Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 33
Same Mistake


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *-----*
Tudo bem com vocês?
Então, como a Karol-chan disse eu acabei atrasando para escrever minha parte do capítulo por conta de um vazamento de gás que houve em meu apartamento. Precisei sair de casa e acabei esquecendo de pegar meu notebook, me desculpem T.T
No domingo postaremos o capítulo normalmente, o que quer dizer que vocês terão de esperar só um tiquinho pra ter a continuação o/
Muito bem, agora vou deixar vocês lerem, agradeço pela compreensão de todos e pela preocupação da Washu-chan, sua fofa :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570357/chapter/33

Capitulo XXXIII

"O amor verdadeiro tem dessas coisas: não se

Explica, não se controla, não se racionaliza

Simplesmente toma conta. É uma droga, um vício,

Uma viagem entre o céu e o inferno,

ida e volta, sem parar."

(Martha Medeiros)

O mesmo erro.

A noite chegou de mansinho, o quarto era iluminado apenas pela claridade da lua, que através da janela aberta invadia boa parte do local. Encolhida próxima a porta, Hinata permanecia perdida no cantinho escuro. Suas lágrimas já não mais existiam restando apenas suspiros longos e pesarosos.

Sua mente reproduzia a cena em que aquele homem condenado fora abraçado por sua família, em seguida, sua imaginação criará desfechos devastadores colocando um fim aquela vida.

O mundo era cruel, todavia, o clã Hyuuga a qual foi ensinada a honrar por toda sua vida conseguia superar de forma animalesca. Sem arrependimentos, sem compaixão. Perguntava-se o que aquelas pessoas tinham no lugar do coração. Era terrível e horrendo demais até mesmo para um ditador como seu pai.

─ Papai... - silabou em um fio de voz.

Seus olhos marejaram ao imaginar que ele em seu lugar não hesitaria, talvez até mesmo chegasse ao ponto de matar sem piedade alguma. Ela ofegou com a seguinte hipótese, as lágrimas voltaram a fluir e os soluços escaparem de sua boca.

Neji, seu pai e todo o restante do clã agiam da mesma maneira. Sua vida havia sido traçada a um caminho cheio de espinhos, obstáculos turbulentos.

Com Hanabi seria diferente, não deixaria que chegasse a tal ponto, jamais a colocaria naquele mundo. Não, preferiria tornar-se um deles do que cometer tal monstruosidade.

─ Hyuuga, abra porta - a voz rigorosa soou como um trovão.

Hinata levantou-se recobrando a consciência, girou a chave e antes mesmo que pudesse tocar a maçaneta, Kurenai entrou com uma expressão assustadora. Os olhos amendoados encararam a figura esguia amedrontada, a passos curtos aproximou-se mantendo contato visual.

─ O que pensa que está fazendo? - indagou neutra. Hinata afastou-se um pouco temendo pelo castigo.

─ E-eu só-so... não poderia acabar com a vida daquele homem...

─ E acabou fazendo pior - os olhos perolados estreitaram em confusão - Aquele homem traiu a confiança que lhe foi imposta. Ele sempre soube das consequências que ocorreriam.

─ Ma-mas é um ser humano, nem eu, nem você e ninguém tem direito de...

─ Hinata Hyuuga - esbravejou assustando a dona do nome - O que é mais importante para você, salvar sua irmã ou milhares de pessoas de um trem desgovernado? - Kurenai caminhou até a cômoda onde havia diversos porta-retratos com fotos de familiares e amigos.

─ E-eu não sei...

─ São pessoas desconhecidas que, você ao menos sabe o nome. Por que as salvaria? - disse distraída, pegou um dos quadros nas mãos onde Hinata abraçava a irmã menor, ambas com um grande sorriso.

─ São pessoas... seres humanos com sentimentos e emoções tanto quanto eu - argumentou sem ao menos pensar - Eu não poderia escolher...

─ Então deixaria todos morrerem? - indagou arqueado a sobrancelha.

─ Não... Eu... - suas mãos abraçaram seus cabelos em um sinal nítido que se sentia nervosa, acuada e confusa.

─ Há 100 anos um sábio banhou uma espada com seu sangue e poderes místicos, a mesma tratasse de uma força extrema, sobre humana, algo jamais visto. De acordo com as escrituras, apenas aquele que tiver um bom coração e pertencer ao clã, será capaz de atingir o mais alto nível de um lutador e ser merecedor.

─ Mas isso é...

─ Perigoso - a cortou - Uma vez que este poder foi utilizado, milhares de pessoas inocentes morreram. A força e o poder são inimagináveis. Você sabe o que acontece se ambição subir a cabeça?

─ Você disse que só uma pessoa de bom coração pode obter esta espada...

─ Até mesmo uma pessoa bondosa tem suas ambições, você não tem as suas? - a Hyuuga congelou. Seja lá qual for seus princípios, o desejo de obter algo é inevitável no ser humano e ela, sabia disso - Um homem colocou em perigo um clã inteiro, se poupássemos sua vida, todos estaríamos mortos.

─ Kurenai-sama, a senhora está querendo dizer que aquele homem...

─ Exato. Antes era apenas um mito a localização precisa da Kusanagui, agora todos desconfiam que esteja aqui.

─ E está? - sentiu receio em fazer aquela pergunta.

─ Não é obvio? - arqueou a sobrancelha.

─ Onde? Se alguém tiver a certeza, nós...

─ Aqui - bateu o pé ao chão e abriu os braços - Está em algum lugar neste quarto, onde nem mesmo eu sei. Você, Hyuuga-san, é a protetora. Se quiserem o poder terão que matar você - Hinata arfou em desespero - Compreenda que seus deveres devem ser cumpridos, sem objeções ou qualquer caridade. "Se houver um general forte, não haverá soldados fracos." Lembre-se de que o clã reflete a imagem e semelhança de seu líder - por fim deixou o quadro no lugar e saiu.

Hinata permanecia imóvel, não havia se dado conta do quão complexo poderia ser tudo aquilo. Apenas conseguia processar que se Kurenai e os conselheiros não tivessem decretado o exílio daquele traidor, naquele momento a futura líder poderia estar morta.

♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。゜♥

Sentado no topo de uma colina, Naruto admirava o nascer do sol. Como desejava que Hinata estivesse ali envolvida em seu braços. A cada dia que passava sentia mais saudade, por vezes até mesmo respirar tornava-se trabalhoso, triste demais.

A saudade era seu martírio ao mesmo tempo sua ponte de salvação, quere-la ao seu lado era o que lhe dava forças para lutar, para treinar cada dia mais.

Foi devido a seu treinamento que hoje era capaz de ver a distancia entre ambos diminuir, Neji havia o aprovado em seu ultimo treinamento, o cabeludo declarou que ele estava pronto para entrar no campeonato. E graças a seu amigo, vulgo; treinador, conseguiu uma vaga na acirrada disputa.

Uma semana, era tudo o que faltava para que treinador e pupilo embarcassem em um voo para Nova Iork, sete dias para que ele pudesse se perder na imensidão perolada, cento e sessenta e oito horas para tê-la em seus braços, dez mil e oitenta minutos para provar que ele era digno de namorar a Hyuuga, seiscentos e quatro mil e oitocentos segundos para gritar aos sete ventos que iria até o fim do mundo se Hinata estivesse lá esperando por ele. com seu doce sorriso.

♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。゜♥

Deitada no sofá com o corpo de seu amado contra o seu, Ino fingia assistir televisão enquanto seus pensamentos vagavam livremente. Jamais imaginou que em tão pouco tempo sua vida mudaria de maneira tão drástica, a poucos meses encontrava-se esparramada na cama derramando grossas lágrimas por aquele que achou ser o amor de sua vida, e agora, lá estava ela aninhada nos braços de um moreno magrelo para quem ela nunca olharia se não fosse a surpresa daquele dia.

18 de Maio de 2015

Ino caminhava pelas ruas de Tóquio. Depressiva, trajava uma larga blusa preta e calça de pijama, irreconhecível, era assim que desejava estar, sob seus olhos grossas lentes escuras impediam que a claridade incomodasse suas pupilas sensíveis por conta do choro exacerbado.

Não tinha vontade alguma de sair de casa, mas sua mãe já estava começando a se preocupar, chegou até a sugerir que a filha fizesse mais um de seus retiros. Seus pais eram adeptos da filosofia "Mens sana in corpore sano", ou seja, é necessário manter a mente saudável para que seu corpo também o possa ser, por isso, as viagens religiosas eram tão recorrentes em sua família.

Cansada de caminhar, sentou-se em frente a uma cafeteria, ainda cabisbaixa pediu ao garçon um chocolate quente que chegou em poucos minutos. Observava a rua a sua volta quando um rapaz ruivo chamou sua atenção, algo lhe dizia que ambos se conheciam, logo balançou a cabeça imaginando que deveria estar enganada. Abaixou a armação de seus óculos no intuito de melhor observar o belo homem, ao reconhece-lo abriu a boca em um grande "O" derrubando a colher que usará para mexer sua bebida, chamando toda a atenção para si.

─ Ino? - chamou o ruivo que agora caminhava em sua direção.

Ino olhava desesperada de um lado para o outro a procura de um esconderijo, seu capuz foi a única solução, mas como o mundo conspirava contra sua pessoa o ruivo a reconheceu mesmo assim.

─ O-Oi Juugo - sorriu sem graça enquanto observava o homem a sua frente.

Juugo se tornará um novo homem, sua barriga antes flácida fora substituída por fortes músculos que podiam ser observados por debaixo de sua fina camisa branca, deixando a loira sem ar, o cabelo perfeitamente cortado desenhava o rosto realçando seus traços agora másculos, uma visão dos deuses, era assim que o rapaz a sua frente podia ser descrito naquele instante.

─ Você está bem? - perguntou preocupado ao notar o silencio da garota.

─ Oh, sim - ajeitou os óculos em seu rosto - E você? - bebericou seu chocolate.

─ Estou bem - sorriu largamente - Eu desejava mesmo encontra-la, tenho tanta coisa para te dizer...

─ Olha Juugo, você está lindo. Serio, muito gostoso. Na verdade um deus grego e tudo mais. Mas eu estou apaixonada por outro cara e tals. Sabe como é, né...

─ Não é isso, eu... - suas bochechas coraram como um verdadeiro tomate, sabia que tinha mudado, mas nenhuma mulher tinha sido tão direta com ele - É que.. - teve sua fala interrompida por uma mulher que chamava seu nome.

─ Mayumi - acenou para a garota, a beijando ao tê-la próximo de si.

Em silencio Ino observava o casal apaixonado, com cabelos negros delicadamente repicado lhe dava um ar angelical. Mayumi a fez se lembrar de Hinata, elas pareciam irmãs, o único detalhe que as diferenciavam eram os olhos negros, totalmente oposto das perolas pertencentes a sua amiga.

─ Ino, está é minha esposa Mayumi - sorriu apaixonadamente ao chamá-la de esposa.

─ A-ah sua es-esposa... - sorriu sem jeito - É um prazer.

─ Igualmente - sorriu docemente.

─ Bem, eu queria te agradecer Ino - disse Juugo com um sorriso terno.

─ Me agradecer? - ergueu a sobrancelha confusa.

─ Sim, graças ao nosso encontro desastroso tive a oportunidade de conhecer Mayumi - apertou a cintura da morena contra si - Ela trabalha naquele restaurante, ao ver você ir embora ela se aproximou de mim - direcionou seus olhos a esposa - Começamos a conversar e posteriormente a namorar. Eu comecei a malhar, me alimentar direito e fiz até algumas aulas de etiqueta. Suas observações me fizeram ver que eu precisava mudar, então, você é a responsável pelo que sou hoje.

─ Eu... - tentava encontrar palavras adequadas para usar naquele momento, mas essas não surgiram.

─ Bem, vamos deixa-la em paz agora - sorriu - Obrigado de novo - afastou-se sem esperar por uma resposta com a mão enlaçada nas de sua amada.

A partir daquele dia, Ino admirou o mundo com outros olhos, todo esse tempo encontrava-se cega, cercada por estigmas estúpidos que a faziam se apaixonar por canalhas ou homens que jamais a corresponderiam. Juugo a ensinou que aparências mudam, contudo um coração bom permanece e era isso que ela precisava.

Poucos dias depois daquele encontro viu o moreno magrelo atravessar o corredor, Sai já havia deixado claro seus sentimentos, mas ela o desprezou devido a sua aparência incrivelmente frágil. Decidida a mudar se aproximou do rapaz e em poucos tempo já se encontrava perdidamente apaixonada, Sai era tudo o que ela procurava : gentil, educado, inteligente, bom amante, um perfeito príncipe.

Príncipe que esteve ao seu lado por tanto tempo, e que só foi notado quando a Yamanaka aprendeu a olhar para as pessoas ao seu redor com os olhos do coração, pois muitas vezes o conteúdo é mais interessante que a embalagem. Sorridente selou os lábios do namorado em um beijo apaixonado, e naquele instante teve a certeza de que era ela quem devia agradecer por ter tido o pior encontro de sua vida, pois foi ele quem a fez encontrar o amor verdadeiro.

♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。゜♥

Sasuke olhava distraído para um canto qualquer da sala, por mais que tentasse sua mente jazia perdida nos acontecimentos da noite anterior. Ainda sentia os lábios macios contra os seus o deixando maluco. Seu corpo contraia apenas ao imaginar em tê-la mais uma vez em seus braços, torná-la sua, faze-la mulher.

Durante todo o dia não foi capaz de se concentrar nas aulas, sempre que se concentrava cada molécula de seu corpo almejava o horário de saída. Se não tivesse passado 1 mês afastado, com toda certeza já teria escapado da faculdade.

No instante que o relógio bateu meio dia, levantou como um foguete indo em direção a saída, sem ao menos ouvir as ultimas palavras de seu professor. Enquanto atravessava os corredores, sentiu saudades de trabalhar na empresa, ser chefe não era tão ruim quanto ele imaginava. Passará a tarde toda jogando vídeo game e supervisionando os funcionários, era quase como ser recompensado por se divertir.

Quando o relógio marcou exatas 15hs, largou tudo que estava fazendo, seu horário na empresa havia chegado ao fim, e ele arrependeu-se de ter sentido qualquer falta. Ainda sem seu carro, pegou o ónibus em direção a casa dos Haruno, descendo em um ponto próximo. Observou os arredores atento a procura do patriarca da família, ele desejava garantir que não fosse assassinado ou algo do tipo. Nenhum sinal do temido homem foi percebido, servindo como autorização para que ele continuasse com seus planos.

Com leves batidas, aguardou pacientemente por uma resposta que chegou em poucos segundos. Mebuki foi aquela que atendeu o seu chamado, sorridente o saudou surpresa. Sem que fosse necessário qualquer pronunciamento ela explicou que Sakura havia ido ao hospital para mais um dia de tratamento.

Com um sorriso tímido despediu-se da mulher seguindo seu rumo em busca do que mais almejava, seu morango.

♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。♥。・゚♡゚・。゜♥

Passava do meio dia quando Sakura adentrou ao hospital, se dirigiu a recepcionista e assim que obteve a informação de que o Doutor Sabaku ainda não havia voltado do seu horário de almoço, sentou-se próxima a janela na

recepção e ali permaneceu observando o céu e os poucos desenhos abstratos que as nuvens criavam.

Seus olhos se fecharam e sua mente se recusou a mostrar-lhe algo novo, suas memorias poderiam ser comparadas a de um pen drive, onde facilmente eram armazenadas por um dia, no entanto, eram ainda mais fáceis de serem apagadas. Antes que saísse de casa sua mãe a puxou para uma breve conversa. E ali pareceu que a mesma contava uma historia, onde a protagonista era completamente desconhecida. Mas, seu grande choque veio ao final, aquela era sua historia. Em um momento de desespero e desequilíbrio abriu as gavetas do criado mudo e mais uma vez para sua surpresa, ali continha um diário negro e juntamente algumas cartas. Fatos e mais fatos eram contados em detalhes, a confusão era eminente em seus olhos. Sua mente rodou, girou tanto que seu corpo foi ao chão, seus olhos se abriram novamente direcionando alarmados ao relógio que, ainda marcava cinco da manhã. Tudo não passou de um sonho, e como ela sabia? Antes de dormir ela havia amarrado uma fita azul no dedo, de acordo com Gaara, assim seria mais fácil para identificar o que seria sonho ou realidade, pois em todas as manhãs a fita era retirada por sua própria mãe, sendo colocada novamente antes de dormir.

─ Sakura - a voz suave soou próxima a si - Olá querida, esta tudo bem?

─ Sim - sua cabeça latejou recebendo uma enxurrada de imagens, tentou disfarçar seu desconforto, mas a médica percebeu de imediato.

─ Vamos para minha sala, vou lhe dar um pouco d'água - com a Haruno a seguindo, a loira caminhou ate uma sala e logo se prontificou a pegar o que havia prometido - Beba - e assim o fez - Sou a Doutora Tsunade, cuidei do seu caso logo de inicio antes de transferi-la ao Doutor Gaara. - explicou sentando-se sobre a mesa, Sakura a observava aturdida, sua mente ainda nada processava - Sakura, estive analisando os relatórios sobre seu tratamento, fico feliz que mesmo sendo poucos, ainda há resultados positivos. Entretanto, sabemos que não é suficiente.

─ Doutora... Eu não estou compreendendo nada - disse sincera - Desculpe.

─ Tudo bem. Isso é mais normal do que pensa - curvou os lábios em um sorriso compreensivo - Diga-me, o que sente quando tenta se lembrar de algo?

─ Dores de cabeça, eu me sinto um pouco tonta e entã...

─ Boa tarde, Dra.Tsunade. Sakura - Gaara entrou na sala com um sorriso simpático, beijou o topo dos fios róseos com carinho e passou direto seguindo em direção a prateleira de medicamentos.

Por alguns minutos, Sakura sentiu seu corpo paralisar com o toque do ruivo. Seus olhos seguiram seus passos ate que ele sumisse para dentro da pequena salinha.

─ Sakura? - Tsunade franziu o cenho arqueando uma das sobrancelhas - Acho melhor começarmos.

A loira levantou-se seguindo ate a maca onde Sakura se deitou em seguida, alguns fios foram colocados em seus braços e um tipo de capacete que era ligado a uma maquina foi colocado em sua cabeça.

Gaara retornou a sala com uma siringa com um liquido transparente.

─ Relaxa - disse carinhoso - Não precisa ter medo, apenas olhe nos meus olhos - e assim ela fez.

Os olhos verde água eram tão profundos, tão calmos que, ela sentiu vontade de mergulhar naquela imensidão desconhecida e perder-se sem medo. Ele a olhava da mesma maneira, com um sorriso escapando entre os lábios assistiu enquanto ela adormecia aos poucos.

─ Espero que saiba no que esta se metendo - alertou a Senju enquanto iniciava suas anotações em uma fixa.

─ Eu a amo, Tsunade. Sei perfeitamente o que estou fazendo - jogou a seringa no lixo e adentrou a sala novamente, logo voltou colocando outra luva.

─ Gaara...

─ De acordo com os últimos exames, as memorias retrocederam. Porém, algum tipo de bloqueio foi criado pelo próprio cérebro que deletou em minutos, como acontece com recordações que consideramos inúteis. Um exemplo; são nomes, dias ou rostos desconhecidos - tratou de mudar de assunto, estava incomodado com a intromissão da Doutora.

─ Vamos intensificar o tratamento, se não houver maiores resultados...

─ Tsunade, vamos deixar a cirurgia para ultimo caso. Quero realmente tentar tudo que for possível para não deixar cicatrizes - buscou pela mão da Haruno colocando entre as suas, depositou um beijo acariciando a pele branquinha - Sakura já sofreu demais com tudo isso.

─ Acredito que encontraremos uma solução - apertou o ombro do ruivo em um breve sinal de compreensão - Vou deixa-lo terminar sua analise - sem esperar uma resposta, logo saiu.

oOo

Após comer um lanche na praça de alimentação acompanhada pelo médico, Sakura levantou-se pronta para ir embora.

─ Vou leva-la ate a porta - antes mesmo que ela protestasse ele já se encaminhava em direção a saída.

─ Acha que minhas memorias voltaram, sabe, como antes do acidente? - indagou com receio.

─ Não tenho esta resposta ainda, seu caso é realmente muito raro e por assim dizer, complicado. Mas prometo encontrar uma solução - sorriu para ela.

─ Obrigada...

─ Sakura, eu gosto muito de você. Não pouparei esforços para lhe ver bem - sua voz soou serena enquanto caminhavam.

─ Você fala como se...

─ Como se? - insistiu. Segurou as mãos pequenas ansioso para que ela dissesse o que estampava em seus olhos.

─ Tire as mãos da minha namorada - a voz do Uchiha soou ríspida, sombria o bastante para que Gaara agisse por instinto e se afastasse.

─ Namorada? - sua mente demorou a processar aquela informação.

─ Ficou surdo? - riu com deboche - Vamos, Sakura - ordenou agarrando ao pulso da Haruno.

Quando Gaara percebeu, Sakura já se encontrava longe o bastante para se quer ter sua pergunta respondida.

Sasuke a arrastou por algumas quadras, sentia seu sangue ferver de raiva, sua vontade era de socar aquele ruivo metido a besta ate que o mesmo estivesse inconsciente.

─ Ei, Ei me solta! - Sakura puxou com brutalidade seu pulso, o massageando em seguida - Ficou maluco? Enlouqueceu? Pra que me puxar assim, quer arrancar meu braço fora?

─ Hm - resmungou, ainda sentia a fúria o consumir.

─ Qual é a sua? Namorada? Faça-me o favor, Sasuke - riu com desdém.

─ Este é um assunto que não esta aberto para discussões - contrapôs, colocou suas mãos dentro dos bolsos e caminhou ate a pequena praça próxima dali.

─ Você só pode estar brincando. Eu sei que conheço você e sei que esta envolvido no acidente - o seguiu ate ficarem próximos a uma grande árvore - Você é um completo estranho para mim e ao mesmo tempo sinto que o conheço a séculos - suspirou perdida em seus próprios pensamentos - É tão complicado de compreender.

─ Quer tentar? - seus olhos fitavam o céu, agora mais calmo.

─ Alguma coisa... eu não sei explicar... apenas sinto que posso confiar em você, não é como se fossemos desconhecidos. Eu só... - interrompeu a si mesma confusa. Seus olhos seguiram a mesma direção que Sasuke observava.

Ambos permaneceram em silencio, com a incógnita que Sakura criara, Sasuke não ousou pedir que ela prosseguisse, talvez não houvesse uma explicação clara para a imensidão de sentimentos mútuos que sentiam.

─ Por que disse que sou sua namorada? - aquela perguntava a incomodava a horas, só tinha que criar coragem para exigir uma resposta.

─ Não quer ser? - um sorriso brincou em seus lábios, queria provoca-la e conseguiu.

─ Eu não vou discutir isso com você - virou-se para seguir qualquer rumo, qualquer caminho longe o bastante daquela loucura. No entanto, seu braço foi puxado e seu corpo se colidiu com músculos rígidos e bem trabalhados.

─ Não há o que discutir, Sakura. Você é minha - murmurou suave.

─ Pare de brincar comigo - pediu tentando se soltar de seus braços - Pare!

─ Olhe pra mim, olhe nos meus olhos e veja se estou brincando - exigiu segurando o rosto dela próximo ao seu.

─ Eu... não sei - seus olhos se chocaram e o tempo pareceu parar diante de tal fenómeno.

Seus rostos se aproximaram sentindo suas respirações se colidirem, parecia tudo tão magico, como se fosse a primeira vez de ambos. Sasuke segurou o rosto arredondado entre suas mãos, deslizou o polegar sobre as sobrancelhas rosadas depois os olhos grandes esmeraldinos que observava tudo atentamente, as bochechas levemente coradas e por fim a boca pequena de lábios finos. Ele sorriu com os lábios unidos, entreabriu a boca prendendo o lábio inferior entre seus dentes, puxou um pouco para em seguida encaixar sua boca a dela,chupando os lábios com uma delicadeza incomparável. Apaixonado, era exatamente como se sentia, a paixão comprimida em seu coração fluía naturalmente naquele beijo cálido, cheio de amor. A qual, ele não tinha coragem suficiente para expressar com palavras.

Sakura se agarrou ao corpo do Uchiha implorando inconsciente por mais daquele beijo, entre suspiros longos, sentia seu coração descompassado. Sua mente permanecia em um breu confortável, onde apenas queria sentir aquela calorosa sensação para sempre, dos braços envoltos de sua cintura a segurando como se não pertencesse a outro lugar no mundo que não fosse ao seu lado. O beijo foi cessando, contudo, seus lábios continuaram a milímetros ansiando por um único movimento.

─ Sakura - sussurrou em um sopro - Vou fazer com que se lembre - fez aquela promessa para si mesmo.

─ Sasuke - murmurou inebriada.

─ Se for preciso... - hesitou, no entanto prosseguiu - Se for preciso a beijarei quantas vezes for necessário - aproximou-se roubando mais um beijo intenso - Só para garantir que sempre será minha.

Sakura sorriu sentindo toda a confiança do Uchiha. Não compreendia muito bem o que era aquela bola de neve de sentimentos que a atingia com tanta força. Seja lá o que fosse, se entregaria sem temor algum.

─ Por mim tudo bem - enlaçou o pescoço do moreno depositando um beijo em sua boca - Tome conta de mim, Sasuke - sussurrou não contendo a agitasse em seu coração.

Ele sorriu e juntos voltaram a caminhar, agora, de mãos dadas. Andavam sem rumo algum, quando Sasuke sugeriu que fossem comer em um restaurante próximo dali.

─ Isso me parece um encontro - cutucou o Uchiha quando o garçom trouxe champagne.

─ Se quiser chamar assim - deu de ombros fingindo não se importar, porém continuou a observa-la de soslaio, adorava ver o quão linda ficava emburrada.

O jantar ocorreu da melhor forma possível, tudo muito simples e sereno. Estavam satisfeitos apenas por desfrutar da presença um do outro. Quando perceberam já era noite e Sasuke mesmo a pé, se prontificou a leva-la em casa temendo por sua segurança.

─ Obrigada - agradeceu assim que chegaram a frente da casa simples.

─ Pelo que? - antes que ela pudesse soltar sua mão, ele a puxou envolvendo seus braços a cintura, deitou sua cabeça sobre o ombro dela afastando os cabelos róseos do pescoço alvo. Como uma criança, sorriu ao inalar o perfume que pertencia somente a ela.

─ Por tudo, eu não sei o quanto fez por mim ate hoje - riu de si mesma, afinal, não se lembrava de muita coisa - Mas neste momento me recordo de cada detalhe do dia de hoje - afastou-se um pouco para acariciar o rosto de Sasuke com carinho - Quero adiantar minhas desculpas, se amanhã ou depois eu não me recordar de nada, ou de você. Me perdoa - esboçou um sorriso triste com olhos marejados.

─ Morango - silabou com os olhos vidrados na moça de expressão chorosa - Eu vou cuidar de você - uniu seus lábios em um breve roçar, em seguida depositou outro sobre o topo dos fios róseos logo substituindo por seus dedos.

Com a imagem das costas largas do Uchiha, Sakura observou ate que sumisse no horizonte. Seus dedos tocaram a própria testa onde ainda sentia os rastros do toque de minutos atras, sorrindo como boba, ela desejou que quando abrisse os olhos pela manhã as lembranças daquele homem permanecessem em sua memoria, principalmente o beijo que, em uma confissão silenciosa ela o amou acima de todas as circunstancias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Como foi? Gostaram?
Quem aí tá ficando maluquinha com o Sasuke apaixonado levanta a mão o/ haha
Vocês se lembram do esquema né?
Se gostou comenta aí em baixo e se não gostou sinta-se a vontade para nos corrigir e indicar o melhor caminho para tornar a estória do seu agrado. Aceitamos elogios, criticas, sugestões e insultos desde que nossas mamães não sejam envolvidas na confusão, por a mãe na briga é feio u.u
E se você assim como eu roubaria uma varinha magica e traria o Sasuke pro mundo real onde você se tornaria a sakura dele favorite, vamos morrer de amores pelo moreno juntas *----* hihi
Obrigada por tudo ❤

Ps: Música de hoje - Same Mistake ( James Blunt )
Ps 2: Responderemos os comentários antes de postar o próximo capítulo, acabamos atrasando tudo essa semana mas, tudo voltará ao normal até sábado. Beijinhoos :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Akai Ito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.