Rosalina caminhou calmamente até o observatório; um passo de cada vez. Ela levou as mãos compridas e ossudas em torno do telescópio, e meteu o olho cerúleo no portaocular. Avistou o infinito púrpuro, pincelado de negro e fagulhas incandescentes.

Afastou-se do objeto, pôs as mãos fronte os seios.

“Mamãe,” - pensou cerrando serenamente os olhos. - “se a senhora está em algum lugar, por favor, me responda.”

Como revelado, a Rainha do Cosmos já pertenceu ao Mushroom Kingdom. Sua mãe faleceu quando era apenas uma fedelha, mas dela armazenava muitas boas lembranças.

Rosalina sentiu nostalgia de seu café da manhã: um simples pão amanteigado e uma caneca com café quente, ambos preparados com muito carinho. Afinal, ao começar sua jornada ao lado de Luma, o único alimento disponível para suprir suas necessidades humanas era os StarBits, possuidores de um divino sabor de mel, mas que com o tempo não ofereciam o mesmo regozijo.

Vigiarei-te como o Sol sobre o dia, e a Lua sobre a noite. E em dias chuvosos, tornar-me-ei uma estrela em meio às nuvens.

A Rainha dos Cosmos lembrava-se perfeitamente deste sonho, que ocorrera há muito tempo, e onde sua mãe consolava-lhe. Contudo, aquilo não lhe satisfazia por completo; Rosalina precisava ouvir sua voz novamente, e sentir, com todas suas forças, seu calor materno.

Ela concentrou-se ao máximo no eco do espaço, para que encontrasse algum vestígio de sua amada criadora - um rastro de sua alma, quem sabe.

Rosalina realizava a tarefa todos os dias; sempre falhava.

E então, finalmente, ela pôde sentir um cosmo familiar. Seus olhos abriram-se ligeiramente como um ato de esperança.

— Mama.

Rosalina ouviu à vozinha de Luma, e virou-se num susto para a entrada do observatório. Deparando-se com sua estrela filha, a loura suspirou - um pouco frustrada, um pouco aliviada.

— Mama.– repetiu.

— O que foi, Luma? - o tom melancólico em sua voz era visível.

A estrelinha flutuou até sua “mãe” com um semblante entristecido, e esfregou-se em sua bochecha. Rosalina abriu um pequeno, mas visível, riso.

Antes de saírem do observatório, Rosalina fitou mais uma vez por cima de seus ombros o telescópio dourado. E respirou fundo.

Mal sabia a guardiã, que há muito, sua adorável criadora fundira-se com os cosmos, tornando-se parte dela, e, todos os dias, contemplando com orgulho a bela e madura mulher que se transformara.