Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi amores.
Provavelmente vai demorar um pouco mais pra eu poder postar porque eu vou pra praia amanhã e lá não tem internet e tá tudo salvo no meu note. Só volto lá pelo dia 16, 17.
*Divirtam-se*



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Acordei e olhei para meu relógio. Nele marcava três e meia. Da tarde. Se eu fui dormir muito tarde ontem? Na verdade não, fui dormir duas e meia da manhã, mas acho que o cansaço acumulado da semana fez com que eu dormisse até essa hora.

Desci as escadas e meu pai e Finn estavam vendo TV, enquanto minha mãe brincava com Dany.

– Bom dia, dorminhoca.

– Bom dia mãe, pai e companhia.

– Então, a que horas você vai sair?

– Umas oito e meia, mãe.

– A que horas vai ser a peça?

– Nove horas – respondi pegando suco na geladeira.

– Mas não é muito tarde? Os ingressos podem acabar.

– O Percy já comprou nossos ingressos, mãe. Pela internet.

– Hum.

E ela parou. Me sentei no sofá, ao lado de meu pai. Fiquei lá até umas quatro e meia e depois fui tomar banho. Que tipo de roupa se usa em um teatro?

Ás cinco e meia já estava tomada banho, secando o cabelo e perguntando para Tris e Mione que tipo de roupa se usava por aqui para ir ao teatro. Não sei o que é pior: não saber que roupa usar ou ter duas amigas com opiniões totalmente distintas. Optei por colocar um vestido e salto. Como estava meio frio, peguei um cardigã mais leve.

Oito e meia em ponto Percy estava em casa, batendo na porta. Meu pai atendeu e perguntou se não queríamos carona até o teatro. Percy disse que seu pai já estava nos esperando do lado de fora. Quando Eric parou o carro, descemos do carro, nos despedimos e escutamos um juízo dele. Acho que todos estavam pensando que isso era um encontro, principalmente minha mãe e a mãe dele. Constrangedor.

Quando estávamos passando pela entrada, o homem que recolhe os ingressos nos olhou de forma estranha, não faço ideia do porquê.

Íamos entrar no teatro até que vimos a lanchonete. Olhamos um pro outro e meio que fomos andando, meio que correndo até ela. Chegando lá, a fila se dividia em duas: coisas salgadas de um lado, doces e refrigerantes do outro.

Fui para a fila dos doces e ele para a das coisas salgadas. Quando minha vez já estava quase chegando, um garoto veio falar comigo.

– Oi. Está sozinha?

– Hã, na verdade não. Por que?

– Porque se estivesse gostaria de saber se me acompanharia.

– Desculpe, não posso.

Dei um meio sorriso, pensando que ia acabar por ai. Mas o garoto pareceu não perceber meu pequeno fora.

– Tem alguma coisa que eu possa fazer pra você mudar de ideia?

– Não, desculpe. Já estou muito bem acompanhada.

– Bom, eu não vejo ninguém acompanhando você por aqui.

– Por que não dá uma olhada na fila ali do lado e ... – olhei para a outra fila e onde estava Percy? Boa pergunta. – Onde se meteu aquele Cabeça de Alga?

– Talvez você só estivesse inventando isso porque estava com medo. Mas pode relaxar e vir comigo.

– Sai daqui, garoto.

– Por que, gatinha? Não tente negar que quer sair comigo.

– Olha, pra sua informação eu tenho namorado, só que ele resolveu desaparecer nesse exato momento.

– Então por que você não larga desse seu namorado e me acompanha hoje?

– Porque o tal namorado dela já chegou e está dispensando seus serviços. Obrigado.

O garoto olhou para trás. Para sua surpresa, um lindo garoto alto de jaqueta de couro estava ali com uma expressão intimidadora.

– Sério que você tá me trocando por esse punk esquisito?

– Bom antes um punk esquisito do que um mauricinho metido a besta. Vaza.

O garoto saiu e, segundos depois foi dar em cima de outra menina. Quando ela olhou pro lado, fiz sinal negativo com a cabeça e ela entendeu e, pouco depois, ele saiu cabisbaixo.

Compramos os doces e só quando já estávamos sentados nas poltronas é que Percy voltou ao assunto.

– Então, aquele seu amigo, simpático, né?

– Ah, para com isso. Ele veio dando em cima de mim, não tenho culpa de ser linda.

– Mas que podia ter dispensado ele antes, podia.

– Ah, você tá com ciúmes?

– Mas é claro que não.

– Uhum, sei. Bom, mas isso não teria acontecido de você não tivesse sumido de repente.

– Mas eu só tava conversando com uma pessoa.

– Quem?

– A Hazel.

– A Hazel tá aqui?

– Tá sim.

– E ela sabe que eu tô aqui?

– Sabe sim. Inclusive ela disse que sua roupa estava muito bonita.

– Ah, que fofa. Agora ela vai lá falar pra amiguinha dela que vai vir e tornar minha vida mais insuportável.

– A questão é que, depois que ela viu você e perguntou se nós estávamos juntos, eu disse que sim e perguntei se ela ia contar pra amiguinha dela. Ela me disse que elas brigaram feio porque a Isabella achava que a Hazel tava dando em cima de mim e tentando “me roubar” dela.

– Então ela não vai falar nada?

– Não.

– Uau – bebi um pouco de minha coca. – Ela não é tão má assim.

– Acho que ela só é má quando mexem com ela. Como não fizemos nada, ela tá de boa.

– Ela tá de boa até desenvolver uma queda por você.

– Ciúmes?

– Nem sonha, Cabeça de Alga. Xiu, que a peça já vai começar.

A peça começou. Minha opinião? Achei ótima. Os caras eram ótimos na arte do improviso, além da de atuação.

Saindo do teatro, vimos o carinha que deu em cima de mim mais cedo. Pra você ter uma ideia de como os fatos se seguiram, vou explicar: ao sair do cinema, Percy, que estava segurando minha mão, viu que eu estava com frio e me deu sua jaqueta (ele estava com uma outra blusa de frio por baixo que ele jurou que estava dando pro gasto) e colocou o braço em minha cintura. Ok, saímos do cinema e vimos o tal carinha. Percy fez menção de ir até ele, mas eu o impedi e o arrastei até uma pequena praça.

– Por que ia fazer isso?

– O cara tava dando em cima de você, bem na minha frente.

– Tecnicamente, eu estava sozinha na fila e não conseguia localizar você.

– Agora a culpa é minha?

– Para de ser crianção, Percy. A culpa não é sua e nem minha. A culpa foi que houve um desentendimento de encontros, só isso.

Ele ficou quieto. Andamos até um banco ali perto e nos sentamos. Ele não colocou a mão nem em meu ombro e nem segurou-a, ao contrário, até se afastou um pouco de mim.

– Você tá bravo?

– Tô.

– Comigo?

– Não, tô bravo comigo. E com aquele cara.

– Para com isso, Cabeça de Alga. Foi só um incidente.

– Ok, mas e você? Tá brava comigo?

– Não. Só não gostei do fato de você achar que precisa ter ciúmes de mim, Percy.

– Eu sei, desculpa – ele se virou para mim. – Não que eu desconfie de você ou coisa do tipo, mas ele bem que podia ter tentado assediar você ou coisa assim.

– Lembra-se da regra do acampamento? Menos de dez centímetros sem permissão, técnicas de auto proteção.

Ele sorriu ao lembrar-se disso. Acho que é porque havíamos escutado isso desde os cinco anos, mas só aos dez fomos entender.

– Não, eu não esqueci. Mas na hora só me deu um ataque de ciúmes e eu não consegui controlar, ok?

– Ok, Percy. Mas foi desnecessário, admita.

Acho que ele se estressou um pouco.

– Sim, Annabeth! Foi desnecessário, eu admito! Me desculpe se minha namorada é necessariamente linda e veste roupas que lhe favorecem a silhueta e por isso os outros ficam reparando muito nela!

Ele me encarava furioso. O problema é que eu estava envergonhada demais para me defender. A questão é que: ele disse isso diretamente. Às vezes me mandava uma indireta ou brincadeira e eu entendia e ficava envergonhada, mas agora ele disse na minha cara.

Ele, que estava virado para mim se recostou no banco, com o braço apoiado no mesmo.

Me levantei e me sentei em seu colo. Poderia ser uma coisa bem mais pornográfica, não fosse a atual situação. Ele não me encarava nos olhos, então segurei seu rosto e lhe dei um beijo. Ele não negou e o respondeu de bom grado, me puxando mais para perto dele. Depois que nos separamos, ele ficou me encarando.

– Desculpa – eu disse.

– Ok, me desculpa também.

Sorri e ele retribuiu.

– Vamos comer?

– Onde você quer ir?

– Mione disse que tem um restaurante ótimo por aqui. Com rodízio de peixe, eu acho.

– Ok, vamos lá. Mas antes ...

Eu já estava em pé e ele ainda estava sentado. Ele ficou de pé e tateou o bolso da calça. De lá ele tirou um pequeno saquinho prata, com uma fitinha azul amarrada.

– Desculpe.

– Mas o que ... Percy! Você prometeu!

– Mals – peguei o embrulho de suas mãos, ainda com uma expressão brava, mas sabia que não tinha jeito.

Abri o embrulho. Diferentemente do que eu pensava dentro não havia outro colar, mas sim um pingente. Era uma pequena coruja dourada com duas pedrinhas que eu não sabia o que eram, mas eram azuis escuro, no lugar dos olhos.

Olhei para ele com um olhar reprovador, mas tirei meu colar mesmo assim e coloquei a coruja junto da solitária pedrinha. Recoloquei o colar.

– Obrigada, Cabeça de Alga – disse de mal grado, mas ele sabia que eu estava feliz e sorriu.

– Não foi nada, Sabidinha.

E fomos para o tal restaurante. Ou melhor, tentamos ir para o tal restaurante. A questão é que nenhum dos dois sabia onde o restaurante e “alguém” estava se recusando a pedir informações, por puro orgulho. Até que por fim, conseguimos perguntar pra uma senhora que passava por ali e fomos até o restaurante.


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Notas finais do capítulo

Uma cena fofinha Percabeth antes de minha pequena hibernação.
Até quando eu chegar amores.
Beijinhos.
— A