Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 49
Touch love


Notas iniciais do capítulo

Yooooooooo! CHEEEEGUEII!!

Estão vendo essa linda montagem ai embaixo? É uma surpresinha que guardei para vocês. Demoro? Demoro pra caramba! Mas enfim, aqui estamos.

RAMONA SUA FOFA, LINDA, OBRIGADAAA!!!! Eu amei a recomendação, fiquei muito emocionada, não tenho palavras. Estou muitíssimo feliz, tanto é que dedico este capitulo especialmente a você ♥ ♥ ♥

Quero agradecer a Carol-chan por ter me ajudado muito, muito mesmo. Beijos fofa ♥

Enfim...

Bora Ler!!



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Capitulo XLIX

"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer que não existe razão?"

(Renato Russo)

 

Toque amor

O dia ainda não havia amanhecido quando ela levantou inquieta da cama, andou pela casa limpando aqui e ali, arrumou o quarto de hospedes para que os pais pudessem acomodar o mais confortável possível, e quando não encontrou mais nada em sua lista de tarefas, voltou a verificar cada cômodo meticulosamente.  

    Preparou o café da manhã, lavou a louça, constatou se nada estava faltando nos armários, agradecendo mentalmente por ter feito compra no dia anterior. Aparentemente tudo estava em ordem, por dentro, já o jardim não poderia dizer o mesmo.  

  ─  Itachi! - rosnou o nome furiosa – ITACHI! - exclamou assim que a porta foi escancarada. A visão que obteve fora a mais bela e excitante imagem, seu namorado e futuro marido dormindo de bruços coberto com um fino lençol apenas da cintura para baixo, Seu rosto sereno não se moveu nenhum um milímetro após o grito, pelo contrario, ele suspirou profundamente agarrado ao travesseiro – Itachi, acorda! - cutucou, mas nem mesmo se mexeu – Itachi! - gritou outra vez, um pouco mais fino de modo irritante.  

   ─ O que é? - resmungou sonolento esfregando os olhos.  

   ─ Eu pedi pra você limpar o jardim. E o que esta fazendo? Dormindo!  

   ─ Ainda é de manhã? - murmurou, abrindo somente um olho.  

   ─ Levanta – pediu. Em seguida abriu as janelas e cortinas.  

   ─ Só mais um pouquinho – balbuciou, quase adormecendo novamente.  

   ─ Agora, Itachi – irritada desferiu um tapa no bumbum coberto com lençol - Anda logo preguiçoso!   

    Ele abriu os olhos imediatamente com ardência pulsante, resmungo um palavrão baixinho, emburrado,  levantou a contragosto encaminhando diretamente para o banheiro.   

    O tempo passou voando pela manhã cheia de afazeres, logo o casal estava a caminho do aeroporto. Durante o caminho ela calou-se, observando a paisagem em silencio, mas Itachi não estava dispostos a ficar quieto, demandando perguntas e mais perguntas sobre os sogros, segundo ele, queria estar atualizado para que não cometesse gafe alguma. Quanto mais Washu o ignorava, a curiosidade e persistência crescia gradativamente, assim como a irritação da Nakamura. No fim, ele afastou-se amuado, recusando veemente o pedido de desculpas ou qualquer reconciliação.  

    O casal londrino surgiu na porta de embarque por volta das 13hs, procurando a filha entre aglomeração maçante. Itachi ergueu a mão e acenou, chamando atenção de ambos. Washu rapidamente procurou a mão do Uchiha, tremula.  

   ─ Sua mão esta gelada – comentou, preocupado – Esta tudo bem?  

   ─ Não, mais vai ficar – o confortou – Pai, mãe, sejam bem vindos – cumprimento a ambos acanhada.  

   ─ Vem cá minha ursinha, me de um abração - disse o homem com um forte sotaque inglês em seu japonês. Ele abriu os braços a chamando com um grande sorriso – Venha, não resista – provocou.  

   ─  Pai – Washu corou constrangida, hesitando em se aproximar. Rapidamente o homem de cachos dourados e olhos azuis celeste, a puxou.  

   ─ Senti tanta saudade ursinha – apertou-a em seus braços - Achei que havia abandonado seus pais, foi muita maldade não nos ligar por tanto tempo.  

   ─  Des-culpe – murmurou quase sem ar.  

   ─ Solte-a Alexander – comandou a voz dócil, porém autoritária - Não vê que a sufoca!  

   ─  Oh, perdão. Estava com muita saudades – afastou a filha o suficiente para olha-la de cima a baixo – Esta ainda mais linda – acariciou os cachos revoltos igualmente aos seus – O amor deixa as mulheres mais bonitas – tocou a pontinha do nariz arrebitado.  

   ─  Eu também senti a falta de vocês, desculpe por não ligar. Estive tão ocupada que eu na-  

   ─  Este é o seu noivo? - a cortou. Lentamente a mulher de aparência jovial retirou o óculos escuro, aproximou-se a passos curtos avaliando minuciosamente o homem ao lado da filha.  

   ─  Err...Ele não é me-  

   ─  Seu nome rapaz - a interceptou novamente.  

    Washu respirou fundo reprimindo alguns palavrões, engolindo a seco a ira que sentia. Seu pai deu um passo a frente, pronto para acalma-la, como sempre fez, contudo recuo ao observar Itachi entrelaçar suas mãos e automaticamente ela suavizar a face.  

   ─  Itachi Uchiha, senhora – disse a ela, mantendo o olhar sucinto – Sejam bem vindos – curvou-se ao cumprimenta-los formalmente.  

   ─ Muito prazer, Itachi, sou Wakemi Nakamura e este é o meu marido Alexander Hetfield. Estou ansiosa para conhecer sua família - observou o moreno mais uma vez, curvou os lábios unidos em um sorriso de canto e sem nada dizer cobriu os olhos novamente com o óculos, caminhando na frente.   

   ─ Fico feliz em conhece-lo Itachi, tenho certeza, vamos nos dar bem – comunicou, com um sorriso caloroso – Por favor nos mostre o caminho.  

   ─ Claro, senhor Hetfild - correspondeu sorridente. Assim que o homem correu para alcançar a esposa, Itachi abraçou Washu pelos ombros – Isso foi estranho – comentou.  

   ─  Eu sei, me desculpe – suspirou com pesar – Este era um lado que eu não queria que você conhecesse, não agora.  

   ─ Ta brincando? Seus pais são como uma versão oposta dos meus. Mal posso esperar para vê-los reunidos – riu – Sabe, desta vez, estou extremamente ansioso para saber o que Dona Mikoto vai aprontar.  

   ─ Com certeza é algo que se quer imaginamos – acompanhou o namorado, entre risos.  

    Mesmo distante, Wakemi observava o casal, sob os protestos do marido que não via nada demais.  

   ─ Alex, Washu hiding something, I'm quite sure it will not be to my liking "Washu nos esconde alguma coisa, tenho plena certeza que não será do meu agrado" — disse enquanto tamborilava os dedos sobre a testa mansamente.  

   ─ Calm down, dear. Washu is a good girl "Acalme-se, querida. Washu é uma boa menina"— delicadamente ofereceu sua mão a ela que, recusou prontamente, deixou-o para trás.    

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    Dois dias foram suficientes para que Hiashi assumisse com seus deveres a nova ordem do clã, liderando a organização burocrática em determinação de novas regras. Os últimos membros do Conselho renderam quase que imediatamente após a morte de Haiato, dispostos a agir de acordo com as decisões do Hyuuga.  

    Acomodados na sala de julgamento, Hiashi reuniu a corja de conselheiros, Neji e Hinata ao seu lado. Os homens de idade avançada torceram o nariz diante da presença da última, a morena de olhos perolados, iniciando burburinhos entre sorrisos debochados e sarcasmo.   

   ─ Calem-se - exigiu Neji, encarando cada um dos rostos com frieza.   

   ─ Moleque insolente! Acha que pode elevar a voz a mim, um verme fedelho que ao men-   

    A ponta da katana afiada pousou sobre o pescoço daquele que falava corajosamente até o instante, causando espanto enquanto observava de olhos arregalados a face severa do Hyuuga.   

   ─ Abra a boca novamente e será a última vez que terá oportunidade em falar - ameaçou, ácido.   

   ─ E-Eles não irão deixar barato se algo me acontecer - ousou rebater, tremulo, apertando as mãos em punho ao lado do corpo, visto que tentava reprimir o medo nítido em seus olhos - Você é só uma criança -   

    Neji observou o restante, encolhidos de horror, assustados demais para se quer defender sua própria honra, logo retornando ao rosto enrugado do conselheiro imprudente.   

   ─ Estou ansioso por isso – sorriu de escárnio, em seguida deslizou a lâmina na garganta rapidamente, cumprindo sua promessa. O corpo foi ao chão enquanto a vida esvaiu em segundos - Hiashi-sama, peço desculpas pelo inconveniente - curvou-se, em respeito ao tio.   

   ─ Termine o que começou, Neji - ordenou. Imediatamente o sobrinho alcançou um dos braços do homem estirado e assim o arrastou para fora, sob olhos perplexos - Tudo bem, minha filha? - acomodou sua mão sobre a pequena que tremia no colo - Esta ficando pálida.   

   ─ Estou bem - respondeu, vidrada na poça de sangue que se formou no local - Eu quero vomitar - fechou os olhos com força, cobrindo a boca com as mãos.   

   ─ Acredito que Neji tenha exagerado na sua presença, vá tomar um ar - preocupou-se, ignorando os homens ali que assistiam o quão afetuoso Hiashi poderia ser fora do tatame.   

   ─ Esta tudo bem, papai - forçou um sorriso, evitando olhar novamente para o ponto que a faria regurgitar - Eu quero fazer isso, tomar a decisão mais importante - declarou, transmitindo segurança em sua voz - Na verdade, preciso fazer isso.  

   ─ Não é necessário, Hinat-  

   ─ Mas eu vou! - o cortou, irrevogável, não voltaria atrás com a sua palavra, mesmo que para isso fosse preciso enfrenta-lo – Me deixe fazer isso, por favor.   

    Diante do pedido em forma de ordem, Hiashi suspirou, relutante. Olhar para ela, naquele momento, era como enxergar com clareza a mulher que a gerou, tanto a doçura quanto a bravura escancarada que corre em seu sangue transborda nas atitudes sutis, porém tão sabia e sagaz quanto a própria mãe.   

   ─ Certo - decretou após alguns segundos ponderando. Estava receoso ao mesmo tempo que não conseguia esconder seu orgulho.   

    Hinata esboçou um sorriso ameno e se levantou, respirou fundo até que estivesse plena. Durante os meses que esteve ali aprendeu muito mais do que ser forte, manusear uma espada e lutar. Ela mesmo havia perdido a esperança de acreditar em si, mas, até quando considerava sua existência inútil havia pessoas ao seu redor enfrentando seus demônios, confiando cegamente que ela jamais seria nada menos do que extraordinária.  

    Bastou fechar os olhos por meros segundos para que pudesse abrir obstinada a expor, finalmente, sua decisão. Os homens estremeceram á medida que ela se aproximava, lentamente, segurando o Yukata delicado no intuito de não arrasta-lo pelo chão, mantendo sua postura rígida e a cabeça erguida enquanto observa atentamente aqueles que pela primeira vez não a desprezam, nem mesmo obtém coragem para olha-la com a mesma firmeza.   

   ─ Destruição ou exílio. Está são as opções delegadas por vocês quando ocorre violação, desrespeito ao nome do clã e traição da conduta. Não há perdão que cure as cicatrizes que foram causadas e nem sangue derramado que mude a monstruosidade reproduzida por seres, ironicamente, da mesma espécie, que no entanto não devo comparar a humanos. Estão com medo? Vocês temem pelo meu decreto? Mas nenhum de vocês titubeou ao extinguir a compaixão pelos membros, decidir por destruir o futuro de pessoas inocentes, vulneráveis, compadecidas a sobreviver sob a inútil soberania egoísta. Saibam de uma coisa, agora, eu não irei mais me esconder, vou enfrenta-los e lutar sem parar. Pelo poder concebido a mim por Hiashi Hyuuga, eu, Hinata Hyuuga, sentencio todo o conselho a exilio permanente com permissão absoluta de morte se ousarem retornar, e, não menos importante, obrigatoriamente exijo pedido de desculpas diante de todos.  

oOo  

    A poucos dias a cela imunda e o chão gélido era tudo que tinha, água e comida poderia contar nos dedos quantas vezes saciava sua fome, não havia uma única fresta para que a luz solar invadisse, se quer ar puro. Foram duas semanas intensivas no inferno, onde jamais condenaria seu pior inimigo.  

    Quando a porta do calabouço fora aberta bruscamente, por alguém que não escondia a pressa em descer a escada íngreme, iluminando parcialmente o local, desconfiou de que algo acontecia. O som oco dos pés que corria através da extensa passagem logo diminuíram, diante dos seus olhos parou um homem ofegante, em uma das mãos segura uma lamparina enquanto a outra sustenta o peso parcial do corpo apoiada a grade. Os fios loiros inconfundíveis grudava a testa, cobrindo um dos olhos azuis, mas o que lhe chamou atenção foi o sorriso largo que ele estampou assim que retirou do bolso um molho de chaves e sacudiu no ar, levando ligeiramente a tranca e libertando-a.  

    Dentre as poucas pessoas que cogitou a vir ele nunca esteve em mente, agora, estava ali, estendendo sua mão para que pudesse ajuda-la. Ela não recusou, segurou a mão firme e deixou ser guiada, exausta para manter o orgulho.  

    A medida que chegavam a superfície rajadas de vento tocava sua pele, como a tempos não sentia, o sol quente daquela tarde primaveril tornou-se o melhor presente que havia recebido em tempos, portanto respirou fundo preenchendo seus pulmões e inspirou vagarosamente com alivio. Livre, ela finalmente estava livre.  

    Naruto esperou até que ela mesmo decidisse retomar a caminhada, observando-a atentamente.  

   ─ Percebi que ficou surpresa quando me viu, era pra ser o Neji, mas aconteceram algumas coisas – comentou, assim que ela se recompôs e ditou que deveriam seguir adiante -  O conselheiro de merda foi morto pelo sogrão, eu nem pude ver. Essas regras são uma droga. Hinata-chan voltou a sorrir, parece que foi Haiato quem matou o outro conselheiro. Eu sabia. Agora o Da-  

   ─ Uzumaki – o cortou, rouca. Seus lábios secos moveram-se lentamente com o sussurro de uma palavra apenas – Obrigada.  

   ─ Então os fodões também sabem agradecer – murmurou com um assobio surpreso – Acho que me enganei quando imaginei que fosse só uma bruxa malvada que não se importa com ninguém. Kurenai baa-chan, tem um bom coração.   

    Os olhos da Yuuhi fixaram a figura do loiro entusiasmado ao seu lado, pronta para perfura-lo unicamente com aquele gesto, pois ela suportou a pior das torturas, para enfim ser taxada de "baa-chan - Vovó " por um patife feito ele? Seu sangue ferveu em instantes, uma vez que, preparou os punhos fechados a fim de nocauteá-lo ali mesmo.   

   ─ Hinata-chan ficará feliz, ela foi quem mais sentiu sua falta – distraído em sorrir enquanto reflete sobre os próprios dizeres, não percebeu a rendição brusca de Kurenai em sua direção.   

    A simples menção da Hyuuga transformou a cólera em serenidade. Incapaz de formular qualquer resposta, mesmo que Naruto não tivesse dito em voz alta, era visível sua espera por algo a altura. Mas ela não o fez.   

    O silêncio estranhamente reinou entre eles até que chegassem diante do quarto intocado, Kurenai observou tudo com cuidado, como se para concluir que nada foi retirado do lugar. Afastou os braços que ajudava a mantê-la em equilíbrio arrastando os pés pelo cômodo enquanto tocava a ponta dos dedos em cada um dos moveis empoeirados, procurando sentir texturas quem em pouco tempo sua mente ousou apagar. Transcorreu o olhar as paredes de tons claros, ausente de quadros, apenas duas janelas e logo abaixo uma cômoda simples, ao lado a cama intacta como havia deixado, sobre pondo a diferença que agora jazia um objeto chamativo, composto por uma longa bainha negra. Surpresa, segurou com as duas mãos elevando diante dos olhos, analisando meticulosamente a extensão da arma.  

   ─ Uzumaki, explique – exigiu cética.  

   ─ Eu não sei de nada – deu de ombros – Talvez Hinata-chan saiba. Quer que eu a chame? - sugeriu, curioso em presenciar Kurenai, aparentemente, assustada - Kurenai?  

   ─ Rápido – ordenou sucinta.  

    Naruto atendeu o pedido prontamente, com receio que a Yuuhi pudesse irritar-se com a demora, porém, antes de tocar a maçaneta batidas na porta impediram que concluísse a ação, sob o olhar afirmativo de Kurenai prosseguiu. Parado de maneira imponente, Hiashi franziu o cenho quando viu quem o recebia, lançando a pergunta interrogativa em silêncio.   

   ─ Eu só vim ajudar – afastou alguns passos, amedrontado pela carranca do Hyuuga.  

   ─ Naruto-kun? - o timbre doce surgiu de repente ao lado do pai, interrompendo o curto momento de tensão.   

   ─ Hina-chan! - exclamou em alivio – Eu ia mesmo procurar por você - sem demora segurou as pequenas mãozinhas e sorriu com admiração a morena – Kurenai pediu par-  

   ─ Entrem logo – o cortou impaciente - Há mais pessoas do que gostaria – observou atentamente o casal, evitando olhar para o Hyuuga – Portanto, sentem-se e apenas ouça.  

   ─ Eu também? - indagou, Naruto.  

    Kurenai avaliou a pergunta, sem emitir um único som se sentou sobre cama enquanto os outros acomodaram-se no pequeno sofá, com Hinata separando Hiashi de Naruto.   

    Com o arrependimento presente em sua expressão exausta, a Yuuhi maneio a cabeça positivamente deixando escapar um suspiro pesaroso. Em seguida apossou-se da arma mais uma vez, pensativa, perdeu-se em devaneios durante alguns instantes.   

   ─ Kurenai-sama, esta tudo bem? – Hinata ousou traze-la de volta a realidade, já que ninguém mais pareceu ter coragem.  

   ─ Quem a deixou aqui? - questionou, com os olhos fixos ao dragão dourado adornando a bainha.  

   ─ Fui eu – disse Hiashi, sem rodeios – Hinata lhe fez uma pergunta – frisou mordaz, irredutível a ignorar a maneira com que sua filha acabará de ser tratada.  

   ─ Isso não é obvio? - ergueu o olhar severo a ele, sustentando a irá palpável sobre si.   

   ─ Ora, veja como fala – interrompeu seus dizeres abrupto, cerrando os punhos. Hiashi levantou de onde estava procurando ficar o mais distante possível, não era como se quisesse discutir, apenas não conseguia conter as emoções a flor da pele.   

   ─ Ela sempre foi sua, não haveria outra pessoa a quem enviar – a voz dócil tornou a chamar atenção da mestra. Hinata dobrou seus joelhos ao chão próxima á cama, repouso suas mãos sobre o colo acanhada, com os olhos baixos voltou a falar – Eu fico feliz que esteja de volta. Não posso deixar de dizer que foi difícil, mas foram seus ensinamentos que me fizeram suportar a crueldade e continuar lutando, não por mim, por todos. Obrigada Kurenai, obrigada por ser responsável a quem me tornei – resquícios da coragem que ainda continha foi depositada a sua sinceridade, incapaz de guardar o respeito e admiração que obteve por àquela mulher ao longo dos meses, curvou-se ao máximo depositando um beijo cálido sobre cada um dos pés.   

   ─ Hinata! Levante-se – o espanto sobressaiu a voz falha, visivelmente incrédula, Kurenai agiu como ordenou a Hyuuga; ficando em pé - Não faça isso! O mérito por seus esforços pertencem somente a você. Tudo que fez foi em prol do seu crescimento, reconheça e honre sua vida, só assim estará agradecendo a mim.   

   ─ Kurenai-sama...  

   ─ Estenda as mãos - pediu impaciente - Faça - acrescentou, quando percebeu a hesitação da Hyuuga. Assim que as mãos pequenas foram suspensas rente ao tronco, descansou a Kusanagi, envolvendo os dedos dela contra a bainha.  

   ─ Kurenai-sama eu... Eu não posso, ela é...  

   ─ Sua, agora é sua Hinata-hime – ciciou com ternura. Mesmo em seu limite, dirigiu os olhos a Hiashi que, assentiu em uma resposta muda, diante de indagações compreensíveis somente a eles – Isso é tudo que sobrou da minha família, o bem mais precioso que guardo e fui designada a proteger com todo meu ser. Meus pais deram a mim alguns dias antes do clã Hyuuga invadir nosso território e cometer uma chacina, sem compaixão alguma, o que restou de uma geração esta aqui, em suas mãos. Eu senti raiva, ódio e não nego que alimentei por anos o desejo de cometer a mesma atrocidade. Então fui resgatada pelo mesmo que condenou meu povo a morte, vivi como uma princesa ironicamente amada, seus filhos cuidaram de mim como uma irmã preciosa, sempre prontos a me proteger. O amor nunca esteve dentre meus objetivos, apenas a vingança que, pouco a pouco sucumbiu a eles. Eu era ingênua, imatura e não o culpo por viver a minha loucura. Assim como você, minha hime, lutei pelo impossível com garras e dentes, acreditei que poderia fugir quando tudo estivesse perdido e poderia salvar quem crescia em meu ventre – a breve pausa fora para recuperar o folego á medida que, sem medo, a mestra elevou suas mãos a face confusa da moça acariciando as bochechas com o polegar – E nós conseguimos  – declarou, completamente vislumbrada.   

   ─ Vo-você esta dizendo... I-isso quer dizer... Kurenai, papai – transcorreu os olhos entre ambos, aturdida – E-eu não entendo.  

   ─ Ela é sua mãe? Kurenai é mãe da Hinata-chan? - intrometeu-se chocado, gritando a pleno pulmões o que não havia sido dito por mais ninguém. Naruto abriu a boca mais uma vez para lançar mais outra pergunta, mas antes que pudesse pronuncia-la o olhar sombrio do patriarca Hyuuga caiu sobre si, demonstrando em silêncio que o mataria se escutasse sua voz novamente. O loiro mordeu o lábio inferior alarmado retornando ao seu lugar.   

   ─ Você esta certo, Uzumaki – afirmou compenetrada, convencendo a si mesmo da verdade.   

   ─ Quando disse que haviam tirado seu bebê eu achei que... Eu achei que...   

   ─ Hinata – Hiashi aproximou, tocando sobre seu ombro – Perdoe-me por omitir a você. Mieko lhe cuidou tão bem. Eu deveria ter sido forte o bastante, mas tudo que fiz foi envia-la para Kurenai, como se desta forma pudesse consertar todo erro. Agora percebo a atitude errônea que tomei - suspirou cabisbaixo, frustrado consigo mesmo.    

    Antes que o silêncio ensurdecedor fosse a única razão para mantê-los ali, sob a circunstancia angustiante da espera, Hinata não titubeou em circular seus abraços em torno de Kurenai, apertando sem exagero de maneira inesperada. Hiashi tirou a espada das pequeninas mãos, para que houvesse conforto enquanto vivenciam a emoção de não conter mais mentiras.   

   ─ Mieko-san sempre será sua mãe, Hinata-hime, por isso jamais irei pedir que trate a mim como tal – sussurrou com doçura, aconchegando ainda mais a filha em seus braços - Isso nunca irá mudar  – afirmou assim que afastou o rosto banhado em lagrimas para observa-la – Nos perdoe – implorou, escondendo constrangida os olhos marejados sob as pálpebras.   

   ─ E-eu – tentou dizer, contudo o choro intenso a impediu de continuar.   

    Os soluços não cessaram durante um longo tempo, no entanto Kurenai não deixou de afagar seus cabelos um só minuto, vez ou outra deposita um beijo carinhoso, acalentando em seus braços pela primeira vez sua menininha. Sempre reprimiu a vontade de ser mãe em seu peito, engoliu o choro após anos e aprendeu a sobreviver sob as circunstancias difíceis. Agora não sabia como agir. As regras impostas a samurais lhe causaram danos permanentes profundos, notórios de mais para que pudesse esquecer.   

   ─ Eu... te amo —  soprou a declaração, apenas para que a filha escutasse.   

    Hinata apertou as vestes de Kurenai entre os dedos, não reprimindo mais o choro ritmado, intermitente, do fundo do seu âmago.  

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    A cinco minutos suas aulas terminaram e mais do que depressa mergulhou entre os alunos e correu em direção a entrada da faculdade, com medo de que pudesse perde-la de vista. Isso já havia acontecido antes, seu desespero fora imensurável, um erro que não ousaria cometer novamente, não hoje. Ofegante, apoiou suas costas na lateral do carro que a poucos dias ganhou de volta sob a condição de que nunca mais voltaria a beber e correr outra vez, a não ser que quisesse provocar mais uma tragédia e por fim, desta vez, em sua vida – palavras de Fugaku Uchiha.  

    E pensar que chegou onde esta por ter sido negligente quando achou que havia perdido tudo, o destino lhe deu mais uma chance de crescer e mudar, ele demorou demasiadamente, negou diversas vezes a necessidade de tornar-se alguém com conquistas, um homem completo e não mais o adolescente imaturo que adorava se esconder na barra da saia da mãe, resmungava todas as vezes que o irmão lhe oferecia concelhos, incapaz de calar-se quando o pai expunha seus defeitos.   

   ─ Sasuke! - cutucou o ombro do moreno perdido em devaneios. Ela franziu o cenho confusa enquanto ele retorna a realidade, encostou-se ao seu lado e suspirou pacientemente - Você anda tão esquisito, algo aconteceu? - questionou preocupada.  

   ─ Nada aconteceu – ele murmurou disperso – Vamos, entra no carro – sinalizou fazendo o mesmo, assim que ela colocou o cinto, deu partida no veiculo.   

   ─ Papai disse que você esteve em casa, mas logo se foi. Vocês brigaram novamente, não é?  – comentou de repente.  

   ─ Nós não brigamos – murmurou, atento ao trânsito - Apenas conversamos -  acrescentou.   

   ─ Você e papai conversando? Isso me parece muito improvável - debochou surpresa - Então sobre o que vocês dois falaram civilizadamente?  

   ─ Coisas de homem – limitou-se a dizer, para a incredulidade da Haruno.  

   ─ Coisas de homem - ressaltou confusa, abriu e fechou a boca diversas vezes, perplexa demais para lidar com a situação inusitada - Estamos falando de Kizashi Haruno, que tipo de coisa vocês dois teriam em comum? - resmungou, inocentemente – Mas se não quer dizer, tudo bem.  

    Sasuke acompanhou cada simples movimento, desde a maneira como ela juntou o cabelo, agora um pouco mais longo, num coque frouxo deixando algumas mechas menores moldar seu rosto. Os olhos esmeraldinos fixos a janela não observavam o mundo lá fora, Sakura havia embarcado para um outro lugar, completamente distante.   

    Ele não gostava desses momentos, em que ela aparentava estar perto apenas fisicamente, seu interior remoía inquieto provocando as mesmas sensações que sentiu quando ela o esqueceu. Automaticamente apertou o volante, reprimindo a angustia descomunal em seu peito.   

   ─ Será que poderia olhar pra mim? - inquiriu, um pouco mais alto do que deveria -  Tem coisas mais importante para se observar bem ao seu lado – disse ganhando a atenção esperada – Esta pensando em como será nosso futuro daqui pra frente ou em como posso ficar ainda mais gostoso nu?   

   ─ Sasuke! - exclamou com censura.  

   ─ Se não for nenhuma dessas opções quero que esqueça - decretou, sem divertimento algum em seu tom. Quando parou no sinal vermelho, finalmente ofereceu a devida atenção á ela que, observava atônita - O que foi, quer um beijo? - provocou, declinando os lábios em um sorriso de canto.  

   ─ Hoje você esta impossível - revirou os olhos mal conseguindo segurar o sorriso na boca - Hmm... Aceito – fechou os olhos e fez biquinho prontamente.  

    Sasuke balançou a cabeça e sorriu.  

   ─ Fico triste que agora minha Sakura não cora mais feito um morango – suspirou teatralmente.  

   ─ Acho que vai precisar se esforçar muito mais, Sasuke-kun – vangloriou-se mostrando a língua - Meu beijo – sinalizou ardilosa com o indicador.  

    Abruptamente Sasuke agarrou as bochechas formando um biquinho outra vez, aproximou-se perigosamente roubando um beijo intenso, aproveitando cada segundo para chupar e morder o lábio inferior enquanto a mão livre desliza serpenteado as curvas sutis da jovem Haruno. Do mesmo modo repentino ele se afastou o suficiente para observa-la ofegar, implorando silenciosamente por mais.    

   ─ Se dizer meu nome desse jeito de novo, juro que não vou me segurar - sussurrou rouco, com os olhos presos a boca entre os dedos –  Juro que não - rosnou, depositando apenas um selinho rápido. Havia soltado o rosto, mas não desviou seus olhos, vislumbrado com a imagem encantadora; Olhos cintilantes, ainda mais verdes e as sardas quase que impercetíveis sob a vermelhidão das bochechas.   

   ─ Então não se segure... Sasuke-kun – declarou, inconscientemente sensual, soprando as palavras até que morressem lentamente sobre a boca a milímetros distante da sua.   

   ─ É serio? - indagou como uma criança confusa, reprimindo o maldito sorriso malicioso que dançava inapropriadamente a ponto de rasgar sua boca – Realmente podemos, Saku-  

    O som de buzinas ecoaram, alertando que o sinal havia aberto e a falta de atenção impedia que o transito fluísse. Sasuke suspirou resignado, voltando a mover-se rapidamente. Seu antigo eu sairia do carro, xingaria meio mundo e de quebra provocaria grande alvoroço. Mas agora não, ele respirou fundo algumas vezes até que sentiu o conforto em seu ombro, como uma nuvem passageira a raiva logo dissipou.  

   ─ Tudo bem? - acariciou ternamente a face emburrada.  

   ─ Não pense que pode se esquivar, eu ouvi muito bem – disse, minutos depois.   

   ─ Eu disse o que queria dizer, não há mais nada que eu deseje – admitiu sincera, porém envergonhada - Não é como se você fosse o único a se segurar – sussurrou a si mesmo, audível o suficiente para ele ouvir.   

    Em resposta, Sasuke acolheu a mão em seu rosto levando-a contra os lábios, um gesto carinhoso, plantou ali um beijo cálido e entrelaçou os dedos, repousando sobre o banco ao seu lado.   

    O silêncio agradável reinou durante o caminho enquanto aproveitavam o toque sutil um do outro, entre sorrisos e uma música romântica que tocava em alguma estação, chegaram ao seu destino.  

   ─ É a empresa, por que paramos aqui? - questionou, assim que estacionaram.  

   ─ Tenho algo pra você - disse, para então descer do carro e espera-la do outro lado.  

   ─ Como assim? É um presente? - com os olhos brilhando em curiosidade, prosseguiu com as perguntas.  

   ─ Quem sabe – franziu o cenho pensativo, em seguida sorriu sob o olhar ansioso da Haruno – Vem, estão nos esperando - entrelaçou sua mão a dela e a puxou para dentro, juntos passaram pela recepção, onde houve cumprimentos a todo instante, somente quando entraram no elevador que Sasuke pode retirar o sorriso falso da face, que tanto o incomodava.  

   ─ Eu não sabia que você era tão importante. As pessoas te admiram. Isso é bom – comentou.  

   ─ Sakura – virou-se para ela, com os olhos fixos as esmeraldas – Essas pessoas admiram meu pai e Itachi, não a mim. Eles construíram essa empresa, alcançaram conquistas inimagináveis e ainda sim, tiveram compaixão de mim.  

   ─ Sasuke...  

   ─ Eu não fiz nada de importante até hoje – suspirou – Mas estou apostando tudo, por você - afagou o rosto surpreso entre as mãos desenhando com a ponta dos dedos cada traço delicado – Apenas por você.   

   ─ Você sempre foi um babaca, mas hoje, digo, a pouco tempo, esta tão diferente – disse, encarando os olhos negrume.  

   ─ Acha isso ruim? - indagou sereno.   

    Sakura balançou levemente a cabeça em sinal negativo.  

   ─ Seja o que for, eu confio em você - declarou com convicção  

    Ele assentiu confiante e sorriu somente para ela.   

    A porta finalmente se abriu e ambos atravessaram o corredor, onde algumas pessoas do setor administrativo trabalhavam a todo vapor, juntos chegaram diante da porta dupla maciça e Sasuke abriu, revelando uma pequena quantidade de telespectadores a sua espera, conversando entre si.   

   ─ E ai está o motivo do atraso – acusou Itachi, de antemão, com um sorriso astuto.   

   ─ Estou aqui agora, então vamos começar - decretou, puxando Sakura consigo até a fileira de cadeiras na frente – Sente-se aqui, ok? – ela assentiu e ele logo posicionou-se ao lado da cunhada.  

    Sakura observou a sala extensa preenchida por pessoas, aparentemente importantes, aguardando pela surpresa, ou assim imaginava, já que para ela nada fazia sentido. Itachi começou a falar sobre o desenvolvimento e procedimento de um jogo, sua forma de criação e algo mais que ela não fez questão de compreender. Não tinha ideia do motivo para estar ali e constatar que sua presença poderia ser útil, apenas em apoia-lo, se sentia feliz.  

   ─ Que bom que ele a trouxe – murmurou, Fugaku – Nunca o vi tão empenhado para concluir um objetivo.   

   ─ Oh, senhor Uchiha – cumprimentou assustada, percebendo sua presença somente naquele instante – Eu fico feliz por Sasuke, ele esta fazendo o que gosta. Ver seu sorriso é reconfortante.  

   ─ Sabe, Sasuke nunca gostou de trabalhar aqui, eu não o vi se animar um só dia e achei que jamais veria. Mas então, ele se interessou em ajudar Washu, e desse projeto pude assistir de perto meu filho crescer – o sorriso sutil brotou assim que confessou absorto - Peço perdão, por lhe dizer coisas assim, tão de repente.  

   ─ Não, tudo bem – apressou-se em responder – Fique a vontade.  

   ─ Obrigado Sakura – disse repentino, sem esperar por qualquer indagação o Uchiha levantou-se e seguiu até o outro lado da sala, onde um grupo de homens bem vestidos assistiam atentamente a apresentação.  

    Ela quis perguntar o motivo de estar agradecendo, o que havia feito? Nunca contribuiu em nada, afinal, aquela era a primeira vez que visitava a empresa. No entanto, continha um desejo ainda maior, saber um pouco mais sobre Sasuke, compreender quem ele é no trabalho, o que faz, como age. Sua ânsia por tudo relacionado a ele tornou-se absurda, tanto que, observa-lo diante de tantas pessoas, sorrindo e falando tão bem, a fez se sentir quente, orgulhosa em ama-lo.   

   ─ Sakura! - ele a chamou impaciente, com o rosto franzido.  

   ─ Hm? Eu? - piscou os olhos confusa, sendo observada pela sala cheia.  

   ─ Suba aqui – pediu, visivelmente ansioso.  

    Sakura mordeu o lábio inferior, nervosa, levantou-se timidamente caminhando em direção a Sasuke, completamente perdida referente ao que ocorria ali, estagnou ao seu lado cabisbaixa, envergonhada em obter tantos olhares.  

   ─ Esta é a mulher que tornou tudo isso possível - declarou veemente.  

   ─  O que? – exclamou estarrecida, erguendo os olhos para encara-lo - Eu não... Sasuke, o que esta dizendo?  - indagou baixinho, assustada demais com o súbito chamado.  

    Ele a observou pensativo, com uma expressão indecifrável no rosto, respirou fundo e mirou os olhos a plateia que acompanhava seus movimentos.  

   ─ Sakura no Omoide "Sakura memorias" É sobre uma jovem princesa que vive a submissão de seu clã, mas guarda em seu intimo o desejo de tornar-se uma Samurai. Acidentalmente ela conhece um guerreiro, nada habilidoso, que fora obrigado a lutar, contudo acabou falhando e causando algo ainda pior, a quase morte daquela moça. A jornada inicia quando Sakura acorda e suas memorias foram perdidas, para recupera-las, o jovem guerreiro dispõe a ajuda-la. O cenário 2D encaminha o jogador a diversos lugares, com objetivos marcantes, onde a cada final de capitulo conta-se um pouco mais da historia. Gradativamente o jogador cresce e aprende sobre a vida de um Samurai. Descobre segredos profundos e é envolvido a um romance sutil. Em cada capitulo, também, existe a cerejeira secreta, encontrada em lugares estratégicos, onde pode ser obtido game bônus. Game bônus são jogos avulsos para ganhar memorias extras de ambos personagens, que ajudaram a completar a historia, trazendo ao publico paisagens da era feudal, ousamos complementar com pontos turísticos conhecidos de Tóquio, interagindo conhecimento e incentivando a cultura – explicou categórico, mantendo a seriedade em seu tom.  

   ─ No telão esta a definição final do projeto – Washu acrescentou, caminhando agora entre os que assistiam – E diante de nós a protagonista cuja as características serviram como base, Sakura Haruno - anunciou com um grande sorriso.   

    A versão animada de Sakura em um estilo oriental tradicional, capturou olhares facilmente, transmitindo em uma única imagem exatamente tudo que Sasuke havia dito. Desde cores em azul, branco e verde a sutil cerejeira estampada ao fundo, destacando a princesa guerreira de olhar feroz.   

    Fotógrafos encaminharam a frente do palco iniciando a seção de fotos de todos os ângulos possíveis, Sakura foi obrigada por Sasuke a segurar uma katana falsa em posição de luta e sorrir. No inicio, havia relutância em submeter aquele papel de "heroína sem memoria", como apelidaram, mas não demorou para que suas poses parecessem naturais e o sorriso verdadeiro surgisse assim que os olhos do casal se encontraram, em meio a aglomeração.   

   ─ Nós atingimos a meta com os acionista. Você fez bem, irmãozinho - despertou o mais novo bagunçando seu cabelo.  

   ─ Claro que conseguimos – retrucou repelindo a mão de sua cabeça – Fez o que pedi?   

   ─ Quem sou eu, Sasuke? - questionou em tom de divertimento.  

    O outro revirou os olhos, entediado com a questão.  

   ─ Vamos lá, diga, quem sou eu, hm? - insistiu mais uma vez - Só diz uma vezinha – implorou conforme piscava os olhos, como um cãozinho carente.  

   ─ OgrandefodãoItachiUchiha - resmungou rapidamente – Agora, o que eu pedi – exigiu.   

   ─ Isso é musica para os meus ouvidos – riu sob o olhar do irmão irritado - Muito bem, em três dias já estará disponível a versão beta mobile. Ainda é necessário ajustes, não são todos os celulares que suportam. Mas não se preocupe, já estou cuidando disso.  

   ─ Ótimo.  

   ─ Cuidando do que? - intromete-se curiosa – Sasuke? Itachi? Sobre o que estão falando? - carinhosamente depositou uma mão em cada ombro, procurando inocentemente o olhar de ambos os homens - Não irão responder? - cutucou ao ser ignorada.  

    Os irmãos trocaram olhares significativos, conversando entre si mentalmente como se discutissem fervorosamente. Aparentemente Itachi perdeu,  

   ─ Olha nó-  

   ─ Sasuke pediu por uma versão mobile, para alcançarmos outros horizontes – disse sem pestanejar -  Tudo já esta pronto, só precisamos de uma única coisa – frisou, chamando-a com o dedo para mais perto.   

   ─ O que? - arqueou a sobrancelha loira.  

   ─ A sua opinião, amorzinho – puxou a mão pequena de encontro ao seus lábios – Pode passar na minha sala mais tarde, para vermos todos os detalhes, ok? - piscou para ela como um galanteador.  

   ─ Desculpe, estarei ocupadíssima, senhor Uchiha – suspirou teatralmente inclinando sobre o ombro do outro Uchiha  – Não faça essa cara, Ita – apontou para o biquinho manhoso que logo se transformou em um sorriso - Sasuke, não se apresse, o mercado pode ser vasto, mas não é para qualquer um. Se você quer expandir, antes precisa ganhar a confiança dos jogadores. Para quando seria o lançamento?  

   ─ Logo - respondeu sucinto.  

   ─ Mude para Dezembro, neste curto prazo iremos deixar que o setor de marketing faça seu trabalho. Certo? - demandou a Nakamura.  

   ─ Achei que já tivessem iniciado com a divulgação - questionou Itachi.  

   ─ Ocorreram atrasos em relação a imagem - resumiu de forma concisa - Então, Sasuke?   

    Sasuke travou a mandíbula, não gostando nem um pouco de ter sido contrariado, suas expectativas foram por água baixo, se Washu era contra, nem mesmo Itachi seria seu aliado nesta decisão.   

   ─ Certo - rendeu-se, como um bom aprendiz.  

   ─ Agora uma dica de cunhada – sussurrou, próximo ao ouvido - Não seja egoísta, é a imagem de Sakura que o mundo verá, ela precisa de tempo para se acostumar – terminou com dois tapinhas nas costas – Vamos Itachi! - correu para agarrar o braço do Uchiha, abruptamente.  

   ─ Para onde, princesa? - arqueou a sobrancelha.   

   ─ Seu escritório, oras – mordeu o lábio inferior, sob a face maliciosa do namorado – Vamos, antes que eu desista. Até mais Sasuke! - despediu-se, empurrando o moreno na frente.   

    Ele apenas observou o casal fugir do local com pressa, com a certeza de que não os veria tão cedo novamente. Inconscientemente deixou escapar um suspirou pesaroso, expondo em sua face a frustração de não poder decidir como queria. Os tempos mudaram gradativamente, agora não mais enxergava a empresa somente do ponto de vista de um filho carente de atenção, mas como um funcionário que trabalha e vive a mesma rotina do pai, compreende os motivos que o levou a não sobrecarregar a família, porém acarretou consequências duras, a ponto de quase perde-la.   

    Hoje, Sasuke poderia dizer francamente que seu pai nem sempre esteve errado em apelar por atitudes absurdas, para corrigir sua forma de ver a vida ou endireitar os erros de um garoto irresponsável.   

    Permaneceu tanto tempo refletindo que ao menos percebeu quando poucos pessoas restaram na sala e nenhuma dela era Sakura, este detalhe o preocupou, ao passo que nem mesmo ao lado de fora na porta, onde um grupo estava reunido, não havia madeixas róseas. Quando deu dois passos em direção ao elevador, fora interceptado.   

   ─ Sasuke – o parou ao tocar em seu ombro.  

   ─ Agora não pai - virou-se abrupto, visivelmente angustiado – Preciso encontrar Sakura. Não sei por que essa garota some desse jeito, sem dizer nada – suspirou, arrastando as mãos entre o cabelo inquieto - Por acaso você a viu? Se não e-  

   ─ Minha secretaria a levou até o banheiro, se acalme – observou atentamente o filho suspirar de alivio, como se um grande peso fosse retirado de suas costas – Enquanto a espera, vamos conversar.  

   ─ Hm, Sobre o que? - indagou impaciente.   

   ─ Sua faculdade. Esta cada vez mais perto de formar-se e ainda não disse nada sobre a oferta – Fugaku deu um passo diante do filho, segurando seus ombros para que o mesmo permanece no lugar – Ela esta bem. Poderia prestar atenção no que digo, é sua carreira que esta em jogo.  

   ─ Eu estou pensando pai, não é algo que possa decidir sem analisar os prol e os contras primeiro – suspirou pesadamente - Me dê mais um tempo.  

   ─ Um mês, é tudo que posso oferecer - declarou, irrevogável. Em seguida soltou os ombros, suspirou frustrado com a falta de resposta e prosseguiu - Se não se decidir, irei aceitar como uma resposta negativa, Sasuke   

   ─ Darei sua resposta, mas não agora – replicou irritado – Me deixe decidir.   

   ─ Sakura sabe? - questionou, contornando o humor singular ao seu.  

   ─ Não, ainda - suavizou o tom em instantes.  

    Fugaku balançou a cabeça negativamente, pronto para dizer algo mais, contudo não houve tempo.   

   ─ Sasuke! - ela o gritou no corredor quando se aproximava – Essa empresa é tão grande, se Matsumi não estivesse comigo teria me perdido facilmente. Eu pedi para que ela mostrasse sua sala e... Uau! Realmente, nem de longe da pra acreditar que toda aquela elegância rustica é do mesmo homem idiota pervertido – riu, empolgada a tagarelar, com a atenção do Uchiha totalmente sobre si.   

    Sakura prosseguiu contando sobre o breve tour, não deixando escapar nem mesmo os olhares curiosos que recebeu de algumas funcionarias durante sua caminhada no setor de criação e designer gráfico.  

    Sasuke sorria quando ela ria, atento a cada uma de suas expressões que mudavam radicalmente, ele tornava-se surdo ao resto do mundo para ouvi-la, compenetrado a compreender o assunto e acompanha-la.  

   ─ E então percebi que não havia dito a você onde iria, achei que ficaria desesperadamente preocupado, por isso fiz Matsumi correr o mais rápido possível de volta.  

   ─ Desesperadamente preocupado – Sasuke ecoou a frase e a descartou com um muxoxo.  

   ─ Não ficou preocupado mesmo? - cutucou a bochecha do Uchiha, afim de irrita-lo – Hein, Sasuke-kun?  

   ─ Só não saia de perto de mim – murmurou e Sakura riu quando ele tentou mordeu seu dedo mas ela o afastou depressa – Onde está meu pai? Estávamos conversando agora pouco.  

   ─ Ele acenou para mim quando o chamei, e foi embora. Achei que tivesse percebido – esclareceu – Atrapalhei algo importante?  

   ─ Esqueça - afagou a face delicadamente – Temos que ir, ainda tenho mais uma coisa pra você.   

   ─ Mais? - arregalou os olhos – Sasuke, achei que tudo aquilo já fosse exagero, eu nem mesmo sei o que dizer até agora, ainda sim, você planeja outra surpresa, não sei se meu coração aguenta.  

    Assim que a porta metálica se abriu, ele entrou e a puxou pela cintura aninhando o corpo diminuto em seus braços.   

   ─ Não ouse desmaiar antes de dar a mim uma resposta, esta ouvindo? - colocou suas testas, sustentando o olhar curioso que o analisava meticulosamente - Responda – sussurrou rouco, arrastou a boca até o lóbulo direito, criando uma trilha de saliva em toda extensão do pescoço. No pé do ouvido colocou a boca, plantando um beijo, antes de dizer pausadamente – Meu morango.   

    Sakura mordeu o lábio inferior reprimindo um gemido, envolvida com as sensações que o mais simples toque dele poderia causar, segurou o rosto do Uchiha entre as mãos, ele fez menção de beija-la, mas o impediu com a sua voz.  

   ─ Sasuke-kun – hesitou em prosseguir, deixando a pergunta morrer antes de começar.  

   ─ Não posso beijar, nem mesmo consigo ouvir o que quer dizer, não acha que é muita maldade com o homem que vai desflorá-la? - acusou sem pudor, contemplando a vermelhidão nas bochechas da Haruno - O que quer me dizer? - incentivou.  

    Sakura respirou fundo de olhos fechados, contornou o pescoço dele com os braços, colando ainda mais seus corpos, e quando finalmente tomou coragem indagou sem rodeios.  

   ─ Voc-... Quero dizer... Sasuke, quer se casar comigo? - havia conseguido dizer, no entanto precisava da resposta antes que pudesse enfim sentir alivio. Voltou a abrir os olhos e encontrou os ônix arregalados, Sasuke emudeceu, estarrecido, completamente imóvel – Sasuke? - tentou chama-lo – Sasuke-kun! – chacoalhou os ombros, nervosa – Eu... eu sei que pode ser cedo demais, nos somos jovens e temos tanto tempo, mas... - ela não parava, a angustia e o medo transbordava em seus olhos marejados – Mas, eu amo você... Eu só... Amo você - sua voz morreu aos poucos na garganta, constrangida, assustada.   

   ─ Sakura - balbuciou, ao mesmo instante que o celular tocou abruptamente. Ele hesitou, desnorteado, afastando-se o suficiente para respirar fundo, no intuito de acalmar os nervos.  

   ─ Não vai atender? Pode ser importante – disse Sakura, cabisbaixa.  

    Sasuke passou as mãos no cabelo, puxou o telefone do bolso e deslizou o dedo sobre a tela recebendo uma enxurrada de perguntas aleatórias, assim aproximou o móvel da orelha.  

   ─ Suigetsu, seja direto – interrompeu impaciente.  

   ─ Você precisa vir pra cá agora, Karin não esta bem – o pedido soou aflito, mesmo que tentasse omitir, havia resquícios da voz embargada em um pranto de dor. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero ansiosa pelo comentário dos leitores mais fofos desse mundo ♥


Música de hoje: Touch Love - T Yoon Mi Rae