Jily - The stars will cheer escrita por ChrisGranger


Capítulo 3
Roubando colheradas


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!!! Desculpe a demora, mas aqui está o terceiro capítulo!!! Dedico este a todos vocês, leitores tão especiais e maravilhosos, em especial a Joy Weasley Valdez e Gih Weasley que são tão fofas e especiais, sempre comentando e me apoiando!! E a Meyrisse, por ser uma amiga tão maravilhosa e por sempre me fazer sorrir :)) !! Espero que gostem!!



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Lílian encarava as próprias mãos trêmulas, pousadas no colo, enquanto ouvia a porta fechar-se novamente atrás de si. Ela nunca havia estado naquela sala antes. Sempre conseguiu guardar para si mesma o próprio orgulho de nunca ter precisado estar ali. Mas agora, não mais.

McGonagall sentou-se bem à sua frente, e um silêncio tomou conta da sala majestosa da professora, com tantos objetos preenchendo cada canto escuro do lugar. Lílian suspirou e fitou os olhos escuros da professora. Vestindo trages verdes escuros e com os cabelos presos num coque, McGonagall conseguia, dentre todos os professores, passar a sensação de alguém que não deveria aborrecer.

– Eu não sei o que aconteceu lá embaixo - comentou Lílian, com a voz baixinha, tentando quebrar o silêncio que as rondava.

A professora, com o rosto surpreendentemente calmo, e com os lábios contraídos e pensativos, disse:

– A senhorita chegou a utilizar algum feitiço, em algum momento, quando acertou o sr. Tiffon? - perguntou ela, estreitando os olhos como se, de algum jeito, pudesse ler a mente de Lílian, muito mais do que ela própria poderia ser capaz de enxergar.

– Não - respondeu ela, com um nó na garganta, ameaçando-a a chorar a qualquer momento. Lílian respirou fundo. Não podia chorar, ainda por cima na frente da professora McGonagall.

– Srta. Evans, estou a par da notícia de que recentemente, algo semelhante ocorreu em sua moradia, estou certa? - indagou a professora.

– Sim, eu explodi a janela da minha irmã. - respondeu Lílian, automaticamente.

– Em que momento isso aconteceu? - perguntou ela, parecendo ainda mais curiosa do que antes, com seus olhos percorrendo cada milímetro do rosto da aluna, tentando desvendar o máximo possível.

Lílian franziu o cenho. Ora, ela era bruxa não era? Coisas… assim poderiam acidentalmente acontecer. Pelo menos, era o que pensava. Apesar de nunca ter explodido janelas e lançado pessoas longe desde… sempre.

– Hum… - murmurou ela, entrelaçando os dedos nervosa.

Porém nesse momento, a porta foi bruscamente aberta por um garoto com cabelos loiros e lisos, olhos azuis sonhadores e um sorrisinho tímido.

– Ãh… professora, a Madame Pomfrey pediu para avisá-la de que Zac já está bem - disse Thomas, com as bochechas avermelhadas. - e que, Líly não fez nada demais. Ele já voltou ao Salão Principal.

Lílian estava paralisada e observava Thomas como se este fosse um fantasma. Não podia acreditar no que havia feito.

– Ele está na… enfermaria? - murmurou ela, balançando a cabeça.

– Eu sei, Zac é extremamente frágil, não é mesmo? - respondeu Thomas, esboçando uma careta de zombaria.

– Muito obrigada, sr. Allen, sua informação foi de fato um alívio para nós, mas já está dispensado. - disse McGonagall, secamente.

Thomas deu de ombros e acenou para Lílian solidariamente, antes de fechar a porta.

– Srta. Evans, serei bastante precisa e direta. Não tenho uma opinião formada até então de como esse acontecimentos estão atrelados um ao outro, sabendo que aconteceram após a aquisição de sua varinha e após ter dominado certo controle sob a mágica no último ano. A srta. não sofrerá nenhum castigo e está completamente impune à perda de pontos até então.

Lílian continuou encarando a professora, sentindo uma pontinha de alívio percorrer todo o seu corpo, como se cada nervo e neurônio estivesse voltando à ativa, pelo fato de estar naquela sala e não ter sofrido nenhuma punição.

– Mas devo alertá-la, srta. Evans. Serei inflexível quanto à próxima vez que algo semelhante ocorrer. A srta. já domina os básicos conhecimentos da magia e não é natural… utilizá-la desse jeito. – continuou a professora, com uma expressão indecifrável estampada no rosto tão respeitado.

– Mas professora… eu não sei se fui mesmo eu que…

– Srta. Evans, existem certos fatos e como as denominadas coincidências, que apesar de não serem comprovadas verdadeiras, em algum lugar, mesmo que seja mísero em nossas mentes, sabemos que são. E eu posso garantí-la, que de fato, foi a srta. que realizou os dois acontecimentos. Mesmo que não tenham sido causados propositalmente. - retrucou a professora, a observando atenta.

Lílian se lembrou de quando McGonagall se transformou em um gato pela primeira vez em sua frente. Parecia quase que uma das bruxas mais poderosas que a garota já havia visto. E agora, sentindo-se completamente abatida, encontrava-se de frente à essa bruxa, devido ao fato de não conseguir controlar a própria magia.

– Certo… - murmurou ela, afundando na cadeira de madeira.

– Excelente - disse a professora, indicando a porta da sala. -, então acho melhor a srta. ir. O banquete já começou.

***

A Seleção das Casas havia acabado de acontecer, para a alegria de Tiago, que não se aguentava de fome. Ele encarava o próprio prato banhado a ouro com água na boca, esquecendo-se de quase tudo à sua volta. As casas recebiam os novos alunos de braços abertos, e, no caso da Sonserina, com alguns cumprimentos de respeito, devido ao fato do sangue puro.

Régulo Black, como Sirius suspeitava, foi denominado para Sonserina. O garoto baixinho com cabelos escuros, continha um semblante frio, e não dirigira nem sequer um olhar para o irmão desde que entrara no Salão Principal. Narcissa também fora escolhida para a Sonserina, deixando Sirius sendo o único Black que pertencia à Grifinória.

– Aqueles dois vão se dar bem naquela casa - murmurou Sirius, desgostoso.

Tiago deu de ombros, segurando-se para não rir do amigo.

– Dá para ver a semelhança dos Black - provocou ele, assim que Dumbledore se levantou para realizar o tradicional discurso do diretor.

– Eu sou da Grifinória! - protestou Sirius, com o rosto vermelho de raiva. - Eles são da Sonserina! Como pode haver semelhança nisso?

– Ah… nunca reparou? Vocês têm os mesmos olhos! - sussurrou Tiago, arrancando risadinhas de Remus e de Pedro.

Sirius o fuzilou com os olhos, enquanto Tiago mexia nos talheres sentindo cada vez mais o impulso de prová-los, de tanta fome que sentia.

– Então, o que acham que McGonagall está dizendo a Líly? - perguntou Remus, enquanto Dumbledore explicava a diferença entre uma torta de limão e um dragão chinês, com uma piada que levantou poucas risadas dos alunos.

– Que ela é uma ótima aluna por ter lançado um cara tão idiota do outro lado do Saguão Comunal. É, com certeza Evans está nesse exato momento recebendo um prêmio - disse Tiago, com um sorrisinho maroto.

– Definitivamente está tomando uma bronca da professora e provavelmente perdendo alguns pontos - disse, para a surpresa de todos, Pedro.

– Falou exatamente como o Remus - acusou Sirius, apontando para Pedro com um garfo.

– Decidi experimentar - replicou Pedro, dando de ombros. -, sabe, as palavras terminadas em “ente”. Não funcionou muito bem.

Isso é porque essas palavras só não são entediantes quando o Aluado fala. Assim, podemos rir dele por usar essas… coisas de “ente” - explicou Tiago, arregalando os olhos quando, justo naquele momento, Dumbledore sentou-se e pratos gigantescos do banquete apareceram diante deles, como que realizando seus maiores sonhos.

Após Tiago ter devorado milhares de batatinhas assadas, doces, mergulhadas em caldos e em molhos quentes e deliciosos, pedaços de diferentes tipos de carnes, ensopados, e tudo o mais a que tinha direito, viu Lílian entrando pela porta do Salão o mais discretamente possível. Abbey e Belle largaram os talheres com estampidos agudos que fizeram Sirius xingar baixinho e correram em direção à amiga.

Zac também a encarava com uma expressão indecifrável, enquanto Mia, ao seu lado, abraçava-o fortemente. Thomas gargalhava de uma piada que um de seus amigos havia acabado de contar, mas a cada cinco segundos, olhava para Belle do outro lado do salão.

– O que a McGonagall disse? - perguntou Abbey, quando Lílian sentou-se perto dos alunos do segundo ano.

– Ela não me tirou pontos - respondeu Lílian, forçando um sorrisinho amarelo.

– Eu disse que ela fez um favor para a humanidade - murmurou Tiago, entre goladas do suco de abóbora.

– Tiago! - exclamou Belle, olhando-o brava.

– Não é culpa minha que a sardinhas jogou alguém para longe - retrucou Tiago, indicando Lílian com a cabeça.

– Do que você me chamou? - perguntou Lílian, com a voz soando mais firme, devido à impaciência.

Os olhos de Tiago brilharam de sarcasmo e de malícia, enquanto um sorrisinho mísero começava a se formar em seu rosto.

– Ele te chamou de sardinhas - disse uma voz alegre e descontraída logo ao lado de Pedro. -, o que é um pouco estranho, considerando que isso é um peixe.

Eles se viraram confusos e se depararam com uma garota de olhos castanhos e pensativos por trás de óculos com armações bonitas, cabelos ondulados presos por uma pequena presilha e, exatamente como Lílian, com sardas cobrindo todas as bochechas.

– Sim… mas o segundo nome de Tiago é estranheza - disse Sirius, após alguns segundos nos quais ninguém disse nada.

– Hum… quem é você? - perguntou Remus, confuso.

A garota sorriu para os sete alegremente e estufou o peito com orgulho.

– Maria Clara Rodrigues! Muito prazer, Lílian, Belle, Abbey, Tiago, Remus, Pedro e Sirius. - disse ela, rapidamente, com um sorrisinho feliz estampado no rosto. - Sou do primeiro ano.

Todos continuavam encarando-a confusos, tentando compreender como a garota parecia tão… alegre e curiosa ao mesmo tempo.

– Como sabe nossos nomes? - perguntou Abbey, estreitando os olhos.

Maria Clara deu de ombros e apertou ainda mais o livro que segurava nas mãos.

– Ouvi histórias de vocês! Não são aquele grupo que sai todas as noites, tentando descobrir coisas de Hogwarts? Que enfrentaram um lobisomem na floresta proibida? E que lutaram contra Tom Riddle quando ele tentou roubar a espada ano passado? - os olhos da garota brilhavam, à medida que falava cada vez mais rápido.

– Não todas noites - murmurou Lílian, com um fraco sorriso iluminando o rosto.

– Como pode saber disso? O Ministério abafou o caso - disse Tiago. - e você é do primeiro ano.

– Tenho meus contatos - respondeu ela, dando de ombros.

– Que seriam… eu – disse Thomas, surgindo ao lado do grupo e permanecendo em pé, apoiando as mãos nos ombros da menina.

Maria Clara revirou os olhos, aborrecida pela interrupção e olhou para o garoto de forma acusatória.

– O que você quer? - perguntou ela.

– Espere aí… como vocês se conhecem? - perguntou Belle, apertando os olhos.

Os dois a olharam confusos, como se fosse uma informação que ela já deveria saber.

– Hum… espera, quem ela falou que é dessa vez? A filha do sorveteiro? A sobrinha de Tom do bar? Ou aquela…

– Cala a boca, Thomas! - exclamou ela, cruzando os braços emburrada.

Thomas riu e apertou as bochechas de Maria Clara, deixando Belle ainda mais vermelha e com a cara ainda mais fechada.

– Ela é… minha irmã - contou Thomas, hesitante.

Os garotos se entreolharam, como se o que Thomas houvesse dito fosse a coisa mais ridícula que eles já tinham ouvido.

– Ãh...? - disse Tiago, olhando de um para o outro alternadamente.

– Maria Clara Rodrigues... Allen - explicou Thomas, pacientemente.

Belle parecia bem mais aliviada agora e sorria timidamente para os dois enquanto Maria Clara escondia o rosto avermelhado.

– Você não sabia que o seu namorado tinha uma irmã? - perguntou Sirius com um sorrisinho maroto, para Belle.

Nesse momento, tanto Belle quanto Thomas, pareciam prestes a explodir de tão avermelhados que os rostos do dois estavam.

– Ele não é meu namorado - retrucou Belle, baixinho.

– Somos só… amigos - concordou Thomas, soltando uma risadinha nervosa.

Os garotos se entreolharam mais uma vez, ainda mais confusos do que antes, se é que isto era possível.

– Isso não se vê todo dia… - disse Maria Clara, rindo. - vocês deviam ver Thomas nessas férias. “Eu tenho que escrever para a Belle! Quando irão me deixar em paz para escrever uma única carta? Ela é impor…” Aí!

A garota interrompeu a própria fala quando o irmão apertou o ombro dela ainda mais forte do que antes.

– Clara… vamos deixar isso entre nós, ok? - murmurou ele, virando-se quando Zac o chamou na mesa da Corvinal. O garoto acenou, despedindo-se dos outros e rumando em direção á própria mesa enquanto Zac ainda observava Lílian, como se pudesse ler sua mente.

– Então… como você não sabia que Thomas tinha uma irmã? - perguntou Lílian, virando-se para Belle.

– Eu sabia! Mas ele nunca tinha me dito o nome dela e eu conheço outros Rodrigues… por isso não sabia que era ela - explicou Belle, indicando Maria Clara.

– Afinal por que você falou Rodrigues e não Allen? Não gosta do seu irmão? - questionou Tiago, catando uma batatinha do prato de Lílian, fazendo com que a garota o fulminasse com o olhar.

– Eu gosto dele. Afinal, é o meu irmão, não é? - respondeu Maria Clara, mexendo na capa do livro seguro em suas mãos, um pouco envergonhada. - Mas eu sou independente! Não serei conhecida em Hogwarts como Maria Clara, a irmã de Thomas Allen. Sabe… talvez não usando tanto o sobrenome Allen, eu possa ser… só a Maria Clara.

Sirius encarou a garota por um tempo, parecendo completamente abatido.

– O que foi? - perguntou Abbey, percebendo o quanto o garoto parecia distante.

– Nada - respondeu ele, balançando a cabeça quase que despertando. - só me lembrei… sabe, dos Black. Parece um pouco comigo. Todos se perguntam porque eu não estou na Sonerina. Às vezes… irrita um pouco.

Todos o observaram por alguns instantes e quando Abbey estava prestes a dizer algo, Dumbledore levantou-se, mandando todos se dirigirem para as respectivas casas, alegando que o horário já avançava. Tiago soltou uma exclamação surpresa e aborrecida.

– Eu mal vi os doces! Não consegui comer sobremesa… - reclamou ele, virando-se para Lílian no exato momento em que ela direcionava uma colherada de sorvete para a própria boca. Tiago segurou a mão dela firmemente e virou a colher para a própria boca, abocanhando tudo o que estava na colher, ainda nas mãos de Lílian.

Potter! - exclamou ela, brava, atirando toda a bola de sorvete de seu prato no rosto de Tiago, arrancando gargalhadas de todos naquela parte da mesa.

Todo o rosto do garoto coberto de sorvete de creme avermelhou-se, quase a ponto de explodir, e, com um rápido movimento, ele lambeu toda a colher que Lílian estava usando, entregando-a novamente com um sorrisinho maroto.

– Agradeço pela gentileza de ter me concedido toda a sua sobremesa e a sua colher, Evans - disse ele, rindo ainda mais diante da careta de nojo que estava no semblante da garota.

Os outros continuavam gargalhando, à medida que subiam para a sala comunal, após um banquete que não tinham há muito tempo.

***

– Alice! - disse Frank, pela quinquagésima vez na noite.

A garota virou-se hesitante, sussurrando algo no ouvido de Caius antes de ir em direção ao amigo. Caius deu de ombros e foi conversar com David Wood. Todos estavam na sala comunal, apunhada de alunos animados pelo início do ano.

Mas Frank nunca se sentira pior numa volta à Hogwarts quanto se sentia agora.

– O que foi, Frank? - perguntou Alice, quando alcançou o garoto.

Frank a encarou, incrédulo demais para dizer qualquer coisa. Ele segurou o braço de Alice, e a levou até o buraco do retrato, decidido a conversar com ela sobre tudo o que acontecia. Eles saíram pelo corredor iluminado por algumas tochas nas paredes, onde os outros alunos não podiam ouví-los nem vê-los.

O que foi? – perguntou ele, erguendo as sobrancelhas de descrença. - Alice, você sabe muito bem o que foi! Você me ignorou durante todo o caminho para Hogwarts e durante todo o banquete! Agora, até quando irá continuar me evitando? Nós nos...

Alice cobriu os lábios deles com um dedo, pedindo silêncio.

Não, Frank, nós não fizemos nada - retrucou ela, sentindo sua garganta arder como se estivesse sendo mergulhada em brasa ardente.

Frank a encarou embasbacado e tirou a mão dela do rosto dele.

– Você sofreu alguma perda de memória? Ou tem amnésia? - questionou ele, rispidamente.

Alice arregalou os olhos, repentinamente assustada com o tom de voz do garoto. Lentamente ela levantou a mão direita, um gesto totalmente inofensivo. Mas Frank preferia que ela tivesse lhe dado um soco, do que mostrar-lhe um fino anel com uma pedra azul cintilante na ponta.

– Acho que você é um pouco nova para pensar em casamento, não acha? - murmurou ele, imaginando-se há exatamente um ano atrás, de como teria rido daquela cena. Mas com tudo o que havia acontecido no último ano, só o que conseguia fazer era encarar o anel com horror.

Alice emitiu um ruído de impaciência e arrancou o anel do dedo, mostrando-o mais de perto para Frank.

– Não é de casamento, seu idiota! - exclamou ela, sentindo em seus olhos, lágrimas ameaçando surgir. - Eu estava pronta para dizer ao Caius. Entrei no trem e ele…

Frank inclinou-se mais para perto da amiga, e tocou de leve sua bochecha. A verdade era que, por mais difícil que tudo aquilo estava sendo, seria ainda pior se Alice chorasse. Frank não aguentaria vê-la chorando.

Alice respirou profundamente e retirou a mão de Frank de sua bochecha, segurando-a firmemente antes de soltá-la.

– Ele me deu isso de presente. - contou ela, lentamente. - Disse que eu era muito importante para ele e que eu sou…

– Alice, por favor, poupe-me do discurso clichê do Caius, o meu sempre será melhor - interrompeu-a Frank.

– Frank, escute. - disse ela, segurando as mãos do amigo. Os olhos dos dois encontraram-se exatamente como naquele último dia de aula, demonstrando tudo o que sentiam. Mas dessa vez eles viam amargura. Dor. - Caius me deu isso de presente, dizendo o quanto sou especial para ele. Dizendo que… ele sabia que podia confiar em mim para sempre. Co-como ele pode confiar em mim quando eu o traí?

Frank a fitou por alguns segundos, tentando estabilizar a respiração acelerada. “Como ele pode confiar em mim quando eu o traí?” aquela frase martelava em todo o seu corpo enquanto se concentrava no anel nas mãos tão trêmulas de Alice, quase como se suplicasse que arrancasse de lá e jogasse no fundo do lago de Hogwarts.

– Eu não sei - respondeu ele, depois de muito tempo. - Só sei que… eu quero ficar com você. Quero minha melhor amiga de volta, mas dessa vez não só ela, mas seu coração também. Só sei que acordei cada dia dessas férias pensando no seu nome e nas cartas que eu nunca mandei e que, tudo o que eu queria, era falar com você, sentir seu coração quase saltando do peito quando eu te abraçava, ver seu rosto avermelhado quando eu falo. Eu quero você Alice, porque eu te amo. E se você acha que Caius...

Antes que Frank pudesse terminar provavelmente o discurso mais difícil que já fizera na vida, ele fora lançado contra a parede ao lado do retrato que dava à sala comunal, por ninguém menos que Alice. A garota segurava-o fortemente enquanto o beijava fervorosamente. Após o mísero segundo de choque que Frank sentira, ele apertou Alice contra seu corpo, abraçando-a ao mesmo tempo que seus lábios traçavam a rota dos maiores sonhos possíveis que os dois poderiam ter. Antes ele dissera que sentia o coração da garota saltitar, mas agora, ele sabia que não era nem de perto do que sentia do próprio.

– Eu também te amo, seu idiota - disse ela, ofegante, assim que os dois ainda abraçados, separaram-se milímetros um do outro.

Frank sorriu com as bochechas em chamas de tão vermelhas que estavam.

– Que bom - sussurrou ele.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3