Girl Almighty escrita por Anna


Capítulo 6
Six




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“Diga-me onde ir e eu te levarei lá

Diga a verdade e te mostrarei o desafio

Lanternas acesas, se segure

Podemos dominar esta cidade

Nunca diga adeus

Então me beije, me beije, me beije

E diga que eu vou te ver de novo

Pois eu não sei se posso te soltar”

– Kiss Me Kiss Me, 5 Seconds of Summer

– Katherine, quão cobiçáveis sois vossos lábios cujo não me desvio o olhar desde que os vi.

– Queria eu, Frederic, acreditar-lhes tuas palavras, mas bem sei a fama a que elas acompanham, segundo minhas companheiras.

Estávamos ensaiando para a peça. A principio, Theo riu do roteiro devido ao linguajar do século XVI, mas logo depois se controlou e incorporou o papel se mostrando um bom iniciante, o papel já era nosso.

– Pois saiba, mademoiselle, que nenhuma de minhas palavras dirigidas às tuas acompanhante, com tamanha admiração que são para vós. – ele caminha em passos suaves à mim.

– Saibes, nobre Frederic, já vistes e sabes o significado de admiração ? Admirar és tornar algo que parecias evidentes, em algo complexo. Deixe-me vos tornar isto mais fácil e evidente: sou inacessível a vós. – minha personagem ergue uma das sobrancelhas, desafiadora, e dá um passo largo em sua direção.

– Pois bem, podes entender muito sobre palavras do dicionário francês, porém, querida Ketherine, irás aprender meu dicionário, cujo a palavra inacessível é inválida. – ele se aproxima mais ainda com o corpo curvado.

– Veremos, lembre-se que só aprendo coisas de meus interesses. – com um último olhar de desafio, dou-lhe as costas.

E, fim de cena.

– Menina difícil. – Theo diz e ri.

Ele se senta novamente no meu sofá, digo que vou ao banheiro e quando volto o vejo mexendo em meus livros.

– Nossa, você realmente já leu tudo isso? – ele perguntou sem se virar para mim, mas claramente sabendo de minha presença de volta no quarto.

– É, quase. Ainda faltam os da prateleira de baixo.

– Então, tendo uns 30 livros em casa estante, você leu tipo uns 150 livros? E ainda pretende ler mais esses vinte? – agora ele olhava pra mim, a voz curiosa.

– Li 138 livros desde meus onze anos e faltam dezoito na estante, mas pretendo ter mais.

– E você lê porque gosta? – sua voz beirava a incredulidade.

– É, ué.

Fez-se um silêncio.

– Prefiro livros de matéria – dei de ombro – PORRA! Aquilo são discos de vinil? – assenti e ele correu até minha vitróla e discos como se fosse uma criança que acabou de ver doces – The Beatles... The Doors... American Dolls... Arctic Monkeys? Indie?

– Curto indie. – disse sentada nos pés da cama e dei tapinhas ao meu lado como sinal pra ele se sentar.

– Legal. É uma boa banda. – ele deixou o disco do AM na estante da vitróla e se sentou – E você tem, tipo, um cantor favorito ou que goste mais no momento?

– Ed Sheeran.

Pop?

– É.

– Você é realmente uma caixinha de surpresas. Não se imagina muitas vezes a menina que usa a camiseta “kill the homophobic” com unsinhos de pelúcia na cama. – caímos na risada.

– Nem eu sei a que ponto me conheço às vezes.

– Isso é bom. Não importa que eu converse com você uma, duas, ou milhares de vezes, sempre parece ter algo novo.

E depois que o assunto morreu, ele anunciou que precisava ir embora, o acompanhei até a porta e dei um abraço de despedida, já estava fechando a porta quando ele deu meia volta.

– Hmm, Aimée, hoje lá em casa vamos pedir uma pizzas, acho que a Caitlyn vai, chama as meninas e aparece lá.

Assenti e disse “okay”, seguido de um “até mais” dele e um “tchau, até” meu. Quando entrei, peguei meu celular e vi que haviam duas mensagens de Caitlyn.

“Vamos na casa do Austin hoje?”

“Passo aí às 19:30”

...

Cay chegou em casa por volta das quinze pras oito e passamos na casa de Louise, que disse que dormiria em casa para os pais e Phoebe que saiu sem nenhum problema, como sempre. Não sabia se deveria me produzir muito, então optei por não me arrumar muito e coloquei apenas uma calça jeans preta, uma regata de renda vermelha e um Cons cinza e fiz muito bem já que Phoebe estava até com uma dessas camisetas de time de futebol americano própria pra pijama e Lou de chinelo. A música do carro está alta e as meninas cantam e berram músicas chicletes da rádio do carro até que cheguemos na casa dos meninos. Austin atende a porta.

– Oi, amor! – ele dá um selinho em Cay – Fiquem a vontade, como sempre.

Phoebe foi jogar vídeo game com Jim, Louise se sentou no sofá e o casal ao seu lado, então resolvi ir para a cozinha onde encontraria Danny e, provavelmente, Theo.

– Sabia que estaria aqui.

– Fofinha, sou péssimo dirigindo o fogão, mas amo fazer coquetéis, fora que olha esse chefe divino. – ele disse e escutei um riso abafadinho de Theo. – E vocês? Rola ou enrola? – Theo colocou um prato cheio de panquecas na mesa e se surpreendeu assim como eu.

– Somos só amigos – disse.

– Apenas amigos – reforçou.

Lá pelas onze da noite, já tínhamos acabado com o estoque de ingredientes para panqueca da casa e estávamos com pelo menos um dose mínima de álcool no sangue, mas nada crítico ou que beirasse o que costumo chamar de “sinceridade excessiva” que seria o principal sintoma de porre. Já às onze e meia, resolvemos pedir pizza e com resolvemos me refiro a mim e os demais meninos já que o restante das meninas estavam satisfeitas. As pizzas chegaram depois da meia-noite, quando todos, exceto por mim, Danny (que se encontrava ao meu lado) e Theo (numa outra poltrona), estavam sentados no tapete da sala. Peguei a pizza e paguei (com o dinheiro dos meninos, claro) e coloquei em cima da mesinha de centro que agora estava de escanteio.

– Deveríamos brincar de verdade ou desafio. – Caitlyn sugeriu aninhada aos braços de Austin.

– Isso é tão oitava série. – Phoebe retrucou e todos concordamos.

– Ah, então pode ser só desafio. Já sei, dizemos um desafio ou pergunta antes de girar a garrafa e na pessoa que parar, tem que cumprir. – todos acharam legal. – Responda com quem foi seu primeiro beijo, onde e com qual idade. – ela girou e caiu na Louise.

– Kurt Fost, doze anos, cemitério sudeste. – todos riram, até ela. – Desafio a pessoa a ir na rua e dizer à primeira pessoa que passar quanto custa o programa. – e caiu no Jim.

Passou-se quase meia hora de pura risada, “não, por favor, cara”, “você fez esse desafio pensando em mim, né?” e outras muitas frases de lamentação e, claro, beijos desnecessários de Caitlyn e Austin já que lhes fora desafiado apenas uma vez.

– ...Não, gente, eu nunca usei isso porque não faço esse papel. – Phoebe respondeu entre risos histérico de todos – A próxima pessoa em que parar, terá de fazer algo com o da outra ponta. – ela girou a garrafa vazia de Red Bull e, ai, eu. E na outra ponta... ai. – Sugestões, galera?

– Eu apoio uma perda de virgindade. – Jim disse.

– Eu apoio um soco na sua cara. – retruquei.

– Ah, pelo menos um beijinho do futuro mais novo casal da escola. – Caitlyn disse.

– A Phoebe decide. – olhei para a ruiva com um olhar de súplica. Eu só não sabia se eu suplicava por aquilo ou por ela me livrar daquilo e me parece que ela achou a primeira opção mais atraente.

– Beijo. Na. Boca. – ela me olhou com o olhar malicioso de Phoebe de sempre. Tentei negociar, talvez devesse ter negado, mas à essa altura acho que era realmente o que eu queria.

Fui até a poltrona de Theo, ele se levantou, ficamos nos encarando e sob protestos de “vão demorar a noite toda?”, ele colocou as mãos em meu quadril e eu em seu ombro, mais um vez ficamos nos encarando, mas logo os centímetros entre nós ia diminuindo a ponto de que eu já conseguia sentir sua respiração e... When the days are cold and the cards all fold and the saints we see are all made of gold…

Meu celular tocou.


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