Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 18
Mudança




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570648/chapter/18

Depois que as aulas acabaram, Clara foi procurar Enrico. Ele tinha saído da turma sem falar com ela.

— Você está sabendo? — Alyce perguntou afobada.

— De que?

— O Alex está namorando.

Clara paralisou por uns segundos.

— Rápido assim?

— Por quê? Está com ciúmes?

A menina revirou os olhos.

— Claro que não, Alyce! Só que eu nem sabia que ele estava gostando de alguém.

— Sabia sim e era de você, mas como não quis nada com ele... Resolveu dar uma chance para outra garota.

— Quem?

— Shelby Chang.

— Hum... Eu preciso ir. Depois a gente se fala.

— Ok.

Clara saiu de perto dela e continuou procurando Enrico. Ela andava pelos corredores lentamente olhando cada canto. Então decidiu ir até o jardim, pois eles gostavam de ficar juntos ali.

Assim que chegou, sentiu uma fraqueza nas pernas e se apoiou em uma árvore. Sua visão ficou embaçada e ela se sentiu extremamente pesada.

Em pouco tempo estava caída no chão.

Enrico estava mesmo no jardim. Olhava a água do lago com o rosto sério. Por que diabos Clara defendia tanto aquele ruivo idiota? O que ela sentia por ele afinal? Porque o sentimento dele, ele tinha certeza do que era, mas e o dela?

— Ei, Agnelo. — O loiro olhou para trás. Uma garota de olhos puxados chamava.

— O que?

— Sua namorada está passando mal ali, olha... — Apontou na direção que Clara estava caída.

Várias pessoas estavam em volta dela nesse momento.

Enrico levantou em um salto e correu na direção dela. Ao chegar, empurrou as pessoas e ajoelhou no chão perto de Clara. Estava pálida e ainda desacordada.

— Clara fala comigo! — pediu preocupado.

— Melhor levá-la a ala hospitalar...

O loiro a pegou no colo e seguiu em disparada para lá. No caminho Alyce o viu com Clara nos braços e arregalou os olhos.

— O que aconteceu? — Foi atrás dele desesperada.

— Não sei...

Os dois continuaram andando rápido em direção a ala hospitalar e quando chegaram, a enfermeira pediu para colocar a menina em uma das camas. A mulher expulsou os dois dali e fechou as portas.

Enrico tinha os braços cruzados e batia o pé. Estava nervoso com o que aconteceu. Já Alyce roía as unhas.

— Você viu quando ela desmaiou?

— Não.

— O que será que aconteceu?

— Eu também não sei.

Alex chegou correndo e parou perto de Alyce.

— O que aconteceu?

Enrico revirou os olhos.

— Eu não sei, ela estava desmaiada... — respondeu Alyce.

— Droga...

O loiro ficou observando sem falar nada. O ruivo estava tenso.

Um bom tempo depois a porta abriu e a enfermeira apareceu.

— Entrem.

— Ela está bem? — Enrico perguntou.

Os três seguiram a mulher.

— Me parece bem agora.

— Como assim agora? — Foi a vez de Alex questionar.

— Ela estava desmaiada, ué.

— E por que ela desmaiou?

— Não sei.

— Como não sabe? — Alyce perguntou histérica.

— Ela não tem nada. Não sei porque desmaiou. Se quer tem a pressão baixa.

Alyce e Alex trocaram olhares.

Eles se aproximaram da cama que Clara estava. A menina estava sentada e parecia realmente bem.

— O que aconteceu hein? — Alex perguntou, mas Clara olhava Enrico.

A menina engoliu em seco e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Algum problema? — Se aproximou e segurou a mão dela.

Clara apertou mão dele.

— Não.

— Tem certeza? — Fez carinho no rosto dela. Clara concordou. — O que aconteceu?

— Eu não sei. Estava te procurando e quando cheguei no jardim me senti tonta...

— Você comeu algo diferente? — Alyce perguntou.

— Não.

— Que estranho... — disse Enrico.

— Eu estou bem.

— Tem certeza?

— Sim.

Alex a observava em silêncio. Tinha certeza que estava mentido.

— Posso saber o que aconteceu?

Os quatro olharam para o lado e ficaram surpresos ao ver a diretora ali.

— Ela desmaiou... — Alyce respondeu.

— Hum... Poderiam me deixar a sós com a senhorita Malfoy?

Os três trocaram olhares.

— Claro — falou Alex.

— Depois eu venho te ver — Enrico deu um beijo no rosto de Clara.

Os três saíram.

— O que aconteceu, querida?

— Eu não sei. Me senti tonta e cai — disse olhando suas mãos.

Macgonagall sentou no fim da cama.

— Sei que tem mais coisa nessa história. Gostaria que me contasse.

— Por quê?

— Como eu disse antes, Clara, você está na idade que precisa controlar seus poderes. Se aconteceu algo que foi diferente, é melhor me dizer.

Clara ficou em silêncio olhando a mulher a sua frente.

— Eu não contarei a ninguém, só quero te ajudar.

— Eu tive uma visão.

— Isso é normal, não é?

— Eu nunca tinha tido uma acordada. Sempre foi dormindo.

— Hum... Então algo mudou.

— Acho que sim...

— Vamos começar a trabalhar isso. Com o tempo você controlará e não desmaiará mais.

— Como assim? Eu só vejo quando estou dormindo.

— Mas verá acordada e sem desmaiar. Basta trabalhar isso.

Clara a olhou de boca aberta. Como sabia dessas coisas?

— Será?

— Tenho certeza — disse sorrindo.

Será que ela sabe de mais coisas?

— Eu tenho que ir. Está se sentindo bem?

— Sim.

— Ótimo! Depois combino com você como começaremos seu treinamento.

Clara franziu a testa.

— Tudo bem...

A mulher saiu dali em passos lentos. Que cena sinistra!

Teve que passar o dia deitada naquela cama, pois não a deixaram sair. Teria que ficar em observação. O caso foi muito esquisito.

Clara olhava o teto do lugar enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto. A menina fechou os olhos e as lembranças da visão voltaram em sua mente.

Ela estava indo à biblioteca junto com o Alex, os dois debaixo da capa de Harry. Chegaram finalmente e quando Alex ia tirar a capa, escutou um barulho. Os dois ficaram em silêncio esperando.

— Você tem certeza?

— Absoluta.

Alex e Clara trocaram olhares. As vozes eram bem conhecidas...

De repente a visão ficou cortada e já pulou para outra parte. Era Enrico e Agnes que conversavam antes, mas agora estavam aos beijos encostados em uma estante. A única coisa que aconteceu foi Alex colocar as mãos na boca de Clara para ela não revelar que eles estavam ali.

Clara abriu os olhos e se deparou com o loiro a olhando.

— Está sentindo alguma coisa?

— Não.

— Por que está chorando? — Fez carinho no rosto dela.

— Você ficaria com outra pessoa?

— Como assim?

— Beijaria outra pessoa?

— Por que está perguntando isso?

— Responde...

— Não. Estou com você.

— Mas você já beijou várias aqui.

Os dois ficaram em silêncio se olhando. Enrico engoliu em seco.

— Agora estou com você.

— E isso te impediria?

— Você está tão esquisita...

— Eu sou esquisita. E você já sabia disso.

— O que deu em você hein? — Enrico franziu a testa.

Clara suspirou. Não podia falar assim com ele, afinal, ele ainda não fez nada...

— Desculpa. Acho que não estou muito bem...

Enrico sentou na cama ao lado dela.

— Vai ficar boa. — Beijou a testa dela.

— Vamos ver...

Ficou com ele até que a enfermeira apareceu e disse que poderia sair. Isso só à noite. Cada um seguiu seu caminho e quando Clara entrou no salão, viu Alex sentado no sofá.

— Você melhorou?

— Sim.

— Que bom.

— É.

— Mas é melhor deixarmos para ir outro dia na biblioteca, né?

— Não. Vamos hoje.

— Mas...

— Quero descobrir logo. Acho que a diretora sabe de alguma coisa...

— Por quê?

Clara contou a ele a cena da ala hospitalar.

— Que estranho.

— É... Vamos deitar, te espero aqui as 2hrs da manhã. Não demora!

— Ok.

Cada um foi para o seu dormitório. Clara deitou em sua cama e virou de frente para a parede. Além de querer saber coisas sobre o garoto, ela também queria ter certeza que aquela visão estava certa.

Na hora marcada, os dois se encontraram e seguiram para a biblioteca. Debaixo da capa, Alex respirava rápido por conta da proximidade que os dois estavam.

— Você tem que me acompanhar, Alex!

— Você está correndo por que? Não tem como ninguém ver a gente aqui debaixo.

— Não estou correndo.

— Eu que sou lento, desculpe — disse cínico.

Clara revirou os olhos.

Finalmente eles chegaram onde queriam. A menina engoliu em seco. Essa parte parecia familiar. Clara começou a falar bem baixinho a mesma frase. "Que esteja errada, que esteja errada!". Os dois continuaram indo em frente e quando Alex ameaçou tirar a capa, eles escutaram um barulho. Clara sentiu um embrulho no estômago e ficou paralisada.

— Você tem certeza?

— Absoluta.

Alex e Clara trocaram olhares. Que droga! Por que ela não podia errar pelo menos uma vez?

— Vamos entrar Alex... — cochichou.

— Mas é o...

— Eu sei. Por favor, vamos.

— Ok.

Os dois continuaram em frente e entraram na área reservada. Quando estavam bem distante da vista dos dois, Alex tirou a capa.

— Será que eles não vão nos ver?

— Acredito que estarão ocupados... — respondeu sentindo enjoos.

— Como assim?

— Não importa. Vamos procurar...

— Ok.

Ficaram um tempo revirando os livros daquela área. Livros sinistros por sinal...

— Olha aqui... — Alex chamou. Clara foi até ele. — Família Moore.

Os dois trocaram olhares.

— Será que fala dele?

— Não sei, mas de seus antepassados deve.

— Vamos levar.

— Tudo bem, mas eu achei outro.

— Qual?

— Os dons da emoção... É um nome esquisito, mas fala de poderes comandados pelas emoções e esse cara tinha isso, não é?

— É. Vamos levar também.

— Acho que não deve ter mais nada.

— Vamos levar esses e ler. Se não tiver nada voltamos e procuramos mais. Está tarde.

— Vamos embora. — Pegou a capa e cobriu os dois.

Ao passar pelo lugar de antes, Clara estremeceu dos pés à cabeça.

Enrico estava agarrado com a menina mesmo. Ele encostado na estante de livros e ela com uma das mãos no ombro dele e a outra em seu cabelo. Alex apertou os olhos com raiva ao ver isso e quando percebeu que Clara ia se mexer, colocou as mãos na boca dela.

— Melhor não fazer isso... — sussurrou.

— Vamos embora... — falou com voz embargada pelo choro que queria sair. Alex a levou dali.

Assim que chegaram ao salão comunal, Alex tirou a capa de cima deles e observou Clara. Chorava baixinho e não o olhava de jeito nenhum.

— Você viu aquilo antes de acontecer, não foi?

Clara o olhou surpresa.

— Por que está perguntando isso?

— Seu desmaio... Você não tinha nada.

Os dois ficaram em silêncio por uns segundos.

— Vi.

— Então por que quis ir lá hoje se sabia que ia ver isso?

— Eu só queria ter certeza... — respondeu derramando lágrimas.

Alex respirou fundo e se aproximou dela. O ruivo a abraçou enquanto ela chorou com a cabeça apoiada no peito dele.

— Ele não te merece, Clara.

— Estou vendo... — Apertou o braço dele.

— Não fica assim... Eu estou com você.

Clara levantou um pouco a cabeça para olhar o rosto dele, com isso ficaram muito próximos. Alex engoliu em seco. Esse olhar estava deixando-o agoniado. Ia pegar aquele loiro azedo de jeito! Ah se ia...

O ruivo fez carinho no rosto dela ainda a olhando nos olhos. Sem perceber, os dois começaram a se aproximar e em pouco tempo trocaram um beijo. Quando se afastaram, Clara colocou as mãos na boca com os olhos arregalados.

Antes que Alex conseguisse falar algo, ela subiu correndo para o dormitório.

Droga! Não podia ter deixado isso acontecer! Mas ela o beijou de volta... O que isso queria dizer afinal de contas? Será que foi só pelo momento e por que ela estava abalada? Ou ela realmente quis isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.