Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 10
Counting Stars


Notas iniciais do capítulo

SURPREESAAAAAAAA!!!! oooo/
Olá povão, Pati-chan e eu adiantamos o capítulo por causa de vocês. Sim, sim é tudo culpa de vocês, que nos fazem felizes a cada comentário maravilhoso. Seja grande ou pequeno, um continua ou apenas ao favoritar.

Espero que gostem e hoje vocês irão contar estrelas, pois SasuSaku estara presente o/

Boa Leitura!!!



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Capitulo X

Algumas coisas não precisam

fazer sentido, basta valer a pena

(Renato Russo)

Contando estrelas

Já era fim de tarde quando Fugaku olhou para seu relógio de pulso constatando ser 17:40hs suspirou com alívio ao assinar o último documento sobre sua mesa. Estava cansado, muito mais do que qualquer dia, Mikoto o preocupava com seu amor desmedido para com os filhos. Com os acontecimentos recentes chegou ao ponto de manter-se por mais tempo em sua empresa, admitia, aquele era o seu refúgio para os problemas e ultimamente fios brancos de puro estresse começavam a surgir em sua cabeça.

Assim que ajeitou sua maleta parou observando os quadros impostos estrategicamente na parede a frente de sua mesa. Nas diversas fotos que ali continham a maioria era de seus filhos ainda pequenos, Mikoto sorridente e ele mantinha sua seriedade.

─ Bons tempos - um sorriso mínimo entre os lábios unidos surgiu de maneira sutil. Uma nostalgia tomou conta de suas memórias, naquela época tudo que se preocupava era em manter seus filhos no melhor colégio do país e obriga-los a tirarem boas notas.

─ Senhor Uchiha, temos uma reunião marcada para as 18hs - informou a secretaria.

─ Mude para amanhã de manhã, hoje tenho outros compromissos. - pediu saindo em seguida.

Faria uma surpresa para sua esposa, a mesma vinha reclamando sobre se sentir só e abandonada dês do dia que Sasuke foi para a casa dos Haruno. Todas as noite ela o irritava tentando de toda forma o persuadir, mas aprendeu que com Mikoto se não manter as rédeas firmes, servirá como marionete sem nem mesmo perceber e uma coisa que Fugaku Uchiha nunca será é alguém manipulável.

Por todo o trajeto até sua casa esteve perdido em seus próprios devaneios. Assim que chegou a frente dos portões os mesmos se abriram vagarosamente.

Suas expressões tranquilas mudaram quando ouviu o barulho de música vindo de dentro da mansão. No mesmo instante o nome do filho mais novo veio a sua mente, entretanto se repreendeu no momento seguinte por ter esquecido que Sasuke não estava ali. Então estacionou e desceu rapidamente do carro, perguntando-se a todo instante quem era o ser que mataria hoje.

─ Pai? Chegou mais cedo hoje - Itachi que também havia acabado de chegar estranhou ver o patriarca tão cedo em casa.

─ Quem está fazendo essa algazarra toda? - Itachi estava ali só lhe restava uma pessoa, e jamais acreditaria se não visse com seus próprios olhos.

─ Acho que o senhor já sabe esta resposta - não esperaria por Fugaku, melhor seria averiguar primeiro, quem sabe pudesse salvar a pele de sua mãe. Itachi saiu na frente abrindo a porta de entrada, para a surpresa de sua sanidade a festinha de sua mãe se encontrava pior do que poderia imaginar - Ma...mãe? - Seu desespero se tornou maior quando o amigo de sua mãe denominado por – Ori - se jogou sobre si.

─ Itachi meu deus grego, azeitona da minha empada, meu bolo de chocolate branco com cobertura extra- Não houve tempo, ainda paralisado com Ori enroscado no pescoço do primogênito,

─ Mikoto Uchiha o que é isso? - pronunciou ríspido amedrontado a todos.

─ Fu...gaku? - se pudesse existir um único dia para que seu marido chegasse mais cedo, aquele não seria uma opção. Um arrepio ultrapassou por sua espinha congelando cada músculo.

─ Eita, o deus do Olimpo chegou. Gregos e troianos fujam para as colinas - alertou Orochimaru despertando Pain e seus homens. No mesmo instante sumiram do campo de visão do Uchiha em busca de suas roupas. Se com Mikoto a tortura era apenas psicológica com Fugaku seria muito pior.

─ Mãe, o que esta acontecendo aqui?– indagou observando o que antes era uma sala, agora parecendo ser uma mistura de passarela com boate.

─ Eu...

─ Itachi, saia. Vou contar até 2 e quando eu terminar não quero ver ninguém além de sua mãe nesta sala - ordenou e não foi necessário repetir, antes mesmo de pronunciar o número 1 já não restará mais um homem além de si mesmo - Explique-se – era possível sentir sua aura negativa a quilômetros.

─ Não quer se sentar primeiro querido? - forçou um sorriso enquanto arrumava seus cabelos desgrenhados.

─ Quero que me diga o motivo dessa baderna - sua voz soou fria.

Mikoto tremeu dos pés a cabeça, teria de arranjar uma desculpa. Será que Fugaku acreditaria? Era um risco que tinha que correr.

─ Eu... bem, marido voc...

─ Sem mentiras Mikoto. Conheço cada uma de suas desculpas. Quero a verdade – exigiu furioso – Por que os seguranças que contratei estavam quase sem roupas? E o que Orochimaru fazia aqui?

─ Fugaku eu...

─ Eu já lhe disse que não quero vê-la com ele. De todas as vezes que se meteu em confusão Orochimaru estava com você! – disparou elevando a voz.

─ Não fale assim do Ori, Fugaku, eu não vou me afastar nunca. E quanto a isso....– apontou para toda a bagunça – Eu precisava relaxar, oras.

─ Relaxar? RELAXAR?EU VOU RELAXAR MUITO QUANDO DEMITIR ESSES INCOMPETENTES, MAS ANTES VOU TORTURA-LOS ATE QUE IMPLOREM POR COMPAIXÃO – os dizeres de sua esposa foram a ultima gota. Seu sangue fervia por suas veias, mataria um por um.

─ Fugaku se acalme – pediu temendo pela vida dos seguranças – A culpa foi minha ok? Eu admito – a expressão do Uchiha não mudou, do contrario, apenas piorou. Por alguns minutos ambos se encararam. Mikoto tentando a todo custo terminar com aquela discussão e Fugaku lutando para se acalmar. A Uchiha em um momento de impaciência deu um passo para trás. Tentaria fugir, então deu outro e mais outro, ate que estivesse próxima ao corredor do primeiro andar.

─ Esta de castigo – declarou ríspido. Mikoto congelou no instante que se preparava para correr.

─ O que disse? Fugaku eu não sou nenhum de nossos filhos – virou-se para encara-lo.

─ Esta agindo como um deles. Ficara sem os 125 cartões de créditos ilimitados por 1 mês - o Uchiha permaneceu firme em sua decisão.

─ O QUE? VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – apontou para o marido incrédula.

─ Não poderá receber visitas antes de me consultar – inseriu mais uma ordem ignorando-a completamente.

─ FUGAKU VOCÊ ENLOUQUECEU? – a morena colocou uma de suas mãos sobre a boca arregalando os olhos. Seu marido havia ficado louco.

─ Minha casa, minhas regras – sem olha-la Fugaku seguiu caminho em direção ao escritório.

─ VOCÊ SÓ PODE TER FICADO DOIDO – riu inconformada – EU NUNCA, ESTA ME OUVINDO FUGAKU UCHIHA, NUNCA VOU SEGUIR AS SUAS MALDITAS REGRAS – gritou furiosa – E ESTA CASA TAMBÉM É MINHA! - não houve uma resposta, Mikoto se sentia frustrada. Nunca seguiu nem mesmo as regras da vida, imaginem só de seu marido. Decidiu por deitar no sofá e ficar por ali. Queria seus bebês ao seu lado. Seu casamento aos poucos se tornava apenas uma brincadeira de casinha, onde o marido apenas trabalhava e esposa se esforçava para agrada-lo. Será que Fugaku não percebia que tudo que ela precisava era que ele lhe desse um pouco de atenção? Suas atitudes eram como as de uma criança mimada, que implorava por um pouco de carinho.

Não soube quanto tempo se passou, apenas viu quando Fugaku adentrou a sala novamente, calado. Esperou por alguma pergunta, um pedido de desculpas, qualquer coisa. Mas não veio. Quando o viu subir alguns lances da escada se pronunciou.

─ Estava entediada. Meus filhos me abandonam, você vive enfurnado dentro daquela empresa. Então o que quer que eu faça? Viva como uma dona de casa maltrapilha? - se era motivos que Fugaku queria, ele ouviria e não seria apenas um - Você sabe que o que eu mais prezo nesta vida é a nossa família e..

─ Não ouse, nem mesmo comece este assunto de que eu estou desmembrado a família e afastando nossos filhos. – respondeu parando em meio à escadaria, suspirou pesadamente observando sua esposa o olhar magoada - Mikoto, já lhe disse e repito. Sasuke está aprendendo com os próprios erros, não fui eu quem o colocou nesta situação foi ele mesmo.

─ Mas você é pai dele, não pode deixa-lo sofrer assim , meu coração de mãe sabe que ele está sofrendo – levantou-se e caminhou ate estar frente a frente com o marido.

─ Ele não está sofrendo, está aprendendo a viver. - suspirou mais uma vez - Chega deste assunto – virou-se pronto para continuar, mas Mikoto o ultrapassou correndo em direção ao quarto do casal, logo ouviu o baque da porta sendo trancada com brutalidade.

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Itachi quando voltou para dentro da mansão a encontrou em silencio. Procurou por seus pais apenas encontrando Fugaku parado na escadaria.

─ Pai? Esta tudo bem com vocês? – perguntou preocupado.

─ Vai ficar – foi tudo o que disse antes de sumir pelo corredor do segundo andar.

Se sentia culpado, se não fosse por sua covardia talvez sua mãe não teria inventado nada disso. Decidiu por procurar pela matriarca, não reverteria a situação, no entanto, terminaria seu dia de folga ao lado dela.

─ Mãe esta ai? – bateu na porta do quarto e não ouviu nada. Estava quase por desistir quando o rosto de sua mãe surgiu diante de uma pequena fresta.

─ Seu pai te mandou aqui?

─ Não eu vim porqu...

─ Droga – ralhou deixando a porta aberta, voltou a se jogar sobre a cama resmungando algo sobre "o quanto seu marido era um idiota".

─ Desculpe, você só chamou eles por minha causa.

─ Esta tudo bem querido, seu pai e um bobalhão. Logo estaremos bem - sorriu se sentando sobre a cama - Acredita que ele cortou meus cartões de créditos e me impediu de trazer visitas? Tsc, um idiota.

─ Acho ingênuo da parte dele, já que te conhece tão bem - sentou-se ao lado da mãe. Qualquer ser que conhecia Mikoto uchiha sabia que proibi-la de algo era o mesmo que dizer para alguém parar de respirar. Absurdo e sem fundamento - Apesar de que você também esteve errada.

─ Pois é meu filho, cada um age da forma que lhe convém - deu dois tapinhas no ombro do filho - E você veio apenas para se desculpar ou também esta incluído passar o restante do seu dia de folga comigo? - Mikoto sorriu com a expressão de espanto do filho, levantou-se e entrou no closet, logo saindo com uma caixa.

─ Como soube?

─ Sou sua mãe, oras. Que pergunta - posicionou a caixa sobre a cama e abriu com os olhos brilhando. - Que tal banco imobiliário?

─ Por mim tudo bem - desde que sua mãe não permanecesse com uma expressão triste, faria qualquer coisa para anima-la.

─ Alias, onde esteve? - perguntou organizando as fichas e peças que seriam utilizadas.

─ Encontrei a senhorita Haruno no parque, alias sozinha e tomando chuva. Culpa do seu bebê irresponsável.

─ Não acredito que Sasuke esta sendo tão indelicado com a moça - franziu o cenho achando toda aquela historia muito mal contada.

─ Acho que Sasuke nunca irá mudar, nem mesmo sob o jeito rigoroso do senhor Haruno. - balançou a cabeça negativamente - Mãe para de tirar dinheiro do banco.

─ É só um empréstimo - resmungou vendo quantas casinhas, prédios e edifícios havia comprado. Pelo menos ali Fugaku não poderia impedi-la.

─ O que pensa em fazer? - jogou o dado torcendo para que não saísse um quatro, ou cairia na prisão.

─ Acho que vou comprar aquele hotel - apontou para o mais caro.

─ Não é sobre isso mãe - repugnou o jeito compulsivo de sua mãe - E você nem tem mais dinheiro. Já esta devendo pro banco.

─ Ok, ok seu chato - suspirou triste vendendo algumas de suas casas - Eu não sei, o que quer que a mamãe faça?

─ Sei lá, convide a família Haruno para almoçar aqui no domingo. Precisamos saber a gravidade do estado da moça, e também a senhora terá Sasuke aqui por um dia inteiro.

─ Oh, que ideia mas genial meu filho - sorriu radiante o abraçando.

─ Só avise ao pai antes - alertou cauteloso.

─ Esqueça as regras daquele imbecil, vou produzir um almoço digno de um troféu gourmet - disse animada.

─ Ótimo mãe, agora para de tirar dinheiro do banco.

─ Deixa de ser chato Itachi - forçou um sorriso enquanto sorrateiramente escondia algumas notas embaixo de sua perna. Mikoto nunca mudaria.

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Casa dos Harunos

Sasuke estava cansado, mal tinha conseguido pregar os olhos a noite toda, era a primeira vez desde que tinha alcançado a maioridade que passava a noite de sexta em casa. Já passava do meio dia quando resolveu dar uma volta pela casa,desde sua discussão com Sakura, não havia visto a garota, não que ele se preocupasse com aquela esquisita, mas ele não queria entrar numa fria com seu pai por causa dela, imaginou que talvez ela pudesse estar com muita raiva dele, já que ele tinha a deixado na rua. Entretanto, depois de pensar um pouco não achou possível, já que ela tinha problemas na cabeça, então não devia se lembrar de muita coisa, não é?

Desceu as escadas e foi em direção a cozinha. Apesar do grande tempo de jejum, não estava com muita fome, por isso resolveu tomar apenas um copo de suco. Quando fechou a geladeira pode notar que havia um papelzinho preso na porta.

Querida Sakura

Mamãe e eu fomos ao golfe, deixamos comida pra você na geladeira. Diga ao babaca do seu guarda-costas que se ele quiser comida deve fazer ele mesmo, voltamos no final do dia

Com amor Papai e mamãe.

Ps: Se aquele esquisito te aborrecer você sabe onde fica a arma não é?

Qualquer coisa papai esconde o corpo!

Sasuke sentiu um leve arrepio lhe subir a espinha, aquele homem devia estar mentindo ou será que não? Aquela família parecia ser tão louca que ele preferiu não arriscar, ele passaria o dia fora. Porém, apenas por desencargo de consciência resolveu avisar a garota, para que assim ninguém tivesse o que reclamar com ele. Depositou seu copo agora vazio na pia e subiu as escadas em direção ao quarto da rosada. Ao chegar lá bateu três vezes e não obteve resposta.

─ Sakura? Você está ai ? - Sasuke desferia fortes pancadas na porta - Vamos lá garota eu sei que você está ai !

─ ....

─ Ok, ok não quer falar muito bem mas escute eu vou sair e não tenho hora pra chegar e se você quer passar o dia todo ai trancada o problema é seu ! - O moreno mal esperou pela resposta saiu direto para seu quarto

Vinte minutos depois Sasuke estava vestido e arrumado e antes de sair resolveu fazer mais uma tentativa.

─ Sakura? Sakura? Você está me ouvindo? Se você não sair desse quarto agora eu vou ligar para emergência, ouviu?

Sem receber nenhuma resposta o moreno acabou por forçar a fechadura até que conseguiu abrir a porta.

─ Sakura eu vou entrar!

Ao entrar no quarto não conseguiu enxergar nada, mas assim que seus olhos se ajustaram a falta de luz, pode notar a moça deitada por baixo de uma pilha de lençóis. Sasuke não precisou se aproximar muito para notar que ela não estava bem. Seus cabelos estavam grudados em seu rosto devido ao suor e suas bochechas se encontravam incrivelmente vermelhas. Com cuidado, pousou a mão sobre a testa dela, assim constatando a elevada temperatura.

─ Sakura, você está me ouvindo? - Sasuke balançou gentilmente os ombros dela e em resposta recebeu um gemido abafado - Ei garota, você está ardendo em febre, precisa levantar e tomar um banho.

Sakura abriu os olhos com dificuldade.

─ Hm, quem é ... - mal teve tempo de terminar sua frase pois foi interrompida pelo rapaz a sua frente.

─ Já sei, já sei. Você quer saber quem sou eu né? - não esperou por uma resposta - Ok, eu sou Sasuke Uchiha, o cara que bateu no seu carro e te deixou lelé da cuca, agora seu cérebro não funciona direito e você fica se esquecendo das coisas. Eu estou aqui porque meu pai me obrigou a cuidar de você até que melhore. Hmm, o que mais? - olhou ao redor pensativo - Ah, e eu provavelmente sou o culpado por estar com febre, já que te deixei na rua sozinha no meio da chuva. Apesar de que você foi idiota o bastante para me esperar - pontuou, suspirou ao não se lembrar de mais nenhuma novidade - Bem é isso, alguma pergunta nova hoje ?

─ O que tem pro café? - pronunciou sem folego devido a fraqueza no corpo.

Sasuke não pode conter uma risada, aquela garota era realmente esquisita, depois de tudo o que ele falou o que importava para ela era o café da manhã?

─ Muito bem, o que você quer pro café da manhã?

─ Panquecas - Sakura deu um sorriso quase imperceptível, panqueca era sua comida favorita.

─ Ok, se você levantar eu faço panquecas pra você.

─ A é? - um suave brilho surgiu em seus olhos esmeraldinos - Sabe moço, apesar de ter tentado me matar duas vezes você até que é legal.

─ Eu não... Quer saber deixa pra lá. Agora vamos, eu te ajudo a levantar.

Sasuke envolveu a cintura da rosada na tentativa de apoia-la até o banheiro. A ajudou a entrar debaixo do chuveiro com roupa e tudo, esperou um pouco para garantir que ela não morreria afogada e ao ter certeza que ela estava consciente o suficiente para se lavar sozinha, resolveu por ir até a cozinha preparar as panquecas.

Se sentia desconfortável, ele não se importava com aquela garota, na verdade o que ele mais queria era se ver livre dela, no entanto, ele não conseguia abandona-la naquela situação, provavelmente por se sentir culpado, porque se ela não melhorasse logo, ele passaria mais tempo tendo que cuidar dela e isso ele não queria de jeito nenhum. Sasuke foi retirado de seus devaneios ao ouvir um barulho vindo da escada, ao averiguar do que se tratava, encontrou uma Sakura caída sobre os degraus, mas ainda consciente.

─ O que você está fazendo?

─ Hm, estou tentando levantar - sorriu gentilmente.

─ Deixa eu te ajudar - Sasuke estendeu a mão para a rosada e quando seus dedos se tocaram pode perceber que a febre havia abaixado um pouco, mas não o suficiente - Vamos para cozinha, eu fiz suas panquecas.

─ Fez? - o olhou com espanto - Ah, que bom. Eu pensei que você não soubesse cozinhar - sorriu envergonhada.

─ Hm. Por que você pensou nisso?

─ Por causa da sua cara de dondoca e mãos de donzela. Eu imaginei que você fosse um filhinho de papai mimado, que não sabe nem tomar água sozinho.

Sasuke olhou de canto para a garota ao seu lado, ela não parecia ter noção de que estava o insultando, deveria ser algum tipo de delírio causada pela febre. A ajudou a sentar e lhe serviu as panquecas quentinhas que ele havia preparado. Por um instante não pode conter um singelo sorriso, era muita coincidência que a rosada pedisse justamente a única coisa que ele sabia cozinhar, se não a conhecesse a tão pouco tempo juraria que ela sabia disso.

Sakura se sentia grogue, era como se todas as forças de seu corpo tivessem sido tiradas de si. Ela não se lembrava da ultima vez que havia ficado doente, talvez por isso se sentisse tão mal.

Foi retirada de seus pensamentos ao sentir sua testa ser tocada pelo rapaz a sua frente.

─ Hm, parece que sua febre não abaixou nada. Sabe onde tem algum analgésico?

Sakura fez uma careta enquanto se esforçava para tentar se lembrar, demorou alguns minutos, mas conseguiu.

─ Na segunda porta daquele armário, tem uma caixinha de remédios lá. Eu acho... - sua cabeça latejou forçando-a fechar os olhos. Se sentia receosa, algumas coisas simplesmente não se lembrava onde estavam ou tinha duvida.

─ Aqui toma esse remédio - estendeu duas pílulas e copo com água.

─ Obrigada

Sakura tomou o remédio sem questionar, se sentia cansada demais para isso, por isso ao terminar suas panquecas e agradecer ao rapaz, encaminhou-se até o sofá para poder descansar. Dormiu por alguns minutos, até sentir um peso estranho sobre seu corpo, não pode conter o susto, imaginou que estivesse sendo atacada por algum tarado e acabou por desferir um tapa no rosto de quem quer que fosse.

─ Ai sua louca, é só um coberto. Ninguém está te atacando - protestou irritado - Eu vou tomar um banho, fique aqui que eu já volto, ok?

─ Hm, ta - respondeu envergonhada.

Não demorou para que se entregasse ao mundo dos sonhos.

Sakura se viu em um parque. Mas de onde ela conhecia aquele lugar? Era tão familiar,

Se sentia perdida, como ela tinha ido parar ali? Era tudo tão escuro, tão frio. Quando seus olhos se focaram ela pode reconhecer, era o parque de Tóquio, aquele perto da sua casa, mas como ela tinha chego até ali? Seus devaneios foram interrompidos por uma rajada de vento forte, que a fez cair no chão e ao abrir os olhos de novo pode sentir algo gelado acertar seu nariz.

─ Neve? - sussurrou surpresa

Mas como estava nevando em pleno verão?

Sakura sentiu todo seu corpo congelar, ela não estava preparada para enfrentar uma tempestade de neve. O frio se apoderou de seu corpo rapidamente e quando estava a ponto de perder os sentidos pode ouvir um choro baixinho.

─ Quem está ai? - vasculhou a sua volta mas não conseguia ver nada, devido a neve - Tem alguém ai?

Aquele choro lhe parecia tão conhecido. Ao se aproximar de uma das árvores pode ver uma garotinha encolhida próxima ao tronco.

─ Oi, você está bem? - indagou preocupada. Tocou o ombro da garotinha que se sobressaltou no lugar.

─ Não deixe ele ir - disse a garotinha entre soluços, seu rosto ainda banhado por lagrimas mostravam nitidamente sua angustia.

─ Quem? O Que?

Ao tocar mais uma vez o ombro da garotinha, Sakura a viu levantar a cabeça, era ela, a garota a sua frente era uma Sakura alguns anos mais nova. Não era difícil se reconhecer naquela menininha frágil, que tanto chorava. Ela possuía os fios rosas inconfundíveis e os mesmos olhos verdes. Ao olhar naqueles olhos, Sakura se viu perdida em uma imensidão profunda, era como se alguém tivesse a atirado em um buraco negro. Ela estava afundando, afundando mais e mais naquela escuridão, quando uma voz lhe chamou

─ Não o deixe ir, não o deixe ir - repetia a menina como um mantra.

─ Não deixar quem?

─ Akai Ito, ele pode se esticar ou emaranhar, mas nunca se quebrará.

─ O que? - Sakura estava preocupada, não entendia nada da situação, mas sentia um vazio crescer dentro de si.

─ Não deixe ir embora. Existe apenas um para cada pessoa e se você perde-lo nunca mais será plenamente feliz.

─ Se eu perde quem? Do que esta falando? -

─ Encontre-o Sakura, encontre-o.

Sakura fechou os olhos por alguns minutos e ao abri-los de novo a neve havia desaparecido. Um garoto estava agora ao lado de sua versão mais jovem, ele parecia consola-la, mas de repente ele se levantou e começou a se afastar. Novamente um sentimento de perda a incomodou. Ela se lembrava daquele dia.

─ Ei, espera - o chamou, seu eu mais jovem simplesmente chorava encolhida, sem coragem ou forças para impedi-lo.

O garoto não olhou para trás, apenas começou a correr, como se não quisesse ser alcançado.

─ Você, ESPERA!- Sakura corria com todas as suas forças, ela não podia deixa-lo ir mais uma vez.

Então correu até o ar lhe faltar e suas pernas não aguentarem mais, cansada, permitiu que se corpo se colidisse ao chão e quando estava prestes a perder a consciência pode ouvir de novo aquela estranha voz.

Só existe um para cada pessoa no mundo, Sakura, não deixe ir!

Não deixe ir!

Ao despertar de seu sonho, Sakura se sentiu desesperada, vazia. Ela precisava encontra-lo, Não poderia deixa-lo ir. Levantando do sofá e derrubando tudo pela frente, ela correu para fora, deixaria sua intuição leva-la ao parque.

Sasuke tinha acabado de sair do banho e secava seus cabelos, quando ouviu um estranho barulho vindo da sala, assustado, o moreno correu até lá para ver do que se tratava. Ao chegar no local teve tempo apenas de ver a garota de cabelos róseos correr em direção a rua. Preocupado com o que aquela maluca poderia estar pensando em fazer, correu atrás dela.

Sakura parecia tão estranha. Depois de muito correr, ambos chegaram ao parque de Tóquio. Sasuke não entendia o motivo de tanto desespero para chegar até ali, mas ao ver a garota chorar, como se estivesse angustiada e deixar com que seu corpo fosse ao chão, apertou seu coração.

─ Sakura... está tudo bem?

─ Ele foi embora - fungou tentando conter as lagrimas.

─ Quem foi embora Sakura? - perguntou receoso. Se antes apenas achava que ela era louca, ali estava a sua confirmação.

─ O garotinho, eu não devia deixa-lo ir, eu precisava... - um soluço escapou de sua garganta - Eu tinha que impedi-lo.

Sasuke não entendia a situação mas imaginou que se tratava de alguma alucinação, ou sabe lá Deus sobre o que aquela criatura estava falando.

─ Está tudo bem Sakura, foi só um sonho - o moreno se aproximou lentamente, com medo que levasse um outro tapa.

─ Um...sonho?

─ Isso, foi só um sonho, uma mera fantasia da sua cabecinha oca - explicou apontando para os fios roseos.

─ Eu não o perdi? - olhou profundamente para o moreno.

─ Não - respondeu convicto, não tinha ideia de quem ela se referia, mas se fosse para não vê-la mais chorar, tentaria ajudar.

Seu príncipe interior parecia ter ressurgido com todo seu cavalheirismo e a vontade imbecil de proteger mocinhas que derramavam lagrimas desnecessárias.

Se sentiu mal pela garota, ela parecia realmente destruída pela perda, por isso a envolveu em um abraço desengonçado.

Sasuke a ouviu começar a chora novamente, então a apertou mais forte, numa tentativa de consola-la. Depois de muito chorar, Sakura acabou por cair no sono e ele por não ter outra alternativa, a levou nos braços de volta para casa.

A depositou na cama e deixou que ela descansasse. Ele não a viu mais acordar naquele dia, mas por precaução passou o dia ao pé da cama da garota. Tentou a todo custo diminuir a temperatura dela com compressas de água fria e, quando enfim a bela adormecida pareceu estar melhor, ele se permitiu debruçar sobre a cama e cochilar sentado no chão.


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Notas finais do capítulo

E aaii curtiram nossa surpresinha? Haha
Aposto que acharam que iriam ficar sem SasuSaku ne =p
O que será que Dona Mikoto vai aprontar para esse almoço em?? De uma coisa eu sei, Fugaku não vai gostar nadinha 'O'
Hmmm e esse Sasuke todo cuidadoso em? Será que rola ou não rola coisa aí gente Hehe >u>

Enfim leitores, seguem o esquema ta ok? Já sabem não é? Gostou favorita, e se gostou muito, Maaas muito mesmo deixe seu comentário.

Beijão da Karol-chan ^^
E da Pati-chan *--* haha
Até sexta pessoal o/
Ps: Música de hoje : Counting Stars- OneReblubic ( versão acústica )



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