Capitulo XXXV

"Dificuldades preparam pessoas comuns

Para destinos extraordinários."

(C.S. Lewis)

Quando você acredita

As horas pareciam se arrastar, cada vez que olhava para o relógio apenas um misero minuto havia passado. Mais uma vez rolou na cama cobrindo o corpo inteiro com o lençol, sentindo um calor terrível o retirou, a brisa gélida da noite colidiu com o seu corpo a obrigando buscar pelo lençol novamente. Essa batalha durou por horas ate que se cansou e levantou da cama. De camisola mesmo desceu as escadas seguindo em direção a cozinha, tudo se encontrava em um breu, mal enxergava os moveis. Tateou a parede na esperança que pudesse encontrar o interruptor, mas para sua infelicidade nada achou. Com as mãos esticadas a sua frente para não trombar em nada continuou andando ate tocar em algo macio e cheio de músculos firmes sem fim. Suas mãos pequenas deslizaram ate encima encontrando o inicio dos ombros largos, ainda confusa deslizou para baixo, porém, antes que pudesse chegar ao fim da cintura o dono corpo escultural segurou suas mãos as colocando de volta sobre os bíceps.

Washu mordeu os lábios incerta de sua próxima atitude, sabia muito bem quem era, o aroma inconfundível daquele perfume o denunciava. Se ele queria brincar ela entraria naquele jogo. Suas mãos postas sobre os bíceps deslizaram com cuidado arranhado cada gominho, ainda não sendo suficiente aproximou do corpo ficando na ponta dos pés para morder o pescoço, em seguida deixando um beijo. Sentiu braços circularem por sua cintura a erguendo do chão, suas pernas envolveram a cintura e logo fora sentada sobre o balcão. Sua boca se arrastou ate o lóbulo deixando mais uma mordida, suas mãos subiram pela nuca o deixando arrepiado, ate que adentram nos cabelos ainda presos em um rabo de cavalo baixo.

Itachi selou seus lábios em um beijo faminto, suas línguas redescobriam cada canto em uma troca de carinho sublime. As mãos másculas acariciavam as curvas dos seios, deslizando sobre a cintura ate que alcançasse as coxas, que com um puxão bruto colou ainda mais seus corpos sentindo toda a essência do prazer. Os gemidos contínuos soavam em harmonia a medida que o desejo os consumia, beijos estalados tornavam cada vez mais audíveis pela cozinha. Era intenso, fervoroso, uma paixão sem qualquer previsão de limites. Apenas existia a suplica de saciar suas pretensões com benevolência.

O suspiro de prazer de Washu corrompeu os mais insanos desejos do Uchiha, seus corpos já livres de qualquer vestimenta almejavam encontrar a satisfação, a verdadeira razão de estarem juntos dês do primeiro momento que seus olhos se chocaram, A cada movimento aclamado a sensação de plenitude se aproximava. Suas bocas se mantinham unidas abafando os gemidos frequentes, que tornava-se cada vez mais prazerosos.

Quando atingiram o ápice seus corpos silenciaram ouvindo apenas os corações descompassados. Beijaram-se mais uma vez entre sorrisos, sentindo a felicidade imensurável de estarem unidos como tantas outras vezes.

─ Ma vie "Minha vida" - o chamou com um leve sotaque francês, segurou o rosto do moreno entre as mãos acariciando suas bochechas - Eu te amo - sussurrou como um segredo.

─ Isso foi inesperado - murmurou a trazendo para mais um beijo - Eu queria dizer primeiro - ela sorriu entre seus lábios achando graça, com toda certeza estaria vermelha. No entanto, aproveitou-se da escuridão para esconder sua vergonha - Eu te amo, meu amor - soprou sensualmente a fazendo arrepiar.

─ A-acho me-melhor s-sairmos da co-cozinha - gaguejou sentindo seu coração disparar feito louco - Alguém pode nos ver - Itachi concordo, logo buscando pelas roupas de ambos. Juntos subiram para o quarto dele - O que estava fazendo na cozinha? - perguntou quando finalmente acedeu a luz podendo deslumbrar melhor o corpo parcialmente exposto do Uchiha.

─ Fui beber água e você? - antes de trancar a porta verificou o corredor, sua mãe as vezes andava pela casa de madrugada com insónia, obviamente se visse Washu entrando em seu quarto ela sutaria, apesar de já ser um adulto, Mikoto o tratava como um garotinho.

─ Também. Acho que vou tomar um banho antes de dormir - já estava entrando no banheiro quando viu que Itachi também a acompanhava - Ei, pode esperar ai fora garotão. - entre risos fechou a porta na cara do Uchiha. Ele apenas balançou a cabeça e a esperou.

Assim que Itachi saiu apenas de cueca do banheiro, se enfiou entre as cobertas a procura do aconchegante corpo da namorada, a envolveu em seus braços trazendo para mais perto.

─ Eu gosto do seu cheiro - murmurou inebriada, apertando-se ainda mais entre os braços dele - É tão bom.

─ Eu sei - contrapôs.

─ Seu bocó, desde quando é tão convencido?

─ Nunca fui, mané - ambos riram, trocaram beijos aproveitando aquela doce sensação de amar e ser amado.

Por um longo tempo permaneceram admirando e contemplando um ao outro, sem nada dizer. O brilho eminente em seus olhos dizia por si só, não era necessário nem mesmo gestos para compreenderem o sentimento mutuo. O sono foi chegando de mansinho, os olhos foram ficando cada vez mais pesados ate que não pudessem mais abrir.

oOo

A manhã ensolarada invadiu o quarto do casal sonolento. Itachi acordou primeiro com um sorriso satisfeito, abraçou e encheu de beijos a garota de cabelos loiros encaracolados espalhados por todo travesseiro. Juntos, levantaram e se arrumaram para irem a empresa, os dias de descanso haviam chegado ao fim.

─ Bom dia, que felicidade é essa - comentou Mikoto que já tomava seu café.

─ Bom dia Mamãe - depositou um beijo estalado na bochecha da matriarca - Papai já foi? - a uchiha apenas assentiu.

─ Bom dia, dona Mikoto. - sorriu sem graça se sentando ao lado de Itachi.

Mikoto intercalou seu olhar da nora para o filho, sorriu e balançou a cabeça. Em silencio tomaram o café da manhã. Sasuke apareceu logo depois de muito bom humor.

─ Bom dia mãe, Itachi, Washu - sorriu de forma estranha para o casal - Ontem quase não consegui dormir, escutei alguns barulhos estranhos - disse enquanto passava geleia em uma torrada.

Washu parou de comer na hora, suas bochechas esquentaram e seus olhos quase saltaram da orbita. De soslaio olhou para o namorado, que contrario dela, comia tranquilamente sem preocupação alguma.

─ Que barulhos meu filho? - perguntou curiosa.

─ Acho qu...

─ Eu ouvi também, eram os gatos da vizinha - intervir Itachi tomando mais um gole de café.

─ Gatos? - Sasuke arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso, vendo que não afetaria Itachi, ele continuou com a provocação direcionando seus olhos a Washu - É, pode ser. Talvez estejam no cio - deu de ombros.

Washu se engasgou com o suco, seu rosto conseguia ficar mais vermelho que um tomate, só não sabia se era de raiva ou vergonha.

─ Melhor irmos - disse depois de recuperar o fôlego.

─ Você esta bem, querida?

─ Estou sim, obrigada. Vamos Itachi - se levantou quase arrastando o Uchiha consigo, tinha vontade de matar seu adorável cunhado.

─ Vamos, Tchau mãe - antes de sair dirigiu um olhar amedrontador ao irmão que, apenas riu. Durante o trajeto Washu praguejava contra Sasuke enquanto Itachi apenas sorria.

─ Ele viu a gente. Ai meu Deus, que vergonha - cobriu o rosto ainda vermelho - O que seus pais vão pensar de mim?

─ E dai, meu amor? Não é como se ninguém soubesse. Somos adultos - por mais que tentasse amenizar o constrangimento da namorada, era engraçado vê-la apavorada por nada.

─ Você não esta ajudando, só esta piorando tudo - virou o rosto para janela cruzando os braços emburrada, e assim permaneceu ate que chegassem a empresa.

─ Olha pra mim - segurou o queixo dela com a ponta dos dedos - Esta se preocupando atoa, Sasuke é idiota e só quer te irritar.

─ Eu sei - respondeu com um suspiro.

─ Bobona - sorriu selando seus lábios ao bico enorme e fofo - Amo você.

─ Eu também amo você - foi inevitável não sorrir.

Juntos desceram do carro, entrelaçaram suas mãos adentrando a empresa. Seus setores não eram nem mesmo próximos, mas Itachi deu um jeito de transferir Washu para o mesmo andar que o seu. Assim que chegaram, a loira se despediu de e foi em direção aos colegas de trabalho.

O trabalho de uma gamer art consiste na precisão de criar personagens no papel para então monda-los em 2D ou 3D. E era sobre isso que Washu discutia arduamente. Fugaku havia pedido um novo personagem para uma Saga em desenvolvimento, além da construção completa dês da personalidade as característica, os gamers teriam de ir mais a fundo e vincular a estória do novo integrante ao do personagem principal.

─ Como podemos fazer isso sem afetar todo o trajeto original da personagem? - perguntou uma garota baixinha estilo nerd, em suas mãos continham diversos desenhos em desenvolvimento.

─ Ela trás toda uma gama de força e perseverança, mas tudo que ela faz é viver como uma garotinha passiva em uma cidade com poucos amigos - começou Washu com seriedade - Fugaku criou e desenvolveu uma construção básica de amizade, porém deixou por isso mesmo. Mas olhem bem, ainda estamos no inicio e podemos sim tornar tudo mais atrativo. Como por exemplo o personagem Sasue.

─ Mas nós devemos criar um novo personagem, Sasue apesar de não ter vinculo algum ele também tem sua importância - um homem de cabelos espetados e estatura jovial inquiriu - O fato é que se interferirmos nos personagens já existentes o chefe Fugaku pode não gostar..

─ Gente, pensem positivo - suspirou sentindo o desanimo de todos - O chefe não vai nos recriminar por tornarmos algo bom em melhor. Eu tenho um projeto, estou a ponto de explodir de tão boa que é. Mas preciso da colaboração de vocês - cada um transmitiam um tipo de hesitação.

─ No que se baseia sua ideia? - perguntou Hiro, chefe do departamento de art, um homem um pouco acima do peso que não sorria muito.

─ O novo jogo de RPG é direcionado a adolescentes, tentando assim atrair meninas de todo o mundo que, apesar de gostarem de jogos acabam por achar injusto a grande quantidade de games voltados para meninos. Estou certa? - questionou e todos assentiram em concordância - Baseando-se em Shoujo românticos o fato de criar historias, ou seja, Fanfictions, chega a conter um número incrivelmente absurdo de fãs.

─ Esta querendo dizer que iremos transformar as características violentas e voltadas para luta em historinhas de conto de fadas? - questiono um dos gamers com desdém, todos direcionaram seus olhos a Washu.

─ O que eu tenho aqui não tem nada de conto de fadas - bradou - Este projeto - entregou a cada um uma pasta com toda a estrutura de sua ideia - É um fato real. - os olhos diferentes analisavam minuciosamente enquanto liam - Luta, ação, amor e objetivos. A saga de Naruto contem tudo isso, a única diferença é que não estamos lidando com um publico masculino.

─ Se garotas gostam desse tipo de entretenimento, façamos então - o chefe do departamento consentiu logo saindo. Washu sorriu radiante mal podendo esperar para começar.

Pela tarde os funcionários já se preparavam para irem embora, Itachi era sempre um dos últimos, seu pai vinha logo depois. Na porta Washu o esperava sem conseguir esconder seu sorriso. Assim que o Uchihia se aproximou ela pulou em seus braços roubando lhe um beijo.

─ Isso tudo é saudade? - sorriu com ela ainda em seus braços.

─ Claro, não conseguimos nos ver nem no horário de almoço. Chefe Hiro esta arrancando meu coro, acho que ele não vai com a minha cara - comentou enquanto se dirigiam ate o carro.

─ Ele é assim com todo mundo, logo se acostuma - ambos entraram no carro, antes que pudesse dar a partida Itachi prosseguiu - Quer ir em uma lanchonete?

─ Vamos no Mc donalds? - seus brilharam pidões - Por favor, por favor, por favor - suplicou freneticamente.

─ Gosta tanto assim desses bonequinhos?

─ Não são "bonequinhos" são os minions, os vilões mais fofos do mundo - disse encantada - Não existe uma pessoa no mundo que não se apaixona por eles.

─ Assim como me apaixonei por você? - arqueou a sobrancelha, sorriu quando viu as bochechas da Nakamura começaram a ficar rosadas.

Durante o trajeto Washu contou sobre seu projeto, Itachi aprovou e ate lhe deu algumas dicas importantes. Assim que chegaram a lanchonete Washu desceu primeiro toda saltitante e antes que pudesse entrar Itachi a impediu.

─ O que aquele tolo esta fazendo? - franziu o cenho olhando do outro lado da rua. Washu direcionou seus olhos na mesma direção, para sua surpresa Sasuke se encontrava na pracinha do outro lado acompanhado de uma garota de cabelos cor-de-rosa.

─ Aquela é a Sakura Haruno? - Itachi assentiu parecendo inquieto - Eles parecem estar discutindo.

─ Eu vou até lá - Itachi se preparava para ir quando viu seu irmão puxar Sakura e beija-la sem nenhum pudor - Esse moleque - sorriu balançando a cabeça.

─ Se nós somos gatos, seu irmão é um cachorro no cio - alfinetou arrancando gargalhadas do Uchiha - Vamos, ainda quero meu mc lanche feliz.

─ Espere ele saber disso - provocou, mas Washu apenas deu de ombros. Itachi a puxou pela cintura selando seus lábios, logo depois beijou a testa substituindo por seus dedos anelar e médio.

─ Por que sempre faz isso? - levou a mãos a testa tirando os dedos do Uchiha.

─ Sempre vou te amar - declarou a olhando nos olhos - É o que significa - os olhos castanhos da Nakamura marejaram, mas ela não ousou deixar escapar uma única lagrima.

─ Eu também, seu bocó - ela sorriu o puxando para a lanchonete. Ainda que o namoro fosse recente suas juras de amor eram profundas e intensas, assim como o sentimento que acalentava seus corações em uma promessa duradoura.

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O corredor em que caminhava chegou ao fim lhe dando uma ampla visão do grande dojo, com arquibancadas em circulo preenchidas por milhares de espectadores e uma espécie de tatame ao centro dois metros mais alto, o símbolo do clã Hyuuga estava gravado ao chão em uma simples constatação de soberania. Ao lado direito em uma sacada posicionava aqueles que eram denominados poderosos, cinco lideres de nações vinculadas ao Japão, dentre eles se encontrava Hinata. Sentada como uma verdadeira rainha, sua postura rígida e olhos firmes captava cada detalhe, e foi quando ambos se encararam que ele recebeu toda a coragem para dar os seguintes passos ao tatame.

Por um outro corredor oposto ao que veio, surgia das sombras um homem alto, grande e forte. Os cabelos foram amarrados em um alto rabo de cavalo deixando amostra sua expressão fria, olhar clinico e lábios crispados. Sua capa azul fora jogada ao chão enquanto caminhava, seus músculos exagerados o tornavam ainda maior. Parou apenas quando ficou frente a frente com Naruto, o canto de seus lábios elevou a um pequeno sorriso de desdém, analisou o loiro de cima a baixo concluindo sua vitória.

Naruto permaneceu serio, não ousando nem mesmo piscar. Em seu interior tremia de medo, mas não fugiria, era tarde demais para tal atitude. Além do mais, Hinata o assistia juntamente de todos os outros superiores, tinha que mostrar para que veio sem resquício de hesitação. Retirou seu kimono o jogando no chão também, não tinha um grupo exacerbado de músculos como o grandalhão a sua frente, todavia, contrario de quando lutou pela primeira vez no dojo do clã Hyuuga, se sentia confiante em suas habilidade, sabia o que deveria fazer, afinal, treinou para isso.

O publico silenciou em respeito a luta que iniciaria, todos observavam atentos cada movimento. Um senhor baixinho de longa barba branca caminhou ate o centro, seu kimono também branco trazia o emblema de seu clã. Seus olhos pequenos e estreitos intercalaram entre os competidores, logo dirigindo aos superiores.

─ Daremos inicio a vigésima batalha de Genki. Com a aprovação dos sábios lideres, apresento Mamoru Domaru e Uzumaki Naruto - assim que finalizou a apresentação saiu do tatame.

Naruto respirou fundo posicionando seus punhos fechados a frente do corpo, cotovelos próximos a costela e queixo ereto, o adversário adquiriu a mesma posição defensiva sem perder o contato visual. Diante de tantos olhares a tensão os cobria, naquele instante o Uzumaki lutava primeiramente contra sua mente agitada, maquinava golpes e estratégias que pudessem ajuda-lo assim também como misturava seus sentimentos, a alegria de estar tão próximo a Hinata e o medo de não conseguir mostrar tudo do que era capaz.

"Mantenha a mente livre de qualquer pensamento, ate mesmo o mais simples sentimento pode confundi-lo."

Aquela foi a primeira lição que Neji o ensinou, mesmo com dificuldade se esforçou para deixar seus pensamentos em branco, acalmou seu coração, voltando a focar sua atenção no oponente, Seus dedos fincaram na palma das mãos fazendo o primeiro movimento, outro e mais outro vieram a seguir sendo desviados facilmente por Domaru. Tentou um chute de esquerda, porém foi bloqueado pelo braço do adversário, logo se afastou desviando de um soco de direita.

Foi inevitável quando Domaru seguiu uma sequência de socos de esquerda em seguida um chute contra o peito do Uzumaki o levando ao chão. Naruto sentiu seus pulmões queimarem pela doer intensa, apoio uma das mãos no tatame e forçou a se levantar. Sentia raiva por ter sido o primeiro a cair, sem perder tempo avançou, posicionou mais uma vez em ataque seguindo uma sequencia de jab, cruzado, direto. Os movimentos tornavam-se cada vez mais rápidos procurando pela chance da guarda baixa.

Mamoru sorriu satisfeito com o andamento da luta, analisava com precisão o estilo de luta do loiro encontrando rapidamente uma falha, nem sempre o melhor ataque é a defesa e Naruto estava com raiva, afobado e frustrado. Aquela era sua vantagem. Após mais um cruzado que foi impedido por seu antebraço esquerdo, fechou o punho em uma ação rápida atingindo o maxilar. Quando Naruto chegou ao chão, Domaru o puxou pela perna jogando-o do o outro lado do tatame como um boneco.

O loiro gemeu de dor sentindo uma fisgada em sua coxa, mordeu o lábio inferior contendo um grito. Seus olhos se abriram quando o adversário se aproximou prendendo sua cabeça entre o braço e desferindo socos contra seu rosto ate ejacular sangue. A consciência ameaçou fugir, mal conseguia abrir os olhos sentindo a dor se alastrar.

─ Naruto! - a voz fina da Hyuuga ecoou por todo dojo - LEVANTA NARUTO! VOCÊ NÃO PODE DESISTIR, EU SEI QUE É MAIS FORTE QUE ISSO. LEVANTA!

─ Hi-nata - balbuciou.

─ Naruto... - nem ela mesma acreditava no que estava fazendo, Kurenai repudiava suas ações assim como os outros lideres. No entanto, o que menos a importava naquele instante era a opinião dos outros - Eu estou aqui, Naruto-kun! - esboçou um sorriso terno.

Algo diferente de tudo que havia experimentado fluía por todo seu corpo, Naruto apoiou suas mãos no chão obrigando seu corpo a se levantar, ainda cambaleando forçou suas pernas a permanecerem em pé. Colidiu o punho contra a palma da outra mão canalizando toda sua raiva ali.

"Somente quando sua mente, sua força e seu corpo tornarem apenas um é que irá compreender a profundidade de ser um Samurai, Naruto."

Conseguia ouvir claramente a voz de Neji ecoar em sua cabeça, aquele foi seu segundo ensinamento. De olhos fechados sentia uma força primitiva se apoderar de seu corpo, como se toda aquela energia estivesse a tempos armazenada dentro de si a espera do momento certo, ele se concentrou relaxando, foi capaz de se esquecer ate mesmo de Hinata por meros segundos. O adversário esperava com um sorriso debochado, certo de que ganharia. Todavia, seu grito o surpreendeu, correndo pelo tatame Naruto preparou seu punho e quando colidiu com a palma da mão de Domaru, sua mão livre agarrou o braço que o bloqueava torcendo, forçando o oponente a se inclinar prendendo o braço em suas costa, porém facilmente Mamoru se soltou. Naruto agiu rápido desferindo um chute no abdômen, o outro gemeu de dor e antes mesmo que pudesse defender veio outro chute em seu rosto.

Naruto sentia a adrenalina queimar, queria mais, muito mais. Socou a clavícula e logo outro na lateral da cabeça acima da orelha. Seus olhos faiscavam em fúria, satisfação. Ver o outro cair era o que almejava. Antes que pudesse seguir mais uma sequencia, Domaru o empurrou se levantou lhe dando uma cotovelada no estomago, em contra ataque Naruto colidiu um upper (soco de baixo pra cima) afastando-o.

Ambos suavam, o cansaço dominava seus corpos. Havia sangue no rosto de cada um, hematomas evidentes. Domaru de repente gemeu de dor mais uma vez segurando o próprio abdômen. Naruto sentia seu corpo finalmente reclamar não aguentando mais permanecer em pé, ambos foram ao chão finalizando a luta.

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Sentada em frente da televisão, Karin repassava seu plano pela milésima vez. Sua hora de agir havia chego, Sasuke e Sakura mal podiam imaginar o que estava por vir, cada detalhe fora milimétricamente calculado, erros seriam inaceitáveis. Ela não permitiria que ninguém atrapalhasse a felicidade de seu amigo, mesmo que para isso tivesse que machucar alguém.

Decidida, caminhou em direção ao seu quarto, escolheu uma calça jeans qualquer acompanhada por uma camiseta branca, algo que não chamasse muita atenção. Com uma echarpe preta cobriu suas chamativas madeixas e parte de seu rosto, enquanto armações escuras completavam o disfarce a tornando irreconhecível.

Pediu para que um táxi a levasse a seu destino, seu carro, um conversível vermelho, seria facilmente notado o que ela não desejava que ocorresse.

Karin pagou o taxista e pediu para que ele a esperasse por alguns minutos. Descendo um pouco a rua, virou em uma viela estreita, ao sair do pequeno atalho pode ver seu destino logo a frente. Uma casa de madeira mais parecia abandonada, contudo o desenho de uma caveira identificava que estava no lugar certo.

Abriu a porta cuidadosamente, sentia que a cada pequeno toque a madeira iria se desfazer em suas mãos. Em seu interior aquela pequena habitação parecia ainda mais assustadoras, algumas velas iluminavam o local permitindo que os detalhes fossem notados. Inúmeras prateleiras encontravam-se repletas de livros de magia, nas paredes cabeças de animais olhavam diretamente para a porta, dando ao visitante a ideia de que sua presença já era esperada. Em um canto, frascos repletos de substancias desconhecidas acompanhadas por bonecos vudus completavam a decoração.

─ O que faz aqui? - Karin sentiu seu corpo arrepiar.

─ Ma-ma Odie?

─ Sim.

Ao ouvir seu nome ser chamado, uma pequena senhora saiu de trás de uma estante permitindo que Karin enfim pudesse vê-la. Trajando uma espécie de túnica branca, tinha os cabelos enrolados em um tecido na mesma cor enquanto largos brincos dourados enfeitavam sua roupa acompanhado por um colar no mesmo tom. Sob os olhos trazia um óculos escuro, fazendo com que enfim a ruiva entendesse toda aquela escuridão. Mama Odie era cega, logo a iluminação lhe era dispensável.

─ Me disseram que a Senhora poderia me ajudar...

─ Talvez eu possa - ergueu a sobrancelha - Do que exatamente você precisa? - caminhou em direção ao balcão sem dificuldade nenhuma.

─ Eu preciso de uma poção, para uma certa garota...

─ Você veio ao lugar certo - sorriu de canto enquanto levava a ruiva para as profundezas da loja, mergulhando na escuridão.

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Sasuke se sentia especialmente feliz naquele dia, passou a noite com sua amada, apesar de ter sido em sonho, o sorriso não saia de seus lábios desde que despertou. O tempo passou rapidamente, as aulas na faculdade terminaram sem que ele ao menos se desse conta, parecia que o mundo conspirava a seu favor como se o universo admirado com a intensa paixão que sentia decidisse livra-lo da agonia de estar longe da sua rosada.

Ansioso demais para esperar por um ônibus, optou por caminhar até a casa de sua amada, não gostaria de estragar seu bom humor por conta de um motorista lerdo ou com trânsito infernal. Aquela rotina havia se tornado parte do seu dia-a-dia. Ao se aproximar da casa, sentiu seu coração bater cada vez mais forte, bastava apenas olhar para a sacada com cortinas cor de rosa para ele desejar invadir aquele quarto.

Tocando a campainha esperou alguns instantes até que alguém o atendesse, no entanto, ninguém apareceu. Estranhando o fato, invadiu o quintal na tentativa de verificar a porta dos fundos que logo constatou estar trancada. No tempo em que morou ali aprendeu que só impediriam a entrada pelos fundos se ninguém estivesse em casa.

Desanimado, tomou o rumo de volta para casa. Esperava o ônibus sentado, ao vê-lo aproximar-se deu sinal para que o motorista parasse. Já começava a embarcar quando fios róseos chamaram sua atenção, desceu rapidamente indo de encontro a Haruno.

─ Sakura? - a chamou com receio.

─ Ah, olá Sasuke - sorriu fracamente - O que faz aqui?

─ Eu vim falar com a minha namorada, mas ela não estava em casa - sorriu de canto.

─ Ok - aguardou por alguma reação do rapaz.

─ Espera... Você lembra que é minha namorada? - franziu o cenho, uma pontinha de esperança surgiu em seus olhos.

─ Hm, acho que adivinhei - vasculhou a mente em busca de respostas - Pelo que sei nesse bairro não há ninguém que queira se meter em encrenca, logo você não seria uma boa opção de amigo e ao menos que você seja amante da minha mãe eu sou a única possível namorada pra você, a não ser que você seja chegado na mesma fruta... - sorriu zombeteira.

Sasuke aproximou-se lentamente, envolveu a cintura da rosada em uma dança lenta, com os lábios traçou um caminho de beijos por todo o rosto, ao chegar a orelha sussurrou de maneira provocante fazendo todo o corpo da garota se arrepiar.

─ Só gosto de morangos - mordeu levemente a orelha da garota, a fazendo enlouquecer.

Bruscamente Sakura o puxou para junto de si, tomou seus lábios em um beijo apaixonado, não sabia ao certo se era realmente a namorada dele ou apenas uma brincadeira, contudo seu corpo o queria, como se cada átomo seu desejassem ligar-se a ele. Afundando a mão nos cabelos negros o puxou para mais perto de si aprofundando o beijo.

Seus pulmões ardiam em brasa quando enfim se separaram, ambos ofegavam em busca de ar.

─ Teremos um almoço em minha casa e eu gostaria que você e seus pais fossem - acariciava o rosto que já havia decorado cada detalhe.

Ao lembrar-se de toda a sua situação, Sakura sentiu seu coração falhar. O que diabos ela estava fazendo? Ela não podia, não era justo.

─ Não... não podemos - tocando o próprio lábio sentindo seus olhos marejarem.

─ Sakura? - tentou toca-la preocupado, porém quanto mais se aproximava maior era a distância entre eles.

─ Não, eu... - no intuito de se afastar começou a correr sem rumo enquanto era seguida pelo moreno.

─ SAKURA. SAKURA - corria o mais rápido possível.

No instante em que a alcançou, puxou o corpo dela contra o seu a envolvendo em um forte abraço. Sakura chorava desesperada, Sasuke conseguia sentir a dor dela alcançar seu coração.

─ Está tudo bem. Se você não quiser ir, está tudo bem - sussurrou docemente enquanto acariciava os fios róseos.

Mais calma, Sakura se afastou do rapaz. Envergonhada com o seu descontrole mal conseguia erguer seu olhar. Percebendo o que acontecia Sasuke a beijou suavemente fazendo com que o coração da Haruno aquecesse.

─ Não é isso Sasuke, nós não podemos continuar com isso, esse namoro... -foi interrompida pelo jovem indignado.

─ O que? - Sasuke sentiu algo dentro de si rachar.

─ Isso... Esse namoro... Não podemos - olhava para o nada.

─ Então diga isso olhando em meus olhos - puxou o rosto dela fazendo com que seus olhos o encarassem - Vamos Sakura, me diga que não me quer, que o beijo que demos foi de mentira e então eu te deixarei em paz.

─ Eu não posso - sentia novas lágrimas se formarem.

─ Se você não pode dizer porque inventou essa historia? Me diga Sakura - a viu baixar os olhos mais uma vez - MAIS QUE DROGA SAKURA, ME CONTA LOGO O QUE ESTÁ ACONTECENDO!

─ E-eu não quero te magoar.

─ E QUE PORRA VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO AGORA?

─ E-eu...

─ FALA LOGO - apertou os braços dela furioso.

─ EU VOU MORRER!

Petrificado, Sasuke afrouxou os dedos que prendiam o braço de pele clara, agora com leves marcas vermelhas. Sentiu o vento gélido bater em suas costas, o tempo parecia ter estagnado, sua amada, a primeira garota que tocou seu coração, aquela que apenas com um sorriso o enlouquecida de desejo. A que os olhos o afogavam na imensidão, dividido entre o amor e a loucura, ela iria deixá-lo? Justo ela fora escolhida pela morte.

─ Co-como assim?

─ Meus pais e eu marcamos a cirurgia, Tsunade disse que será uma operação perigosa. Eu posso perder minhas memórias definitivamente ou morrer - ergueu as esmeraldas - Eu não quero que você se magoe Sasuke. Não quero decepciona-lo. Vamos acabar com essa brincadeira aqui e evitar dores de cabeça.

Sasuke a puxou de encontro a si e a beijou mais uma vez, no entanto de maneira diferente o toque era suave, desejava fazer com que ela pudesse sentir o tamanho de seu amor.

─ Eu não posso Sakura - a olhou intensamente - Mesmo se quisesse, não sou mais capaz de ficar longe de você - declarou selando seus lábios mais uma vez.