Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 39
Escolha




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Clara estava há duas semanas "dormindo". Eles resolveram levá-la para casa, pois no hospital não sabiam o que fazer com ela mesmo.

Enrico não saia de perto dela um minuto. Mesmo com o tempo passando, tinha esperança de que ela voltaria para ele e que todo o pesadelo acabaria. Ela era forte e não ia deixar que esse coma inútil a abalasse assim.

Hermione entrou no quarto. Enrico estava deitado ao lado de Clara e fazia carinho no rosto dela.

— Trouxe um lanche para você.

— Não estou com fome...

— Você precisa comer, querido.

Enrico suspirou. Sem muita vontade ele comeu o que Hermione trouxe. Ela sentou ao lado de Clara e acariciou o rosto dela.

Na primeira semana, ela nem conseguia entrar no quarto, se sentia extremamente culpada com o que aconteceu, mas aos poucos Draco foi tirando isso da cabeça dela. Hermione saiu do quarto depois que o Enrico comeu e foi até a sala de estar. Draco estava lá vendo tevê com o Ethan.

Hermione se aproximou e sentou no sofá com eles. O loiro a puxou para mais perto e os três ficaram juntinhos vendo desenho.

***

Clara estava sentada no chão olhando as portas. Não sabia em qual entrar. Para ela as duas eram trevas...

— Então... Decidiu?

— Não. Parece que as duas são ruins.

— Mas não são.

— Não é o que parece.

— Você precisa decidir logo.

— Meu tempo está acabando? — Olhou pra trás.

O homem estava sentado em uma poltrona agora. Como aquilo foi parar ali?

— Bem. Como eu disse, você tem que entrar em uma das portas, pois se ficar aqui, vai morrer.

— Quando eu entrar, você vai tirar meus poderes?

— Eu ainda estou pensando nisso...

Clara suspirou.

— Quanto tempo mais eu tenho?

— A quanto acha que está aqui?

— Uma hora?

O homem riu.

— Um pouco mais...

— Mas quanto ainda tenho?

— Pouco. Você tem que entrar em uma das portas. Qual você entrará?

— Talvez na menos pior...

— E qual é a menos pior?

— Na que meu pai briga com o Enrico...

— E por que essa?

— Porque na outra o sentimento de raiva era tão forte... Nunca senti tanto ódio como ali. Então suponho que seja as trevas...

— E a outra?

— A outra meu pai queria matar o Enrico, mas eu não sei porque. Só sentia um desespero naquela situação.

— Entendo.

— Então acho que tentar amenizar a briga do meu pai é um pouco melhor do que ficar com sede de sangue. Na minha opinião as duas portas são ruins, mas acho que a segunda é menos pior mesmo.

— Se fez sua escolha, entre. O tempo acabou.

Clara engoliu em seco e levantou do chão. Ela seguiu até a porta e colocou a mão na maçaneta, logo a girou e empurrou a porta.

A menina foi forçada a fechar os olhos, pois uma luz forte brilhou na sua frente. Assim que abriu os olhos, percebeu que estava em outro lugar. Era a estação de trem. Só que tinham coisas bem diferentes... No lado onde ela estava era tudo branco e não tinha ninguém e do outro lado tudo era negro e parecia que umas sombras passaram rápido.

— Que merda...

Clara se aproximou da parte negra e percebeu um tipo de vidro separando a luz da escuridão. Ela procurou ao redor o velho senhor da outra parte e não viu nada.

O que fazer agora?

***

Enrico estava sentado ao lado de Clara na cama. Há dias que ela não estava mais tão quente como antes. Parecia que a temperatura estava voltando ao normal. Isso o deixava tão feliz. Sabia que ia voltar logo.

A porta abriu e Enrico olhou. Ficou um grande silêncio no quarto e o menino não desgrudou os olhos de quem estava ali. Era o Alex. Os dois ficaram se olhando por um longo momento, até que a Alyce passou na frente de Alex e entrou no quarto.

— Posso ver minha amiga?

— É claro. — Levantou e deu espaço a ela.

Alyce sentou na cama e segurou a mão de Clara.

— Não parece tão quente.

— Acho que a temperatura finalmente está abaixando — respondeu olhando a menina.

Alex também a olhava, mas não falava nada.

— Então será que está melhorando?

— Eu acredito que sim. Acho que logo vamos ver ela acordada de novo. — Olhou Alex e ele o olhou também.

Os dois ficaram um tempo com ela e conversaram um pouco. Enrico e Alex trocaram meia dúzia de palavras e não foram ofensas.

Alyce se afastou de Clara e Enrico voltou a sentar ao lado dela. O loiro beijou sua mão e acariciou sua cabeça.

— Anda, Clara. Para de enrolar para voltar.

Clara apertou a mão dele e Alyce e Alex arregalaram os olhos. Já Enrico, sorriu largamente.

— Você está me ouvindo, Clara?

A menina apertou a mão dele de novo.

— Por que não abre os olhos hein?

Os três ficaram em silêncio a olhando um tempo. Então Enrico suspirou derrotado. Mesmo assim eles continuaram olhando.

A menina mexeu as pálpebras e os três ficaram em alerta.

— Ela está aqui! — disse Alyce.

— Eu sabia! — Enrico falou sorrindo.

Clara ouvia bem longe as vozes. A menina mexeu a cabeça e sentiu algo apertar sua mão. Ela fez força para se mexer e não conseguiu. Seu corpo parecia pesado. Então as pálpebras foi a única coisa que conseguiu mexer.

Aos poucos a luz do lugar ofuscou seus olhos e ela os fechou de novo.

— Clara pode me ouvir?

A menina abriu os olhos lentamente e encontrou o portador da voz. O sorriso dele era contagiante. Extremamente feliz. Fez ela sorrir junto, mesmo se sentindo pesada.

— Ela está bem! Vou chamar os pais dela! — Alyce saiu correndo do quarto.

Alex se aproximou e os olhos dela se mexeram na direção dele. A menina sorriu levemente.

— Vocês... Vocês precisam mesmo um do outro. — Enrico o olhou surpreso. — Eu achei que você era um aproveitador e que faria tudo de ruim com a Clara, mas.... Você mostrou o contrário. Agora tenho certeza que a ama.

— É claro que eu amo, mas eu só sabia fazer besteira atrás de besteira, por isso você tinha toda a razão do mundo para desconfiar de mim.

Os dois ficaram em silêncio se olhando. Clara os olhava em silêncio e um pouco confusa.

— Eu realmente desejo tudo de bom a vocês. Eu gosto muito da Clara e quero ela feliz. Se você proporciona isso a ela, fico realmente contente.

— Obrigado. Eu acho...

Hermione e Draco entraram no quarto cortando a conversa dos dois. Hermione apertava Clara e não parava de beijá-la. Parecia um sonho o que estava acontecendo. Draco fazia a mesma coisa.

— Por que estão assim? Eu fiquei fora por uma hora...

— O que? — Draco perguntou.

— Fiquei fora por uma hora...

— Você não...

Hermione segurou o braço dele.

— Mesmo assim a gente morreu de saudade.

Clara sorriu.

— Podem chamar o Albern?

— Claro.

Hermione mandou uma coruja ao bruxo e em pouco tempo apareceu na casa deles.

— Posso falar a sós com ele?

— Pode — respondeu Hermione.

Todos saíram do quarto e deixaram os dois.

— É bom te ver acordada.

— Mas eu não dormi muito.

— Dormiu por quase três semanas.

Clara ficou de boca aberta.

— O que? Mas...

— O que aconteceu do outro lado?

— Eu fiz minha escolha.

— E qual foi?

— Foi estranho porque parecia que as duas eram trevas, mas eu escolhi a luz.

O homem sorriu.

— Que bom. E quanto a tirar seus poderes?

— Bem... Encontrei Merlin por lá.

— É mesmo? Como foi?

— Ele é maluco.

O homem riu.

— Mas é legal.

— O que aconteceu quando escolheu a luz? O que viu?

— Eu fui parar na estação de trem e tinha duas partes dela, separadas apenas por um vidro.

— Sei...

— Passou por isso?

— Sim.

— Hum... E conversou com Merlin?

— Não tive o privilégio.

— Pois ele me encontrou lá.

— Depois da escolha?

— Também.

— Como foi?

***

Clara ficou parada olhando o local sem saber o que fazer ou para onde ir. Até que resolveu andar em frente. Tudo era branco no lugar, a não ser o lado esquerdo. Caminhou até que encontrou um banco e se sentou. Será que morreu? Se morreu, ficaria sozinha?

— Acho que entrou na porta da luz.

A menina deu um grande pulo quando o homem falou. Estava sentado no banco com ela. Quando foi que ele apareceu?

— Eu morri?

— Não.

— E o que faço agora?

— Já vai voltar.

— Você tirou meus poderes?

— Por que quer tirar?

— Não quero ser do mal.

— Mas você escolheu a luz.

— Não tem como mudar?

— Não.

A menina respirou aliviada.

— Achei que nenhuma das portas seria a luz...

— O que vai enfrentar agora não será fácil, mas fez a escolha certa.

— O que vou enfrentar?

— Saberá em breve — disse sorrindo.

— Tem a ver com o que ouvi na porta?

— Talvez.

Clara suspirou. Não queria mesmo seu pai e Enrico brigando.

— Como saio daqui?

— Seu corpo ainda está voltando a temperatura normal.

— Ah sim.

— Já vai ver sua família.

A menina sorriu.

— Espero que aproveite o poder.

— Como farei com as pessoas que não entendem?

— Elas não precisam saber de nada. Faça magia com a varinha quando na frente de alguém.

— Mas e os que viram o que eu fiz?

— Como escolheu a porta da luz, todos esquecerão o que aconteceu.

— Jura? — perguntou feliz.

— Sim.

Clara desfez o sorriso.

— O Enrico também?

— Só os que te desejaram mal.

— Entendi...

— Bem. Tenho que ir. — Levantou do banco. — Boa sorte e faça bom proveito.

— Obrigada por me dar isso. Espero ter feito o que achou que eu faria.

O homem sorriu e passou a mão na cabeça dela.

Em um piscar de olhos ele desapareceu e Clara piscou assustada. A garota olhou para trás e tinha uma luz forte brilhando. E agora? Dizem que se for para a luz morre, não é? Ficou parada, mas a luz veio até ela.

— Então eu percebi que a luz era a luz daqui do quarto.

Os dois riram.

— Fico feliz por sua escolha.

— Eu também. Tive medo de ter errado. O que será que ele quis dizer com o que vou enfrentar agora não vai ser fácil?

— Eu realmente não sei.

— Bom. Deve ser melhor do que querer matar a todos.

— Com certeza.

Os dias se passaram depois que Clara acordou. Tudo estava como antes. Ninguém sabia dos poderes dela e não a viam como uma aberração. Clara estava mais calma do que nunca. Antes tinha que ficar controlando a raiva para não matar ninguém e agora nem raiva sentia direito, claro que irritação todos têm, mas raiva e ódio eram coisas que ela tinha esquecido o que eram.

— Estou tão feliz que nossa filha está bem.

— Eu sabia que ela ia voltar. É uma menina forte! Claro que nesse quesito ela me puxou.

Hermione empurrou Draco para o lado e ele riu.

— Coragem não veio daí, querido! — disse cínica e Draco parou de rir.

— Está me chamando de medroso?

— Eu não disse nada. Você que está dizendo...

Draco a encarou feroz.

— Há tempos que não sou medroso!

— Então assume que já foi?

— Por que estamos falando disso?

Hermione se aproximou e o beijou quando percebeu que estava muito irritado.

— Não precisa ficar assim. Eu sei o quanto você mudou.

Draco ficou em silêncio a olhando.

— E posso dizer... — Se aproximou e cochichou. — Gosto mais do que você é agora... Virou um ótimo partido. Ainda bem que é só meu!

O loiro sorriu e a beijou.

— Por que não vamos comemorar que a Clara voltou?

— Onde?

— Um restaurante ou qualquer coisa assim. — Deu de ombros. — Só para comemorar. Podemos chamar seus amigos e os pais do Enrico.

— É uma ideia boa.

Os dois combinaram com o pessoal de ir em um restaurante trouxa de comida japonesa. Clara gostava muito.

— Você é uma menina que adora dar sustos na sua mãe sabia?

— Não faço de propósito. — Deu de ombros e Harry riu.

— Que bom que está bem.

Todos conversavam entre si sentados à mesa. Alessandra e Mark também estavam ali. A loira estava sentada ao lado de Clara.

— Tem alguma coisa errada?

— Não. Por quê?

— Parece incomodada com algo.

— Não é isso. É que nunca fiquei rodeadas de bruxos sabe... Não é uma coisa comum.

As duas riram.

— Mas você acha ruim?

— Oh não! Eu acho legal.

— Que bom.

— Fico feliz que tenha acordado. Enrico ficou tão desolado enquanto você dormia...

— Acho que todos ficaram abalados.

— Sim, mas ele não saiu do seu lado até você acordar.

Clara sorriu e o olhou. Conversava com Alyce e Alex. Depois de tudo que aconteceu, a briga entre os dois realmente tinha acabado.

— Ele te ama muito.

— Eu também o amo muito.

A mulher sorriu. Ela gostava muito de Clara e a relação dos dois era muito importante para ela, pois via seu filho feliz.

— Vamos fazer um brinde a volta da minha guerreira — Draco estendeu a taça de vinho.

— Pai... — disse envergonhada.

Hermione também levantou a taça e Clara suspirou. Agora a vergonha só ia aumentar.

Enrico também levantou e sorriu quando Clara o olha com cara de "abaixa isso ou morre!". Logo todos brindaram.

O jantar estava muito agradável. Draco e Hermione estavam realmente muito felizes em ter sua filha de volta.

— Eu queria um suco de uva desse.

— Isso não é suco, Ethan.

— Mesmo assim eu queria um...

— Você não pode beber isso, filho.

— Por quê?

— Porque é bebida de adultos.

Ethan cruzou os braços e fez bico.

— Quando vou virar adulto?

Todos na mesa riram quando ele perguntou isso muito irritado.

— Enrico não beba tantos copos! É um só e para brindar!

— Mãe!


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