Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, tudo bem?
Então, voltei (avá que ela voltou).
Bom, eu me diverti muito escrevendo esse capítulo, espero que se divirtam lendo.
Beijinhos.
— A



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– Muito bem, o que vamos escolher? – perguntou Hermione.

– Bem, tem que ser algo que eles possam conseguir, só que está difícil de achar – eu disse.

– Uma calcinha – disse Tris.

– O que?! – Hermione e eu dissemos juntas.

– Uma calcinha. O único jeito de Percy conseguir uma calcinha é com a mãe dele e ele não vai ter coragem de fazer isso.

– Mas ele tem uma irmã menor. Ele pode pegar e depois devolver sem que ela saiba. E eles também podem tentar invadir aqui em casa. Eu não quero que eles peguem uma calcinha minha.

– Hum, é verdade.

– Já sei, quando nós éramos pequenos, Percy me deu de aniversário uma coruja de pelúcia azul e eu acho que guardei ela. A questão é onde - me levantei e comecei a olhar dentro de uma caixa no canto.

– Hum, e por que você guarda isso, Annie? – perguntou Tris.

– É, Annie, por que você guarda isso? – continuou Hermione.

– Porque ele é meu melhor amigo desde que eu nasci, gente. E a coruja é muito fofa.

– Aham – em coro.

– Idiotas – vasculhei o armário. – Achei. Agora só precisamos esconder de novo.

– Esconde dentro de uma das caixas de sapato – sugeriu Tris. – E põe bem no fundo.

– Até que não é má ideia.

E eu guardei. Acho que escondi bem a caixa.

– Ok, próximos. Hã ... Já sei. Vamos no quarto de meu irmão e pegamos, sei lá, um CD e escondemos em algum lugar da casa.

– Pode ser.

E assim fizemos. Os outros três itens da lista foram um tipo de molho que havíamos comprado em São Paulo e que não vendia por aqui, o livro de receitas de minha mãe e um colar meu que tinha minha inicial. Depois fomos avisar minha mãe. Ela estava na sala, com meu pai, mas ele já estava dormindo.

– Mãe, nós estamos fazendo uma brincadeira com os meninos, que estão na casa do Percy, então não estranha se tipo, alguém tentar entrar pela janela, ok?

– Ok. Mas acho melhor por seu pai na cama antes e avisar os meninos disso.

– Tudo bem, obrigada.

Depois de falar com minha mãe, fomos lá fora para falar com os meninos. Eles já estavam lá, mas o que mais me chamou a atenção não foi eles estarem lá, e sim como eles estavam lá.

Eles estava de cueca. Sem brincadeira, sabe aqueles calções mais compridinhos? Era aquilo lá e mais nada.

– Ai meus deuses! Por que estão só de cueca? – eu quase gritei.

– Nós estamos muito confortáveis assim – disse Percy.

Eles iam jogar sujo.

– Ah, então vai ser assim – disse Hermione se aproximando deles (juro que fiquei com medo do que ela poderia fazer), ficando a, literalmente, três centímetros de meu irmão, que estava na frente. – Bom, aqui está. Mas lembrem-se, nós também podemos jogar sujo.

Ela se virou e praticamente sambou/desfilou na cara deles. Tris e eu a seguimos sem dizer nada. Entramos em casa.

– Como assim nós podemos jogar sujo também?

– Tris, não é óbvio? Já que eles ficaram só de cueca ...

– Não, Hermione. Nós não vamos ficar de calcinha e sutiã – eu disse.

– É claro que não – ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Nós vamos ficar de shorts e sutiã. Ou um top mais comprido se vocês preferirem ...

– Hermione, não estou te reconhecendo ...

– É que eu sou competitiva.

– Mas eu ainda não entendi o que liga eles ficarem de cueca e nós termos que ficar praticamente nuas também.

Mione suspirou. Tris era ou muito inocente ou meio lerda. Eu voto na segunda opção.

– Annabeth, faça as honras enquanto eu procuro algumas roupas no seu closet.

– Ok. Cara e inocente Tris – me virei para encara-la – durante o jogo, eles vão ficar de cueca e nós, em certos momentos, provavelmente, vamos passar por eles e, se eles continuarem de cueca, nós vamos olhar para eles porque eles são bonitos, embora eu prefira morrer a admitir isso. A questão é que, se não fizermos isso, eles vão ter uma vantagem enorme em cima de nós e nós vamos perder. E nossa amiga Hermione não gosta de perder.

– Obrigada, Annie. Agora, vista isso. E você Tris, veste isso.

– Mas esses shorts não cobrem todo o meu bumbum.

– É porque eles foram comprados dois anos atrás.

– Vistam logo. Eles estão nos chamando. Ah, coloquem as blusas de frio. Nada como um elemento surpresa para animar as coisas.

– Criamos um monstro, Annie.

Ligamos o Skype.

– Olá de novo.

– Olá apelões. Podemos abrir?

– Claro. Um, dois, três e já.

Abrimos e lemos a lista:

* carrinho azul metálico de dez anos de idade;

* um boné verde com branco e escrito NY;

* um porta retrato com uma foto em preto e branco de sete anos atrás;

* um canudo azul com listras rosas;

* tinta guache;

– Bem, o grupo que achar primeiro, inicia uma conversa no Skype e chama o outro grupo, ok?

– Ok.

– Então espero que vocês caiam da escada quando estiverem procurando algo - Hermione, simpaticamente (sentiram a ironia?) disse e desligou na cara deles. - Ok, as duas descalças já. E tirem já essas blusas. Annie, tem alguma dessas coisas na sua casa?

– Talvez o canudo, mas o resto eu tenho certeza de que só tem na casa do Percy.

– Muito bem, vamos. Temos que chegar na cozinha e já ir bolando um jeito de entrar na casa do Percy.

– Ok, eu procuro enquanto vocês duas falam algum plano – disse Tris.

Discutimos por uns dois minutos e chegamos à seguinte conclusão: esperaríamos mais dois minutos até que eles tentassem invadir a casa e sairíamos pelos fundos, trancando a porta, claro. Atravessaríamos a rua e nos esconderíamos até Ron voltar, pegar as chaves e sair e então, se déssemos sorte, tudo estaria aberto. Senão teríamos que escalar até chegar na janela do quarto de Percy. Eles, provavelmente, nos veriam pela janela de meu quarto e, talvez voltassem, mas ai já teríamos trancado a porta e a janela de Percy. Se o que procurávamos não estivesse lá, sairíamos pela janela (ou porta, depende de onde eles estiverem) e iriamos atrás das outras coisas. Simples.

Colocamos nosso plano em prática. Achamos o canudo e saímos pela porta dos fundos. Quando estávamos subindo a janela, eles nos viram, mas não nos perseguiram. Eu juro, eles ficaram uns dez segundo parados nos observando. Vergonhoso? Sim, mas era melhor passar vergonha do que irritar Hermione. Vai por mim.

Ao longe, para maior vergonha, pude ouvir eles dizendo.

– Aquelas são as meninas? – disse Tobias.

– É, e elas estão praticamente ... – começou Percy.

– Não termine essa frase, minha irmã tá lá no meio - Ron disse e nenhum dos três sequer desviou o olhar pra isso. - Já até sei de quem foi a ideia – disse Ron.

– Hermione – disseram os três em coro.

Já que eu estava aqui e já tinha passado a pior parte do mico, só pude dar risada. Valia a pena.

Nós achamos o carrinho e o boné. Estavam bem fáceis até. Só faltavam a guache e o porta retratos. Presumindo que a guache fosse da irmã dele, fomos até seu quarto.

– Mas, Mi – intervim. – Se eles pegaram a guache para esconder, não deve estar no quarto dela.

– Annie, de duas uma: eles vão pensar que pensamos exatamente isso, porque a capacidade masculina não vai muito além ou, caso o pior aconteça, eles não especificaram que guache é essa, então ...

– Eu tenho uma irmão e uma irmão pequenos – conclui – que tem tinta guache. Ai que orgulho de você.

– Sim, agora silêncio. Ela deve estar dormindo.

Sim, ela estava. Fizemos o mínimo de barulho e logo achamos a guache. Estava bem visível na verdade.

– Ótimo, vamos descer agora e procurar a foto.

– Sim, senhora capitã – dissemos Tris e eu.

Descemos as escadas e vimos o porta retrato na sala, mas tinha um porém: tia Zoe estava lá. Fomos sorrateiramente para a cozinha.

– E agora? – sussurrei.

– Não sei. Por isso eu não esperava – disse Hermione.

– Já sei – disse Tris. – Vamos subir de novo.

Subimos e Tris nos contou seu plano. Nós, para começo de conversa, colocaríamos as roupas dos meninos. Na verdade, só as camisas que davam quase um vestido na gente. Ai nós desceríamos e poderíamos pegar o porta retrato, porque os meninos, teoricamente, haviam falado pra ela da brincadeira.

– Ótimo plano, Tris – elogiei ela.

– Obrigada. Agora vamos, quero vencer logo isso.

– Olha só quem ficou competitiva.

Descemos as escadas e fomos para a sala, mas tia Zoe não estava mais lá.

– Anda logo, Annie. Pega isso e vamos.

– Calma, já peguei. Subam de novo.

– Ei, meninas. Quando acabarem de ganhar deles – disse tia Zoe lá da cozinha, eu presumi – voltem que eu fiz biscoitos.

– Pode deixar, tia Zoe. A gente já volta então – disse corando loucamente e vendo as meninas fazerem o mesmo.

– Ok. Até.

E subimos correndo e rindo.

– Essa é a mãe do Percy?

– Sim. Um amor, não?

– Muito. E perceptiva também.

Saímos pela janela de novo, o que foi mais fácil, porque era só descer no telhado da varanda e pular para o chão.

Fomos caminhando até minha casa. A porta estava aberta, então passamos e trancamos a porta. Subindo as escadas ouvimos eles sussurrando.

– Mas eu não consigo achar! Deve estar lá em baixo!

– Não, a gente já procurou lá. Relaxa, elas ainda devem estar procurando o canudinho.

E eles riram. Nós íamos entrar de supetão no quarto, mas ai lembramos de que minha mãe, meu pai e meus irmãos mais novos estavam dormindo. Eles estavam no quarto de Ron e não nos viram subindo, então nos escondemos do outro lado do corredor. Cochichei para as meninas.

– Eles quando eles estiverem de costas, nós os pegamos por trás e tampamos suas bocas. Assim eles tomam um susto e não gritam.

Elas concordaram e fomos. Só tivemos que esperar, literalmente, cinco segundos, porque Tobias disse que tinha achado uma coisa e os outros dois se viraram pra ver o que era. Fiz sinal e nós três corremos e tapamos suas bocas.

Eles tomaram um susto, mas não puderam gritar. Coitados. Pensando bem, eu teria um ataque, mas depois eles se viraram e viram que era a gente.

– Vocês estão loucas? – meu irmão quase gritou.

– Desculpa, mas se a gente tivesse aparecido assim do nada, vocês teriam gritado – disse.

– Ah, claro.

– Peraê – disse Percy segurando “minha” camisa – eu acho que conheço essa camiseta.

– Eu também acho que conheço essa, senhorita Valdez.

– Pura coincidência – disse Tris ironicamente.

– Bom, a culpa não é nossa que sua mãe estava na sala e a gente não podia aparecer lá do jeito que a Hermione fez a gente se vestir – desabafei.

– Eu sou um pouco competitiva – ela disse inocentemente.

– O caso – comecei – é que nós ganhamos. Aqui estão seus itens.

Eles conferiram e nos deram a vitória.

– O que vocês acharam até agora?

– Nós só achamos o livro da mamãe e o seu colar.

– Nossa, como vocês são lerdos.

– Engraçadinha. Quem vai querer biscoitos da tia Zoe?

Cinco mãos se levantaram.

– Peraê, a gente vai assim? – perguntou Tris.

– Tris, eles já nos viram sem as camisas. Antes com do que sem elas – disse Hermione.

– Ok.

– Ei, espera um pouco. Se esqueceram do trato? Vocês são nossos elfos domésticos durante todo o fim de semana.

– É, tem isso também. Então escolham, quem vocês querem de elfo doméstico?

Olhamos uma para a outra.

– Tobias – disse Tris.

– Ronald – disse Hermione.

– Percy – eu disse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amores.
Beijinhos.
— A