Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral
Os dias passaram e Clara voltou para Hogwarts para mais um ano de estudos. Hermione e Draco continuavam trabalhando normalmente, mas nenhum dos dois tinha ajudante. Jenny e Caleb estavam afastados do trabalho e iam ser julgados pelos "crimes" que cometeram.
— Hoje a gente fica sabendo o que vai ser daqueles imbecis — disse Draco.
— Demorou muito esse julgamento.
— Não importa. Enquanto não foram julgados, tiraram a varinha deles.
— Espero que fiquem presos.
— Eles vão ficar. Nem que seja por terem falsificado uma carta do ministro.
— É.
Passaram o dia nos seus afazeres e quando deu a hora, foram assistir o julgamento dos dois.
Jenny ficou o tempo todo encarando Hermione com cara de raiva. Ela por sua vez não desgrudou os olhos também.
— Para de olhar pra ela...
— Ela está me olhando primeiro.
Caleb estava totalmente diferente. Estava de cabeça baixa e não olhou ninguém, só quando pediram para ele levantar a cabeça que ele o fez. No fim o juiz decretou que fossem presos. Assim que ele disse, Hermione suspirou aliviada. A preocupação dela era com o que eles poderiam fazer com a Clara depois de verem o que ela faz.
Os guardas levaram os dois. Quando estavam quase saindo pela porta, Jenny se soltou deles e voltou para o salão onde todos ainda estavam sentados.
— Eles têm uma aberração em casa! Aquela garota só pode usar magia negra das mais poderosas e nunca vistas! Ela quase me matou e nem se quer estava com sua varinha! Vocês precisam acreditar no que digo! Eles são os verdadeiros monstros e não eu!
Os guardas a agarraram e a levaram dali mesmo ela falando e gritando que Clara precisava ser analisada.
Hermione olhou Draco com medo.
— Não liga pra isso — disse calmo.
Um tempo depois os dois estavam em casa. Draco, Hermione e Ethan estavam jantando sentados à mesa. Hermione mexia na comida, mas estava com o pensamento longe.
— O que foi? — Draco perguntou ao ver que nem tocou na comida.
— Acha que eles poderiam realmente analisar ela?
— É claro que não! Ela não tem provas do que disse.
— É mesmo.
— Eu disse, fica tranquila.
Hermione concordou.
— Já terminei. Posso ir brincar?
— Pode, filho.
O pequeno desceu da cadeira e saiu correndo.
— Ethan quantas vezes eu vou ter que falar para não correr?! — brigou com ele, que nem escutou por já estar longe.
— Sabe, acho que você está muito estressada... — Puxou a cadeira dela para perto da dele.
— Não.
— Sim... Estressada demais... — Beijou o pescoço dela lentamente.
— Draco...
— Você precisa relaxar um pouco sabia? — perguntou alisando a coxa dela.
Hermione deu uma risadinha. Ele sempre fazia isso quando queria levá-la para a cama.
— Por que não diz logo que me quer em vez de ficar inventando essas desculpas?
Draco parou de beijar o pescoço dela e a olhou.
— Que eu te quero você sabe, mas acho que realmente precisa relaxar.
— E o que você vai fazer quanto a isso? — perguntou bem próxima a ele.
Draco engoliu em seco. Se Ethan não estivesse a poucos metros da sala de jantar, ele a possuiria ali mesmo!
— Vamos subir e você descobre...
Hermione mordeu o lábio inferior e Draco respirou fundo.
Céus! Por que o Ethan está em casa nesse momento?
***
As aulas já tinham terminado e os alunos estavam espalhados pelo castelo. Clara ajudava Alyce com as dúvidas que tinha. As duas estavam sentadas no jardim próximo ao lago.
— Como você sabe de tudo?
— Eu não sei de tudo.
— Mas tudo que eu não sei você sabe!
— E isso é saber de tudo?
— É!
— Claro que não! Eu só gosto de entender como funciona cada coisa.
— Oi meninas. — As duas olharam pra trás.
— Oi Alex — responderam juntas.
— Não querem ver o treino de quadribol?
— Estamos estudando — respondeu Clara.
— Entendi. Se quiserem ir lá quando acabarem...
— Tudo bem — respondeu Alyce.
O ruivo saiu dali e as duas continuaram o que estavam fazendo.
— Você ouviu? Estão quase que em guerra no campo de quadribol... Esses dois ainda vão se matar...
Clara começou a prestar atenção na conversa de duas meninas que passavam por ali.
— Eu não entendo porque eles brigam tanto...
— Isso é óbvio né. — Olhou Clara. A menina desviou o olhar.
Merda! Ela fechou o livro em suas mãos e levantou.
— Aonde você vai? — Alyce perguntou.
— Tentar impedir que alguém morra. — Saiu de perto dela andando rápido.
Alyce pegou suas coisas e foi atrás dela. Clara seguiu até o campo e quando chegou, viu que os jogadores da Sonserina jogavam contra os da Grifinória. Não tinha nenhum professor supervisionando isso. A menina suspirou. Procurava os dois olhando cada canto do lugar.
Ela avistou Enrico no cantinho parado em cima da vassoura procurando o pomo de ouro. De repente ele saiu em disparada e ela viu Alex indo na mesma direção que ele. Os dois ficaram se esbarrando tentando fazer com que um caísse da vassoura.
— Idiotas!
Clara deu um pulo.
— Que susto, Alyce!
Já estava escurecendo e eles não paravam o jogo.
— Isso não vai acabar bem.
— Você acha? — Clara perguntou cínica. Estava de braços cruzados e não tirava os olhos dos dois.
De repente começaram a voar para cima indo atrás do pomo. Foram tão alto que sumiram entre as nuvens. As duas trocaram olhares.
Em pouco tempo escutaram um grito. Conforme ia se aproximando, o grito ficava mais alto. Enrico estava caindo lá de cima. Quando foi pegar o pomo, Alex esbarrou nele e acabou caindo da vassoura, mas Alex não foi atrás do pomo e sim voou na direção de Enrico para pegá-lo. Só que ele estava caindo muito rápido e o ruivo só conseguiu segurar a mão do loiro já bem próximo ao solo e assim ele bateu no chão, rolou pela areia e parou deitado de barriga para cima.
Clara correu na direção dele e Alyce a seguiu. Todos os jogadores pararam de jogar e olharam na direção de Enrico.
A menina ajoelhou no chão perto dele. Estava desacordado e bastante machucado. Clara colocou as mãos no peito dele.
— Ele está respirando? — Alyce perguntou deixando Clara mais nervosa ainda.
Alex se aproximou e desceu da vassoura.
— Ele está bem?
Clara tinha as mãos apoiadas no peito dele, sentiu que as costelas estavam quebradas. Poderia ter perfurado o pulmão já que ele não respirava tão bem.
— Afastem-se! — disse o capitão da Sonserina.
As pessoas se afastaram um pouco, mas continuaram em volta dele. O garoto empurrou Clara para o lado. A menina o encarou séria. Alex se aproximou dela e colocou a mão em seu ombro. Ela o olhou e o ruivo disse sem som "fica calma".
O garoto colocou as mãos em Enrico.
— Acho que quebrou as costelas...
— Será que perfurou o pulmão? — Clara perguntou.
— Eu não sei, não sou médico.
A menina apertou as mãos.
— Então sai da frente! — Empurrou o garoto para o lado.
— Ficou louca?
Clara não respondeu e colocou as mãos no peito de Enrico mais uma vez. A respiração quase não existia agora. Então ela confirmou que tinha perfurado o pulmão e provavelmente estava enchendo de sangue. Ele estava morrendo.
"Não cure ninguém! Nem que seja caso de vida ou morte!" as palavras do bruxo ecoaram na mente dela, mas era o Enrico! Ela não podia deixar isso acontecer!
Sem pensar mais, respirou fundo e se concentrou no local que estava ferido. As pessoas se afastaram assustadas quando viram as mãos de Clara começarem a brilhar fortemente. Todos estavam de boca aberta e apavorados.
Um tempo depois, a luz apagou e o Enrico abriu os olhos puxando o ar com mais força. Clara sorriu largamente ao ver que ele estava bem, mas ao olhar ao redor, se sentiu totalmente tensa. Todos a olhavam com cara de medo. Engoliu em seco.
— O que você fez?
Olhou na direção de Enrico e percebeu que até ele tinha expressão assustada. Começou a ficar extremamente nervosa com a situação.
— O que você é? — o capitão da Sonserina perguntou.
Todos estavam afastados dela. Menos Alyce e Alex que já sabiam que ela tinha poderes assim. Clara levantou do chão e saiu correndo para longe de todos.
— Clara!
Alyce segurou o braço de Alex.
— Ela precisa ficar sozinha agora.
O ruivo suspirou e continuou olhando-a.
Enrico estava sentado no chão totalmente confuso. Que diabos aconteceu com ele? O loiro viu Clara já bem longe e levantou do chão para ir atrás dela.
— Onde pensa que vai?
— Eu...
— Vamos pra ala hospitalar agora!
— Mas...
— Nada de "mas"! — o cortou com arrogância e saiu o puxando. — Vocês novatos só me dão trabalho! — resmungou.
Enrico continuou olhando na direção de Clara mesmo sendo puxado. Estava agora na ala hospitalar sentado na cama com cara amarrada. Se sentia ótimo e a enfermeira não o deixava sair.
— Que droga! Eu estou bem! Ótimo! Nunca estive melhor!
— Isso não é possível, querido. Você caiu de uma altura muito grande e pode ter quebrado algo.
— Se tivesse quebrado estaria doendo.
A mulher revirou os olhos.
— Deixe-me sozinha com o Sr. Agnelo — disse Minerva já perto da cama dele.
— Sim, senhora. — A enfermeira saiu dali e fechou a porta.
— Eu estou ótimo, já disse!
— Eu sei que está. Quero saber do que se lembra.
— De cair da vassoura.
— E depois?
— Acordar com todos me olhando.
— Só isso?
— Só. Posso ir?
Minerva ficou o olhando por um momento. Parecia analisar ele.
— Pode.
— Obrigado. — Levantou da cama e saiu dali. Quando passou pela porta, começou a correr. Queria achar a Clara logo.
O loiro procurou em todos os cantos possíveis do castelo e não a encontrou.
— Que droga!
Os únicos lugares a procurar agora eram na floresta e perto da cabana. Seguiu até lá. Ao chegar na cabana que era de Hagrid, parou e observou. Tinha luz lá dentro. Será que aquele grande cara barbudo e velho estava lá dentro?
Bateu na porta e esperou. Ninguém veio. O loiro deu a volta na casa e pela janela de trás, conseguiu ver a menina lá dentro. Estava sentada no chão abraçando as pernas. Deu a volta de novo e tentou abrir a porta. Estava fechada.
— Clara abre a porta, por favor.
A menina parou de chorar por um instante. Não esperava que ele a encontrasse. Na verdade, não esperava que fosse procurá-la...
Levantou do chão e foi até a porta. Pensou se abria ou não.
— Por favor, Clara...
Fechou os olhos e abriu a porta.
Os dois ficaram se olhando em silêncio por um tempo, até que o Enrico entrou no lugar e se aproximou dela, mas Clara foi para trás.
— Que foi?
— Você sabe.
— Que você salvou minha vida? Sim eu sei. — Se aproximou e ela foi pra trás de novo. — Para de fazer isso, Clara...
— Eu preciso ficar sozinha...
— Não vou te deixar assim.
— Não tem medo?
— De você?
— Sim.
— É claro que não!
— Mas...
— Clara eu não sei o que é isso, mas eu não estou nem ai! Não tenho medo de você ou do que você faz. Só quero que não se afaste de mim.
— Como pode falar isso depois do que fiz hoje?
— Você salvou minha vida. Não sei como, mas eu vi o que você fez ali...
— Eu não sou normal.
— É...
Clara desviou o olhar.
— E é engraçado eu gostar mais ainda de você agora.
A menina ficou paralisada olhando o chão uns segundos, como se digerisse o que ele acabou de dizer. Enrico se aproximou e puxou o rosto dela para que o olhasse. O loiro sorriu levemente e a beijou.
Os dois se separaram quando faltou o ar e ficaram com o rosto bem próximos respirando rápido.
— O que era aquilo?
— É complicado...
— Não quer me contar?
— Eu nem podia ter te salvado, mas... — Engoliu em seco ao pensar no que o bruxo disse.
— O que?
— Não podia deixar você morrer.
Enrico fez carinho no rosto dela.
— Me conte quando se sentir à vontade.
Clara o olhou nos olhos por um momento.
— Todo mundo já viu mesmo... Mas não sabem de tudo.
— Como assim?
— Você promete guardar segredo?
— É claro!
— Enrico isso é muito sério, ninguém pode saber.
— Eu não vou contar, Clara.
— Tudo bem. Vem cá. — Segurou a mão dele e o levou até o sofá velho que tinha na cabana.
Clara contou a ele tudo desde o início, o dom que recebeu, o que fez quando era um bebê e o que vinha acontecendo com ela nos últimos dias. Enrico ouvia tudo em silêncio absoluto. Se quer tirava os olhos dela. Isso deveria deixá-lo assustado? Porque ele não estava nem um pouco, pelo contrário, estava fascinado com o que ouvia e cada vez gostava mais de conhecê-la melhor.
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