Capitulo V

"A vida segue acontecendo nos detalhes, nos desvios,

nas surpresas e nas alterações de rota

que não são determinadas por você"

(Martha Medeiros)

Perigoso

Sasuke seguia Naruto pelos corredores e mesmo achando tudo familiar demais deu pouca importância para tal ideia, afinal ele estava em um hospital tudo por ali devia ser parecido. Ao entrar no quarto pode ver seu irmão vindo em sua direção o que por questões de segundos não lhe rende um belo machucado.

─ Ah, Sasuke que bom que esta aqui. Eu já estava indo procura-lo, senhorita Sakura este é o meu irmãozinho Sasuke - os apresentou.

─ Muito prazer Sasuke eu... - Sakura se virava lentamente e ao focar seus olhos no moreno sentiu seu corpo queimar -Você tá de brincadeira? Com tanta gente no mundo e você tinha que ser irmão desse cara? Esqueçam o que eu disse eu não topo mais esse acordo - indignada, possessa. Sakura mal poderia acreditar que aquele ser imbecil seria o seu guarda costas.

─ Bem, se é assim vamos embora Itachi - assim como a Haruno, Sasuke se encontrava indignado, como pode se esquecer de perguntar pelo nome da criatura que Naruto diz ser um anjo em forma de gente? Aquela ali estaria mais para uma diabinha que viera para azucrinar as ideias e acabar com sua vida majestosa.

─ Nada disso Sasuke, papai disse que ou você faz o que ele mandou ou é melhor nem voltar para casa - alertou.

─ Mais que saco - bufou de insatisfação.

Naruto estava perdido ele não tinha ideia do que estava acontecendo mas o que quer que tenha sido devia ser grave, ele nunca tinha vista Sakura tão nervosa antes.

─ Sakura-chan? - disse o loiro receoso

─ Hum, Ohayo Naruto-kun - como se todo os seus problemas estivessem evaporado, a rosada abriu um sorriso radiante direcionado ao Uzumaki - Desculpe eu não tinha te visto - se sentia envergonhada.

─ Tudo bem hehe. Eu só vim ver como você esta - a correspondeu com um grande sorriso.

─ Ah, eu estou bem mas ficarei melhor ainda assim que este senhor sair do meu quarto! - olhou irritadiça de esgueira em direção ao Uchiha mais novo

─ Você esta falando do teme do Sasuke, Sakura-chan? - o loiro franziu o cenho intercalando seu olhar de um para o outro

─ Desse mesmo hunf! - cruzou os braços emburrada.

─ Mas o que ele fez? - não estava entendo nada, não via motivo algum para Sakura odiar tanto assim seu amigo. Eles nem mesmo se conheciam, ou era o que achava.

─ Bem, além dele me atropelar a família dele querer me torturar, me obrigando a abrigar este ser na minha casa e tê-lo como guarda costas hunf - Sakura estava enfurecida, não havia absurdo maior do que aquilo.

─ QUEE? O TEME PERVERTIDO DO SASUKE VAI FICAR NA SUA CASA?? - Naruto gritava sem parar, aquilo era loucura. Era como oferecer um grande pedaço de carne a um leão faminto, mas pensando bem, não foi uma boa imaginar um Sasuke esfomeado atacando sua Sakura-chan. Isso seria canibalismo não é? - EU NÃO ACREDITO.VOCÊS FICARAM MALUCOS ?! - Naruto andava de um lado para o outro inconformado com tal ideia.

Os grito do loiro hiperativo podiam ser ouvidos por todo o hospital, o que logo acabou por despertar a atenção das enfermeiras que foram até o quarto pedir para que ele se retirasse do recinto. Sakura com medo que o único que parecia ter sanidade naquele lugar lhe abandonasse, se agarrou na cintura do loiro e o segurou com todas as suas forças como se ele fosse um ursinho de pelúcia.

─ Saku...ra chan... eu não... eu não consigo.... respirar - tal abraço foi tão apertado que Naruto acabou por desmaiar pela falta de ar.

Enquanto as enfermeiras tentavam socorrer o loiro que agora se encontrava caído no chão do quarto, uma bela mulher de longos cabelos loiros e seios avantajados entrou no quarto.

─ Boa tarde, eu sou Tsunade Senju e serei a medica responsável por Sakura Haruno - informou com seriedade.

─Ah, Boa tarde ! - Sakura sorriu gentilmente para mulher que estava a sua frente.

─ Vejo que as coisas aqui estão bem animadas não é? - antes mesmo de chegar ao corredor ouvia-se gritos e mais gritos vindo daquele quarto. Veio o mais rápido possível imaginando ser algo terrível - Agora entendo o porque de tantos bochichos correndo pelo hospital - observou os componentes que ocupavam aquele lugar e se sentiu aliviada por quase todos estarem em perfeito estado.

Sakura se sentia envergonhada mas preferiu não falar nada, ela sabia que em todos os lugares que ia acabava virando noticia seja por causa de seus estranhos cabelos cor-de-rosa ou pela energia e carinho exagerada que sua família e o amigo demonstravam por ela. A bela loira fazia anotações em um tipo de ficha, todos a olhavam esperando por uma reação.

─ Primeiramente eu quero que volte para cama senhorita Haruno, ainda esta em repouso absoluto - ordenou sem retirar seus olhos do que escrevia. Sakura seguiu as ordens acomodando-se na cama novamente, sua mãe a cobriu e depositou um beijo em sua testa. Cada movimento foi observado por sasuke que achava tudo a maior babaquice - Muito bem - os olhos cor de avelã da doutora vasculharam o local - Quero que permaneça aqui apenas familiares, o restante darei meio minuto para cair fora daqui - foi autoritária. Sasuke foi o primeiro a sair dali levando consigo o amigo que aos poucos recobrava a consciência. Logo mais apenas os pais da rosada permaneceram.

─ Doutora como esta meu bebê? - perguntou Mebuki acariciando os cabelos da filha. Tsunade revirou os olhos recriminando o tratamento mimado.

─ Pelo o que me consta não houve grandes danos. Alguns pontos foram feitos ao lado direito do crânio, alguns arranhões nas bochechas, braços e pernas, nada que devam se preocupar - explicou. Sakura levou as mãos a cabeça procurando pelo corte, não parecia tão grande ao toca-lo. Martirizava-se por não ter percebido antes.

─ A senhora disse pontos no crânio? A que profundidade foi o corte? Quantos pontos fizeram? Demorará para cicatrizar? - Kizashi alavancou uma enxurrada de perguntas, preocupava-se de maneira imensurável.

─ Se acalme querido - sua esposa tentou conforta-lo.

─ Peço que mantenha a calma, como já havia dito não há necessidade para preocuparem-se, sua filha esta perfeitamente bem - os tranquilizou - Farei um ultimo check up com a solicitação de um encefalograma, se tudo ocorrer bem em dois dias estará de alta.

─ O que é este ence... Enci... Ah isso ai que você falou - perguntou Sakura curiosa, pois se dependesse dos seus pais por orgulho não perguntariam nunca e morreriam sem saber.

─ Encefalograma, é um exame cerebral onde analisaremos minuciosamente se realmente não houve danos internos - procurou explicar da melhor forma para que pudessem entender.

─ Ufa, eu estava achando que era outra coisa - suspirou aliviado o patriarca, chamando a atenção dos demais.

─ O que achou que era papai? - Sakura observou seu pai ficar vermelho e soube que o mesmo estava constrangido.

─ Nada filhinha, não é nada - sorriu amarelo levando uma de suas mãos a nuca - O importante é que logo sairá daqui e poderemos ir todos para casa.

─ Mas eu quero saber o qu...

─ Vamos Mebuki, desculpe filha papai precisa voltar para o trabalho - a rosada fez um bico enorme e cruzou os braços emburrada.

─ Meu bebê a noite irei trazer roupinhas limpinhas, e tudo que precisar, tudo bem? - murmurou carinhosa, Sakura assentiu positivamente - Mamãe vai mas mamãe?

─ Volta - completou a frase sorridente, amava seus pais e a forma como eles a tratavam.

─ Obrigada Doutora Senju - agradeceu a matriarca Haruno.

─ Não há de que - sorriu minimamente. Os Harunos em seguida foram embora deixando Sakura a sós com a medica - Bem, já irei. Qualquer coisa peça para uma enfermeira me chamar.

─ Doutora eu não disse nada mas... Eu quero fazer uma pergunta - disse receosa.

─ Pergunte - a observou atenta.

─ E se hipoteticamente eu não se lembrar de nada do que ocorreu ontem, é normal? - se sentia com medo, mas sabia que havia algo de errado com ela.

─ Pelo fato de ter batido a cabeça muito forte, sim podemos considerar normal - respondeu analisando-a.

─ Hmm... E se também não me lembrar de nada de antes de ontem, é normal também não é? - suas mãos suavam frio, se sentia inquieta.

─ Sakura, qual a sua ultima lembrança? - preocupou-se, precisava o mais rápido possível dos exames.

─ Me lembro de estar terminando o colegial - murmurou. Como um toque para a realidade seus olhos se arregalaram subitamente - Quantos anos... Quantos anos eu tenho agora? - estava desesperada. Assistiu muitos doramas e leu muitas fanfictions onde a mocinha perdia a memoria e sempre se esquecia do seu amado e de que eram casados. Se esquecia de seus momentos juntos, de todo sofrimento que passou para estar junto ao amor da sua vida e.... Sua mente vagou diretamente a imagem do moreno babaca que estava em seu quarto quando acordou - Não, isso não... - sussurrou para si mesma - Eu nunca me apaixonaria por um idiota como ele.... Ou me apaixonaria? Não - balançou a cabeça negativamente - Ele naaaaaaooooo!

─ Sakura - Tsunade a olhava sem entender nada - Esta tudo bem? Sente alguma dor? - preocupou-se.

─ Desculpe, estou bem - murmurou sem graça.

─ Muito bem, na sua ficha consta 19 anos e... - parou de falar quando viu a rosada pular da cama e se ajoelhar no chão.

─ Obrigada meu Deus, valeu mesmo fico te devendo essa - fez seu agradecimento e voltou a cama. Se sentia mais aliviada pois terminou seus estudos com 18 anos, nunca esteve tão feliz.

─ Bem - a loira ficou um pouco perdida depois da súbita ação - Parece que não se lembra apenas de acontecimentos recentes, vou analisar os exames assim terei um diagnostico mas amplo. Descanse e não se preocupe ok?

─ Tá, mas isso é muito grave? - pedir para não se preocupar foi mesmo que dizer o contrario, já estava preocupada e como muito medo, se sentia assustada.

─ Veremos em dois dias. Pedirei para lhe trazerem algo para comer - avisou saindo do quarto. Sakura finalmente estava sozinha. Seus pensamentos foram tantos que acabou caindo no sono. Seus olhos se abriram e logo soube que estava sonhando. Se encontrava em uma praia deserta, já era noite e somente a luz do luar iluminava aquele local.

─ Pode se esticar ou emaranhar-se mas nunca se quebrara - não soube como nem quando, mas uma menininha de longos fios negros surgiu caminhando ao seu lado.

─ Do que esta falando? - a menininha a olhou com seus grandes olhos negros e sorriu.

─ O fio vermelho, ele pode se esticar ou emaranhar-se mas nunca se quebrara - repetiu mais uma vez.

─ Fio vermelho? - não estava entendo nada do que aquela garotinha queria dizer.

─ Sim, este aqui - segurou em sua mão a erguendo para que visualizasse melhor. Havia uma linha amarrada ao seu dedo mindinho. Estranhou ao ver aquilo, nem mesmo havia sentido nada. - Mas como... ? - ao olhar ao seu redor não havia mais ninguém, a menina simplesmente desapareceu. Observou atentamente aquele fio, ele era longo e parecia indicar algum caminho. Decidiu prosseguir, queria descobrir onde ele a levaria. Ao longe avistou um pontinho que aos poucos formava uma silhueta. Seu ritmo diminuiu ao ver que era um homem de costas para si, em seu dedo mindinho se encontrava amarrado a outra ponta do fio. De repente o homem começou a correr, voltando a esticar a linha que havia entre eles. Sakura o seguiu e ao longe o viu ser abraçado por uma mulher. Não conseguia ver seus rostos, mas se sentia curiosa. Ele a girava no ar, pareciam muito felizes. Em um momento o homem parou tudo e olhou para trás onde Sakura estava, seu rosto ainda não era nítido. O tal homem iniciou uma caminhada em sua direção logo começou a correr. Sakura estranhou quando seu corpo moveu-se sozinho e correu também. Seu coração batia descompassado, sem entender absolutamente nada sua visão escureceu.

Ofegante Sakura acordou, colocou uma mão sobre o peito e sentou-se buscando por ar.

─ O fio vermelho pode se esticar ou emaranhar-se mas nunca se quebrara, isso é a maior baboseira que já li - resmungou o Uchiha chamando a atenção da rosada.

─ O que você... O que você disse? - seus olhos quase saltavam da órbita.

─ Cara você só dorme, aff que tédio - reclamou.

─ Isso ai que você acabou de dizer...

─ Mas uma das bilhões de mensagens que recebo de garotas que nem mesmo conheço - disse sem tirar os olhos do celular moderno - Sabe, as garotas deveriam se dar conta que nenhuma frasezinha romântica enviada as oito da manhã conquista um cara. - disse chamando a atenção da Haruno. Sakura direcionou seus olhos a janela, havia amanhecido. Mas mesmo assim se sentia tão cansada. Se espreguiçou e finalmente deu ouvidos ao que aquele garoto estranho, mas extremamente bonito dizia - Homem só gosta daquilo que pode preencher as mãos, a boca e proporcionar muito prazer - sorriu malicioso.

─ Nunca ouvi tanta hipocrisia em uma única frase - pela primeira vez Sasuke a olhou. Sakura se assustou ao ver aqueles olhos negros mais uma vez - Quem é você? - balbuciou. O moreno arqueou uma das sobrancelhas, logo revirou os olhos entediado.

─ Meu nome não é tão difícil assim pare você não se lembrar, talvez eu devesse escrever nessa sua testa grande - não queria ser rude, mas já estava de saco cheio de ouvir a mesma pergunta toda vez que ela acordava.

─ Idiota - gritou o assustando - Eu acordo neste lugar estranho e tudo que encontro é um babaca mesquinho que eu nem mesmo conheço - começou a chorar, seus soluços ficavam cada vez mais frequentes - Eu quero a minha mãe - lagrimas grossas rolavam por ser rosto. Sasuke se afastou com medo, não tinha ideia do que estava acontecendo com aquela louca. Como um relâmpago o nome de seu irmão surgiu em sua mente, rapidamente saiu do quarto em busca do único que talvez pudesse ajuda-lo.

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Nos dias que permaneceram ali Itachi sempre se encontrava pela manhã naquele hospital, para vigia-lo e depois relatar ao seu pai. Por algum tipo de milagre sua mãe não voltou mais, no entanto ligava a cada dez minutos fazendo todo tipo de pergunta. - Mãe eu estou bem e não eu não fui pervertido com aquela louca - revirou os olhos entediado - Claro que sou homem mãe - alterou sua voz indignado - Mãe... Mãe para de fala e me escuta caralho - um bico emburrado se formou em seus lábios, havia levado uma bronca - Tá, tá me desculpa... Eu não vou fala isso.... Mas mãe - suas bochechas coraram - Me perdoa mãezinha, vou desliga tchau - suspirou olhando para o celular. Tinha que procurar por Itachi o mais rápido possível. Quando olhou ao redor muitas enfermeiras e pacientes femininas o olhavam com os olhos brilhando.

─ Ele é tão fofo - disse uma enfermeira - Da vontade de apertar as bochechas e levar pra casa - disse outra. Sasuke abaixo a cabeça constrangido e saiu rapidamente dali. Se não fosse as manias de sua mãe não estaria passando por isso.

─ Por quê esta perambulando pelo hospital em? - se assustou ao ver itachi parado a sua frente.

─ Ainda bem que te achei, aquela garota acho que ela enlouqueceu de vez e...

─ Me diz que você não aprontou de novo - Itachi o puxou pela camisa aproximando seus rostos. Sasuke o olhou confuso.

─ Hey, eu não fiz nada tá legal - se soltou estranhando o irmão ter se irritado tão facilmente, pois ele sempre foi a calmaria em pessoa - Aquela doida acordou e começou a falar coisas sem sentido, eu não sei o que houve pra ela chorar e gritar sem motivo.

─ Sem motivo? Sasuke se você fez algo pra aquela menina eu juro que.... Argh - ficou aliviado por superficialmente não ser nada demais - olha só por sua culpa a mãe não larga do meu pé, a preocupação dela esta até mesmo irritando o pai - se sentia cansado, sempre tinha que cuidar de tudo - Ela não come direito, não dorme e...

─ E não para de ligar, eu sei, eu sei - resmungou - Se sabe que ela é dramática.

─ Ela esta preocupada, cabeça oca - deu um tapa na nuca do mais novo caminhando em direção do quarto da Haruno.

Sasuke praguejou e o xingou de tudo que se pode imaginar, baixinho claro, não queria irrita-lo ainda mais. A contragosto o seguiu de volta ao quarto da estranha de cabelos róseos que tanto o irritava.

Ao abrir a porta tudo se encontrava em absoluto silêncio, uma enfermeira terminava de checar o soro e encaminhava-se para a saída.

─ Com licença eu sou...

─ Itachi Uchiha, acho que todos já sabem que os irmãos Uchihas estão aqui. Sou Shizune - apresentou-se - E este deve ser o inconsequente Sasuke - sorriu observando a expressão emburrada do moreno.

─ Sim é ele mesmo - concordou - Peço desculpas, meu irmão quem deveria estar cuidando da senhorita Haruno.

─ Tudo bem, desta vez tudo que ele poderia ter feito era chamar uma enfermeira. Sakura não pode se agitar, esta em repouso absoluto. - explicou. Sakura havia adormecido novamente - Apliquei um calmante em seu soro, ela irá dormir por um bom tempo. Bem já vou indo, espero que tomem conta dela desta vez.- mirou seus olhos em Sasuke, logo saindo do quarto.

─ Ó Mulherzinha chata - reclamou se sentado na poltrona.

─ Eu preciso ir para empresa, Sasuke qualquer coisa...

─ Eu ligo pra você, já sei - retirou o celular do bolso para se distrair.

─ Não, resolva sozinho - soou ríspido assustando o mais novo. Sua expressão era seria o que significava que não estava para brincadeira - Cuide-se - saiu deixando um Sasuke surpreso para trás.

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Sasuke sentia todo o seu corpo doer, também depois de passar a noite naquela cadeira de hospital não podia ser diferente, ele não sabia quanto tempo aquela brincadeira idiota de seu pai duraria mas já havia durado o suficiente para deixa-lo mal humorado. Enquanto abria os olhos lentamente Sasuke pode perceber que já era dia, era fácil notar o sol entrando no quarto por meio das cortinas brancas, porém o que realmente o incomodava era o silêncio, não que ele não gostasse do silêncio na verdade ele sempre amou o silêncio, mas depois de conviver com aquela louca por poucos dias ele sabia que ela estar em silêncio não era um bom sinal. O moreno resolveu então checar o quarto, no entanto não havia sinal algum da rosada, Sasuke não se preocupou muito pois eles estavam em um hospital então nada de ruim poderia acontecer com ela ali e se ela tivesse fugido melhor seria para ele.

O Uchiha foi para o banheiro realizar sua higiene matinal já que seu irmão fez a gentileza, ou não, de levar algumas coisas para lá. Ao terminar desceu para a lanchonete, ele precisava de um café quentinho. Depois de comprar seu café Sasuke resolveu voltar para o quarto caso a rosada não tivesse voltado estava decidido a ir pra casa e dizer ao pai que a esquisita tinha fugido dele e por isso ele não podia fazer mas nada por ela. Enquanto subia as escadas Sasuke pode ouvir um estranho barulho vindo da sala ao lado, não parecia um barulho qualquer era uma mistura de vozes e um choro, um choro baixo, sofrido que por poucos segundos o fez partilhar daquela dor. A cada passo que dava sentia seu corpo congelar, enquanto ouvia mais nitidamente do que se tratava a conversa.

─ Entendam senhor e senhora Haruno eu não posso fazer nada quanto a isso - explicou com passividade.

─ Como não? você é medica não é? Você tem que salvar o nosso bebê ?! - gritou a plenos pulmões.

Sasuke se posicionou de frente para porta e por um vidro que havia nela pode observar que a família Haruno era quem estava naquela sala acompanhados da Doutora Tsunade. O clima na sala parecia pesado, tão pesado que fez o Uchiha se arrepiar. O senhor e a senhora Haruno encontravam-se abraçados enquanto Sakura parecia paralisada deitada em uma pequena maca, a jovem Haruno olhava insistentemente para o teto enquanto lágrimas escorriam por seus olhos.

─ Eu compreendo o que estão sentindo, entretanto a coisas que nem mesmo a medicina pode fazer. Além do mais, eu não sei o quanto o cérebro da Sakura foi danificado, não sei até que ponto pode ir esse dano.

─ Como assim não sabe?- A matriarca da família era a única capaz de falar naquele momento.

─ Como disse senhora Haruno sua filha sofreu danos no cérebro o que acabou por faze-la esquecer de partes do seu passado, esses danos podem ser permanentes ou não e não sabemos o que ele afetará, cada cérebro funciona de uma forma, ela pode apenas esquecer coisas aleatórias ou pode esquecer fatos importantes do seu passado, não há como prever. Tudo o que podemos fazer é esperar pra ver o que acontece.

─ESPERAR? VOCÊ QUER DIZER QUE NÃO PODEMOS FAZER NADA ENQUANTO O CÉREBRO DA SAKURA DECIDE SE VAI OU NÃO SE RECUPERAR ?! - exaltou-se estava a ponto de voar no pescoço da doutora tamanha era sua fúria.

─ Exatamente, marcarei acompanhamentos constantes assim que tiver algum sinal de que algo pode ser feito levarei Sakura a cirurgia de emergência - foi firme em suas palavras. Mebuki finalmente pareceu não ter mais forçar, desatando-se a chorar sendo amparada pelo marido, em seguida ambos os pais abraçaram a filha compartilhando de sua dor. Sakura chorava alto tendo seus soluços ecoados pelo local.

Sasuke não podia mais ouvir aquilo, ele tinha mesmo causado toda aquela tragédia? Aquela garota poderia se esquecer de sua vida, tudo porque ele resolveu pegar o carro naquela maldita noite? Ele não podia ser o causador de tanta desgraça... Simplesmente não poderia acreditar.