Capítulo XXXI

"Amor é apenas uma palavra...

Até o momento em que você

Encontra uma pessoa que te dê um

Verdadeiro sentido a ela."

( Desconhecido )

Me ame como só você faz

Os dias passaram com um estalar de dedos, assim chegando o fim do mês de junho, com o tempo quente e poucas rajadas de vento era visível que o verão predominaria naquele dia especial.

Foi com um sorriso tão radiante quanto o sol que, Mikoto acordou cedo para preparar o café da manhã, dispensou os empregados da cozinha lhe dando outros afazeres e prontificou-se a preparar a mesa. Pães caseiros, pães de queijo, sucos, chá, tudo era preparado ali na hora por suas próprias mãos, com lembranças de uma infância feliz, onde sua mãe preparava tudo com amor e carinho, assim como ela o fazia. O fogão moderno apitou alertando que o bolo de cenoura estava pronto, em sua época lembrava-se como esperava ansiosa a beira do fogão a lenha, os olhos brilhavam contando cada segundo, mesmo com a repreensão da mãe comia quente, assim que saia do forno enchia de calda de chocolate; daquelas feitas apenas com leite, açúcar, manteiga e chocolate em pó. Era uma das setes maravilhas do mundo, e, então seu pai surgia com um queijo fresquinho e um bule de café fumegante, que ainda espalhava pela casa o aroma do grão moído.

Seus filhos, principalmente Sasuke, jamais souberam o que era vivenciar dias como aqueles, reunidos em uma mesa pequena de madeira que, com poucos alimentos parecia estar farta, havia também a sensação de olhar diretamente nos olhos de quem se senta a sua frente pois não à espaço para luxo, soberania ou egoísmo. No entanto, hoje, ao acordar, sua mente melancólica a acusou de tamanho descaso com suas origens, e se, seus filhos não puderam saborear o mesmo que viveu, foi por ela não ter lhes dado uma única oportunidade. Foi porquê a partir do momento que suas condições financeiras tomaram distancia da pobreza em que vivia, suas atitudes mudaram no intuito de presenteá-los com tudo aquilo que lhe faltou. Mas, mal sabia ela que tudo que teve era o necessário, e além disso, é apenas conveniente.

Com uma forma de pães em suas mãos virou-se depositando sobre a mesa, sorriu gostando da maneira aconchegante e com gostinho de saudade que transformou aquele espaço. Itachi e Washu foram os primeiros a descerem para o café da manhã.

─ Bom dia mãe, acordou animada hoje - cumprimentou a matriarca.

─ E não é para estar? - depositou um beijo sobre a testa o filho e logo puxou Washu para se sentar - O que foi querida, não gostou? - Mikoto percebeu que a nora estava estranha, continha os olhos marejados e mordia os lábios no intuito de conter o choro.

─ Pelo contrario, isso tudo trouxe boas lembranças dos meus avós. Obrigada - abraçou Mikoto apertado, enxugou os resquícios de lagrimas e voltou a se sentar ao lado de Itachi.

─ Chorona - o Uchiha brincou depositando um beijo sobre os cachos dourados.

─ Bobão - retrucou com um sorriso.

Mikoto apenas observou de longe, com o coração pequenino nas mãos, hoje seu filho se casaria e iniciaria o mesmo ciclo que ela começou a 25 anos.

Sasuke desceu acompanhado por Fugaku, ambos conversavam amigavelmente sobre algo da empresa, ao deparar-se com a mesa diferente, apenas Fugaku curvou os lábios em um sorriso quase impercetível.

─ Mãe, cade nossa mesa? - a sua frente a mesa parecia ter sido reduzida em menos da metade do que seu tamanho original.

─ Não precisamos de uma mesa gigantesca, somos apenas nós, e não um batalhão. Agora sente-se meu amor, e coma direitinho - depositou um beijo sobre a testa o filho e acariciou seus cabelos.

─ Achei que por ser o casamento de Itachi você encheria a "mesa gigantesca" e não que faria essa miséria.

Mikoto direcionou seus olhos ao marido temendo pelo pior, sabia que algo do tipo aconteceria, Sasuke fora criado como um príncipe mimado, não poderia evitar.

─ Sasuke, antes de você nascer - iniciou Fugaku tranquilo - Isso era apenas o que precisávamos - pegou um pão de queijo quentinho e o entregou ao filho - Você sabe o valor de boas lembranças?

Sasuke associo aquela pergunta inconscientemente a Sakura, ele sabia o valor de cada uma de suas lembranças? Seja lá quando aquele sentimento tivesse surgido, ele sabia que o preço era imensurável.

Após todos se sentarem, tão rápido quanto começou a atmosfera tensa se foi trazendo a paz e harmonia para a família. O café transcorreu tranquilo, logo que todos terminaram, Mikoto e Washu subiram para o quarto onde cabeleireiros, maquiadores e esteticistas as aguardavam.

O relógio marcava 18h em ponto quando Mikoto ordenou que Washu fosse se arrumar, Karin havia chego com o vestido e o buquê, não lhe restando mais tempo ao menos para respirar.

─ Eu sei que a senhora quer isso, mas realmente não precisa, eu posso me arrumar sozinha - contrapôs.

─ Tem certeza Washu? E se o ziper do vestido emperrar e se...

─ Dona Mikoto, é serio, não precisa. E também a senhora precisa ir se arrumar.

─ Certo, certo - se deu por vencida. Viu Washu adentrar ao quarto e logo fechar a porta, em seguida repetiu as ações da moça entrando em seu quarto - Mas essa Karin é uma cabecinha de fósforo mesmo - murmurou, o vestido da noiva se encontrava em sua cama, lindo e esplendoroso como o viu pela primeira vez. Washu havia insistido arduamente para que fosse aquele, e ela não foi capaz de esconder a gotinha de inveja que sentia, gostou daquele vestido assim que seus olhos caíram sobre ele, foi um amor a primeira vista inevitável.

Pegou o vestido nas mãos com receio, olhou de soslaio para os quatro cantos do quarto em uma confirmação de que não havia ninguém. Aquilo parecia tão errado e ao mesmo tempo tão certo, assim que colocou o vestido a frente de seu corpo e direcionou seus olhos ao espelho, se sentiu nas nuvens, como uma menina sonhadora que acabara de realizar seus mais profundos sonhos.

─ Mikoto - assustou-se com a voz do marido.

─ Sim?

─ Podemos conversar? - ela franziu o cenho estranhando aquela súbita atitude.

─ Precisa ser agora? Temos tempo o suficiente para conversar depois do casamento - o fato era que não sabia se estaria pronta para conversar, seja lá o que for, com Fugaku.

─ Precisa. - foi tudo o que ele respondeu, grosseiro e impaciente.

Mikoto guardou o vestido dentro da caixa, conversaria rapidamente e logo correria para entregar o vestido a Washu, que imaginava estar a ponto de surta naquele momento.

─ Fale rápido, Karin confundiu os quartos e o vestido veio parar aqui - abriu a porta despejando seu nervosismo.

─ Karin não confundiu - disse ao entrar no quarto, vestido elegantemente em um smoking negro, Fugaku caminhou ate a cama e sentou-se próximo a caixa - Este vestido é seu.

─ Do que esta falando? Bateu com a cabeça, homem! - não teve duvidas, seu marido havia enlouquecido - Este vestido é da noiva no nosso filho.

─ Mikoto... - ele respirou fundo buscando encontrar as palavras certas - Itachi não esta noivo, tudo foi apenas um pretexto. Este é o nosso casamento.

─ Voc- … Céus! - arregalou os olhos perplexa - Fugaku explica isso direito!

─ Tsc. Itachi e Washu planejaram tudo, quando me contaram tive a mesma reação. Mas no fundo, eu não poderia perder minha mulher - levantou-se sustentando seus olhares, aproximou-se aconchegando o rosto confuso em suas mãos - Imploro pelo seu perdão, eu …

─ Eu já o perdoei a muito tempo, fizeram tudo isso para reatarmos, não é? - ele confirmou com um balançar de cabeça - Eu tive tanto medo de perde-lo - seus olhos marejaram não contendo mais as lagrimas - Como foi que chegamos a este ponto, Fugaku?

─ Casa comigo - pediu baixinho - Casa comigo outra vez? - repetiu um pouco mais audível.

─ Minha resposta continua sendo a mesma - sorriu selando seus lábios em um beijo cheio de ternura e saudade.

─ Eu te amo, Mikoto - sussurrou a fazendo sorrir como uma boba.

─ Eu nunca deixei de ama-lo, Fugaku - beijaram-se mais uma vez, deixando para trás os meses que ambos sofreram com a falta um do outro.

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Parada em frente ao espelho, Mikoto admirava encantada sua imagem. O leve vestido caia sobre seu corpo suavemente, a manga curta devido ao calor do verão, cobria a parte de cima de seus ombros, por baixo de uma fina renda seu colo ficava levemente à mostra. O destaque estava nas costas, o decote percorria sua coluna terminando na altura da cintura, onde pequenos fechos davam inicio a calda, não muito longa em um tom bege/perolada.

Respirou profundamente, o nervosismo já começava a se apoderar de seu corpo. Contou até três tomando coragem para descer as escadas. Na mão direita, trazia o pequeno buque arredondado, rosas vermelhas e brancas foram delicadamente distribuídas, dando um aspecto romântico e suave ao arranjo.

Em frente a porta do jardim, pousou a mão sobre o peito na tentativa de acalmar seu coração. Todos os convidados pareciam a postos, seu marido já devia estar em posição aguardando por sua chegada. Ao deslizar as divisórias, pode ouvir a doce música se transformar na famosa marcha nupcial. Pronta para entrar sozinha, pois seu pai já era falecido, parou subitamente ao ouvir seu nome ser chamado.

─ Pain? - o olhou surpresa.

─ Senhora Uchiha - estendeu o braço.

Mikoto agarrou o braço do rapaz feliz em tê-lo ali, era reconfortante. Ao menos agora ela tinha certeza que não cairia de cara no chão. Admirada, observava cada detalhe da decoração. Uma passarela de madeira em um tom claro foi montada em meio ao jardim, o caminho levava da porta de entrada até uma pequena estrutura de madeira, onde devia estar o altar. Ao lado da passarela caminhos de rosas vermelhas acompanhavam a noiva por todo seu trajeto.

─ Lindo - suspirou encantada.

─ Fico feliz que tenha gostado senhora Uchiha, todos trabalhamos para tornar esse dia perfeito do jeito que a senhora merece - sorriu ao ver a fina lágrima escorrer pelos olhos negros.

─ Obrigada Pain. Está perfeito - sorriu abertamente.

Mais perto, pode observar cada canto da bela estrutura. Uma espécie de cabana foi montada, sua estrutura de madeira era aberta permitindo que o sol iluminasse o local. Diversas cadeiras espelhadas pela lateral cercavam o altar, onde seu marido a esperava com um sutil, porém doce sorriso nos lábios.

Conforme se aproximava pode ver seus amigos a esperando, grande foi sua surpresa ao ver Ori no altar ao lado de Itachi, ambos vestindo ternos, sendo o de Itachi preto e o de Ori lilás, a mesma cor do vestido de Kushina, que ao lado de Minato sorria em sua direção. Não foi necessário grande esforço para perceber que Fugaku permitira que Ori fosse sua madrinha, provavelmente deve tê-lo forçado a usar roupas masculinas, entretanto ainda se tratava de um milagre.

Ao passar entre as cadeiras, viu cada um de seus amigos, parentes, conhecidos se levantar para acompanharem sua caminhada. A cima de sua cabeça, rosas brancas trepadeiras percorriam toda a estrutura de madeira, formando uma espécie de jardim suspenso. O grande número de flores não passou despercebido ao olhar da matriarca que intrigada indagou.

─ Pain, quantas rosas tem aqui?

─ 10 mil.

─ Por que exatamente 10 mil?

─ Isso a senhora terá que perguntar ao seu marido, foi um pedido especial dele - curvando-se beijou a mão da bela mulher a entregando a seu marido.

Fugaku a recebeu encantado, naquele momento nada era mais belo do que ela e seu lindo sorriso. Por breve minutos trocaram olhares carregados de um sentimento mútuo.

─ Isso é loucura - murmurou Mikoto - Mal posso acreditar que estamos em um altar novamente - Fugaku beijou carinhosamente as costas de suas mãos, e não era necessário mais nada para que ela pudesse acreditar que não estava sonhando.

Ambos se posicionaram a frente do juiz de paz, um senhor idoso de estatura media, com um sorriso pequeno nos lábios enrugados e uma bíblia nas mãos. Mikoto quando o viu emocionou-se, pois era o mesmo homem que conduzira seu casamento quando ainda era jovem. O homem estendeu suas mãos no intuito que Mikoto e Fugaku as segurassem, e assim foi feito.

─ Fugaku e Mikoto Uchiha. Me lembro com nitidez dos dois jovens apaixonados dispostos a enfrentar o mundo. Ainda agora, vejo aquele mesmo olhar, mas com um porém, hoje seus sonhos foram realizados, com uma família bela e experiencias das quais tornaram o que são, estão completos - murmurou sorrindo - Amor; "Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e pai, e do Cristo."Assim diz o criador. Amai-vos, pois o amor é a base de tudo. Se plantar uma semente com amor, lhe rendera bons frutos. Assim somos nós. Amai-vos. Deus nos ensina que - " O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas cessarão; havendo ciência, desaparecera." Amor. Amar é estar bem consigo mesmo, é não exigir nada de ninguém, ser paciente, confiar e ser confiável. Quando há amor não existem duvidas, apenas certezas. - o juiz de Paz uniu as mãos dos noivos - As alianças - pediu. Sasuke caminhou emburrado ate seus pais, Itachi havia o obrigado a ser "dama de honra" sob diversas chantagens de que beijaria o rosto de Sakura enquanto dançavam. Mais rápido que um foguete o Uchiha mais novo aceitou, não tendo objeções.

─ Obrigada, meu bebê - com as bochechas levemente coradas, Sasuke voltou a se sentar ao lado de Washu.

─ Sinto orgulho de lhes perguntarem; Mikoto e Fugaku Uchiha, aceitam prosseguirem como marido e mulher, ate que a morte os separe?

─ Sim - respondeu Fugaku prontamente, deslizou entre os dedos delicados a mesma aliança que usavam a 25 anos, com a diferença de que haviam sido restauradas parecendo novas novamente.

─ Sim - Mikoto mordeu os lábios contendo as lagrimas, repetindo as mesmas ações do marido.

─ Sob as leias que me foram conduzidas, eu os declaro marido e mulher novamente. Pode beijar a noiva.

Mikoto olhou para todos os convidados presentes, em seguida direcionando seus olhos ao marido, o conhecia muito bem e sabia que ele não a beijaria a frente de todos. Foi com um carinho imenso que lhe transbordava pelos olhos que, envolveu suas mãos aconchegando no rosto do homem que nunca deixou de amar e lhe beijou com ternura, não prolongou o ato por muito tempo, pois Fugaku já começava a ficar vermelho. Logo todos comemoram com euforia, levantando-se para cumprimentar os recém-casados.

Os convidados assim que terminavam de parabenizar o casal caminhavam para o jardim, entre as árvores fora instalada mesas redondas cobertas por toalhas brancas assim como as rosas no arranjo presas a caixa de luz de led dourado na parte de baixo. Próximo dali, uma grande mesa com diversos petiscos e bebidas se encontravam não só para encher os olhos. Ao centro o bolo de três camadas era o maior destaque, branco com traços delicados de desenhos abstratos, envolvendo a parte inferior de duas das camadas com rosas vermelhas e acima do bolo rosas também vermelhas completavam como uma cereja. Itachi acompanhou os pais com o intuito de lhes mostrar algo, além da decoração escolhida por ele, nas árvores, pendurados como enfeites haviam fotos da família, a qual sua mãe tinha orgulho de apreciar. Emocionada, Mikoto apertou o filho em seus braços.

─ Não foi nada mãe - respondeu após sua mãe afastar-se para admirar o quão belo era ver recordações suas, de sua família - Aproveitem, que hoje o dia é de vocês - abraçou brevemente o pai e depositou um beijo sobre as cabelos arrumados da mãe.

oOo

Há quanto tempo não via seus pais sorrirem tão abertamente? Fugaku mesmo que tentasse esconder não se cabia de tanta felicidade, e Mikoto parecia querer rasgar a boca com sorrisos cada vez maiores.

─ Vamos cumprimenta-los, acho que sua mãe deve estar se corroendo por explicações - Washu entrelaçou suas mãos o levando em direção aos noivos.

Assim que o viu Mikoto afastou-se de seu marido para finalmente abraçar o filho, o apertou em seus braços e chorou agradecendo pela bela surpresa.

─ Vocês dois tem muito o que me explicarem, como puderam me enganar? - tentou inutilmente parecer brava, mas, o fato era que estava morrendo de felicidade.

─ Desculpe mãe. Tudo surgiu quando conheci Washu - sorriu para ela - Sabia que um livro pode salvar vidas? Foi graças ao livro que ela estava lendo; O casamento. Planejamos um plano juntos e em meio a tudo isso nos apaixonamos.

─ Nicholas Sparks é realmente um guru do amor - comentou Washu agarrada ao braço do namorado.

─ Não sei como conseguiram fazer Fugaku aceitar este plano doido, mas, eu estou feliz - abraçou a ambos depositando um beijo na bochecha de cada um - Muito feliz - sorriu voltando a se agarrar nos braços do marido.

─ Obrigado - mesmo que a voz de Fugaku soasse um tanto fria, e o agradecimento parecesse rude, Itachi sorriu entendendo perfeitamente os sentimentos do patriarca. Washu não escondeu sua surpresa e sentiu uma enorme vontade de abraçar o casal, contudo, um único olhar de Fugaku a fez desistir daquela ideia boba.

─ Isso merece um brinde - comunicou aos pais, para em seguida chamar a atenção dos convidados com um tintilar na taça - PESSOAL, VAMOS BRINDAR! AOS NOIVOS! - todos repetiram "Aos noivos" erguendo suas taças - Mãe, pai. Amo vocês, por favor não nos dê mais trabalho - disse apenas para seus pais que sorriram contentes.

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Ino ergueu sua taça acompanhando a multidão. Mesmo a distância era capaz de ver o brilho radiante no rosto da morena. Sabia que aquele não era o momento certo, porém precisavam conversar. Devagar, aproximou-se do casal. Desejou seus parabéns aos noivos, abraçou a matriarca sussurrando em seu ouvido um sutil pedido.

Concordando, afastou-se do marido com a loira presa em seu braço. Caminharam em direção ao lago, onde pequenas lanternas flutuavam nas águas iluminando suavemente o local.

─ O que houve querida?

─ Eu fiz o que a senhora mandou, mas acho que será necessário mais alguns incentivos...

─ Entendo - observou ao redor, para garantir que ninguém as ouvia.

─ Vou preparar as coisas. Mandarei para você assim que possível. Porém, você tem de garantir que a Sakura...

Interrompeu sua frase ao notar a aproximação de um belo jovem. Alto, cabelos negros e olhos escuros, sua pele era incrivelmente pálida. Poderia facilmente ser confundido com um Uchiha, isso se Mikoto não conhecesse todos os seus parentes.

Envolvendo a cintura da loira, beijou sua bochecha e com um aceno cumprimentou a mulher a sua frente.

─ Senhora Mikoto, esse é o Sai. Sai está é a noiva - sorriu docemente para ambos.

─ Oh, encantado. Devo dizer que Ino foi muito humilde ao descrever sua beleza - cumprimentou a morena com dois beijos no rosto - Inclusive, meus parabéns por seu casamento.

─ Obrigada Sai - sorriu - Deixarei vocês a sós, depois te mando o que pediu, Ino - piscou dando um aviso sutil a Yamanaka - Aproveitem a festa - Ergueu a barra de seu vestido e caminhou a procura de seu amado.

─ Eu interrompi algo? - levantou a sobrancelha desconfiado.

─ Não - sorriu - Estávamos apenas falando sobre roupas.

─ Você e sua fascinação por roupas - revirou os olhos divertido - Hm, então o que minha namorada acha de irmos dançar? - girou a garota causando-lhe doces gargalhadas.

─ Tenho certeza que sua namorada adoraria - envolveu o pescoço do moreno, o puxando para mais perto de si, distribuindo doces beijos por seu rosto - Só preciso tomar algo, então poderemos dançar até cair - riu.

─ Muito bem, vou pegar algo pra você. Me espere aqui - a beijou rapidamente saindo em seguida.

Ino observou o garoto se afastar. Se a algum tempo atrás lhe dissessem que ela namoraria com ele, cairia na gargalhada. Sai nunca foi seu tipo, sempre preferiu garotos fortes e ruivos, entretanto, a vida lhe preparou um moreno, magrelo e adorável que ela não trocaria por ninguém.

Suspirou ao lembrar como o rapaz ajudou a se reconstruir. Se não fosse por ele estaria chorando nos cantos com o coração partido. Sai a fez rir, a abraçou, mostrou que o mundo era um lugar mágico, bastava que procurássemos no lugar certo. Naquele instante cada palavra dita pelo Naruto fizeram sentido.

Absorta em pensamentos, não viu a pedra a sua frente onde tropeçou e teria caído dentro do lago se não tivesse seu braço amparado por alguém.

─ O-obrigada - arrumou seus cabelos para poder olhar seu salvador - Gaara.

─ Senhorita Yamanaka - cumprimentou com um aceno de cabeça.

Desviando o olhar, arrumou seu vestido enquanto pensava no que dizer. Em um doce tom de azul, sua roupa contrastava com seus olhos lhe dando um ar angelical, alças delicadas deslizavam por seus ombros tornando o vestido um tomara que caia.

─ Obrigada - agradeceu sem graça.

─ Foi um prazer.

Ino não o via desde o dia em que declarou seu amor pelo rapaz, tentava pensar em algo que pudesse dizer, entretanto a vergonha a impedia. Gaara a olhava intensamente, como se esperasse por algo, que não veio. Quando a coragem a atingiu, Sai chegou ao seu lado lhe entregando um suco. Sorrindo beijou o namorado e se afastou do ruivo agradecendo mais uma vez por sua ajuda.

Gaara sorriu, jamais quis magoar a garota, porém mentir para ela sobre seus sentimentos era inaceitável. Ino era uma mulher incrível e merecia alguém que a amasse por inteiro, e infelizmente esse alguém não era ele.

Um pouco abatida, ficou em silencio durante alguns instantes, mas logo seu sorriso radiante renasceu enquanto seu mais novo amor enlaçava seu corpo em uma dança lenta, a fazendo se sentir completa.

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A festa rolava animada quando Mikoto puxou seu marido para o andar de cima. Sabia que ele não gostava muito de locais cheios e naquele instante ela também não queria estar ali. Desde que soube da surpresa preparada por ele, desejava leva-lo para o quarto e enche-lo de beijos.

Assim que a porta foi fechada, se entregaram a paixão, amando-se como não faziam a anos. Abraçada sob o corpo nu do marido, Mikoto suspirava se sentindo novamente com 20 anos. Acariciava o abdómem de seu amado quando a dúvida que a assolará mais cedo retornou aos seus pensamentos.

─ Fugaku? - ergueu a cabeça para poder olhar nos olhos negros.

─ Hm - apertou a mulher contra seu corpo, permitindo que ela continuasse.

─ Pain me disse que você mandou que eles plantassem as rosas... Me pergunto; por que exatamente 10 mil?

─ Uma para cada dia que te amei, desde o primeiro momento que a vi nos corredores da faculdade - sorriu de canto ao lembrar-se da cena.

Emocionada, beijou ardentemente seu marido o amando mais uma vez aquela noite.

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Sakura bebia seu suco distraída estava sentada sozinha em uma das mesas, permitiu que seus pensamentos voassem para longe, desde que chegou suspirava encantada com cada detalhe da decoração, só imaginando como tudo seria se aquele fosse seu casamento. Brincava com o arranjo da mesa, quando teve sua atenção chamada.

─ Sakura?

─ Naruto - sorriu abertamente enquanto envolvia o rapaz em um abraço cálido.

Apontando para a cadeira ao seu lado, pediu para que seu amigo sentasse. Trajando um terno preto simples, parecia um elegante homem de negócios. Seus músculos evoluídos podiam ser percebidos por baixo da camisa, não escapando do olhos esmeraldinos.

─ Como você está? Faz um tempo que não nos vemos, não e? - apertou os olhos, forçando sua mente a resgatar algumas lembranças. Desde que começará seu tratamento com o doutor Gaara, sua memórias surgiam e desapareciam como um flash, por muitas vezes não permitindo que distinguisse o real do imaginário.

─ Estou bem - sorriu tristemente - E você?

─ Vou indo - sorriu - Você teve notícias da Hinata, minha mãe disse que ela não poderia vir ao casamento, pois esta fora do país.

─ Não, não falo com a Hinata desde o dia em que ela partiu.

─ Ah - cobriu a mão do loiro com a sua - Tenho certeza que em breve você a verá - sorriu de maneira acolhedora.

─ Você tá certa - abriu seu típico sorriso radiante - Mais alguns dias e eu estarei ao lado dela.

─ Alguns dias?

─ Sim, decidi ir atrás da Hinata. Passei o último mês treinando com a ajuda do Neji Hyuuga, pretendo ir a Nova York lutar pelo cinturão de melhor lutador e pelo amor da Hina. Se o pai dela só permite que ela namore um lutador, então eu serei o melhor de todos - chamas ardiam em seus olhos.

Sakura não foi capaz de conter um sorriso ao admirar o rapaz a sua frente. Naruto crescerá tanto em tão pouco tempo e tornara-se um homem admirável, por isso torcia com todas as forças pelo namoro dos dois. Hinata e Naruto se amavam como poucas pessoas amam nessa vida. Com um doce beijo na testa, despediu-se do loiro e caminhou em direção ao banheiro.

oOo

Próximo dali Sasuke admirava a rosada. Com seu longo vestido vermelho, alças caídas e sutil decote na costas, Sakura comparar-se-ia a um anjo ou a encarnação do pecado. Nunca a viu tão bonita como naquela noite, seu delicioso morango. Por dias aguardou ansioso por aquele casamento, a quase um mês não via a garota que perturbava seus pensamento esperava que pudesse estar ao seu lado durante todo a noite, porém seus planos foram estragados por um certo ruivo idiota. Ao vê-la entrar de braços dados com aquele medicozinho, o odio dominou seu corpo.

Acompanhou cada passo da garota desde o momento que ela chegou, na expectativa de poder se aproximar. Quando enfim a viu sozinha e se preparava para aborda-la, viu o baka de seu amigo a puxar para uma conversa. Mas, seu olhar brilhou ao ver ela se levantar minutos depois e caminhar sozinha em direção a mansão.

Sorrateiramente, levantou de sua mesa e a seguiu tomando todo o cuidado para não levantar suspeitas. Ambos subiram as escadas, Sasuke se preparava para chama-la quando ouviu alguém vindo. Rapidamente agarrou o braço da garota a levando para dentro de um dos quartos.

─ Ei! Mas o que … Sasuke? - o olhou surpresa enquanto o dedo do rapaz tocava seus lábios a pedindo que fizesse em silêncio - O que pensa que está fazendo? - indagou furiosa quando enfim o moreno se afastou.

─ Eu que pergunto, o que você acha que está fazendo? - ergueu os braços indignado.

─ Eu estava indo no banheiro, até ser puxada por um brutamontes

─ Não estou falando disso, estou falando de você ter trazido seu médico imbecil pra minha casa! - passou a mão pelos cabelos tentando conter sua irritação.

─ Eu não trouxe ninguém, Gaara é um homem crescido e tem suas próprias pernas, ele vai aos lugares que quiser. E além do mais ele foi convi... Espera aí, você está com ciúmes? - o olhou achando graça.

─ É claro que não - escondeu seu rosto ruborizado ao virar de costas para a garota.

─ Então o grande, maravilhoso e gostosão Sasuke Uchiha sente ciúmes? - o cutucou de maneira divertida, o fazendo virar de frente para si.

Ao olhar nos olhos esmeraldinos, Sasuke não foi capaz de conter seu desejo, de maneira selvagem empurrou a Haruno em direção a porta prendendo o corpo dela contra o seu. A respiração de ambos tornou-se ofegante devido a proximidade.

Com a testa pousada sobre a da rosada, Sasuke aspirou seu perfume aproveitando cada sensação de tê-la tão próximo de si, com um sorriso de canto sentiu o coração dela bater acelerado.

─ Sakura, você é tão... irritante - foi tudo o que foi capaz de dizer antes de tomar os lábios dela em um beijo arrebatador.

Assustada com o ato impulsivo, Sakura arregalou os olhos ao sentir os lábios do Uchiha pressionados ao seus, suas mãos tentaram afasta-lo, mas, quanto mais ela o empurrava mais ele a apertava contra seu corpo.

Cansado de não ser correspondido, Sasuke afastou-se um pouco para encarar a face corada, ambos os olhares se chocaram criando uma eletrizante sensação, ele se aproximou novamente iniciando o beijo com selinhos constantes que aos poucos tomavam volúpia. Abocanhou a boca dela com uma fome insaciável, mordidas e chupões eram audíveis, suas mãos que apertavam a cintura percorreram por toda extensão até as coxas a erguendo, envolveu as pernas delgadas por sua cintura unindo ainda mais seus corpos. O gemido tímido soou como música para seus ouvidos, Sakura já não mais tinha controle, seu desejo mútuo era tão nítido quanto o dele.

Sakura adentrou suas mãos nos fios negros e rebeldes, movimentou os lábios permitindo que a língua afoita explorasse sua boca, sentiu o gosto de vinho tinto invadir seu paladar no segundo em que suas línguas se entrelaçaram. O beijo foi cessando com caricias prolongadas, era inevitável que ambos imploravam em silêncio para que o ar lhes retornasse aos pulmões o mais rápido possível.

Sasuke afastou por milímetros recusando-se a ficar por meros segundos sem sentir a boca apetitosa contra sua, sorriu ao vê-la ofegar. A ponto que iam normalizando suas respirações, puderam ouvir seus corações descompassado bombeado feito loucos.

─ Sakura... você é minha - segurou o rosto dela entre suas mãos - Apenas minha - sorriu bobo.

─ A Sasuke... - suspirou para morder os lábios, seus olhos marejaram não contendo o nó em sua garganta - Por que agora? Eu estou tão confu... - ele a

calou com um beijo, diferente de poucos minutos atrás o beijo era suave e gentil.

─ Você pertence a mim, como eu pertenço a você... Não seja irritante - Sakura sentiu seu coração se aquecer, poderia não se lembrar de muita coisa, contudo, os sentimentos a flor da pele a induziam como um animal que age apenas por instinto. Ainda que a razão lhe cobrasse por respostas claras, naquele momento seu desejo era maior. E assim o fez, puxou o rosto do moreno para tomar sua boca e ali perder os resquícios de juízo que ainda lhe restavam.