Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, não há muito o que falar por aqui, só que esse capítulo é mais um resumo sobre como tudo começou.
Logo vira o próximo, juro.
*Divirtam-se*



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Bom, na verdade, este capítulo vai estar um pouco mais como um prefácio, mas eu não gosto dessa palavra. Meio séria demais pra mim.

Algumas coisas interessantes sobre a minha pessoa são que 1) não sei começar capítulos, 2) sou muito seletora com as palavras e 3) eu simplesmente não consigo ficar tranquila quando alguém chega perto de meus livros. Eu já mencionei que sou uma nerd devoradora de livros? Não? Muito bem, eu sou uma nerd devoradora de livros. Se isso atrai amigos e popularidade? Não, nem um pouco.

Antes de tudo (mais ou menos), meu nome é Annabeth. O por que? Porque, segundo meu pai, significa “favorecida pelos deuses”, mas a verdade é que minha mãe leu, quando adolescente, uma coleção de livros com essa personagem e adorou o nome. Ela simplesmente deu sorte do nome ter um significado bonito. Se eu li os livros? Pode apostar que sim. Recomendo.

Minha idade? Quatorze. Meu aniversário seria dali a algum tempo.

Eu tenho uma família grande, sério, bem grande para os “padrões da atualidade”. Por que estou dizendo isso? Porque, segundo estudos comprovados, uma família da atualidade tem, em média, dois filhos por casal. Meus pais? Quatro filhos.

Minha mãe é uma arquiteta reconhecida em toda a São Paulo e meu pai dá aulas de história para uma famosa universidade aqui em São Paulo. Se somos ricos? Pode-se dizer que sim. Esnobes? Nunca. Meus pais são as pessoas mais humildes que conheço.

Sobre meus irmãos, eles não são de todo o ruim. Tem a mais nova, Arya. Ela acabou de fazer quatro anos no mês passado. Tem o Finnick (apelido carinhoso: Finn), que tem sete anos e, sinceramente, é a coisinha mais fofa do mundo. Aparentemente. Sério, eu não sei o que ele come, mas ele tem energia suficiente para abastecer um trem. Cinco vezes. Mas ele parou de pegar minhas coisas e esconder, então estamos nos relacionado melhor. E tem o Ronald, meu irmão mais velho com dezessete anos. Não quero entrar em detalhes com o Ron (apelido carinhoso) porque nós somos meio bipolares juntos; em um minuto estamos conversando amigavelmente e no outro estamos gritando e fazendo ameaças um pro outro. Mas na maioria do tempo ele é bem legal.

Uma pequena nota: os nomes de meus irmãos também pertencem a outras coleções de livro que minha mãe leu. O meu era de uma saga de livro de mitologia grega, Percy Jackson e os Olimpianos; o de Arya é em homenagem a uma saga em estilo medieval, As Crônicas de Gelo e Fogo; o de Finnick é em homenagem a uma saga distópica futurística, Jogos Vorazes; e o de Ron é em homenagem uma saga de bruxos e bruxas, Harry Potter.

Já deu pra perceber a quem puxei o gosto pela leitura.

Mas você deve estar se perguntando o porquê de eu ter começado a escrever. Bom, tudo começou há um mês. Eu estava de férias na casa de meus avós paternos, no Rio Grande do Sul, e meu pai decidiu que queria fazer uma prova para entrar em uma escola de elite ali por perto. Os testes eram bem difíceis e ele disse que “estava fazendo para ver o seu potencial” ou algo assim.

A questão é que ele passou em terceiro lugar nos testes. Ele não esperava por isso e então teve um certo dilema. Se mudar ou não. Quando eles haviam acabado de se decidir, chamaram meus irmãos e eu e nos falaram da proposta. Pontos negativos: teríamos que nos despedir de nossos amigos e teríamos que, obviamente, mudar de escola. Pontos positivos: nós poderíamos fazer novos amigos, poderíamos redecorar os quartos e a casa e lá é um lugar frio. Mas os argumentos em que realmente prestei atenção foram fazer novos amigos, frio e redecorar o quarto. Acho que minha mãe falou do frio e da decoração nova por minha causa, porque eu sempre estou reclamando sobre o clima quente e de como meu quarto é rosa (uma segunda pequena nota: eu não gosto de rosa, sério. Azul é minha cor favorita. Sim, eu sou totalmente fora dos padrões femininos). Mas fiquei presa na ideia de ficar aqui por causa do “fazer novos amigos”. Não sou muito boa em fazer amigos. Não pessoalmente. Por exemplo: eu tenho várias pessoas no facebook que eu só converso pelo facebook, que eu não conheço realmente. Pra você ter ideia, tenho amigos até de Londres, Nova York e do México. Mas quando é pessoalmente, não sei, eu travo. Eu só tenho meus amigos de escola porque conheço eles desde pequena. Bem pequena. Pra falar a verdade, nunca mudei de escola.

Mas, quando eu ia falar os meus prós e contras, percebi que, se eu discutisse, meus pais acabariam desistido de tudo e ficado por aqui. E meu pai estava tão esperançoso e sonhador que não pude fazer isso.

Então ficou decidido. Nós íamos para o Rio Grande do Sul.

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Um detalhe importante que esqueci de mencionar é que, todos os anos, meus amigos e eu fazemos uma festa de fim de ano (ou começo de ano, porque nem sempre é no fim do ano, pode ser no começo do outro). Bom, depois de toda a conversa com meus pais, liguei para minha melhor amiga, Clary. Ela disse que ia falar com todo mundo para cancelar a festa, mas eu a impedi. Disse que, queria poder ter um último momento com meus amigos e no fim da festa contaria a novidade. Só pra lembrar: não era permitido a ninguém sair antes das três horas da manhã (que era o horário máximo que nossos pais permitiam). No caso deste ano, seria uma festa de começo de ano. Foi uma festa ótima, até todos começarem a chorar, porque, não só eu iria saia da escola, mas outros cinco amigos meus.

Você deve estar se perguntando, por que estou contando especificamente dessa noite não de uma outra qualquer? A questão é que, a festa aconteceu três semana antes de as aulas recomeçarem e nós precisávamos nos mudar pra poder mobiliar a casa e fazer as matrículas.

Então naquela noite, minha melhor amiga foi dormir lá em casa e, eu juro pra você, antes de dormir ela chorou um rio de lágrimas. Mas eu não podia julgá-la, nós nos conhecíamos desde a terceira série e sempre fomos melhores amigas. Devo admitir que chorei um pouco também.

Na manhã seguinte ela me ajudou a empacotar minhas roupas e meus livros e também me deu ideia para decorar meu quarto. A tarde nos despedimos, e combinamos de nos falar sempre pelo facebook ou Skype. A noite eu já estava dentro de um avião.

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No outro dia, à tarde, estávamos em frente a nova casa. Era enormemente linda.

A casa ficava em, pelo que entendi, um famoso condomínio fechado. Na nossa rua haviam mais três casas gigantes, uma de frente para minha casa e outras duas, uma de cada lado da em frente à minha. As outras eram menores, mas isso não quer dizer que eram pequenas.

Na minha casa, haviam quatro quartos, uma sala de estar, uma de jantar, cozinha, cinco banheiros, jardim, lavanderia e um escritório. Era muito maior do que a outra; na outra casa, eu e minha irmã dividíamos o quarto, o mesmo com meus irmãos.

Fora as partes de baixo, como sala de estar, de jantar, cozinha e banheiros, as divisões mais “difíceis” ficaram para o segundo andar.

Bom, dois desses quartos eram suítes e, como meu irmão estava indo para o último ano escolar, ele concordou em continuar dividindo quarto com Finn. A Arya ficou com o escritório, que era um pouco menor e eu fui a sortuda a ficar com uma das suítes. O outro quarto, o que deveria ter ficado com Arya, meus pais decidiram dividir em dois com uma parede: uma parte seria o lugar dos brinquedos dos mais novos e a outra parte seria uma parte de estudos para os mais velhos (que seria basicamente do meu irmão, pois meu quarto era grande o suficiente para caber uma escrivaninha).

Depois de tudo pronto, todas as destruições e reformas feitas, nós pudemos nos mudar. Em meu quarto só faltavam organizar algumas roupas e livros.

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Quando eu já estava quase terminando, recebi uma chamada de Skype. Percy. Quem é Percy?

Uma breve explicação (ou não tão breve assim): nome real: Perseu Grace (a mãe dele também leu Percy Jackson quando nova). Desde que eu me entendo por gente, eu e Percy sempre fomos vizinhos. Ele morava em frente à minha casa, no Rio de Janeiro, e era um tormento para minha cabeça. Sério, o garoto não me deixava em paz. Nós crescemos juntos desde então, mas, nas férias de julho do ano passado, por causa de uma oferta de emprego de sua mãe, que era fotógrafa, que consistia em fotografar diversas paisagens de lugares abandonados e formar um álbum, com passagens grátis para todos os lugares, eles tiveram que se mudar. Constantemente. Claro, ele não podia parar de estudar, então um professor particular os acompanhava sempre. Você deve estar se perguntando, por que uma explicação tão grande sobre quem é esse Percy? Simples, ele foi meu primeiro e único, digamos de passagem, “namorado”. Por que as aspas? Bom, nós tínhamos quatorze anos e, tipo, éramos os únicos de nossa sala que ainda não tinham beijado ninguém. Certo dia, na verdade no meu aniversário de quatorze anos, nós, ele, eu e Clary fomos ao cinema. Na época, Clary tinha um namorado, mas ele morava praticamente do lado do cinema e então nós encontramos ele lá e fomos ver um filme. Era um filme de terror. Entramos na sala e eu disse a Clary que ela podia se sentar longe de mim e de Percy, para poder namorar. Ela negou, obvio. Disse que, como era meu aniversário, ela tinha que me acompanhar e tudo mais. Depois de muito insistir, ela acabou aceitado.

Um fato: eu sou medrosa. Tipo, muito medrosa. Eu só havia ido ver aquele filme porque os meninos queriam ver ele e não havia nada de bom passando. Conclusão, eu fiquei agarrada a camiseta mais próxima. A camisa de Percy. Quando chegou na metade do filme, eles estavam pesquisando sobre espíritos e essas coisas.

- Tá gostando do filme, Annie querida?

- Você vai pagar por isso, Cabeça de Alga. Sabe que eu sou medrosa.

- É, uma medrosa que gosta de ver filmes de terror. Estranho, né?

- Eu até gosto, mas fico com medo depois. Para de me julgar.

Ele riu e colocou o braço por cima de meus ombros, protetoramente. Dez minutos depois e um pouco mais de conversa e ele me beijou. Tipo, do nada. E eu recuei e comecei a xinga-lo? Não, eu não fiz isso. Eu deixei ele me beijar, porque, lá no fundo, sabia que gostava dele.

E assim se seguiu, como gosto de chamar, nosso namoro de um mês, três semanas e quatro dias. Não, nós não brigamos nem nada, mas, quando chegaram as férias, ele teve que se mudar e nem sempre podíamos nos falar, não dando certo nossa tentativa de namoro a distância, porque não podíamos nos ver pessoalmente.

Bom, voltando a chamada recente de Skype, eu atendi. O que mais poderia fazer? Nós ainda poderíamos ser amigos a distância, certo?

- Hey, Percy! Ai meus deuses, que saudade!

- Eu sei, Annie. Também sinto saudades.

- Onde você está agora?

­- Vou te dar uma dica – ele se levantou e andou até a janela. Acho que esqueci de mencionar que ele estava sem camisa. Como uma amiga, eu não deveria ficar olhando meu amigo sem camisa, mesmo que ele tivesse um corpo definido (não um definido totalmente musculoso, mas magro e mesmo assim definido). Não sou de ferro. Desculpe-me sociedade, eu olhei meu amigo sem camisa. Me julguem.

Deixando de lado a parte de que eu olhei para o corpo definido de meu amigo, quando ele abriu a janela, não entendi de primeira, mas, segundos depois percebi a imagem do Cristo Redentor ao longe. Ele estava no Rio de Janeiro e eu no Rio Grande do Sul. Minha vida é ótima.

- Você vai voltar a morar no Rio?

- Não, é só por hoje. Nós nem estamos na nossa antiga casa. Minha mãe completou o álbum e veio entregar hoje. Só que, quando ela entregou o trabalho, uma outra agencia, telefonou pra ela e ofereceu uma proposta de trabalho fixo. Só que, como ela é muito legal, disse que vai ser surpresa – ele fez uma careta e eu ri.

- Que dó. Mas, enfim, como foi de viagem?

E ficamos conversando por horas. Não mencionei o fato de que havia me mudado. Ele não precisava saber, não ia ficar no Rio mesmo.

Já eram quase nove horas, e eu tinha aula amanhã. Eu não queria, claro, mas precisava ir dormir mais cedo pra aguentar acordar amanhã, depois de um tempão acordando duas, três horas da tarde.

- Percy, tenho que ir, preciso dormir mais cedo hoje. Quando você se mudar me avise pra onde foi.

- Ok, Annie. Até mais.

- Até.

Fim da chamada. Alguns minutos depois eu já estava tomada banho e de pijama.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijinhos.
— A



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