Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Maratona "Torrando estoque da fic"
2/6
*Divirtam-se*



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Subimos e fomos para meu quarto. Corri e deitei no sofá, morta de sono. A pequena parte de mim que tinha esperanças de que minha amigas fossem compreensivas e me deixassem dormir foi massacrada no exato momento em que elas pularam em cima de mim.

– Vocês não vão me deixar dormir enquanto eu não contar como foi, estou certa?

– Uhum.

– Ok, ok. Vamos pôr os pijamas e arrumar o sofá que eu conto pra vocês.

Nós nos arrumamos e arrumamos o sofá. Me sentei entre as duas e comecei a contar tudo desde quando nós saímos do bar até quando Tris me enviou uma mensagem, só não especificando cada exato momento em que Percy e eu nos beijávamos.

– Felizes?

– Muito. Mas, agora, cá entre nós, e se Bella resolver fazer com você o que fez comigo?

– Se ela tentar, Percy e eu já temos tudo preparado.

Disse para ela o que Percy havia me dito, palavra por palavra. No fim, elas concordaram que era um bom plano.

– Por que não pensei nisso antes?

– Olha, quem teve esse pensamento foi o Percy, então não dê muita confiança.

– Mas é um ótimo plano.

– A primeira vista todos os seus planos são. Mas por causa desses planos “super inteligentes”, minha mãe, a mãe dele e as meninas nos descobriram meses atrás.

– Uau.

– É. Não sei o que seria daquela cabeça de algas sem mim. Ele não teria passado nunca em matemática.

– Então você está jogando na roda, assim, direto, que você sempre tem que passar cola pro Percy?

– Não. É que eu sempre tinha que explicar matemática pra ele até a sexta série, porque ele tinha dificuldade. Depois da sexta série, ele começou a se sair bem sozinho. Ele não sabe o fácil, ele dá conta de aprender só o mais difícil.

– Meio contraditório isso, não?

– Ele é assim.

– Bom, acho melhor irmos dormir. Amanhã a gente podia dar uma volta no parque do condomínio, só nós três.

– Pode ser. O que você acha, Tris?

– Uhum – murmurou Tris com a cara no travesseiro.

Nós nos deitamos, prontas para dormir, quando de repente Hermione deu um pulo no sofá.

– Tris, por que você não nos conta como foi sua noite?

– Me deixa dormir, Mione.

– Não, eu não tô com sono – ela já estava sentada. Sabia como isso ia terminar.

– Mas eu estou. Respeite o sono das amiguinhas.

– Engraçado – disse me levantando – quando foi meu sono a ser respeitado ninguém se manifestou.

– Ah, ok – ela se sentou também, abraçada em seu travesseiro.

– Hermione um, Tris zero – disse sonolenta.

– Cala a boca, senão eu não conto.

Levantei minhas mãos em sinal de redenção.

– Depois que vocês dois foram para a praça e Ron e Mione sumiram de nossa vista nos sentamos em uma mesa lá no fim do salão. Conversamos um pouco, mas então ele me perguntou se podíamos voltar ao ponto onde havíamos começado a ser “amigos”. Eu, que não sou boba nem nada, disse que sim. Então voltamos a ficar.

– Era isso que você queria ouvir? – perguntei a Hermione.

– Era sim. Mas Tris, - ela hesitou um momento antes de falar alguma coisa, mas Tris a incentivou a continuar – sem querer te deixar com peso na consciência, adivinha quem estava lá?

– Ah, não. Richard?

Mione balançou a cabeça.

– Ai, deuses. Por que?

– Calma. Você não tem culpa, você gosta do Tobias, isso é compreensível.

– Eu sei, mas eu fico triste por ele. Acho que ele ficou meio esperançoso, sei lá.

– Gente, do que vocês tão falando?

– Lembra do menino que eu disse que queria ficar comigo e que também tava no cinema aquele dia?

– Lembro. Ele que é o tal Richard?

– É sim. Eu falei pra Mi dele não lembro quando, que você não tava. Resumindo, ele queria ficar comigo mas eu recusei, porque quando ele pediu eu já tinha ficado três vezes com o Tobias, mas ele não sabia. Quando eu “terminei” com o Tobias, ele me perguntou se tinha uma chance, e eu disse que ainda gostava muito do Tobias, mas, pra não ser grossa, disse que ia pensar. E agora a Mi disse que viu ele lá na boate e que ele provavelmente nos viu, então agora não restam dúvidas para ele. Coitadinho.

– Mas, Tris, você sabe que não tem culpa de ser, digamos assim, “desejada por todos os homens”, tem?

Ela sorriu um pouco e pôs o cabelo atrás da orelha.

– Não, não tenho. Obrigada, gente.

Ficamos em silêncio.

– E a senhorita, Hermione? Como foi a sua noite?

– Ah, gente. Foi normal. A gente conversou, se beijou, se beijou de novo, ai conversamos mais um pouquinho, ai nos beijamos mais uma vez, e mais outra e ...

– A gente já entendeu, Mi. Vocês praticamente se comeram.

– É ... Não! Olha o respeito!

Rimos. Depois fomos dormir, as três.

No outro dia, depois do almoço, fomos ao parque do condomínio. Era grande, com um playground no meio e vários bancos debaixo das árvores. Nos sentamos em um dos bancos e ficamos conversando até tarde. Quando já vimos já eram cinco horas e a mãe de Tris já ia chegar. Voltamos e elas começaram a arrumas suas coisas. Minutos depois escutamos uma buzina lá fora. Nos despedimos de Tris e fui com Hermione até sua casa. Voltando em casa, meu irmão estava na sala, vendo TV com minha irmã. Como não tinha nada pra fazer antes de tomar banho e jantar, fui ver TV com eles.

– O que estão assistindo?

– Bom, alguém estava assistindo um filme muito bem de ficção cientifica até outro alguém chegar e por num filme da Barbie.

– Ron! Não acredito que você interrompeu o filme da Arya pra assistir Barbie! – me sentei no sofá. – Que Barbie é essa, Arya?

– A do castelo.

– Mas todas as Barbies tem um castelo.

– Bom, já que você vai assistir com ela, acho que posso me retirar.

– Não, peraê. Eu quero falar com você.

– Depois você fala.

– Mas é importante.

– E eu preciso tomar banho, Annie. Depois a gente conversa.

– Mas depois a mamãe e o papai vão ouvir.

– E o que que tem eles ouvirem?

– Ah, é que eu não sabia que você queria que todos soubessem que você está pegando minha amiga.

Ele parou no último degrau e se virou para me encarar.

– Irmãzinha querida, vamos para o meu quarto conversar.

Sorri de forma irônica. Segui ele até seu quarto. Ele fechou a porta e eu me sentei na cama. Ele se sentou ao meu lado.

– O que foi?

– Eu queria te perguntar uma coisa e queria que você fosse totalmente sincero.

– Claro. Pode falar.

– Não que eu ache que você seria capaz de magoar alguém ou coisa do tipo, até porque você nunca terminou com uma menina, você só disse que não dava mais e ...

– Dá pra ir direto ao ponto?

– Ok. Eu quero saber suas reais intenções com a Mione.

Acho que ele pensou que eu estava brincando e sorriu, mas ao ver minha expressão séria, ele parou.

– Por que você está me perguntando isso?

– Porque eu gosto muito da Mi já e dá pra ver que ela gosta de você.

– Mas eu também gosto dela.

– Eu sei. Só quero que você me garanta que não vai terminar com ela por bobeira.

– Annie, você sabe que eu não faço isso. Quando eu vi a Hermione na escola, com você, achei ela bem bonitinha, então quando ela veio aqui em casa naquele dia e nós começamos a conversar no corredor e ...

– Ah, então vocês estavam conversando no corredor. Bom saber.

– Continuando. Nós conversamos por uns dez minutos e então eu pedi pra ficar com ela no cinema. Confesso, no começo achei que ela fosse uma dessas garotas fáceis, mas então ela me contou que só aceitou porque havia me achado legal e bonitinho. E ela também disse que só havia ficado com um garoto antes de mim.

– Ai que fofa. Bom, obrigada. Você me deixa tranquila desse jeito. É que eu gosto muito dela.

– Eu sei. Mas então, por que você não me perguntou isso quando eu tava namorando a Mel?

– Porque eu nem da Mel gostava. Tá bom que você gostava dela, mas o que você viu nela? Na boa, uma vez eu perguntei que livros ela já havia lido e ela perguntou se os que a escola obriga contavam. E ela nem era tão bonita assim.

Ele riu. Depois ficou sério do nada.

– Que foi?

– Eu acho que o motivo pelo qual namorei a Mel por certo tempo foi o Luís.

– Como assim?

– O Luís é o irmão da Mel e nós éramos muito amigos. Então ele me disse que a irmã dele queria ficar comigo. Eu não ia recusar, não pra ele.

– Por que você não disse que uma outra garota já tinha pedido pra ficar com você?

– Porque eu não conseguia mentir pro Luís. Ele sabia sempre que eu mentia. Então tive que aceitar. No começo ela era legal, mas ai foi ficando pegajosa e ela não parava de mandar indiretas pra eu pedir ela em namoro logo e na frente do irmão dela. Então eu fiz.

– Mas e quando vocês terminaram? O Luís não ficou chateado com você?

– Ele até disse que estava chateado comigo porque nós tínhamos terminado, mas não me cobrou mais nada.

– Nossa, Ron. Você podia ter me contado isso antes, eu podia ter ajudado.

– Como?

– Sei lá, podia ter irritado ela a ponto de ela terminar com você na primeira vez em que você trouxe ela em casa.

– Mas você tinha doze anos. Era uma criança e não ia entender.

– Mesmo assim, eu podia dar um jeito.

– Olha quem virou super protetora, agora?

– Cala a boca.

Mas o abracei mesmo assim. A verdade é que meu irmão e eu começamos a nos dar bem quando eu tinha treze, quase quatorze anos. Antes disso a gente brigava muito, mas brincava as vezes, quando não tinha ninguém olhando. Estranhos? Pra caramba.

– Bom, já vou indo. Bom banho pra você.

– Obrigado. E vê se relaxa. Não comenta com ninguém, mas se isso durar mais um pouco, sou capaz de pedir ela em namoro. Mas é segredo, ok?

– Ok. Minha boca é um túmulo, juro.

– Obrigado.

O resto da noite foi normal. Imagine uma família normal jantando, vendo TV e indo dormir.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos.
— A



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