsa com o pai, alguém, que no caso seria Finn, leva os sapatos de salto alto para o pai ou alguém importante colocar nela. Esse mudar de sapatos representa o crescimento, amadurecimento da garota.

– Entendi. Então, você vai querer fazer isso?

– Acho que sim. Se estiver tudo bem para o papai.

– É claro que vai estar tudo bem para o seu pai. E quem você vai chamar pra dançar?

– Bom, da minha sala só o Percy, a Mione, a Tris, o Tobias e talvez a Lena e o Charles. Tem o Ron, que vai dançar com a Mi e o resto eu vou chamar alguns primos e o pessoal da antiga escola, como a Clary.

– Mas como você vai ensaiar eles filha?

– Simples. A professora grava a dança, manda o vídeo pra eles e a Clary coordena os ensaios.

– Ok, filha. Depois você me passa a lista certinha e de quem você vai chamar pra ir daqui.

– Tudo bem, mãe. É só isso?

– É sim. Podem ir que eu tenho que fazer algumas ligações.

Percy me olhava confuso.

– Vem, Cabeça de Alga. Vamos ver um filme.

Nos levantamos e íamos sair da cozinha quando minha mãe, fofa e amigavelmente quase gritou para termos juízo.

– Ok, mãe.

Subimos e fomos ver um filme. Pelo menos Percy viu, porque eu cai no sono. Sorte que foi minha mãe quem foi nos chamar, porque eu estava deitada praticamente no colo dele.

Nós jantamos e Percy ia posar aqui em casa de novo e, como as meninas não deram sinal de vida depois do jantar, ficamos só eu, Percy e Ron. Como nos velhos tempos.

Durante o jantar, perguntamos a meu irmão se ele iria querer “acampar” na sala conosco.

– Desculpem-me crianças, mas hoje pretendo terminar de ler meu livro. Mas obrigado pelo convite, eu acho.

– Ok, mas você vai perder uma maravilhosa noite de diversão no acampamento – disse.

– Na boa, quantos anos vocês tem?

– Quinze.

– Quatorze.

– Estão agindo como se tivessem sete, sabiam?

– Sim – respondemos juntos.

– Só não vão dormir muito tarde, vocês dois. Amanhã vocês tem aula, lembram?

– Ah ... – fizemos juntos.

Nós, depois da tentativa frustrada (ou não) de convencer meu irmão a se juntar a nós fomos tomar banho. Como estava frio, coloquei meu pijama e uma blusa de frio, além de minhas cobertas, e prendi o cabelo num coque.

Colocamos nossos colchões lá embaixo, na sala, e um lençol em forma de cabana. Pegamos duas lanternas e um monte de travesseiros. Depois de darmos boa noite para meus pais e Ron, pegamos as lanternas e fomos para o nosso “chalé”. Como era cedo, umas oito horas, peguei meu notebook e chamei o pessoal da sala pelo grupo que havíamos criado. Umas sete pessoas responderam, entre elas Hermione, e ficamos conversando. O interessante é que, pelo Skype, pessoas como Sarafine e Jeanine, eram legais e simpáticas. Até que, umas nove e pouco, Bella entrou na conversa e tudo mudou. As duas, que estavam online, voltaram a ser do jeito que conhecíamos ela dentro de sala de aula. Uma pena.

Observação: tem gente (Isabella, vocês já sacaram a indireta) que não sabe diferenciar uma roupa de dormir de uma roupa mais apropriada para aparecer diante do Skype. Se imagine na minha e na situação de outras meninas lá presentes.

Todas nós, como estava frio, estávamos ou de calça, ou de blusa de frio, isso é fato. Algumas, como eu, estavam com uma blusa de frio, outras não, mas isso é o de menos porque as que não estavam de blusa de frio estavam com um cobertor enrolado no corpo. Mas não Bella, a menina que não sentia frio, como estava ficando conhecida. Ela estava com, simplesmente, o pijama mais curto que já vi na minha vida. Lembra-se quando Hermione estava possuída pelo espírito da competitividade e nos fez usar roupas de academia para atrasar os garotos? Então, essas roupas eram de frio comparadas as que ela usava. Mas ok, vamos fingir que o meu eu interior não estava gritando “não sente frio não, guria?” e vamos continuar.

Devo dizer que, ao ver que eu e Percy estávamos juntos, à noite, em nossos pijamas, ela teve uma surpresa. A conversa que se seguiu foi hilária, pelo menos para mim e para quem estava assistindo.

– Então, Percy, você está dormindo na casa do Ron hoje?

– Sim, estou.

– E onde ele está?

– E por que você quer saber isso, Isabella? – Hermione, fofa como sempre, disse.

– Nada, Hermione. É que não estou vendo ele por ai, só vocês dois.

Olhei para Percy com a cara do “deixa que eu respondo”.

– É que na verdade, Bella, o Percy está dormindo na minha casa hoje. Como eu e meu irmão moramos juntos, ele deduziu que você perguntasse isso.

– Mas eu não estou vendo seu irmão, Annabeth – ok, ela estava se irritando.

– É porque ele está lá em cima.

Aquilo pareceu cair como uma pedra sobre ela. O fato de nós estarmos grudados um no outro por causa do frio não ajudou.

– Mas como assim sua mãe permite isso, Annabeth?

– Bom, ela tem confiança o suficiente em mim para saber que não vou fazer nada. E em Percy também.

– Nossa, que fofa ela – ela disse sarcasticamente.

Depois disso começamos a contar histórias de terror uns para os outros. Ás dez e meia desligamos e fomos dormir.

– Percy, você vai querer uma manta?

– Não, Sabidinha. Tô de boa.

– Mas você tá sem blusa de frio, Cabeça de Alga. Tem certeza?

– Ok, Sabidinha. Se você insiste.

Subi e fui pegar a manta. Desci as escadas, entreguei a manta pra ele na sala e fui fazer um chá pra mim, porque não estava com sono.

Me sentei na pia, esperando a água ferver, quando Percy apareceu.

– Tá sem sono, Sabidinha?

– Como você sabe?

– Você sempre bebe chá quando está sem sono.

– Hum.

Ele encostou nas minha pernas, que estavam suspensas, e comecei, distraidamente a fazer carinho em sua cabeça. Até que ouvimos um barulho na porta. Para nossa sorte era só minha irmã, que queria leite, e estava sonolenta demais para ter visto alguma coisa. Demos leite para ela, que bebeu e subiu, ainda sonolenta. A água ferveu, coloquei em uma caneca, coloquei o sac e voltamos para a sala. Estava passando um filme e vimos até que eu terminei de beber meu chá. A verdade é que dei uma enrolada básica pra beber o chá, porque Percy havia me abraçado e eu havia me encolhido nele como uma bolinha. Mas o chá acabou afinal e nos deitamos prontos para dormir. Nos deitamos cada um em um colchão, mesmo que perto um do outro. Nos cobrimos e deixamos uma luz de um abajur acesa, do lado de fora do lençol que era nosso teto.

– Boa noite, Percy – beijei-o.

– Boa noite, Annie.

Nos deitamos e dormimos.

***********************************

Acordei no meio da noite, com sede. Então fui até a cozinha beber água. Chegando lá me surpreendi com uma figura de costas para mim. Quando estava pronta para gritar, a tal figura se virou. Ai meus deuses.

Um dos meus medos, fora o de aranhas, são palhaços. Mas não palhaços de crianças e tals, mas palhaços com maquiagem exageradamente assustadora. E era exatamente isso que estava na minha cozinha. Após o susto inicial, pensei que fosse meu irmão querendo me pregar uma peça, mas percebi que não quando ele me segurou e prendeu minha boca. Aquele palhaço definitivamente não era meu irmão. Meu pânico foi instantâneo, só que de nada adiantou. Ele me apertava muito forte.

Ele foi se aproximando da sala e eu pensei “Não!”. Ele podia não querer poupar Percy também. Chegando na sala, ele viu a cabana e sacou uma arma. Comecei a me debater e gritar loucamente, mas de nada adiantou. Só escutei o tiro.

***********************************

Acordei com Percy me sacudindo. Seu rosto estava preocupado, olhando para mim.

– Annie, você tá bem?

Eu abracei ele, muito forte. Ele só me abraçou de volta, não entendendo nada. Chorei um pouco, admito.

Depois de alguns minutos, me soltei dele.

– Que horas são?

– Ainda são duas da manhã, Annie. O que aconteceu?

– Por que você tá me perguntando isso?

– Você estava gritando e esperneando até agora. O que você sonhou?

– Palhaço.

– Você estava esperneando por causa de um palhaço? – ele voltou a se sentar no próprio colchão.

– Não – me aproximei dele e sentei entre suas pernas.

Contei-lhe o sonho e ele me abraçou de novo e beijou minha cabeça.

– Calma. Eu tô aqui.

– Obrigada, Percy.

– Você quer conversar sobre isso?

– Não, eu tô bem.

– Já quer voltar a dormir?

– Uhum.

Ele foi se soltar de mim, mas eu não deixei. Então ele deu um jeito de juntar o colchão dele ao meu e deitar, junto de mim. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe.

“Mãe, desculpe pela hora, mas foram os palhaços de novo. Não se preocupe, Percy me ajudou. Não deixe papai descer antes de você, porque eu não vou conseguir dormir sozinha. Se quiser descer pra garantir que está tudo bem, desça agora. Beijinho, até de manhã.”

Enviei e abracei Percy.

– Sua mãe não vai ficar brava?

– Não. Ela provavelmente vai descer daqui a pouco então é melhor dormir logo.

Ele sorriu, me beijou e fechou os olhos. Segui seu exemplo, mas não dormi de imediato. Percebi quando minha mãe levantou o lençol que era nosso teto. Senti quando ela pegou minha manta, a qual eu havia jogado longe quando estava tendo um ataque e jogou sobre nós dois. Sorri ao sentir a coberta por cima de mim. Minha mãe era o máximo.

***********************************

Quando acordei, estava deitada sozinha e Percy (e seu colchão) estavam separados de mim. Olhei para a hora. Faltavam dois minutos para o despertador tocar. Acordei Percy.

– Quando foi que você migrou?

Ele olhou o relógio.

– A mais ou menos uns três minutos. Por que?

– Nada não. Levanta, Cabeça de Alga. Já tá na hora de ir pra escola.

– Ok, bom dia Annie.

– Bom dia, Percy.

Beijei sua bochecha e fui para a cozinha, onde minha mãe estava.

– Bom dia, mãe.

– Bom dia. Você está bem?

– Vou sobreviver. Faz um chá pra mim, por favor? Vou me trocar.

– Ok, filha.

Subi as escadas, com Percy, que foi para o quarto de meu irmão se trocar. O dia estava fresco, então coloquei um jeans e uma blusa de frio branca, fora meu colar, é claro. Soltei os cabelos e fui ao banheiro escovar os dentes e lavar meu rosto.

Desci as escadas e tomei café com minha mãe, Ron e Percy. Depois fomos para a escola, como normalmente fazemos durante a semana.

Chegando na escola, me sentei na minha carteira e fiquei em silencio. Percy colocou suas coisas na sua mesa e se sentou de frente para mim, no chão.

– Você tem certeza que está bem?

– Não, Percy. Eu não tô bem, mas vou ficar, relaxa.

Ele passou a mão em meu rosto e voltou a sua carteira. Na verdade, ele sentou na carteira de Hermione e ficou conversando com Tobias, que havia acabado de chegar. Ele percebeu que eu não queria conversar e não ficou forçando, graças aos deuses, pois sabia que eu iria acabar gritando com ele.

Hermione chegou em cima da hora, pois havia se atrasado e Tris não foi a escola. Tobias disse que foi porque ela passou mal.

Na hora do recreio, onde nos sentamos eu, Hermione e Percy (Tobias tinha ido comprar alguma coisa e meu irmão estava conversando com os amigos), Mione tentou arrancar a todo custo o porquê de eu estar daquele jeito.

– Já disse, Mi. Eu tô de boa, só não dormi muito bem.

– Você jura que é só isso?

– Sim, Mi. Eu tô legal.

– Ok.

Ela se preocupava muito comigo, percebi. Mas eu não precisava que ela partilhasse do meu escândalo desnecessário de ontem à noite.


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Notas finais do capítulo

O começo é meio parado,mas eu adoro o final desse capítulo.
P.S.: já vou postar na outra fic, se alguém estiver se perguntando.
Beijinhos.
— A



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