Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 50
My love


Notas iniciais do capítulo

Oii! Apareci depois de meses, peço desculpas. Entre diversos problemas familiares, tanto quanto a necessidade de manter a mente vazia por um tempo, foi preciso, e eu peço desculpas por ter sido tão longo.

Bom, não sei se perceberam temos uma capa nova, linda, fofa que eu espero sinceramente que tenham curtido. Foi feita por mim, então, reclamações nos comentários :p

Enfim, hoje tem muito amor, muito tudo, peguem a caixinha de lencinhos e BORA LER!!!



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Capitulo L 

"O essencial é invisível aos olhos,  

e só se vê bem com o coração" 

(Antoine de Saint-Exupery) 

 

Meu amor  

      Após algum tempo em silêncio, despertou de forma abrupta, encerrando a chamada em seguida. Sasuke buscou pela mão delicada da mulher que apenas observava suas ações, preocupada. Ele as entrelaçou calmamente, e somente quando sentiu o polegar roçar o dorso da sua mão que soltou o ar preso em seus pulmões, amenizando a tensão em seus ombros, mas não o temor nítido no fundo dos olhos. Sabia que deveria emitir uma resposta, pois ponderar nunca fez parte de quem ele era, contudo, agora, tornou-se um habito constante, exclusivamente perto dela.  

 

   ─ Sasuke, esta tudo bem? - levou sua mão livre a face dele, tocando com as pontas dos dedos - Você ficou assustado de repente... O que aconteceu? - ela indagou diligente. 

   ─ Karin – suspirou com pesar, elevando as mãos aflito ao cabelo – Eu não quero ir – confessou – Eu não vou ir – reafirmou convicto, caminhando de um lado ao outro. 

    Mais uma vez ela aproximou, pegou uma das mãos do Uchiha e aconchegou entre as suas massageando a palma, fazendo círculos pequenos e grandes. A tensão diminuiu gradativamente, a medida que percebeu ele não mais tencionar os dedos, outra vez a mercê do carinho acalentador que Sakura oferecia silenciosamente.  

   ─ Se sente melhor? - permaneceu com a atenção no movimento do polegar, deslizando sutilmente por toda extensão dos dedos, ás vezes contornando as linhas visíveis.  

   ─ Onde aprendeu isso? - em algum momento as preocupações deixaram sua mente, caindo o foco sobre as ações delicadas. Curiosamente se acalmou, deixando ser levado pela mansidão. 

    Ela riu da maneira inocente a qual ele submeteu, mudando o foco do assunto. Pensativa, demorou alguns segundos para pronunciar, e quando fez, pode ver claramente o quão ansioso Sasuke esperava ouvi-la.  

   ─ Quando era criança tinha medo de dias chuvosos, por causa dos trovões, sempre que ouvia a tempestade no meio da noite corria para o quarto dos meus pais, lá eu sabia que estaria segura e nada poderia acontecer. Em uma noite, mesmo ao lado deles eu sentia medo, então, para me acalmar, mamãe uniu minhas duas mãos e fez o mesmo que estou fazendo. 

   ─ Parece que isso não mudou nos dias de hoje – alfinetou, fazendo questão de enfatizar os dias que Sakura correu para sua cama e foi acolhida por seus braços. 

   ─ É, agora tenho um namorado forte e muito corajoso para me proteger - contrapôs afiada.  

   ─ Sakura - seu tom de voz tornou-se ameno, mais baixo. 

   ─ Não deixe que anos de amizade sejam jogados fora pelo seu egoísmo, não importa o que ela fez no passado, neste momento, Karin precisa de você - carinhosamente segurou o rosto dele entre as mãos - Olha pra mim – pediu, e foi atendida a contragosto - Não guarde tudo pra você, eu estou bem aqui, ta bom?  

    Ele assentiu impaciente, confirmando que havia compreendido o recado. 

   ─ Sakura - tornou a chama-la,  

   ─ Precisamos ir antes que fique tarde – o cortou novamente, afastou suas mãos do rosto para entrelaçar a mão dele, e juntos saíram do elevador quando o mesmo se abriu na recepção - Nossa, o tempo esta fechando – comentou, apertando o passo, obrigando o Uchiha a seguir seu ritmo. 

    Já na calçada a poucos metros do carro, Sasuke parou de correr, mas não soltou as mãos, seu peito subia e descia rapidamente, e na sua face a irritação transbordava seus olhos.  

   ─ Sasuke, tem- 

    Ele a puxou colidindo seus corpos, contornou a cintura com um dos braços prendo ela a si, com a mão livre afastou a mecha do cabelo que escondia parcialmente o rosto delicado. Em cada gesto havia devoção, dês do olhar fixo capturando meticulosamente as expressões, ao toque afável. 

   ─ Sasuke-kun, o que esta fazendo? - questionou, extasiada com a súbita ação. 

   ─ Sakura... Obrigado – murmurou olhando no fundo dos olhos dela, em seguida plantou um beijo cálido sobre a testa. 

    A chuva que aproximava iniciou de repente, com pingos grossos entre raios e trovoadas, em poucos minutos formou uma tempestade rigorosa sobre a grande Tóquio. No entanto nem mesmo o tempo foi capaz de separa-los. 

    Sasuke envolveu a nuca de Sakura, no instante que ela ergueu os olhos em busca do seu rosto, ambos selaram a confissão sucinta, porém imensurável, com um beijo cheio de paixão e possessividade.  

    Sem se importar com as pessoas que passavam apressadas para se livrar do temporal, eles apenas enxergavam um ao outro e a vontade insaciável de amar.  

    Quando Sakura cessou o beijo, um sorriso radiante estampou na sua face, ela havia compreendido o que ele quis dizer, seus olhos transbordavam a alegria incontestável de vivenciar aquele momento. Seus braços circularam a cintura apertando-o contra seu corpo como se pudesse fundi-los ainda mais, com o rosto colado ao peito, não segurou as lagrimas que mesclavam aos pingos de chuva.  

    Ele a embalou carinhosamente encaixando seu queixou sobre a cabeça, acariciando os fios molhados copiosamente. 

   ─ Sasuke... Sasuke-kun, realmente te amo... Realmente e-eu... 

   A cada soluço ele a apertava contra si, como se não pudesse solta-la nunca mais ou perderia sua única chance de ser feliz.  

   ─ Meu morango. Minha, só minha... Sakura. 

oOo 

    Os minutos se estenderam a horas, longas e torturantes, desde que saiu do quarto de Karin relutante, permaneceu próximo a porta, esperando o momento que a doutora desse notícias. Sua esperança já estava por um fio, pronto para ligar novamente ao amigo, quando o viu ao longo do corredor correndo em sua direção.  

   ─ O que houve? - ainda ofegante, questionou preocupado.  

   ─ Karin está bem? - perguntou Sakura, o que também Sasuke quis saber.  

   ─ Eu não sei - encolheu os ombros na cadeira, cabisbaixo - De repente ela começou a passar mal, estava queimando de febre. Eu não sabia o que fazer. A enfermeira veio verifica-la e logo depois chamou a médica - explicou, a ponto de chorar, segundos depois ouviu a porta ser escancarada.  

   ─ Sasuke! - chamou Sakura aturdida, com a repentina ação, o seguiu para dentro do quarto - Sasuke, você não pode! 

   ─ O que está fazendo garoto? - a voz autoritária da médica ecoou, impedindo que ele se aproximasse da cama onde a Uzumaki dormia tranquilamente - Pedi para que não deixasse ninguém entrar enquanto eu estivesse atendendo a paciente - disse áspera a enfermeira ao lado da porta, sem jeito a jovem murmurou um pedido de desculpas quase inaudível. 

   ─ Eu vou leva-los para fora, Dra. Senju.  

   ─ Ela vai ficar bem? Karin vai ficar bem? - os olhos fixos a imagem pálida da moça inerte, o medo despontou no fio de voz que foi capaz de reproduzir.  

    Tsunade suspirou, assinou o prontuário e entregou a enfermeira, com um sinal de que poderia deixa-los ficar.  

   ─ Se ela estiver rodeada de pessoas que ama, com toda certeza – garantiu – Sei que são amigos dela – intercalou entre Suigetsu, abatido, e o perfil de Sasuke – Mas não devem entrar quando querem, eu os manterei informados de qualquer maneira.  

   ─ Quero estar aqui quando ela acordar – decidiu, alheio ao olhar reprovador da médica.  

   ─ Peço desculpas, Dra Tsunade – Sakura se pôs a frente – Vamos deixa-la descansar, não é Sasuke? - mirou as costas largas, ele não se moveu, nem mesmo a respondeu, ela estendeu a mão para toca-lo, quando a voz atrás de si a parou. 

   ─ Deixe ele – pediu Suigetsu – Doutora, por favor? - suplicou.  

   ─ Tudo bem, apenas um pouco e não mais que isso – rendeu-se, saindo em seguida. 

   ─ Sakura, vamos – a chamou. 

   ─ Sasuke, nós estaremos lá fora - disse contendo a vontade em toca-lo, esvair com a dor apenas para não ver as costas do homem vulnerável, como via agora - Karin vai melhorar, tenho certeza. 

   ─ Absoluta? - murmurou ele, Sakura calou-se durante alguns segundos, então se virou para ela – Tem certeza absoluta? - questionou, o desespero tomou sua face, em busca de um pouco de esperança, ele implorou a única em que poderia acreditar. 

   ─ Ela vai ficar bem – certificou com a voz embargada – Ela vai ficar. 

    Com tanto que acreditasse na certeza dela, tudo estaria bem, ele poderia sobreviver.  

oOo 

    Abriu os olhos lentamente acostumando a mantê-los assim, mesmo que sentisse o peso nas pálpebras, procurou pela origem do calor sobre sua mão, e o encontrou, olhos negros ansiosos, expressão temerosa, ele observava atentamente seu despertar. 

   ─ Sakura... Ela esta bem? - balbuciou, ainda sonolenta. 

   ─ Melhor do que você –  assegurou acido, ela riu baixinho em contrapartida. 

   ─ Tão gentil quanto um cavalo – devolveu a ele.  

   ─ Por que fez isso? - indagou, esperando ela dar conta por si mesmo a que se referia. 

   ─ Por que sou idiota - Karin apertou sua mão a dele, e sentiu quando ele fez o mesmo – Eu sabia que não deveria te amar, nunca. Seu coração já havia sido roubado e eu só quis ser a melhor amiga que poderia ter, a que te apoia, que deseja sua felicidade e não te deixa desistir dos seus objetivos. Eu quis provar a mim mesma que seria diferente... Que eu posso continuar minha vida sem você. Por um momento achei que não seria possível, mas, Sui foi tão meigo, eu nunca o vi tão presente na minha vida. Quando percebi que tudo estava fora do controle, me desesperei.   

   ─ Eu não sou um bom amigo, não sou bom pra você. Na verdade, o único que a salvou todas as vezes foi Suigetsu – sua voz soou baixa, sobrecarregada de culpa e arrependimento.  

   ─ Não, não é verdade, nós estivemos juntos – agitada, se esforçou para ficar sentada na cama – Eu só... Só estive cuidando da sua felicidade por tempo demais. Eu fiz de tudo para que você não sofresse as consequências de amar alguém que não se lembra nem mesmo do seu nome, eu... fiz tanto Sasuke. Até uma poção eu comprei – riu anasalado, ele franziu o cenho não compreendendo o que ela dizia – Uma poção do amor, eu dei a Sakura antes da cirurgia, acreditando que você seria a primeira pessoa que ela veria, caso algo desse errado. Mas não foi você que ela viu, foi o médico, Gaara. Tudo teria dado certo se- 

   ─ Para! Que absurdo está dizendo, que maluquice, Karin! - a segurou pelos ombros, procurando na face apática compreensão - Está falando como uma louca! 

   ─ Eu não sou louca! - vociferou ofendida, a seguir a dor veio descomunal, tomando a expressão do seu rosto, resetou com as mãos sobre o abdômen encolhendo-se na cama. 

   ─ Karin! - desesperou-se, incapaz de toca-la com medo que não pudesse ajudar, mas só piorar o sofrimento dela – Eu vou chamar um médico - avisou. Contudo ela o chamou.  

   ─ Não precisa, já está passando - inspirou com dificuldade - Já está passando – repetiu, contendo a aflição. 

   ─ Tem certeza? - o temor não passou despercebido no seu tom de voz, ela riu com a constatação - Não brinque com isso, é a sua saúde - a preocupação transformou-se em frustração. 

   ─ Despeje logo seu ódio mortal por mim, Sasuke, eu não quero continuar com isso depois. E, eu não estou brincando, só é impossível não rir da sua cara de pateta – outra vez, mordeu o lábio reprimindo a onda de dor. 

   ─ Eu sei que não esteve metida nisso sozinha, e tenho certeza da influencia da minha mãe sobre essa historia toda – se afastou, de costas para ela, passou as mãos no cabelo deixando ainda mais rebeldes - Acho inacreditável, insano, por você ter participado disso. 

   ─ Desculpa – ele voltou seu olhar a ela – É o que você quer ouvir de mim, que sinto muito?  

   ─ Karin... 

   ─ Mas eu não sinto, Sasuke. Eu estou feliz por você não ter ido embora, mesmo que o motivo não tenha sido eu ou sua família, eu estou feliz pela pessoa que você é agora – estendeu sua mão para tocar a dele, desfazendo a distancia que ele impusera, o fez sentar novamente ao seu lado na cama.   

   ─ Eu cresci, Karin, não preciso mais que olhe por mim. Você precisa parar com isso agora. Aquela promessa... - parou, respirou fundo enquanto afasta sua mão fechando em punho, no entanto ela segurou pelo pulso mantendo ainda por perto. 

   ─ Sim, você cresceu. Eu já entendi, perdi meu príncipe encantado – olhando no fundo dos olhos dele, sorriu melancólica.  

    Sasuke negou com a cabeça. 

    ─ Sempre seremos amigos – afirmou, aninhando as duas mãos dela entre as suas - Ainda que você tenha atitudes idiotas, nada vai mudar – acrescentou. Karin tentou se manter forte, não demonstrar o quão emocionada se sentia, contudo com o rosto banhado em pranto rendeu-se, o puxando para seus braços, ele envolveu sua cintura e aninhou sua cabeça no peito – Eu prometo.  

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    Ainda não havia sol quando o soar da batida na porta ecoou uniforme duas vezes, sem demora, a jovem que já estava desperta e vestida confortavelmente, buscou ao lado da cama a bainha negra, encaixou a mesma a cintura andando em seguida para fora do quarto.  

    De modo sucinto, ela inclinou um dos joelhos levando ambas as mãos aos pés do líder, ele tocou sua cabeça abençoando seu caminho, tão logo ela retornou a postura ereta e um belo sorriso estampado no rosto. 

   ─ Bom dia, papai – cumprimentou, agora, sem formalidades. 

   ─ Bom dia – correspondeu, ditando o caminho – Vamos ao campo, seu amigo Uzumaki esta no dojo com Neji.  

   ─ Naruto não é só meu amigo, papai – reformulou. 

   ─ Sei disso – recriminou. 

   ─ Então esta tudo bem se ficarmos juntos? - disse esperançosa. 

    Hiashi parou quase que imediatamente, diante do que havia escutado, apenas arqueou uma das sobrancelhas, fechou os olhos e respirou fundo. 

   ─ Papai? - chamou atenção, receosa. 

   ─ Ele já pediu? - questionou, voltando a caminhar. 

Ela apenas negou com a cabeça. 

   ─ Aquele moleque, para que tudo isso se ainda não fez o mais importante – grunhiu, irado – Eu vou obriga-lo! 

   ─ Não! Não quero que faça nada. Naruto e eu não tivemos tempo para conversarmos, nem mesmo sei se é o momento certo – suspirou – Vamos deixar este assunto, por ora.  

   ─ Hinata, minha filha - começou, sem saber realmente o que dizer. 

   ─ Papai não precisa, eu sei o quão preocupado esta com o meu futuro, sempre cuidou tão bem de mim. E agora estou prestes a dar um passo tão grande – transcorreu os olhos pelo território, entre casas, dojos, o templo e a floresta que circulava o local – Eu quero ser como meu avô foi, como o senhor é para todos os membros do clã. Quero cuidar, amar e proteger a todos com a minha bravura – declarou orgulhosa de si mesmo, do seu progresso - Só deixe-me tentar. 

   ─ Você tem ciência sobre as responsabilidades que irá arcar, não é? - ela assentiu em resposta, com a determinação transparente nos olhos – Tudo bem, então. 

    A Hyuuga sorriu radiante, confiante de que poderia fazer seu caminho, onde os membros seguiriam a sua conduta, acreditariam no que ela acredita e seriam tão fortes quanto, ao passo que, construiriam o próprio destino.   

   ─ Vamos, apresse-se, logo irá amanhecer.  

    Juntos chegaram ao campo vasto, não havia mais nada sob o céu do que a grama verdinha baixa, o vento soprava sutil, dançando entre as árvores ao longe, vez o outra carregava algumas folhas secas, que não iam muito longe, uma delas Hinata capturo com os dedos finos colocando a palma da mão, fechou o punho trazendo para o peito, como se desta forma pudesse conectar-se a natureza.  

    O ritual levou alguns minutos, até que estivesse pronta, tanto por dentro como por fora. Posicionou-se para luta, elevando a mão direita diante do corpo com a palma estendida para frente e a esquerda ao lado da cintura, invertida. Os olhos da Hyuuga abriram determinados, carregados de confiança do querer; Estar ali por livre e espontânea vontade. Carregados de segurança do poder; Acreditando plenamente nas suas habilidades. E a ultima e não menos importante, o saber; Fora do campo de batalha ambos são iguais, dentro, o que os difere é o primeiro e o ultimo movimento.  

   ─ Pronto, lider-sama? - sugeriu audaciosa.  

    Hiashi imitou a postura da filha, a certa distância da mesma, esboçou um sorriso de lábios unidos e correspondeu.  

   ─ Mostre-me o que pode fazer - chamou-a com um gesto. 

    Prontamente Hinata avançou desferindo golpes com as mãos, aproveitando da inocência em que ele acreditava que não poderia supera-lo, usou a sagacidade dos movimentos sutis conforme dançava a espada no seu ritmo, ditando a velocidade que desenvolvia a luta, sem desmanchar por um único minuto o sorriso genuíno.        

    Quando ambos ofegavam, exausto demais para prosseguir, Hiashi cessou o treino orgulhoso.  

   ─ Muito bem, está ficando cada vez melhor – elogiou. 

   ─ Obrigada, papai – sentou-se no chão enquanto recuperava o folego - Kurenai-sama disse que posso começar ensinando as crianças. Nunca me imaginei sendo professora – comentou pensativa, mirando os olhos ao pôr do sol no horizonte – Fiz tantas coisas aqui, conheci tanto de mim que a velha Hinata foi deixando de existir, aquela que imaginava um futuro promissor dentro de um escritório, presa em meu próprio mundo, alimentando meus temores. 

   ─ Eu sabia que seria assim, há sangue feroz correndo em suas veias, sua mãe é a prova disso – disse por impulso, percebendo apenas quando Hinata baixou os olhos fitando a grama. 

   ─ Ainda não consigo ver Kurenai como minha mãe, e não sei se um dia irei conseguir – confessou, em tom brando – Mas, eu não me importo se vocês quiserem tentar – levantou os olhos com um sorriso sapeca nos lábios, divertindo-se com a expressão de espanto do pai. 

   ─ Minha filha, este é um assunto delicado, não vamos entrar em detalhes – riu sem jeito. 

   ─ Tudo bem, papai – o tranquilizou. 

   ─ Como se eu quisesse algo desse velho Hyuuga – alfinetou áspera, a mulher que se aproximava do campo. 

   ─ O que disse? - exaltou o tom de voz, empunhando a espada. 

   ─ Kurenai-sama – curvou-se, com um grande sorriso a face. 

   ─ O que ouviu, agora  esta ficando surdo também? - retrucou, oferecendo a ele seu sorriso sarcástico. 

   ─ Ora, a única que passou do tempo e não percebeu foi você Kurenai – debochou – Logo não conseguirá, ao menos, erguer os punhos. 

   ─ Podemos resolver neste momento, e veremos quem perdeu com o tempo – desafio, empunhando sua espada, também. 

    Hinata afastou-se para observa-los de longe, lutando como se estivessem brincando um com o outro. Jamais imaginaria vivenciar tal momento familiar, sentir a felicidade imensa de suas conquistas e descobertas juntamente de pessoas que, sempre lutaram por ela, seja pela sua sobrevivência ou a mudança do seu destino. Tudo que existe naquele momento é a sua prioridade, é tudo pelo que ela aprendeu a lutar.  

    Dispersar na imagem dos pais, sentiu braços rodearem a cintura e um beijo cálido sobre o topo da cabeça.  

   ─ Até quando eles ficaram brigando desse jeito? É muito mais simples se pegarem logo – comentou, arrancando risos da mulher em seus braços - Por que não veio treinar no dojo? Neji e eu estávamos lá com alguns jovens inexperientes.  

   ─ O senhor Hyuuga é ciumento, mas quando se trata de Kurenai-sama... - não terminou, já que Naruto compreenderá logo, rindo com ela – E então, foi legal? A poucos meses você também não conhecia muito sobre este mundo – virou-se para encara-lo. 

   ─ Neji é um ótimo professor, apesar de exigente, até mesmo as crianças o admiram. Eu admiro o cara! - enfatizou empolgado – Que tal irmos tomar o café da dona Kushina, ela estava cheia de energia quando a vi mais cedo. 

   ─ Claro, eu só preciso tomar um banho primeiro – mordeu o lábio inferior enquanto desenhava um coração no peito do Uzumaki. 

   ─ Tomar um banho? - os olhos azuis brilharam – E eu posso acompanha-la, Hina-chan? - soprou em seu ouvido. 

   ─ Naruto-kun – corou, envergonhada – Adoraria ter sua... "companhia"– riu tímida, escondendo o rosto na curva do pescoço do loiro. 

   ─ Então vamos, quero aproveitar cada segundo deste banho – entrelaçou suas mãos, com um sorriso malicioso nos lábios. 

    Quando Kurenai e Hiashi chocaram suas espadas ofegantes, ambos sorriram satisfeitos, curvaram-se em respeito, em seguida guardaram a arma na bainha. 

   ─ Aquelas crianças acham que somos idiotas – reclamou o Hyuuga. 

   ─ Deixe-os, eramos ainda piores nesta idade – comentou, observando o caminho que o casal seguiu – Agora que provei o quão ruim você esta ficando, podemos ir tomar chá - sugeriu. 

   ─ Eu? Ruim? - arqueou a sobrancelha, sorrindo – Esta perdendo a sagacidade, não há prova maior que está - pontuou – Mas eu aceito seu chá. Somente para não parecer desrespeitoso. 

   ─ Biscoitos também, lider-sama? – ironizou – Vamos logo – sorriu, caminhando lado a lado com o único homem capaz de reviver a doce menina que se perdeu há anos.  

oOo 

    O aroma de peixe grelhado inundou a casa, atraindo a quem quer que passe por ali, muitos samurais diminuíam a caminhada apenas para saborear um pouco mais daquela iguaria. E quem preparava também havia tornado assunto dentro do pequeno clã, a mulher de madeixas ruivas que enfrentará guerreiros habilidosos para libertar seu filho, a mesma que utilizou da persuasão com o líder para acompanha-lo até ali. No iniciou fora um problema, a Uzumaki não confiava que o clã poderia ser seguro, causando grande bagunça, contudo felizmente os próprios membros se mostraram gentis e acolhedores o suficiente, logo Kushina estava entre eles, conversando, aprendendo e ensinando truques maravilhosos – assim dizia ela – sobre os prazeres da vida. 

    Ela já terminava de montar a mesa, quando seu filho adentrou a casa abraçado a princesa Hyuuga.  

   ─ Oh! Querida, fico tão feliz por vocês. Meu filho com toda certeza lutou bravamente contra a barreira Hyuuga para alcançar seu hímen - com orgulho, envolveu Hinata entre o aconchegou dos seus braços - Estou tão orgulhosa pelo casamento - afastou a Hyuuga segurando pelos ombros, a procura do rosto angelical, ofereceu um sorriso radiante.  

   ─ Shii! Mãe, eu ainda não fiz o pedido! - Naruto murmurou, a beira do desespero, caso o líder Hyuuga ouvisse sua vida estaria acabada. 

   ─ O QUE? Mas que diabos você ficou fazendo até hoje aqui, garoto? - Kushina avançou sobre o filho desferindo um tapa certeiro em sua cabeça, enraivecida agarrou um punhado dos fios loiros, puxando sem medir forças, sob o protesto escandaloso para que soltasse - A linda Hyuuga indefesa e você não fez um mísero pedido, seu paspalho! - esbravejou no ouvido dele – Eu vou torcer seu pescoço - ameaçou entre dentes, seus olhos faíscam de fúria, pronta para cometer um homicídio ali mesmo. 

   ─ Mas, Mã- 

   ─ Mãe? Que mãe? Eu não sou mãe de lesma - vociferou cerrando os punhos, reprimindo a vontade de socar, mas respirou fundo e se conteve - Trate de fazer o pedido ou juro que vou te dar uns bons tapas até que mude de cor! Esta ouvindo?  

   ─ Tô cace.. - engoliu seco um palavrão, sob o olhar mortal da mãe - Vou fazer! Vou fazer no momento certo - remendou.  

   ─ Esse menino! - suspirou, voltando sua atenção a futura nora, que neste momento comparar-se-ia a um tomate maduro - Hina-chan, esqueça o que acabou de ouvir, ok? Fique bem surpresa, depois dê o bote, meu filhinho deve ter ficado na mão por tanto tempo sofrendo. Mãe nenhuma aguenta isso, sabe? Dê um trato nele, deixe o bichinho com um sorriso de orelha a orelha, tudo bem? Tenho certeza que consegue. Agora, vamos comer antes que esfrie. 

    Kushina contornou o casal empurrando ambos para a mesa, com alegria exacerbada encheu o filho de mimos, apertando sua bochecha ora ou outra, forçando a comer bem. Logo juntou-se a eles, não deixando de demonstrar um só minuto o quão feliz estava de estar ali compartilhando depois de tanto tempo uma refeição.  

   ─ Você, lave a louça - apontou para o loiro, após terminarem de comer. 

   ─ Ah, mãe! - resmungou. 

   ─ Naruto Uzumaki, que folga é esta? Foi isso que te ensinei nesses vinte anos? - arqueou uma das sobrancelhas, levou as mãos a cintura e lançou um olhar hostil.  

   ─ Eu posso ajudar – se ofereceu, arregaçou as mangas até os cotovelos, e empurrou o namorado para o lado – Pegue um pano, você seca e guarda – ordenou, firme. 

   ─ Claro, minha Hina-chan, como você quiser – assentiu, saindo a procura do que ela havia pedido. 

    Atentamente a ruiva observou o casal trabalhar com cumplicidade, apesar de haver demonstrações sutis de carinhos entre eles em meio a tarefa, juntos agiam em perfeita sintonia. Uma mãe não poderia se sentir mais feliz e plena pelas escolhas admiráveis do seu filho, ele decidiu trilhar o próprio caminho a partir dos passos da mulher que ama, consequentemente enfrentou obstáculos grandes, difíceis, contudo, com tanto que o seu objetivo estivesse sempre a frente, eles continuariam lutando.  

   ─ Mãe? - estralou os dedos diante dos olhos dela, que piscou retomando a consciência – Tudo bem? 

   ─ Claro – acariciou o rosto depositando na bochecha um leve tapinha – Por que não estaria? Vá ajudar Hinata! - abanou para que fosse logo -  Um bom marido precisa compartilhar das atividades de casa, não só dos prazeres entre as pernas da sua futura esposa. Apesar que não é só na cozinha. Minato que o diga – suspirou com um ligeiro sorriso - Vocês tem tanto a aprender...  

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    O silencio predominou dês o instante que se acomodaram no carro, Washu mantinha os olhos fixos na janela, pensativa, distante, não ousou pronunciar uma só palavra. Itachi ora ou outra tirava os olhos do volante, a fim de tentar dizer algo, qualquer coisa que pudesse mudar o clima, porém no momento seguinte engolia seco, incapaz de quebrar a tensão mórbida, por fim decidiu calar-se até que chegasse a mansão. 

    O trajeto curto foi um alivio, logo a luxuosa casa revelou-se no inicio do bairro, os portões abriram imediatamente, no mesmo instante que a porta foi escancarada por uma mulher cheia de energia, vestida elegantemente em um vestido negro de alças caídas sobre os ombros, seus longos cabelos foram presos num coque perfeito, ornando a maquiagem leve natural.  

   ─ Querido, venha, eles chegaram! - gritou o marido da porta, com um grande sorriso estampado a face, recebeu os pais da futura nora – Oh, boa noite! Entrem e fique a vontade – ofereceu passagem – Tudo bem meu bebê? - Itachi assentiu, constrangido – Washu, espero que não tenha ficado chateada comigo – sussurrou apenas para que ela ouvisse. 

   ─ Não, acredito que adiar mais não seria bom – devolveu o sorriso a sogra. 

   ─ Que bom que pensa assim, vamos entrem – empurrou o casal, fechando a porta atrás de si,  

   ─ Bela casa, Mikoto – Wakemi observava atentamente cada detalhe da ampla sala 

   ─ Se gostou da minha humilde casa, espere até o jantar – o tom de sua voz soou travesso, no entanto poucos foram os que perceberam – Sentem-se, todos.  

   ─ Sejam bem vindos a minha casa – cumprimentou Fugaku entrando no cômodo.  

   ─ Obrigado por cuidarem tão bem da nossa filha, jamais imaginei que minha ursinha pudesse casar-se com alguém que a fizesse voltar as raízes – comentou Alexander, acomodado ao lado da esposa em um dos sofás.  

   ─ Eu que agradeço por serem responsável pela única mulher na minha vida. Não pude dizer antes, mas obrigado e peço desculpas pela nossa pressa em estar juntos – Itachi curvou-se diante dos pais de Washu, demonstrando seus mais sinceros sentimentos. Por um segundo seus olhar encontrou-se com o dela, ambos sorriram em harmonia. 

   ─ O que quer dizer com " Pressa de estarem juntos" - enfatizou a frase – Desde que cheguei sinto que escondem algo, vocês estão escondendo? - curta e direta, a Nakamura assistiu a filha desviar os olhos, insegura, hesitante, este pequeno gesto colaborou em suas suspeitas – Como pensei – concluiu. 

   ─ Dear " Querida" — exclamou o marido. 

   ─ Temos o direito em saber – prosseguiu ríspida - Washu!  

   ─ O que é isso? - Mikoto colocou-se a frente, puxando o filho que ainda se curvava aquela mulher – Eles se amam, querem viver e estar juntos como qualquer casal, o que você ou nós temos com isso? Nada! Seja com pressa ou como tenham se apaixonado, reconheça isso, é o mínimo que pode fazer antes de exigir respostas – o espanto da Nakamura não passou despercebido diante dos olhos negrumes da Uchiha – Se eles quiserem contar, será por livre e espontânea vontade. Vamos esquecer por hora está conversa. Vou fingir que não vi sua hostilidade com a minha nora - lançou um ultimo olhar, retomando seu lugar ao lado do marido – Muito bem, va- 

   ─ Alexander, let's go " Alexander, vamos embora" — se pôs de pé, a frente do esposo, ele se levantou sem compreender á medida que era puxado em direção a porta. 

   ─ Mãe, espera! - Washu tentou intercepta-la. 

   ─ Get out of the way, Washu! " Saia da frente, Washu"— esbravejou, a ponto de empurra-la, mas resetou - Não há clima, não vou permanecer aqui enquanto não for esclarecida, ainda mais depois de ouvir tamanho desrespeito! 

   ─ Desrespeito? - ecoou a Uchiha descrente. 

   ─ Mikoto, por favor – pediu Fugaku, abraçando a esposa pelos ombros. 

   ─ Senhora Nakamura, senhor Hetfield, peço desculpas – Itachi surgiu ao lado de Washu – Minha mãe fala demais, ela não quis dizer isso. 

   ─ Eu quis sim! - retrucou a morena, o filho lançou um olhar acusatório. 

   ─ Já ouvi ofensas demais. Seu pai e eu estamos indo para o hotel – alertou, magoada, contornou a filha que, não deixou que seguisse em frente. 

   ─ Você não foi ofendida em momento algum, mãe. Estas pessoas estão se esforçando por um problema que não é delas, ao menos existe, porque a única que não compreende é você, sempre você! Eu não queria que viesse por causa disso, sua mente fechada, presa na tradição de anos atrás, nunca vai mudar. Itachi e eu somos diferentes, nós conhecemos em um avião e eu tinha certeza que não veria aquele homem de novo, e se o visse ele seria inalcançável para mim. O destino novamente trouxe ele até o mesmo hotel que eu havia me hospedado, e eu fiquei feliz apenas em ver ele de novo. Você não tem ideia do que senti quando ele se sentou na mesma mesa, conversou comigo sobre assuntos banais que eu me esforcei ao máximo para prestar atenção - riu, em meio as lagrimas desenfreadas - Você não sabe que meu coração bateu tão forte, tão rápido que por um segundo prendi a respiração, com medo que saísse pela boca e eu não pudesse controlar isso. No instante que ele disse que procurava a mim, a designer que trabalharia ao seu lado na melhor empresa de games do país, foi ali mãe, foi ali que me permiti apaixonar pelo melhor homem do meu mundo – declarou a todos olhando diretamente para seu único amor, estendeu sua mão e ele as uniu depositando um beijo longo sobre o torço, ainda sustentando seus olhares.  

    Wakemi deu mais alguns passos a frente, escondendo o rosto dos demais, tentou fugir dos olhares alheios. Mas, o que a vida não a preparou, foi se havia algo que Mikoto detesta é alguém que despreza os sentimentos do seu filho, Washu consequentemente o ama, então o problema também era relativo a ela. 

   ─ Seguranças! - clamou pelos fieis aliados, Pain, Deidara e Tobi surgiram de imediato - Não deixem em hipótese alguma está mulher sair por aquela porta – ordenou apontando em direção a Nakamura, seu olhar transformou-se em puro deleite, assim que os seguranças acataram seu chamado encurralando a mulher.  


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Notas finais do capítulo

Senti saudade de vocês, serio. Escrever Akai fez muita falta, apesar de querer relaxar foi impossível. Espero que tenha chego até aqui feliz e com muita vontade de comentar :)

E então, gostaram do jeitinho Sasuke de responder a proposta? E finalmente as pazes entre Karin e Sasuke aconteceu, o que acharam? Hinatinha e Naruto cheios de carinho para dar e vender, né safadenhos , me contem tudo e não esconda nada.

Até breve leitores o/

Música de hoje: Lee Hi - My love



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