Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 37
Ameaça




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Uns dias se passaram e Hermione continuava procurando casas na Itália. Estava decidida a ir mesmo que isso não deixasse Clara feliz. Ela poderia ficar triste, mas estaria segura e ao seu lado. Isso que importava no momento.

Hermione cansou de procurar no computador e foi dar uma volta na rua. Draco não estava em casa, ele levou Ethan até a casa dos pais, pois o menino queria ver sua avó.

Hermione saiu de casa e foi procurar um lugar para comer. Estava com muita fome, pois ficou horas na frente do computador. Quando ela entrou no estabelecimento, se deparou com Jacob, que sorriu ao vê-la. No mesmo pé que entrou, ela saiu ao vê-lo.

O homem saiu do local e foi atrás dela. Quando se aproximou, a puxou para um lugar sem ninguém e a colocou contra a parede.

— Me solta!

— Não precisa ficar agressiva. Não vou te machucar.

— Não interessa o que você vai fazer! Eu quero ir embora agora! Me solta! — falou alto.

— Que pena. Ia te contar as coisas que sei...

Hermione ficou em silêncio.

— E o que sabe?

— Você não queria ir embora? — perguntou sarcástico.

— Fala logo!

— Sei que vocês escondem uma coisa poderosa dentro de casa.

— Não sei do que está falando...

O homem sorriu.

— Sabe sim. Ela a sua cara. — Sorriu, maroto.

Hermione engoliu em seco.

— É sua filha, não é?

— Não te interessa!

— Eu sei que é. Vi quando um velho treinava ela.

— Como viu isso?

— Quando eles estavam do lado de fora da casa. Vi ela fazer uma magia muito esquisita... Sei que ela não é uma bruxa qualquer.

— E?

— Você não quer que eu conte para todos o que tem em casa, não é? Porque pelo visto ela está escondida...

— Está me ameaçando?

— Depende do ponto de vista, querida.

— Pra mim é ameaça.

— Entenda como quiser. Eu só acho que você não vai querer que eu denuncie, não é?

— Você não faria isso — disse nervosa. Ele falou logo de denúncia! Como ela inverteria o jogo?

— Tem certeza? O que eu perderia com isso? Acho que só você tem a perder, não é?

— E o que ganharia denunciando?

— Hum... Nada também, mas posso ganhar sem denunciar.

— O que quer dizer?

O homem se aproximou.

— Fica comigo que eu não falo nada dela para ninguém.

Hermione ficou em silêncio.

— Te dou um tempo para pensar, mas não muito sabe? Não sou muito paciente...

Foi embora deixando uma Hermione completamente assustada e nervosa. Merlin! Ela tinha que ter feito o que Clara disse! Ligou para a filha e contou tudo que aconteceu.

— Mãe você tinha que ter falado...

— Eu não consegui, Clara... Fiquei muito nervosa e ele falou logo de denúncia.

— Quando o ver de novo diga.

— Tudo bem.

— Você consegue, mãe.

As duas desligaram. Clara ficou parada em pé com o celular nas mãos. Estava pensativa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Preciso da sua ajuda.

— Pra que?

— Preciso dar um susto em alguém.

Enrico ficou em silêncio a olhando meio assustado. Seu olhar estava diferente...

— Pode me ajudar?

— Como?

Clara mexeu no celular e pelo GPS conseguiu ver onde Hermione estava.

— Me leve nesse local. — Entregou o celular ao loiro.

— Não fica muito longe daqui, mas você não acha perigoso sair?

— Não. Eu preciso fazer isso.

— Ok...

Os dois saíram de casa e foram até o local. Ficaram em um beco perto de onde antes Hermione estava. Era um restaurante e estava bem cheio.

— Você sabe quem é pelo menos?

— Sei. Ele vai passar aqui daqui a pouco.

Enrico estava assustado com o jeito de Clara. Nunca viu ela assim antes...

— É ele — falou quando um homem saiu do restaurante. — Quero que se esconda lá em cima. Ele não pode te ver.

Enrico olhou para onde ela apontou. Tinha uma escada de ferro que dava para o último andar de um prédio. Não era muito alto.

— Vai!

O loiro subiu as escadas correndo e ficou lá de cima escondido olhando Clara. A menina esperou o homem se aproximar e quando passou por ali, o agarrou pela roupa e o empurrou para a parte de trás do beco. Enrico engoliu em seco.

— Que...? — parou de falar ao ver Clara.

— O que pensa que está fazendo ameaçando minha mãe?

O homem ficou em silêncio a olhando por um momento.

— Não ameacei ninguém...

— Mentiroso! — falou alto e o cara deu um passo para trás.

— Fica calma, garota. Eu nem te conheço, deve estar me confundindo com alguém...

— Eu marquei bem seu focinho — falou com raiva.

Jacob engoliu em seco. Em um momento loucura, ele tentou correr e parou bruscamente quando as latas de lixo entraram na sua frente cercando seu caminho. Ele olhou Clara, que estava séria.

— Não terminamos a conversa ainda.

— Por favor, não me faça nada...

— Não farei se deixar minha mãe em paz.

— Tudo bem, não chego mais perto dela.

— Se chegar eu vou saber.

— Ela vai te contar, é claro.

Clara se aproximou dele e percebeu que chegou a tremer.

— Ela não precisa me contar.

O homem sentiu um frio na espinha ao olhar os olhos dela.

— Juro que não vou mais procurá-la.

— E se alguém souber disso aqui eu vou te encontrar e não vai ser um encontro agradável como esse. Entendeu?

— Sim. Pode ficar tranquila! Vou deixar sua mãe em paz e nunca ninguém vai saber de você. Vou sair do país.

— Que ótima notícia! Espero que faça uma boa viagem!

Jacob balançou a cabeça rapidamente.

— Claro. Posso ir agora?

— Hum... Pode. — As latas de lixo se mexeram sozinhas de novo dando espaço a ele, que levou susto e engoliu em seco. — E não esqueça do que me prometeu.

— Nunca esquecerei.

Ele passou por ela lentamente e quando estava fora do beco, começou a correr pela rua como louco. Estava apavorado com o que aconteceu.

Clara respirou fundo e encostou na parede. Em pouco tempo Enrico estava parado em frente a ela. Estava sério.

— Que foi?

— O que deu em você?

— Como assim?

— Não parecia você quando estava falando com ele.

— Acha que exagerei?

— Muito!

Clara desviou o olhar.

— Só queria proteger minha mãe...

Enrico suspirou e a abraçou.

— Vamos pra casa.

A menina concordou. Já estava escurecendo e os dois caminhavam pela rua. Enrico estava um pouco confuso com o que aconteceu. Nunca viu Clara daquele jeito e o olhar dela... Chegava a dar arrepio lembrar de como ela olhou aquele cara. Qualquer um ficaria com medo...

Chegaram em casa e os pais dele ainda não haviam chegado. O telefone tocava e Enrico correu para atender.

— Alô?

— Filho sou eu.

— Oi mãe.

— Está tudo bem por ai?

— É claro. Estamos nos comportando.

Clara deu uma risadinha.

— Que bom. Meu filho vamos chegar tarde hoje. Não deixem de comer e por favor, cuidado com essa menina!

— Como assim mãe?

— Não quero problemas com o pai dela, então use camisinha.

 Mãe!

— Meu filho quero que se proteja, só isso.

— Tá bom mãe vou desligar!

— Beijos.

Enrico desligou o telefone com raiva. Que coisa!

— Que foi?

— Meus pais vão chegar tarde hoje.

— Só isso?

— Só.

Clara cruzou os braços.

— Minha mãe e suas preocupações, só isso.

— Ok.

— Vou tomar um banho. Quer ir comigo?

A menina sorriu.

— Por que não?

Enrico sorriu largamente. Os dois tomaram um banho quente e demorado. Aproveitaram que estavam sozinhos. Quando saíram do banheiro, foram jantar.

Enrico reparou que Clara passava a mão no pescoço por trás volta e meia.

— Está tudo bem?

— Sim...

— Tem certeza?

Clara concordou e continuou comendo. Enrico suspirou. Ela estava tão estranha... Os dois arrumaram o que usaram na cozinha. Clara lavava a louça e Enrico arrumava a mesa. Quando o loiro terminou, foi ajudar Clara. Ele secava a louça.

O loiro pegou o ultimo copo da mão de Clara e quando encostou na mão dela, se assustou.

— Clara...

— Que?

Ele se aproximou e colocou a mão na testa dela.

— Você está fervendo!

— Eu estou bem. — Se afastou um pouco dele.

— Não tenta me enganar! Você está queimando de febre. — Se aproximou e segurou o braço dela pra que não saísse de perto. — Merlin! — Passou a mão no rosto dela e ficou assustado. — Melhor você deitar um pouco.

A menina concordou. Enrico subiu com ela para o quarto. Clara deitou na cama e ele a cobriu com o cobertor. Agora ela estava pálida e fez ele ficar mais preocupado ainda.

— O que você sente?

— Calor. Posso tirar a coberta?

— Claro. — Ajudou ela a tirar. — O que mais? — Fez carinho no rosto dela. Parecia estar mais quente do que antes.

— Só preciso ficar deitada...

— Clara eu nunca vi ninguém tão quente como você está agora... Vou ligar pra sua mãe.

— Não! — Segurou o braço dele. — Eu estou bem, Enrico. Isso vai passar.

— Passaria se fosse uma febre normal! — Puxou o braço e saiu do quarto sem dizer mais nada.

Clara ficou deitada respirando rápido. Não queria que seus pais a vissem. Estava sentindo algo muito estranho dentro de si. A menina trincou os dentes com força e apertou um pouco o lençol da cama. A respiração dela aumentou e o calor estava quase insuportável.

— Clara...

A menina abriu os olhos ao ouvir a voz preocupada de seu namorado. O loiro a olhava com medo e ao segurar sua mão se assustou. Estava mesmo quente. Muito quente.

— Vou buscar um termômetro.

O loiro saiu do quarto de novo e Clara começou a ficar nervosa outra vez. Merlin! Por que ele tinha que sair? Em pouco tempo voltou e colocou o termômetro embaixo do braço dela. Clara segurou firme a mão dele.

— Sua mãe está vindo.

Um som baixo fez Clara pular. Enrico se aproximou e tirou o termômetro dela. O loiro ficou paralisado olhando o pequeno aparelho.

— Que foi?

— Isso é impossível!

— O que?

A campainha tocou antes que ele pudesse responder. O loiro desceu as escadas correndo e abriu a porta. Hermione estava ali.

— Cadê ela?

— Está no meu quarto.

— E seus pais?

— Vão chegar tarde hoje...

Os dois subiram as escadas e seguiram para o quarto. Hermione se aproximou e tocou Clara, logo em seguida tirou a mão dela. Estava literalmente fervendo.

— Meu Deus!

— O que? — a menina perguntou.

— O termômetro deu quase 50 graus...

Hermione arregalou os olhos.

— Vamos dar um banho nela agora!

— Mas eu já tomei banho... — resmungou enquanto Enrico a tirou da cama.

O loiro a levou até o banheiro e a colocou em pé. Clara foi para o lado e ele a segurou.

— Você vai ter que me ajudar.

Enrico arregalou os olhos quando Hermione disse isso.

Hermione se aproximou e começou a tirar a roupa de Clara. Enrico continuou parado a segurando para que não caísse. Hermione deixou a menina de roupa intima e pediu para Enrico a ajudar a colocar no box. Quando lá dentro, ele teve que ficar segurando Clara, que volta e meia ameaçava cair. Estava ficando mole e parecia delirar agora.

Hermione colocou o chuveiro no gelado e ligou a água. Clara apertou os braços de Enrico com força e fechou os olhos fortemente. O espelho do banheiro estourou e Hermione se afastou, pois, alguns pedaços bateram nela.

— Você está bem? — Enrico perguntou.

— Sim. — disse nervosa. Estava apavorada com Clara.

Ela se aproximou e colocou a mão no rosto de Clara. Continuava fervendo mesmo com a água gelada.

— Clara você está me ouvindo?

A menina acenou.

— Vou chamar o Albern.

— Por favor... — pediu em um sussurro.

Hermione saiu do banheiro e Enrico continuou a segurando debaixo do chuveiro. A água que batia nele estava muito gelada, mas Clara estava tão quente que quando a água batia nela, ficava quente também.

Hermione mandou uma coruja para ele e pediu urgência em ir até ali. Claro que deu o endereço. Depois de mandar a carta, ajudou Enrico a tirar Clara de dentro do box. Estava toda molhada, mas parecia mais quente do que antes.

Agora ela estava ameaçando desmaiar e Hermione sentia vontade de chorar ao ver sua filha naquele estado. Enrico a pegou no colo e levou até seu quarto, o loiro a colocou deitada na cama e trocou a roupa dela. Hermione não conseguia, estava muito assustada.

— Onde está o Draco? — Enrico perguntou colocando um short em Clara.

— Está com os pais dele — respondeu chorando.

— Não é melhor avisar? — A olhou.

Hermione olhava Clara. Estava com os olhos cerrados e mexia a cabeça lentamente de um lado para o outro.

— Não consigo... — sussurrou.

A campainha tocou e os dois deram um pulo. Enrico desceu e abriu a porta. Era Albern.

— Entre.

Os dois subiram as escadas e chegaram ao quarto de Enrico. O homem se aproximou da cama e sentou ao lado dela. Clara virou a cabeça na direção dele.

Hermione chorava silenciosamente e não tirava os olhos de Clara. Enrico segurou firme a mão dela. Hermione o olhou.

— Pode avisar o Draco pra mim? — perguntou passando a mão nos cabelos dele.

— Claro. — Saiu do quarto.

— O que ela tem?

— Aconteceu alguma coisa hoje?

— Como assim?

— Posso ficar a sós com ela?

— Ela vai ficar bem?

— Sim, mas preciso ficar a sós com ela.

— Tudo bem. — Saiu do quarto e seguiu para a sala. Enrico estava lá escrevendo uma carta para o Draco.

— O que aconteceu?

— Ele pediu para ficar a sós com ela.

O loiro ficou uns segundos olhando sua sogra e depois voltou a escrever no papel.

No quarto, Albern tentava fazer Clara falar, mas ela não conseguia.

— Fez algo diferente hoje?

Ela acenou um sim.

— Coisa ruim?

De novo acenou um sim.

— Menina... Fez mal a alguém?

Clara hesitou, não tinha machucado ninguém só assustado...

— Não fez?

Ela levantou os ombros.

— Machucou alguém?

Clara acenou um não.

— Alguém viu o que fez?

Ela acenou um sim.

— Quem?

— En... En..

— Já entendi. Vou chamá-lo.

O homem saiu do quarto e apareceu na escada. Os dois levantaram do sofá.

— O que ela tem?

— Venha comigo, garoto.

— Ela está bem?

— Preciso que me responda umas coisas.

Enrico franziu a testa.

— Albern...

— Ela vai ficar bem, senhora Malfoy. Espere um momento e já te explico, tudo bem?

— Ok.

Enrico subiu as escadas e entrou no quarto. Clara parecia cada vez pior... Como ele fala que ela vai ficar bem?

— O que ela fez hoje?

— Como assim?

— Quem ela fez mal?

— A ninguém.

Clara gemeu e o olhou.

— Você precisa me contar o que ela fez.

— Ela não fez mal a ninguém! Só deu um susto.

— Um susto? Como foi isso?

Enrico olhou Clara e ela acenou fracamente para que ele contasse. O loiro contou tudo que viu ao homem.

— Pode voltar pra sala.

— Por quê?

— Preciso conversar com ela.

— Mas...

— Por favor.

Enrico suspirou e saiu do quarto.

O homem se aproximou de Clara e deslizou a mão na testa dela. Clara respirou fundo e sentiu que a temperatura abaixou rapidamente. Agora respirava melhor e conseguia se mexer sem dor.

— O que você fez, menina?

— Eu queria proteger minha mãe...

— Você a protegeu, mas da forma que fez...

— O que?

— Deixou as trevas entrarem em seu coração.

Clara arregalou os olhos.

— O que? Não...

— Ameaça não é uma coisa que um ser da luz faz.

Os olhos dela se encheram de lágrimas.

— E agora?

— Eu não sei.

— Eu não quero ser do mal, Albern!

— Então não seja.

— Mas e essas trevas?

— Vai ter que ser forte e controlá-la ai dentro. — Apontou pro coração dela.

— Não tem nenhum jeito de tirar isso de mim?

— Não que eu saiba.

— E tirar os poderes?

O homem ficou em silêncio a olhando surpreso.

— Acabaria com os poderes para não ser do mal?

— Sim.

— Tem um jeito.

— Qual?

— Morrendo.

Clara engoliu em seco.

— Mas eu quero um jeito em que eu fique viva.

— Oh, mas não é morrendo de não voltar.

— Como assim?

— É como se você fosse ao outro lado e voltasse.

— Tipo uma experiência de quase morte?

— Talvez...

— Como faço?

— É muito arriscado, querida.

— Eu não ligo. Como faço?

— Você tem muita coragem, mas não posso permitir isso.

— Você não tem que permitir! Ou é isso ou algo ruim vai acontecer — disse séria.

O homem desviou o olhar.

— Temos que falar com seus pais primeiro.

— Que droga! Eles não precisam saber!

— Mas se você morrer? E aí?

— Ué... Morri com a febre. Eles não precisam saber.

— Não está sendo egoísta?

— Como pode falar isso? Estou falando que morro para não ser do mal e fazer coisas horríveis com as pessoas.

Albern ficou pensativo. Ela tinha razão.


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