Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral
No dia seguinte, Clara sentou na cama e respirou fundo. Sabia que ia ser difícil tudo que decidiu, mas achou que seria bom dar uma chance ao Alex. O que poderia dar errado?
Tomou um banho e colocou o uniforme. Assim que saiu do banheiro, encontrou Alyce sentada em sua cama.
— Que demora!
— O que você tem?
— Nada.
— Por que está com tanta pressa? — perguntou enquanto Alyce descia as escadas rápido.
— Eu estou com fome.
— Só isso?
— É claro!
— Sei.
Ao chegar ao salão, Alyce se sentou rapidamente em um lugar e começou a pegar coisas para comer. Clara deu de ombros com a situação e sentou ao lado dela. Um tempo depois Alex apareceu e sentou ao lado da menina. Os dois sorriram e Alex deu um selinho rápido nela, fazendo Alyce deixar o pedaço de bolo cair de sua mão.
— Eu vi isso mesmo?
— Depende, o que você viu? — o ruivo perguntou.
— Vocês trocaram um beijo?
— Todo mundo está falando isso — respondeu Clara.
— Não falo disso. Estou falando de um selinho que deram nesse minuto!
— Ah sim. Você viu direito — Alex falou tranquilamente e começou a comer.
Alyce olhou Clara de boca aberta.
— Quando ia me contar?
— Hoje.
— E por que não contou antes?
— Porque você estava com pressa e eu ainda não sei o motivo.
Alyce desviou o olhar.
— Estou com fome ué.
— Sei... — disse sarcástica.
Comeram e depois seguiram para a aula. Clara observava Alyce, a morena toda hora olhava para o lado e depois o professor. A menina percebeu que olhava um garoto.
— Vamos formar duplas e eu escolho! — disse antes que começasse a movimentação.
Alex acariciava a mão de Clara, ela estava com as mãos em cima da mesa. A menina observou Alyce de novo e mais uma vez ela olhava na direção do garoto. Clara virou o rosto para olhá-lo também e sem querer viu que Enrico a olhava. O loiro estava extremamente sério e a encarava de um jeito assustador, ele viu as mãos juntas em cima da mesa e depois virou o rosto na direção do professor.
O homem escolheu as duplas e todos tiveram que sentar juntos. Alex não estava muito feliz com a situação, já que ele escolheu Clara e Enrico para fazer dupla.
Os dois se sentaram lado a lado, mas se quer se olharam. Começaram a fazer o que o professor pediu e só falavam o essencial. Até que Enrico não aguentou mais.
— Você está com ele mesmo?
— Do mesmo jeito que você está com sua namorada — respondeu sem olhá-lo.
— Você já tinha um caso com ele quando estava comigo!
— Na verdade, não. Eu beijei ele depois que você beijou sua atual namorada — respondeu simplesmente.
Enrico ficou quieto a olhando. Beijou depois?
— Você estava na biblioteca não estava?
Clara o olhou finalmente. Estava o tempo todo olhando o caderno que fazia anotações.
— Por que você acha?
— Não tinha ninguém lá. Como você saberia disso?
— Porque você ia contar que não seria né — respondeu sarcástica.
— Se você estava lá, sabe o que aconteceu.
— Não precisei estar lá pra ficar sabendo...
— Onde você se escondeu?
— Eu não estava lá.
— É claro que estava!
— Por que está dizendo isso?
—...Não sei. Mas eu sei que você estava lá!
— E se eu estivesse? — perguntou o olhando séria. — Ia fazer diferença?
— É claro! Assim você saberia o que foi que aconteceu de verdade.
— Sim e eu sei.
— Sabe?
— É claro! Você beijou a cobra da Thompson. Fato.
— Acho que me enganei, você não estava lá... — Voltou sua atenção ao caderno.
— Por que mudou de ideia agora?
— Ei! Parem com a conversa paralela! — o professor brigou com eles.
Depois dessa conversa na sala de aula, os dois não se falaram mais. Uns dias se passaram e Clara continuou seus treinamentos com Minerva, as vezes quebrava algumas coisas e colocava fogo também, mas estava controlando bem melhor do que antes a raiva.
Apesar de tudo, ela estava se sentindo bem namorando com Alex. Ele a tratava bem e estava sempre a apoiando em suas dificuldades.
Todos os alunos estavam sentados à mesa jantando. A diretora pegou um garfo e um copo e bateu fazendo barulho para chamar atenção de todos.
— Boa noite a todos! Venho comunicar que o baile está chegando! — Um murmúrio começou no salão. — Se apressem em arrumar um par para dançar e aproveitar esse dia tão especial — disse sorrindo. — Vocês têm três meses para se preparar. — Os cochichos continuaram enquanto ela falava. — Bom apetite!
— Essa não! O baile! — Alyce colocou a mão no rosto.
— O que tem?
— Precisa de um par!
— E?
— Oras, Clara! Eu não sei com quem vou.
— Eu tenho um palpite.
— Qual?
Clara olhou na direção de Connor.
— O que você acha?
Alyce ficou vermelha na hora e Clara sorriu.
— Não.
— Por quê? Eu sei que está gostando dele.
— Cala a boca! — Beliscou ela.
— Ai Alyce!
— Mulheres... — Alex revirou os olhos. — Você vai comigo né? — Deu um selinho em Clara.
— É claro — disse sorrindo. — E não se preocupe Alyce, ele vai te convidar. — Levantou da mesa e saiu do salão deixando uma Alyce com o rosto vermelho igual um tomate e um Alex risonho com a cena.
Ao passar pela porta do salão, deu de cara com Agnes e sua amiga. A menina respirou fundo ao ver que as duas a olhavam.
— Eu sou muito sortuda mesmo! Vou com o cara mais bonito de Hogwarts.
— Você tem sorte mesmo, Agnes. O Enrico é um gatinho.
Clara passou por elas respirando fundo e tentando pensar coisas que acalmasse. As duas riram quando ela sumiu.
— Ela é uma idiota! Não sei como o Enrico gosta dela.
— Tem inveja, Agnes?
— Inveja? Ela é ridícula! Se bobear usou uma poção do amor nele.
— Não duvido. Por que ele parece gostar mesmo dela... Mas eu acho ela bonita.
— Ficou louca? — perguntou histérica.
— Agnes ela não é feia. Só é esquisita.
— Ela não é bonita! — gritou.
— Ok.
Agnes olhou para as escadas onde Clara tinha passado com raiva. Será que nem entre as amigas ela seria melhor do que essa garota?
***
Draco e Hermione estavam no quarto deles sentados na cama. O loiro mexia no curativo dela para ver se estava melhorando.
— E aí?
— Falta pouco.
— Pois ainda dói.
— Desculpa... Eu sempre faço tudo errado.
— Verdade.
— Mas eu vi Hermione, não foi você que veio me contar.
— E nem contaria porque achei que era você... — Desviou o olhar ao lembrar.
— Não desconfiou que não era eu?
— Não.
— Eu vou matar ele!
— Não começa com isso, Draco. Ninguém vai matar ninguém!
— Tá bom. Não mato, mas com certeza ele chegará perto da morte — disse feroz. — Ainda mais com o que aconteceu entre vocês!
— Vamos mudar de assunto?
— Ok.
Os dias passaram e Draco não fez nada com o Krun. Mal sabia ele que o moreno não era o verdadeiro problema e sim o Caleb. O loiro bolava um jeito de encontrar o Vitor sozinho.
Hermione passou correndo pelo corredor e Draco se assustou.
— Que foi?
Ela não respondeu e continuou seu caminho. Draco foi atrás e entrou no banheiro. Hermione estava de joelhos em frente ao vaso sanitário e vomitava. O loiro se aproximou lentamente e ajoelhou ao lado dela. Um tempo depois ela parou de passar mal e o olhou.
— O que você tem?
— Eu não sei. — Fechou os olhos e esfregou as têmporas.
— Está com dor de cabeça?
— Sim.
— Melhor deitar e descansar.
Hermione concordou. Draco a ajudou a levantar e deitou com ela na cama. O loiro ficou a observando. Estava pálida demais para o gosto dele.
— Acho melhor você fazer uma consulta.
— Por quê?
— Acho que você não está bem...
— Jura? Pensei que colocar as tripas pra fora e sentir como se tivesse uma guerra na cabeça fosse normal — respondeu cínica e Draco revirou os olhos.
— Anda, vou levar você.
— Não precisa.
— Precisa sim.
— Por quê?
— Acho que você está péssima!
— Nossa, está tão ruim assim?
— Sim.
Hermione levantou da cama e sentiu por um momento que tudo rodou. Draco se aproximou rápido e a segurou.
— Vamos logo.
O loiro concordou. Como não tinham com quem deixar, tiveram que levar o Ethan com eles.
— Você está doente, mamãe? — perguntou preocupado. Estavam sentados esperando atendimento.
— Não, filho. Mamãe só está indisposta.
— E isso não é doente?
— Vai ficar tudo bem. — Hermione sorriu.
O pequeno a abraçou. Eles ficaram uns minutos esperando e logo um homem pediu a Hermione para acompanhá-lo.
— Fica aqui com o Ethan.
— Mas...
— Draco...
— Tá.
Hermione deu um selinho nele e um beijo na cabeça de Ethan, depois seguiu o homem.
— O que tem de errado além de estar tão pálida?
— Estou com muita dor de cabeça e enjoos...
O homem a examinava enquanto falava.
— Quase desmaiei antes de vir pra cá.
— Tem muito tempo que sente isso?
— Não muito.
— Bem, não é difícil de saber o que é.
— Eu sei...
— Se sabe por que veio aqui?
— Queria ter certeza.
— Entendo, mas você está grávida.
Hermione engoliu em seco.
— Vou observar você nessa gravidez, afinal, é a terceira, não é?
— Sim.
— É bom acompanhar.
— Obrigada.
Hermione saiu da sala do homem e seguiu para onde estava Draco e seu filho. Quando ela apareceu, o loiro levantou de seu lugar.
— O que é?
— Vamos pra casa.
— Você está bem? Ele te passou algum remédio?
— Eu te conto em casa.
— Você está doente, mamãe?
— Não, filho. A mamãe está ótima. — Pegou ele no colo.
Draco observou a expressão dela e começou a ficar nervoso. Os três seguiram para casa e o loiro foi atrás de Hermione, que seguiu para o quarto. Ela deitou na cama e abraçou as pernas.
— O que você tem? — Se aproximou depressa e deitou de frente pra ela.
— Estou grávida.
Draco paralisou com os olhos arregalados. Os dois ficaram em silêncio por um tempo.
— Merlin! — Foi o que ele conseguiu dizer. O loiro fez carinho no rosto dela. — Não ficou feliz?
— Draco você não entende a gravidade da coisa?
— Do que você está falando?
Hermione mordeu o lábio tentando segurar o choro.
— Como vou saber se é seu ou... Dele?
A expressão no rosto de Draco se transformou na mesma hora. O que assustou Hermione, pois a cara era de que mataria alguém...
Draco levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro como louco. Estava furioso e agora mais do que nunca tinha que ir atrás daquele imbecil!
— Vou chamar minha mãe.
— Pra que?
Draco não respondeu e saiu do quarto. Hermione nem conseguiu ir atrás, estava muito enjoada e desesperada com a situação. Minutos depois a Narcisa entrou no quarto e sentou na cama ao lado dela.
— Cadê o Draco?
— Eu não sei. Disse pra eu ficar com você, pois está passando mal.
— Ele saiu? — perguntou com desespero.
— Sim... O que aconteceu?
— Merlin!
***
Draco saiu de casa furioso e foi atrás de Krun. Sabia que ele estava em um hotel não muito longe da casa dos pais de Hermione. Veio pesquisando a vida dele para o pegar na hora certa, só que com o que aconteceu, isso pode ser adiantado! Como sabia que não ia conseguir entrar no local, ficou do lado de fora esperando a hora que ele saísse. Estava sentado em um canteiro de flores e não tirava os olhos da entrada do hotel. Uma hora de espera e finalmente o Krun saiu de lá. Draco fechou os punhos ao vê-lo e levantou. Esperou ele conversar com uma pessoa que o encontrou ali e quando, saiu sozinho, o seguiu.
Assim que passou por um lugar sem ninguém, Draco o surpreendeu o puxando para um beco vazio e apontou a varinha na direção do rosto dele.
— O que...?
— Eu vou te matar seu desgraçado!
O moreno tinha as mãos para o ar. Foi tudo tão repentino que ele nem conseguiu pegar sua varinha.
— Calma...
— Calma? — perguntou feroz. — Você faz o que quer com minha mulher e quer que eu tenha calma?
— Olha eu não fiz nada com ela.
— Mentiroso! — gritou.
— Me escuta... Eu fui procurar ela sim, mas ela não me deu ideia...
— É mesmo? E quanto a festa onde você se aproveitou dela? — gritou.
— Que festa?
— Não se faça de bobo seu idiota! — gritou e deu um soco no rosto dele. Krun colocou a mão na boca e percebeu que sangrava.
— Eu não sei do que você está falando! — Outro soco. — Que droga... Que festa é essa?
Draco rosnou de raiva.
— Seu fingido filho da puta! — Rangeu os dentes.
— Draco solta ele!
O loiro olhou para o lado, assustado.
— O que faz aqui?
— Sua mãe me pediu para te procurar e sua mulher disse que viria atrás dele.
— Você sabe o que ele fez? — perguntou furioso.
— Não.
— Ele enganou a Hermione para levá-la pra cama! — Cuspiu as palavras.
— Enganou como?
— Eu não fiz nada!
— Cala a boca! — falou alto. — Deu alguma poção pra ela fazendo acreditar que estava comigo.
— Isso é verdade, garoto? — perguntou frio.
— Eu já disse que não!
Ele recebeu um soco na cara assim que respondeu.
— Espera! — falou quando Draco ia lhe dar mais um soco.
O loiro parou e esperou ele falar.
— Uma festa feita pelo pessoal do ministério?
— É claro. Seu fingido!
— Espera! — falou quando ele levantou a mão de novo. — Teve uma mulher que me chamou para ir, mas eu não podia nesse dia...
— Que mulher?
— Eu não conheço. É uma loira, mais ou menos dessa altura. — Fez um movimento com a mão. — Bastante oferecida e disse pra eu ir que sua esposa estaria lá.
Draco o acertou mais uma vez.
— Draco!
— Que foi?
— Por que bateu nele se está te contando a história?
— Você acredita nele?
— Depois de tantos anos convivendo com mentirosos, sei quando encontro um e ele não está mentindo.
— Tem certeza?
— Tenho.
Draco olhou Vitor e ficou pensativo. Continuava com a varinha apontada na direção do rosto dele. O moreno estava com ferimentos na boca, olho e bochecha.
— Sabe o nome dessa loira?
— Jany ou...
— Jenny — Draco falou por ele.
— Esse mesmo.
O loiro respirou fundo e lembrou que quem o levou até o quarto que os dois estavam foi ela.
— Desgraçada!
— Pode me soltar agora?
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