Enfim, rei? escrita por Maga Clari


Capítulo 5
Passo número 5 - Enfim, o trono


Notas iniciais do capítulo

Oie, tudo bem?
Ainda temos mais um último capítulo depois desse.
Espero que gostem
Beijos



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— ESTAREI NUMA MISSÃO AGORA. SIGAM AS ORDENS DE LOKI! ELE, O NOVO REI DE ASGARD!

Os olhos do deus do gelo brilharam de prazer. Ele trocou o peso de uma perna para a outra e observou, com as sobrancelhas arqueadas, seu irmão sair correndo para qualquer lugar.

Rei de Asgard... Nada mal. Ajeitou as vestes, numa pose imponente, e sorriu de modo superior, com o queixo levemente para cima. Fora até mais fácil do que esperava, ainda bem. Estava temendo o momento em que teria de abordar Thor, mas, por sorte, não precisara fazer isso. Não que ele desistisse, caso fosse necessário; Loki não era humanizado a esse ponto. Ele tinha suas ganâncias em primeiro e último plano, como sempre. Mas sentira um alívio tremendo quando tudo se ajeitou naturalmente.

— Loki, Loki, er... Senhor?

— Não tenho tempo para isso — falou, secamente, enquanto andava aos gingados pelo palácio de Asgard — Há um portal para ser fechado, e uma guerra a ser evitada. Peça a outros seja lá o que vocês queiram...

O herdeiro de Odin deixou uns deuses menores um pouco atordoados, decepcionados, talvez, além de ficarem rodando pelo salão atrás de seus pais. Loki, como já era de se esperar, desviou ao máximo seus afazeres para poder dar início ao seu desfile de ostentação: pose imponente, sorriso de vitória, e mandos e desmandos a quem quer que passasse em seu caminho.

— FECHEM LOGO!

Loki sentiu uma corrente de ar atravessar-lhe o corpo quando ouviu a voz de Volstagg se sobressair às demais. Ele corria e era seguido por Fandral e Hogun, logo atrás.

— Ei, esperem! — Loki berrou, apressando-se para chegar a eles — Que pensam que estão fazendo?

Quando Loki os alcançou, os guerreiros haviam acabado de fechar o portal e estavam recostados no muro, ofegantes. Foram trocados olhares de desprazer, entre eles, e então o então rei de Asgard empertigou-se todo antes de voltar a falar:

— Caso não tenham ouvido o meu irmão — falou num misto entre desprezo e satisfação —, sou o novo rei. E não me recordo de tê-los ordenado fazer coisa alguma, aliás, quem iria resolver o problema do portal era eu.

— Oh, ia mesmo? — Hogun começou — Quando pretendia fechá-lo? Depois de um segundo ataque?

— Escute bem, Loki, acabamos de chegar de uma missão e o próprio Thor achou melhor darmos um jeito nisso.

— E eu acho que o Thor tinha até razão — foi a vez de Frandal falar — Nós sabemos como você desvia o foco com frequência.

— E isso era um assunto sério, Loki — Volstaag ponderou, outra vez — Não fora apenas uma discussão entre amigos, hã? Foram os Jotum...

— Gente da sua laia, Loki.

O deus fechou a cara com o comentário sarcástico de Hogun. Este, ria da própria piada, divertindo-se sozinho. Idiotas! Loki chegou a pensar. Nem mesmo como rei era respeitado, vê se pode! Então de que jeito conseguiria isso, afinal?

— Agora que metade de nossos problemas foram resolvidos, nós temos tempo — o rei fechou os braços e olhou-os, ainda com superioridade — Atualizem-me! O que houve enquanto estive fora?

Os Três Guerreiros escolheram posições que lhes fossem mais confortáveis, e então Volstagg respirou fundo segundos antes de começar sua explicação.

— Nós estávamos numa missão com Thor e tudo acabou relativamente bem, então voltamos pra casa mais cedo...

— Na verdade, é bem provável que o Thor só quisesse mesmo voltar naquela hora por causa da humana dele — Frandal riu, e Volstagg o acompanhou.

— Mas então, voltando ao que... O que mesmo eu estava falando?

— De que voltamos mais cedo e...

— Isso, isso mesmo, Hogun, muito obrigado — Volstagg pigarreou e ajeitou o cinto em sua armadura gorducha — E alguém havia deixado o portal aberto...

O guerreiro ruivo baixou os olhos, para coloca-los em Loki, o qual fingiu uma indiferença praticamente imperceptível.

Os Três Guerreiros explicaram-no toda a situação. Quando eles chegaram a Asgard, avistaram alguns dos seus amigos correndo em seu encontro; os Jotun haviam planejado qualquer coisa que não era de seu conhecimento, mas sua entrada no reino de Asgard havia sido facilitada pelo portal aberto. Claro, era bem a cara de Loki esquecer-se de uma coisa dessas numa de suas costumeiras sedes de poder. Não raciocinava direito. E bem que agora se lembrava de estar discutindo com Lady Sif nesse momento, realmente, esquecera-se de fechar. Mas ninguém precisava saber disso.

E embora todos os três já imaginassem que Loki fora o responsável, deixaram que Volstagg terminasse a sua explicação antes de qualquer possível discussão a respeito disso. O guerreiro contou-lhe que, em ausência de Thor, os Jotun fizeram a festa. Raptaram Jane Foster como refém e, com isso, conseguiram muito ouro e outras exigências quaisquer que ele não se lembrava mais...

— E vocês os colocaram para fora, imagino.

— Exatamente — Frandal empertigou-se todo, orgulhoso de seus feitos — Tudo pelo bem do reino! E de nossas deusas, claro — terminou, dando uma piscadela significativa para Loki.

— Certamente — replicou Hogun — Afinal de contas, quem, senão nós, conseguiria ajudar Thor a consertar todas as confusões de Loki, hã? Um só realmente não daria conta de tanta coisa, não é mesmo?

— Olha só, Hogun — o deus do gelo tomou uma curta distância entre o guerreiro de cabelos negros — Eu estou no comando agora, e se você continuar com esse comportamen...

— Ei, ei, ei. Voltemos ao foco, sim?

Os dois pararam de discutir, prestando a atenção em Volstagg novamente, como duas crianças birrentas — o que certamente eram.

Depois do que pareceram horas de explicação, os Três Guerreiros e o novo rei de Asgard voltaram ao centro do reino para resolverem as últimas pendências: solicitar mais guerreiros, montar guardas, além de assumirem uma posição de contra-ataque.

Tudo estava funcionando perfeitamente bem, e Loki estava adorando — para não dizer amando — estar no controle. Ele seria capaz de pular de alegria e até mesmo abraçar seu irmão que tanto fora a imagem da discórdia e inveja; mas hoje não. Hoje ele estava felicíssimo por ter conseguido o que sempre queria, assim de mão beijada.

Enquanto esperavam um ataque — que talvez nem viesse —, Loki sentara no antigo trono de Odin e entornara uma taça de vinho tinto toda de uma só vez. Fizera um ruído de satisfação e se espalhara no assento, adquirindo uma posição confortável. Pusera os pés em cima da mesa de pedras, e esquecera-se por um instante do problema que estavam enfrentando no momento. Principalmente quando a visão de Sigyn (com suas longas tranças caindo pelos ombros, e um rebolado sensual) deixou-o sem palavras.

— Só vim dizer-lhe, Loki, que...

— Espere — falou. Desceu do trono e pegou a mão da pequena deusa nas suas, para beijá-la descaradamente — Não aceito um “não” como resposta, adorável Sigyn. Será você a única asgardiana a recusar o trono do reino, ao meu lado?

A pequena deusa pareceu ponderar, mas sem querer dar o braço a torcer. Avaliou suas possibilidades, olhando do amante para o trono e vice-versa. Ainda um pouco arredia, arrancou a mão das dele e ajeitou o vestido.

— Mas é claro, por que não?

Loki sorriu de orelha a orelha, e gritou-lhe quando ela descia a escadaria:

— Sigyn, não saia assim, tão apressada!

— Saio como eu quiser, Loki! — gritou de volta.

— Mas você esqueceu uma coisa aqui — respondeu, alcançando-a.

— O quê? — perguntou, um tanto rude.

O deus das pegadinhas pegou-a no colo e beijou-a apaixonadamente. Apesar da pose de durona, Sigyn não demorou a corresponder e foi neste momento que Thor, não mais herdeiro de Asgaard, voltou com Jane Foster sã e salva.

— Vejo que tens progressos, irmão — riu, ao ver-se interrompendo alguma coisa.

— Pensei que ainda tivesse privacidade.

— Não aqui, no Grande Salão.

— Você não tem nada a fazer? Guerrear com Malekith? Ir atrás de humanas em Midgard?

— Pelo que eu sei, você deveria ir atrás do Malekith. Temos sorte dele não ter aparecido ainda.

— Já tenho o que eu quero. E nossas joias estão todas a salvo. Não há com o quê se preocupar, em relação a ele — ponderou, colocando a sua então esposa de volta ao chão.

Thor sorriu para o deus, com uma satisfação incomum, uma fraternidade que há muito Loki não via. Apertou-lhe os ombros e fez menção de deixa-los a sós.

— Nosso pai não via, mas eu vejo em você a melhor escolha para herdeiro. Sempre acreditei que você algum dia faria a escolha certa e não me decepcionaria. Ah, e boa sorte — terminou, se referindo a Sigyn, que tentava se recompor da vergonha que estava sentindo — Confio em você, irmão.

"Confio em você"

Aquilo perturbou-o por alguns minutos até deixar deixar os pensamentos para lá, afinal de contas, agora ele era o rei.

— Quer subir ao trono e beber comigo, esposa minha?

— Ainda pergunta? — respondeu, aos risos.


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