Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 24
Reviravolta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570648/chapter/24

No dia seguinte, Clara sentou na cama e respirou fundo. Sabia que ia ser difícil tudo que decidiu, mas achou que seria bom dar uma chance ao Alex. O que poderia dar errado?

Tomou um banho e colocou o uniforme. Assim que saiu do banheiro, encontrou Alyce sentada em sua cama.

— Que demora!

— O que você tem?

— Nada.

— Por que está com tanta pressa? — perguntou enquanto Alyce descia as escadas rápido.

— Eu estou com fome.

— Só isso?

— É claro!

— Sei.

Ao chegar ao salão, Alyce se sentou rapidamente em um lugar e começou a pegar coisas para comer. Clara deu de ombros com a situação e sentou ao lado dela. Um tempo depois Alex apareceu e sentou ao lado da menina. Os dois sorriram e Alex deu um selinho rápido nela, fazendo Alyce deixar o pedaço de bolo cair de sua mão.

— Eu vi isso mesmo?

— Depende, o que você viu? — o ruivo perguntou.

— Vocês trocaram um beijo?

— Todo mundo está falando isso — respondeu Clara.

— Não falo disso. Estou falando de um selinho que deram nesse minuto!

— Ah sim. Você viu direito — Alex falou tranquilamente e começou a comer.

Alyce olhou Clara de boca aberta.

— Quando ia me contar?

— Hoje.

— E por que não contou antes?

— Porque você estava com pressa e eu ainda não sei o motivo.

Alyce desviou o olhar.

— Estou com fome ué.

— Sei... — disse sarcástica.

Comeram e depois seguiram para a aula. Clara observava Alyce, a morena toda hora olhava para o lado e depois o professor. A menina percebeu que olhava um garoto.

— Vamos formar duplas e eu escolho! — disse antes que começasse a movimentação.

Alex acariciava a mão de Clara, ela estava com as mãos em cima da mesa. A menina observou Alyce de novo e mais uma vez ela olhava na direção do garoto. Clara virou o rosto para olhá-lo também e sem querer viu que Enrico a olhava. O loiro estava extremamente sério e a encarava de um jeito assustador, ele viu as mãos juntas em cima da mesa e depois virou o rosto na direção do professor.

O homem escolheu as duplas e todos tiveram que sentar juntos. Alex não estava muito feliz com a situação, já que ele escolheu Clara e Enrico para fazer dupla.

Os dois se sentaram lado a lado, mas se quer se olharam. Começaram a fazer o que o professor pediu e só falavam o essencial. Até que Enrico não aguentou mais.

— Você está com ele mesmo?

— Do mesmo jeito que você está com sua namorada — respondeu sem olhá-lo.

— Você já tinha um caso com ele quando estava comigo!

— Na verdade, não. Eu beijei ele depois que você beijou sua atual namorada — respondeu simplesmente.

Enrico ficou quieto a olhando. Beijou depois?

— Você estava na biblioteca não estava?

Clara o olhou finalmente. Estava o tempo todo olhando o caderno que fazia anotações.

— Por que você acha?

— Não tinha ninguém lá. Como você saberia disso?

— Porque você ia contar que não seria né — respondeu sarcástica.

— Se você estava lá, sabe o que aconteceu.

— Não precisei estar lá pra ficar sabendo...

— Onde você se escondeu?

— Eu não estava lá.

— É claro que estava!

— Por que está dizendo isso?

—...Não sei. Mas eu sei que você estava lá!

— E se eu estivesse? — perguntou o olhando séria. — Ia fazer diferença?

— É claro! Assim você saberia o que foi que aconteceu de verdade.

— Sim e eu sei.

— Sabe?

— É claro! Você beijou a cobra da Thompson. Fato.

— Acho que me enganei, você não estava lá... — Voltou sua atenção ao caderno.

— Por que mudou de ideia agora?

— Ei! Parem com a conversa paralela! — o professor brigou com eles.

Depois dessa conversa na sala de aula, os dois não se falaram mais. Uns dias se passaram e Clara continuou seus treinamentos com Minerva, as vezes quebrava algumas coisas e colocava fogo também, mas estava controlando bem melhor do que antes a raiva.

Apesar de tudo, ela estava se sentindo bem namorando com Alex. Ele a tratava bem e estava sempre a apoiando em suas dificuldades.

Todos os alunos estavam sentados à mesa jantando. A diretora pegou um garfo e um copo e bateu fazendo barulho para chamar atenção de todos.

— Boa noite a todos! Venho comunicar que o baile está chegando! — Um murmúrio começou no salão. — Se apressem em arrumar um par para dançar e aproveitar esse dia tão especial — disse sorrindo. — Vocês têm três meses para se preparar. — Os cochichos continuaram enquanto ela falava. — Bom apetite!

— Essa não! O baile! — Alyce colocou a mão no rosto.

— O que tem?

— Precisa de um par!

— E?

— Oras, Clara! Eu não sei com quem vou.

— Eu tenho um palpite.

— Qual?

Clara olhou na direção de Connor.

— O que você acha?

Alyce ficou vermelha na hora e Clara sorriu.

— Não.

— Por quê? Eu sei que está gostando dele.

— Cala a boca! — Beliscou ela.

— Ai Alyce!

— Mulheres... — Alex revirou os olhos. — Você vai comigo né? — Deu um selinho em Clara.

— É claro — disse sorrindo. — E não se preocupe Alyce, ele vai te convidar. — Levantou da mesa e saiu do salão deixando uma Alyce com o rosto vermelho igual um tomate e um Alex risonho com a cena.

Ao passar pela porta do salão, deu de cara com Agnes e sua amiga. A menina respirou fundo ao ver que as duas a olhavam.

— Eu sou muito sortuda mesmo! Vou com o cara mais bonito de Hogwarts.

— Você tem sorte mesmo, Agnes. O Enrico é um gatinho.

Clara passou por elas respirando fundo e tentando pensar coisas que acalmasse. As duas riram quando ela sumiu.

— Ela é uma idiota! Não sei como o Enrico gosta dela.

— Tem inveja, Agnes?

— Inveja? Ela é ridícula! Se bobear usou uma poção do amor nele.

— Não duvido. Por que ele parece gostar mesmo dela... Mas eu acho ela bonita.

— Ficou louca? — perguntou histérica.

— Agnes ela não é feia. Só é esquisita.

— Ela não é bonita! — gritou.

— Ok.

Agnes olhou para as escadas onde Clara tinha passado com raiva. Será que nem entre as amigas ela seria melhor do que essa garota?

***

Draco e Hermione estavam no quarto deles sentados na cama. O loiro mexia no curativo dela para ver se estava melhorando.

— E aí?

— Falta pouco.

— Pois ainda dói.

— Desculpa... Eu sempre faço tudo errado.

— Verdade.

— Mas eu vi Hermione, não foi você que veio me contar.

— E nem contaria porque achei que era você... — Desviou o olhar ao lembrar.

— Não desconfiou que não era eu?

— Não.

— Eu vou matar ele!

— Não começa com isso, Draco. Ninguém vai matar ninguém!

— Tá bom. Não mato, mas com certeza ele chegará perto da morte — disse feroz. — Ainda mais com o que aconteceu entre vocês!

— Vamos mudar de assunto?

— Ok.

Os dias passaram e Draco não fez nada com o Krun. Mal sabia ele que o moreno não era o verdadeiro problema e sim o Caleb. O loiro bolava um jeito de encontrar o Vitor sozinho.

Hermione passou correndo pelo corredor e Draco se assustou.

— Que foi?

Ela não respondeu e continuou seu caminho. Draco foi atrás e entrou no banheiro. Hermione estava de joelhos em frente ao vaso sanitário e vomitava. O loiro se aproximou lentamente e ajoelhou ao lado dela. Um tempo depois ela parou de passar mal e o olhou.

— O que você tem?

— Eu não sei. — Fechou os olhos e esfregou as têmporas.

— Está com dor de cabeça?

— Sim.

— Melhor deitar e descansar.

Hermione concordou. Draco a ajudou a levantar e deitou com ela na cama. O loiro ficou a observando. Estava pálida demais para o gosto dele.

— Acho melhor você fazer uma consulta.

— Por quê?

— Acho que você não está bem...

— Jura? Pensei que colocar as tripas pra fora e sentir como se tivesse uma guerra na cabeça fosse normal — respondeu cínica e Draco revirou os olhos.

— Anda, vou levar você.

— Não precisa.

— Precisa sim.

— Por quê?

— Acho que você está péssima!

— Nossa, está tão ruim assim?

— Sim.

Hermione levantou da cama e sentiu por um momento que tudo rodou. Draco se aproximou rápido e a segurou.

— Vamos logo.

O loiro concordou. Como não tinham com quem deixar, tiveram que levar o Ethan com eles.

— Você está doente, mamãe? — perguntou preocupado. Estavam sentados esperando atendimento.

— Não, filho. Mamãe só está indisposta.

— E isso não é doente?

— Vai ficar tudo bem. — Hermione sorriu.

O pequeno a abraçou. Eles ficaram uns minutos esperando e logo um homem pediu a Hermione para acompanhá-lo.

— Fica aqui com o Ethan.

— Mas...

— Draco...

— Tá.

Hermione deu um selinho nele e um beijo na cabeça de Ethan, depois seguiu o homem.

— O que tem de errado além de estar tão pálida?

— Estou com muita dor de cabeça e enjoos...

O homem a examinava enquanto falava.

— Quase desmaiei antes de vir pra cá.

— Tem muito tempo que sente isso?

— Não muito.

— Bem, não é difícil de saber o que é.

— Eu sei...

— Se sabe por que veio aqui?

— Queria ter certeza.

— Entendo, mas você está grávida.

Hermione engoliu em seco.

— Vou observar você nessa gravidez, afinal, é a terceira, não é?

— Sim.

— É bom acompanhar.

— Obrigada.

Hermione saiu da sala do homem e seguiu para onde estava Draco e seu filho. Quando ela apareceu, o loiro levantou de seu lugar.

— O que é?

— Vamos pra casa.

— Você está bem? Ele te passou algum remédio?

— Eu te conto em casa.

— Você está doente, mamãe?

— Não, filho. A mamãe está ótima. — Pegou ele no colo.

Draco observou a expressão dela e começou a ficar nervoso. Os três seguiram para casa e o loiro foi atrás de Hermione, que seguiu para o quarto. Ela deitou na cama e abraçou as pernas.

— O que você tem? — Se aproximou depressa e deitou de frente pra ela.

— Estou grávida.

Draco paralisou com os olhos arregalados. Os dois ficaram em silêncio por um tempo.

— Merlin! — Foi o que ele conseguiu dizer. O loiro fez carinho no rosto dela. — Não ficou feliz?

— Draco você não entende a gravidade da coisa?

— Do que você está falando?

Hermione mordeu o lábio tentando segurar o choro.

— Como vou saber se é seu ou... Dele?

A expressão no rosto de Draco se transformou na mesma hora. O que assustou Hermione, pois a cara era de que mataria alguém...

Draco levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro como louco. Estava furioso e agora mais do que nunca tinha que ir atrás daquele imbecil!

— Vou chamar minha mãe.

— Pra que?

Draco não respondeu e saiu do quarto. Hermione nem conseguiu ir atrás, estava muito enjoada e desesperada com a situação. Minutos depois a Narcisa entrou no quarto e sentou na cama ao lado dela.

— Cadê o Draco?

— Eu não sei. Disse pra eu ficar com você, pois está passando mal.

— Ele saiu? — perguntou com desespero.

— Sim... O que aconteceu?

— Merlin!

***

Draco saiu de casa furioso e foi atrás de Krun. Sabia que ele estava em um hotel não muito longe da casa dos pais de Hermione. Veio pesquisando a vida dele para o pegar na hora certa, só que com o que aconteceu, isso pode ser adiantado! Como sabia que não ia conseguir entrar no local, ficou do lado de fora esperando a hora que ele saísse. Estava sentado em um canteiro de flores e não tirava os olhos da entrada do hotel. Uma hora de espera e finalmente o Krun saiu de lá. Draco fechou os punhos ao vê-lo e levantou. Esperou ele conversar com uma pessoa que o encontrou ali e quando, saiu sozinho, o seguiu.

Assim que passou por um lugar sem ninguém, Draco o surpreendeu o puxando para um beco vazio e apontou a varinha na direção do rosto dele.

— O que...?

— Eu vou te matar seu desgraçado!

O moreno tinha as mãos para o ar. Foi tudo tão repentino que ele nem conseguiu pegar sua varinha.

— Calma...

— Calma? — perguntou feroz. — Você faz o que quer com minha mulher e quer que eu tenha calma?

— Olha eu não fiz nada com ela.

— Mentiroso! — gritou.

— Me escuta... Eu fui procurar ela sim, mas ela não me deu ideia...

— É mesmo? E quanto a festa onde você se aproveitou dela? — gritou.

— Que festa?

— Não se faça de bobo seu idiota! — gritou e deu um soco no rosto dele. Krun colocou a mão na boca e percebeu que sangrava.

— Eu não sei do que você está falando! — Outro soco. — Que droga... Que festa é essa?

Draco rosnou de raiva.

— Seu fingido filho da puta! — Rangeu os dentes.

— Draco solta ele!

O loiro olhou para o lado, assustado.

— O que faz aqui?

— Sua mãe me pediu para te procurar e sua mulher disse que viria atrás dele.

— Você sabe o que ele fez? — perguntou furioso.

— Não.

— Ele enganou a Hermione para levá-la pra cama! — Cuspiu as palavras.

— Enganou como?

— Eu não fiz nada!

— Cala a boca! — falou alto. — Deu alguma poção pra ela fazendo acreditar que estava comigo.

— Isso é verdade, garoto? — perguntou frio.

— Eu já disse que não!

Ele recebeu um soco na cara assim que respondeu.

— Espera! — falou quando Draco ia lhe dar mais um soco.

O loiro parou e esperou ele falar.

— Uma festa feita pelo pessoal do ministério?

— É claro. Seu fingido!

— Espera! — falou quando ele levantou a mão de novo. — Teve uma mulher que me chamou para ir, mas eu não podia nesse dia...

— Que mulher?

— Eu não conheço. É uma loira, mais ou menos dessa altura. — Fez um movimento com a mão. — Bastante oferecida e disse pra eu ir que sua esposa estaria lá.

Draco o acertou mais uma vez.

— Draco!

— Que foi?

— Por que bateu nele se está te contando a história?

— Você acredita nele?

— Depois de tantos anos convivendo com mentirosos, sei quando encontro um e ele não está mentindo.

— Tem certeza?

— Tenho.

Draco olhou Vitor e ficou pensativo. Continuava com a varinha apontada na direção do rosto dele. O moreno estava com ferimentos na boca, olho e bochecha.

— Sabe o nome dessa loira?

— Jany ou...

— Jenny — Draco falou por ele.

— Esse mesmo.

O loiro respirou fundo e lembrou que quem o levou até o quarto que os dois estavam foi ela.

— Desgraçada!

— Pode me soltar agora?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!