Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 40
Enfrentando o problema




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Alguns meses se passaram. Depois de perder aulas em Hogwarts, Clara e Enrico decidiram voltar no próximo ano e continuar os estudos. Isso porque Clara disse que queria aprender tudo. Por Enrico eles voltavam, corriam com a matéria e pronto, mas ela não quis e como ele não queria voltar lá sem ela, decidiu esperar.

Os dois se encontravam sempre. Revezavam, as vezes ela ia na casa dele e as vezes ele vinha na dela.

Estavam na casa de Enrico agora. Quando ia para casa dele, eles aproveitavam que seus pais trabalhavam para ficar mais à vontade, pois Draco não dava uma folga. Os dois estavam na cama nesse momento. Assim como Draco e Hermione, eles brigavam por coisas idiotas e resolviam as indiferenças na cama.

— Seu bobo.

— Eu não gostei daquele cara te olhando ué.

— Exatamente. Ele estava só olhando.

— Não importa, você é minha.

Clara revirou os olhos.

— Não vamos brigar de novo.

— Só se a reconciliação for igual a essa... — Beijou o pescoço dela. Estavam deitados na pequena cama de solteiro dele agarradinhos. Clara sorriu.

— Melhor eu ir embora. Está ficando tarde e meu pai vai ficar reclamando.

— Come algo antes de ir.

— Tá bom.

Os dois colocaram uma roupa e seguiram para a cozinha. Prepararam o lanche e sentaram à mesa para comer.

Clara mastigava lentamente enquanto Enrico já tinha terminado.

— Está ruim?

— Não.

— Então por que não come?

— Não sei... — Colocou a mão na barriga.

— Está sentindo alguma coisa?

Clara não respondeu e saiu da cozinha correndo. Enrico foi atrás e encontrou sua namorada no banheiro passando mal.

— Pelo amor de Merlin não me assusta assim de novo!

— Eu estou bem. Só fiquei enjoada.

— Da última vez você dormiu e acordou duas semanas depois!

— Mas isso não vai acontecer de novo. Foi só um mal-estar.

— Tem certeza?

— Absoluta. — A menina ficou paralisada por um momento e Enrico suspirou.

— Que foi agora? — perguntou quando voltou ao normal.

Ela começou a respirar ofegante e o olhou com os olhos arregalados.

— Que?

Clara o segurou pela roupa e o trouxe para perto de si.

— Precisamos ir na farmácia!

— Pra que?

— Não pergunta e anda logo!

— Ok...

Seguiu a menina quase que correndo, ela andava rápido e não trocou uma palavra com ele. Ao chegar na farmácia, apoiou os braços na bancada e ficou batucando com os dedos. Enrico estava ficando nervoso com o jeito dela, mas sabia que se perguntasse correria risco de vida...

— Pois não? — O homem se aproximou.

Clara olhou Enrico e fez o pedido:

— Preciso de um teste de gravidez.

O loiro arregalou os olhos e abriu a boca.

Puta merda! Ela está de brincadeira, né? Fodeu! Ele ia morrer! É o fim para ele! Acabou! Não tem mais volta! Melhor avisar sua mãe que quer ser cremado e não enterrado... Mas talvez não precise avisar, pois Draco o queimaria vivo mesmo.

Ele nem conseguiu dizer nada. Só observa a Clara pegar a caixa e depois pagar. Os dois voltaram para casa em silêncio absoluto. Quando entraram, ficaram um de frente para o outro. O desespero estava estampado no rosto dos dois. Não tinha dúvida, eles estavam apavorados com a ideia.

— Fala alguma coisa, Enrico! — disse tensa.

— Por que você comprou isso?

— Pra saber se é agora...

— O que?

— Você sabe, Enrico!

— Mas... Seu pai vai me matar!

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Vou fazer o teste para ter certeza, depois a gente pensa nessa parte.

A menina seguiu para o banheiro e fez o teste. Enquanto esperava o resultado, lembrou da conversa que ouviu na porta. Tudo ficou claro para ela agora. Ela estava ferrada e o Enrico mais ainda...

Saiu do banheiro com o teste na mão. Enrico estava ao lado de fora esperando. Ele se aproximou e puxou a mão dela para olhar, pois ela não conseguia dizer.

Positivo

Por que essa palavra era tão pesada?

— O que vamos fazer?

— Temos que contar.

Enrico engoliu em seco.

— Ele vai me matar!

— A culpa não é sua. É nossa.

— Mas ele não vai pensar nisso!

Clara suspirou. Ele tem razão.

— Minha mãe não vai deixar ele fazer nada.

Enrico passou a mão no rosto. Estava muito assustado, não só com o que o Draco podia fazer com ele, mas também por saber que tinha uma vida dentro de Clara e que era filho dele.

— Vamos?

Os dois seguiram para a casa de Clara e quando chegaram, viram Draco e Hermione sentados no sofá assistindo desenho com Ethan. Enrico apertou a mão de Clara com força e a menina o beijou do nada. Só uma tentativa de diminuir a tensão. O loiro sorriu quando eles se separaram.

— Vamos.

Eles se aproximaram e pararam na frente da tevê.

— Precisamos conversar.

— Na hora do desenho? — Ethan reclamou.

— Sim, Ethan.

— O que aconteceu? — Hermione perguntou preocupada.

Os dois trocaram olhares.

— Podemos ir para outro lugar?

Draco e Hermione trocaram olhares. Os quatro saíram da sala e deixaram o pequeno sozinho. Logo estavam na sala de jantar.

— O que foi?

— Temos uma coisa pra contar...

— O que?

Clara olhou Draco. Não estava com expressão tão preocupada, mas sabia que daqui a pouco a expressão seria outra.

— É que... — Engoliu em seco.

Enrico apertou a mão dela.

— A gente...

— Demos mole e ela está grávida.

Clara arregalou os olhos. Ia falar o mais delicado possível, mas Enrico estragou tudo.

— O que? — os dois falaram juntos.

— Clara está grávida.

Hermione a olhou de boca aberta. Draco por sua vez olhava de um para o outro um pouco confuso. Está sonhando?

— É brincadeira isso?

— Não... — respondeu Clara.

E assim ele percebeu que não era brincadeira mesmo, Clara não brincaria com uma coisa dessas.

— Eu vou ser avô... — Em pouco tempo Draco estava estendido no chão.

— Esperava outra reação... — disse Clara.

— Me ajuda aqui, Clara! — Hermione brigou com ela.

A menina se aproximou de seu pai. Hermione dava tapas na cara dele para que acordasse.

— Acorde ele.

— Mas eu não...

Hermione a olhou séria.

— Ele vai matar o Enrico.

— Eu não vou deixar. Anda, acorda ele.

Clara passou a mão no rosto de Draco e ele abriu os olhos. O loiro sentou no chão e seu olhar foi direto em Enrico. O menino engoliu em seco. Parecia pegar fogo o olhar de Draco. Se pudesse o queimava por pensamento.

— Eu vou te matar, moleque! — ameaçou.

— Draco para com essa merda! — Hermione falou alto. — Não é hora pra brigar!

— Como você quer que eu fique depois disso tudo?

— Conforme-se!

— Impossível! — gritou.

Clara começou a chorar com a situação. Hermione estava em frente ao loiro, que queria partir para cima de Enrico a todo custo e Enrico estava perto de Clara, que apertava a mão dele a cada grito de seu pai.

— Eu disse pra não tocar na minha filha!

— Só que eu não fiz nada a força! — Enrico respondeu.

— Parem com isso! Que droga! — gritou chorando. — Pai ele não fez nada sozinho! Que merda! Por que fica falando como se a culpa fosse só dele? Eu também estava lá!

O loiro ficou em silêncio olhando sua filha. As lágrimas não paravam de descer do rosto dela.

— Você não pode estar grávida...

— Mas eu estou.

— Você é minha menininha...

— Não sou há muito tempo, pai...

Nesse momento ele chorava junto com ela, mas Hermione não o deixou passar, pois ainda assim poderia pegar o Enrico.

— Vocês são duas crianças! Que merda eu nem tenho idade para ser avô!

— Tem sim — disse Hermione e o loiro a encarou com fúria. — Draco pelo amor de Deus. Já aconteceu e não é a morte, pelo contrário, é de uma vida que estamos falando. Para de ser idiota e veja o outro lado da situação.

Todos ficaram em silêncio depois do que Hermione disse. Até mesmo Clara e Enrico ficaram pensativos. O menino se aproximou e beijou a cabeça de Clara. Ela apoiou a cabeça no peito dele e o abraçou forte.

Draco relaxou um pouco o corpo e olhou Hermione. Não tirava os olhos dele e tinha lágrimas nos olhos também. O loiro a abraçou apertado.

— Eu vou ser avô... — disse chorando feito criança.

Hermione estava abraçada com ele e acariciava suas costas. Draco e seus momentos bipolares... Ela já estava acostumada com isso.

Depois de um tempo, os quatro estavam na sala de estar. Ethan saiu a pedido de Hermione e foi brincar no quarto. Clara e Enrico estavam sentados no sofá de cabeça baixa e os dois em pé.

— Seus pais sabem disso?

— Não.

— Eu tive uma visão e fomos comprar o teste para ter certeza...

— Que visão? — Draco se manifestou. Estava em silêncio encarando o Enrico. Ainda não tinha se conformado que ele tirou a inocência de sua filha.

— Da criança...

— Como ela era? — Hermione perguntou e recebeu um olhar de repreensão de Draco. — Que foi?

— Você está apoiando o que eles fizeram!

— Que bom que fomos nós e não só o Enrico — respondeu Clara e Draco a olhou bastante sério fazendo ela abaixar a cabeça de novo.

— Não estou apoiando, Draco. Eles são muito novos pra isso, mas já aconteceu. Agora a gente tem que cuidar da Clara e da criança quando chegar.

— Você está muito conformada com isso!

— Porque não é de um brinquedo ou objeto que estamos falando e sim de uma vida. Uma criança e nosso neto.

Draco sentou na cadeira quando ela falou a palavra "neto".

— Merlin!

Clara levantou a cabeça e olhou seu pai. Estava desnorteado sentado na cadeira. Roía as unhas e olhava o nada como um lunático. A menina virou a cabeça na direção de sua mãe. Ela tinha os olhos grudados na garota.

Hermione se aproximou e sentou ao lado de Clara ao ver que ainda chorava. Ela abraçou a filha.

— Desculpa, mãe... — disse chorando enquanto era abraçada.

Hermione fechou os olhos e beijou a cabeça dela.

— Não adianta eu ficar aqui falando que vocês foram irresponsáveis. Sei que sabem muito bem disso. Filha, eu não acho bom você ter filho nessa idade, mas se você vai ter, ótimo. Sempre pensei em como seria ser avó.

Clara se afastou um pouco e a olhou. Sorria levemente.

— Eu nem terminei a escola... — falou soluçando.

— Fica calma, minha filha... Pra tudo tem um jeito.

— Tá bom. — Apoiou a cabeça no peito da mãe.

Hermione suspirou e olhou Draco. Ainda estava paralisado olhando o nada. Como consolar os dois ao mesmo tempo? Ela é uma só!

Hermione puxou o Enrico para perto das duas, ficando com uma das mãos no cabelo dele. O menino abraçou Clara.

Depois de um tempo e com os nervos um pouco controlados — falando no caso de Draco — os quatro foram para a casa de Enrico conversar com os pais dele.

Chegaram e os dois sentaram no sofá e ficaram de cabeça baixa. Agora os quatro olhavam para eles. Se sentiam encurralados e indefesos nessa situação.

— Enrico eu disse para você usar camisinha!

— Mas eu usei...

Todos ficaram em silêncio quando ele respondeu.

— Não é possível! Alguma vez, nem que seja uma, você não usou então.

Enrico ficou pensativo.

— Acho que só uma vez...

— Quanto tempo tem isso? — Hermione perguntou.

— Acho que uns três meses...

Draco fechou os olhos e esfregou as têmporas.

— Ou quase quatro...

— Céus! — Alessandra reclamou.

— Você não podia ter feito isso, Enrico! Uma única vez que seja pode sim engravidar, olha ai! — disse o pai dele.

— Estou vendo, pai.

— Você foi muito irresponsável!

— E quer que eu faça o que agora? Tire a criança dela?

Todos ficaram em silêncio quando ele perguntou isso com raiva. Já não aguentava mais ouvir seus pais falando que era irresponsável e imaturo para ser pai.

— Claro que não! — respondeu a mãe dele. — Só estamos dizendo...

— O que eu já sei! Que foi errado, só que agora já está feito.

— Eu sinto muito — Alessandra falou olhando Draco.

— Eu também. Minha filha é uma menina...

Clara revirou os olhos.

— Sua filha já tem 16 anos, Draco.

— Não interessa! É uma menina!

Clara encostou em Enrico como apoio.

— Você está bem?

Ela negou com a cabeça.

— Merlin! Como você não perdeu essa criança com aquilo que passou? — Hermione perguntou assustada.

— Talvez eu perdesse se tivesse feito a outra escolha.

— Mas você seria do mal...

— Então acho que ser mãe é melhor, não é?

Draco e Hermione trocaram olhares. Olhando por esse lado, era melhor sim.

— Melhor irmos embora — falou quando viu sua filha pálida. — Está sentindo alguma coisa?

— Enjoou.

— Isso é normal. Vamos pra casa descansar — Estendeu a mão a ela.

Clara segurou a mão de sua mãe e levantou do sofá. Enrico levantou também e deu um selinho nela. O garoto segurou o rosto dela com as mãos.

— Vou sempre ficar do seu lado. Se precisar de qualquer coisa me chama. Mesmo que seja de madrugada!

Clara e Hermione sorriram.

— Tudo bem.

Os dois trocaram um beijo.

— Vamos logo! — Draco falou alto.

Os dois se separaram e eles se despediram dos pais de Enrico.

Quando em casa, Clara foi direto para o quarto e deitou na cama. Hermione entrou no quarto e sentou. Ela fez carinho na cabeça de Clara.

— Desculpa decepcionar vocês...

— Você não fez isso.

— Mas...

— Clara você sempre pensou em todos nós e nos ajudou em tudo que pôde. Agora é nossa vez.

— Mas eu não podia deixar isso acontecer...

— Eu sei, mas eu realmente prefiro ter um neto do que ter uma filha fazendo mal aos outros.

As duas ficaram em silêncio se olhando e então Clara sorriu. Sabia que teria o apoio de sua mãe durante esse período e para a vida toda.

— Obrigada, mãe.

Hermione beijou a testa dela. Draco apareceu no quarto e as duas o olharam. Hermione levantou e se aproximou dele. Sem dizer nada e apenas com o olhar, ela falou para ele ser paciente. O loiro sorriu e beijou a testa dela. Hermione saiu do quarto deixando os dois sozinhos.

O loiro sentou na cama e segurou a mão de sua filha. Clara ficou em silêncio com os olhos grudados nele.

— Não consigo acostumar com a ideia de ser avô...

— Você está preocupado com isso porque eu sou nova ou você é novo?

— Os dois.

Clara deu uma leve risadinha.

— Acho que o choque foi maior pra mim, porque achei que você seria minha menina pra sempre, mas você não vai ser. Sei que vai chegar uma hora que não vai mais ficar tão perto de mim. E é por isso que fico tão furioso com seu namorado, porque ele está te roubando de mim...

— Ninguém está me roubando de você, pai. Eu nunca deixaria vocês por nada nem ninguém. Isso que você está falando faz parte da vida, uma hora eu vou ter sim que abrir minhas asas e voar, mas isso não quer dizer que nunca mais vou voltar.

Draco ficou em silêncio a olhando com lágrima nos olhos.

— Eu sei...

Clara se aproximou e o abraçou forte. Draco chorou um pouquinho e depois se acalmou.

— Eu estou bem.

A menina deu uma risadinha.

— Você não vai matar o Enrico, não é?

— Vou pensar.

— Ele é o pai do meu filho.

Draco respirou fundo.

— Tá bom, não mato. Até porque ele vai ter que se virar e te ajudar. Afinal, é dele.

Clara concordou. Draco colocou a mão na barriga dela, o que a surpreendeu um pouco.

— Por mais que tenha ficado irritado, eu gosto de você, mas não me chame de avô ok? Me chame de Draco, de amigo, qualquer coisa, menos avô.

— Pai!

***

Os meses se passaram e Clara estava prestes a ganhar a criança. Enrico ficou com ela a gravidez toda. Depois de um tempo e com muito custo, ele começou a dormir com a garota na casa dela sempre que podia.

Draco não queria deixar, mas Hermione o convenceu falando "eles já fizeram Draco. Ela está grávida! Qual o sentido disso?" Então ele não teve escolha.

Os dois estavam em um hotel. Queriam ficar sozinhos e com um pouco de privacidade, desde que Clara engravidou, a casa ficou movimentada e eles quase não conseguiam ficar sozinhos. Ainda mais que o Ethan estava morrendo de ciúmes do bebê e não deixava de ficar perto dos pais. Para ele, se saísse, o bebê pegaria seu lugar.

— Estava louco para ficar sozinho com você...

Hermione suspirou. Draco estava deitado por cima dela sem fazer muito peso. Tinham acabado de fazer amor e a ela acariciava os cabelos dele.

— Eu também. O Ethan não dá uma folga. Tinha que ser ciumento como você!

— Ele tem as razões dele e eu as minhas.

— E quais são as suas?

— Acha que ter uma mulher linda e gostosa como é essa fácil? — falou apontando para o corpo dela. Hermione riu.

— Mas você não precisa ficar nervosinho. Eu sou só sua.

Draco sorriu e a beijou. Iam fazer amor novamente se o celular não tivesse atrapalhado.

— A gente precisa desligar isso!

— Não podemos, Draco. Sua filha está quase parindo. — Pegou o celular. — Oi Enrico.

— Acho que vai nascer! — disse apavorado.

Hermione empurrou Draco e sentou na cama com pressa.

— Por que acha isso? O que está acontecendo?

— Clara está sentindo dor e a cama está molhada...

Hermione arregalou os olhos.

— Estamos indo! Ligue para a Narcisa!

— Ok.

Os dois desligaram e Hermione levantou da cama com pressa.

— O que foi dessa vez? — perguntou entediado.

— Vai nascer.

O loiro ficou em transe deitado na cama olhando o teto.


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