Jily - The stars will cheer escrita por ChrisGranger


Capítulo 12
O caso da conquista


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!! Voltei haha!! Queria agradecer imensamente a todos que leem, especialmente à Joy Valdez e ysa lovegood, que estão sempre comentando e me deixando sempre tão feliz!! Espero que gostem do capítulo!!! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570065/chapter/12

Tiago sonhara que estava em um navio, no meio do oceano, perdido e completamente só. Olhava em volta procurando em todos os lados algum sinal de vida. Sentiu uma dor aguda no pé e, quando olhou, deparou-se com um hamster branco com manchinhas vermelhas. Gritou, afastando-se.

“Não… o que está acontecendo?”, pensou desesperado.

De repente, ele ouviu alguém chamá-lo. Debruçando-se sob o navio, Tiago observou embasbacado, a cena de uma garota ruiva emergindo das profundezas do oceano. Somente sua cabeça estava fora d’água. O resto do corpo estava escondido pelas ondas escuras do oceano.

– Quem é você? – perguntou ele, engolindo em seco. A garota o encarou, seus olhos eram como esmeraldas e era tão encantadora que o jovem menino ficou atordoado por alguns segundos. Tinha quase certeza de que já a havia visto em algum lugar.

– Você sabia quem eu era. Mas você me transformou naquilo – disse ela, apontando o hamster enlouquecido que ainda importunava Tiago.

Tiago deu um pulo, espantado demais para dizer qualquer coisa. Sentiu o navio inteiro estremecer.

– Você não tem muito tempo… – observou a menina, ansiosamente. – pense em tudo o que eu passei. Pense em quem tem me feito mal durante esse tempo todo.

– Eu não faço ideia do que você está falando – retrucou Tiago, sua voz soando rouca, dado ao vento frio que o atingia com intensidade.

– Não o deixe ser corrompido com o mal. Isso está me afetando. Está afetando todo o esquilíbrio, Tiago.

Ele encarou a menina, assustado demais para dizer qualquer coisa. Queria perguntar-lhe como sabia seu nome. Queria perguntar-lhe sobre o que ela estava falando e o porquê de todas aquelas palavras despertarem uma forte sensação em sua mente, como se pudesse compreender o que ela dizia se olhasse de outra maneira a realidade.

Sentiu o navio balançar e foi completamente encharcado por uma onda que o atingiu em cheio. Quando conseguiu recuperar-se e segurar-se novamente na borda do barco, olhou novamente para as águas escuras e entrando cada vez mais em um movimento ameaçador, mas não viu nada. A garota ruiva havia desaparecido. Ouviu o seu nome ecoando pelos céus. Olhou para cima, sentindo o barco balançar cada vez mais.

“Tiago! Tiago!” chamava os céus. Ele soltou um grito de horror quando um raio desceu em sua direção…

Tiago pulou, abrindo os olhos rapidamente sentindo-se fora do ar por um breve momento. Tentava se lembrar de como viera parar ali, em meio a livros e mais livros. Uma garota segurava seus ombros firmemente. Agora ele se dera conta de onde havia vindo aquele balanço assustador no mar.

– Paloma… – murmurou ele, lembrando-se com um estalo do nome da espanhola que havia conhecido há algumas semanas. A garota suspirou, parecendo aliviada ao constatar que o garoto estava bem. Tiago franziu o cenho. Aquilo sim que não era um sinal de sanidade. Alguém preocupada com ele?

– O que está fazendo na biblioteca? – indagou ela, rindo. – E que coisinha mais fofa é essa?

Ela lhe mostrou Lílian dormindo em suas mãos, angelicalmente. Tiago tremeu levemente, passando os dedos na cabeça extremamente pequena da colega. Se é que poderia chamá-la assim.

– Algo me diz que essa sua cara não é nada boa… – disse Paloma.

Tiago balançou a cabeça, tentando clarear seus pensamentos. Olhou para a hamster por um longo tempo, seus olhos concentrando-se o máximo possível em suas manchinhas vermelhas. A ruiva no mar… o que ela estava dizendo mesmo?, pensava ele, estreitando os olhos. Pensar em quem vinha fazendo mal à Lílian durante todo aquele tempo. Alguém que a estivesse fazendo mal…

Paloma o encarava com os olhos questionadores e um sorrisinho incerto. De repente, ele piscou, sentindo como se tivesse finalmente acordado.

– É isso. Só pode ser isso… – murmurou ele, um sorriso amplo abrindo-se em seu rosto.

– O que? Do que está falando? – questionou Paloma, os olhos curiosos atentos à Lílian e ao garoto.

– Essa hamster… é uma amiga, quero dizer, colega ou melhor, alguém importante. – explicou o garoto, segurando Lílian firmemente e deixando as dezenas de livros em que tentara procurar alguma solução para aquele caso, jogados de qualquer jeito no chão da biblioteca. Paloma continuou a seguí-lo quando saíram da biblioteca, parecendo completamente atordoada.

– Está me dizendo que essa é a famosa Lílian Evans? – perguntou ela, branca de ansiedade.

Tiago a encarou de relance, esboçando um rápido sorrisinho de lado.

Depois de algum tempo ouvindo Paloma tagarelar sem parar, ele viu justamente quem procurava. Zac Tiffon, com olheiras escuras logo abaixo dos olhos do tamanho do mundo. Parecia atrasado para algo. Olhava para os lados como se o pior de seus medos fosse se materializar a qualquer instante diante de si.

– Zac – chamou ele, enojado. Não sabia nem mesmo o porquê, mas aquele garoto o irritava ao extremo.

Zac virou-se para encará-lo, sua expressão tornando-se um tanto confusa ao se deparar com Tiago.

– O que você quer, Potter? Veio se gabar com a vitória pela milésima vez? – perguntou ele, rancoroso.

– Também. Mas vim te mostrar minha nova hamster. Ela é chata, irritante e não aguento mais ela. Acho que vocês se darão bem – disse Tiago, mostrando uma Lílian enlouquecida em sua mãos. Ela o arranhava, enquanto contorcia seu pequeno corpo nas mãos do garoto.

Paloma franziu o cenho.

– O que você está fazendo? – ela murmurou no ouvido do garoto.

Confie em mim.

Zac os observava como se tivessem acabado de escapar da segurança máxima do St.Mungus. O lugar onde as pessoas com maiores problemas permaneciam por tempo indeterminado.

– Qual é o nome? – indagou ele, olhando para Lílian.

– Hum… pimenta.

Zac riu amargurado enquanto Tiago estendia as mãos para ele.

– Se baseou na Líly com esse nome?

Tiago sentiu seu coração começando a bater descompassado. Será que ele sabia de algo? Paloma parecia estar em um longo estado de confusão.

– Algo desse tipo – respondeu ele, com um nó na garganta.

Zac assentiu e, finalmente, acariciou levemente os pelos brancos e ruivos de Lílian. Por um breve instante, a garota parou de se mexer nas mãos de Tiago, parecendo mais tensa do que nunca.

– Muito obrigado – agradeceu Tiago, afastando Lílian de Zac rapidamente. Paloma acompanhou-o sem graça, esboçando um rápido sorrisinho na direção de Zac antes dos dois desaparecerem no corredor seguinte.

O que foi isso? – indagou Paloma, com os olhos arregalados na direção de Tiago.

– Evans pode voltar a ser humana… eu acho – começou ele, com os olhos cravados na hamster. –, acho que Zac pôde ajudar nisso. No momento em que ele a tocou, algo pode ter acontecido à ela. A qualquer momento, ela pode voltar a ser humana.

Hã?

– É simples. Zac está estranho. Lílian está estranha. Eles se esbarraram há algumas semanas e essa daqui simplesmente… desmaiou. Tiffon nunca mais foi o mesmo desde aquela noite que você com certeza já ouviu falar, a noite da invasão de Riddle para roubar a espada de Gryffindor. Maldição Cruciatus, lobisomem à solta assustando todo mundo. – Tiago parou por um segundo para tomar fôlego, enquanto Paloma o encarava com as sobrancelhas arqueadas. – Acho que Tiffon ficou com tanto medo que se transformou numa pessoa completamente diferente. E Evans… explode tudo o que vê pela frente, pulseiras da verdade não funcionam com ela, anda de noite como se fosse um zumbi…

Lílian o arranhava brava como nunca antes. Tiago a enfiou em seu bolso, apesar de aquilo não ter ajudado muito. A hamster continuou a se debater em seu uniforme, enterrando as unhas em seu corpo.

– Argh, ela não para! – reclamou Tiago, rangendo os dentes.

– Então, você só vai esperar ela se transformar em uma humana de novo? – questionou Paloma, ignorando os murmúrios irritados do garoto.

Tiago assentiu, sorrindo.

– Com sorte, daqui a uma hora, ela volta a ser o que era. A mesma chata de sempre. Então, podemos começar a resolver todo o mistério de Lílian Evans. E o mistério de Zac Tiffon... bom, podemos deixar para daqui a alguns dias... ou meses.

Paloma sorriu levemente.

– Estou atrasada para Herbologia, então…

– Bem, então somos dois. Tenho aula com a Lufa-Lufa agora. – retrucou Tiago, com um sorriso convencido.

***

Belle entrou na estufa de Herbologia penosamente. Arrastava-se por entre as plantas e potes de flores estranhas com os olhos revoltados. Três dias faziam desde que Lilian havia desaparecido. Inicialmente, Belle e Abbey se preocuparam levemente, mas no fundo sabiam que a amiga deveria ter passado a noite na biblioteca, ou algo assim. Mas três dias faziam desde que não ouvia a voz irritada da amiga quando falava com Tiago. Até mesmo disso sentia falta.

– Oi – disse Jane surgindo ao seu lado, fazendo Belle pular de susto e por pouco não derrubar um pote com uma planta cheia de bolinhas vermelhas. Ela se virou desconfiada e encarou os olhos azuis de Jane.

– Hum… oi – respondeu Belle notando que poucas pessoas haviam chegado à estufa.

Jane agarrou alguns fios de seu cabelo loiro, puxando-os levemente. Parecia inquieta com algo.

– Ela ainda não voltou?

Belle esboçou uma careta. Do que ela estava falando? A não ser que…

– Está falando de Líly? – perguntou Belle, desconfiada.

Jane deu um muxoxo de impaciência e assentiu quase imperceptivelmente com a cabeça. Belle, com os olhos arregalados de surpresa, negou com a cabeça.

– Não. Ela… não voltou.

Jane suspirou, balançando a cabeça levemente. Então, virou-se para o outro lado, começando a catar algumas sementes que a Professora Sprout havia solicitado mais cedo, para os alunos que ainda não haviam terminado a tarefa de cuidar de flores azuis com listras verdes. De acordo com a professora, se eles encontrassem algumas sementes que ela havia perdido, ela os liberaria da tarefa das flores.

– Que bom. As coisas têm estado bem mais calmas sem ela por aqui – disse Jane, a voz soando muito mais fria do que antes.

Belle, apesar do crescente desespero que a abatia, deu um leve sorriso.

– Tenho certeza de que você acha isso.

Abbey entrou apressada na estufa, com Sirius em seu encalço. O garoto parecia estranhamente ansioso com algo. Enquanto Abbey o observava impacientemente, ele batucava as mãos nos lados do corpo de modo frenético.

– O que aconteceu com você? – indagou Belle, quando os dois uniram-se à garota.

– Sirius está nervoso com o caso “Conquistar Miandra” – explicou Abbey, prendendo o cabelo com uma faixa.

– Está com medo de beijá-la? – sussurrou Belle, assustada. Ela percebeu, pelo canto do olho, que cada vez mais alunos entravam na sala.

– Não. É que… Mia é mais velha e ele nunca ficou desse jeito com nenhuma menina mais velha que nós antes. Normalmente são todas da mesma idade que nós. – retrucou Abbey, revirando os olhos. – E ele no máximo deu uns beijinhos e foi embora.

Sirius fez um som irritado ao lado da garota.

– Não tem nada a ver.

– Mas Sirius tem treze anos. Miandra tem quatorze, apesar de estar quase fazendo quinze. - retrucou Belle.

– O caso é que… ela me acha… hum… – Sirius parecia completamente sem graça.

– Pirralho. – completou Abbey, dando de ombros.

Belle ergueu as sobrancelhas, sentindo um choque de surpresa abatendo-a. Tanto Tiago quanto Sirius tinham o costume de se gabar por terem beijado várias meninas. Mas Belle sabia bem que aquilo não era inteiramente verdade. Ela já vira Sirius nos corredores com algumas meninas, mas no máximo eles se beijavam rapidamente e às vezes um pouco mais que isso. Sirius tinha treze anos e Belle temia só de pensar em como ele seria no futuro, daqui a algum tempo. Já Tiago, ela sabia que havia algo rolando entre ele e Jane. Mas aquela conversa só confirmava algo que ela já sabia. Sirius, apesar daquela manha de galanteador mesmo ainda tão jovem, ainda era um garoto de treze anos. E, assim como ela com Thomas, eles ainda não sabiam muito bem lidar com o caso da conquista. Apesar de Belle se sentir feliz somente de pensar no... amigo ou seja lá o que fosse Thomas.

– Como vocês sabem que ela acha isso? – perguntou ela.

Sirius balançou a cabeça de modo displicente.

– Pedro perguntou.

Naquele momento, Tiago entrou pela porta. Parecia leve e um tanto divertido. Logo em seguida, Belle percebeu que ele estava ao lado de uma garota da Lufa-Lufa. Já a vira antes nas aulas, mas nunca havia conversado com ela. Seus cabelos pareciam com os de Miandra e seu sorriso era muito bonito.

– Tiago! – chamou Sirius com um sorrisinho maroto aparecendo em seu semblante quando encarou a garota. – Quem…?

Tiago aproximou-se dos três rapidamente enquanto a professora parecia não ter notado seu atraso devido à explicação que dava sobre como as plantas reagem bem quando tratadas devidamente (o que Belle assumiu ser completamente inútil, pois a professora sempre falava a mesma coisa em todas as aulas, desde o primeiro ano).

– Oi – disse ele, catando uma semente de um canto próximo aos três.

Jane pareceu frustrada.

– Como consegue achar tão rápido as sementes?

Tiago deu de ombros com um sorrisinho e lhe deu uma piscadela.

– Devem ser os óculos.

A garota ao seu lado riu, atraindo a atenção deles. Talvez agora Belle descobrisse quem ela era. Tiago pigarreou.

– Hum… essa é a Paloma.

Paloma acenou parecendo imensamente sem graça. Jane a encarou como se fosse uma tarântula gigante e asquerosa. Abbey e Belle a cumprimentaram sorrindo enquanto Sirius esboçava mais um de seus sorrisinhos marotos.

– Lílian Evans! – chamou a professora Sprout, levantando os olhos da planta que pertencia à Lílian e encarando o grupo de garotos naquele canto. Seus olhos foram imediatamente na direção de Tiago. – Tiago Potter, onde está Evans?

Tiago congelou por um segundo, enquanto seu rosto corava. Ele engoliu em seco e respondeu tentando parecer o mais tranquilo possível.

– Hum... Ela está doente. Eu acho. – respondeu ele, esboçando uma careta de irritação logo em seguida. – Por que a senhora supôs que eu sabia onde ela estava?

A professora Sprout riu, recolhendo as sementes dos alunos.

– Bem, senhor Potter… imaginei que, se alguém saberia o paradeiro da srta. Evans, certamente seria o senhor que vive atrás da pobre garota, irritando-a ao extremo.

Tiago protestou ao lado dos amigos, seu rosto tornando-se ainda mais vermelho.

– Mas a Líly não está doente... - murmurou Abbey frustrada, após alguns segundos.

Sirius a cutucou nervoso.

– Certo. Avisem à Srta. Evans que a planta dela está perfeita. Mas se ela faltar mais uma vez, as flores são capazes de desenvolver um cheiro nada agradável.

Tiago assentiu com a cabeça e pareceu sentir uma dor imensa em uma das mãos. Ele xingou baixinho, levando um dos dedos que estava sangrando à boca.

Depois da aula e de muitas transformações de cores das várias plantas, além da procura incansável de sementes, eles ouviram a professora encerrar a aula. Assim que a professora os liberou, Belle encurralou Tiago, apesar das tentativas claras do garoto de tentar escapar dela.

– Potter, você vai me responder agora onde a Líly está. Se não, irei contar a todos que você a trancou numa torre e está mantendo-a prisioneira. Tem noção do quanto eu e Abbey estamos preocupadas? E de quantas vezes tivemos que dizer aos professores que ela está passando mal? E eu sei que você sabe exatamente o que aconteceu com ela.

Tiago estava de costas para um balcão e não tinha nenhuma escapatória de uma Belle furiosa. Todos os alunos e, inclusive a professora, já haviam saído da estufa, deixando os dois completamente sozinhos no lugar.

– Eu não sei onde ela está, já disse! Por que vocês continuam insistindo nessa ideia? – indagou ele, parecendo bastante irritado.

Belle engoliu em seco, suas mãos tremendo levemente. Recompondo-se, ela o respondeu num tom de voz tão baixo que ele teve que se aproximar um pouco mais da garota para ouví-la.

– Porque se você não soubesse onde ela está, provavelmente já teria revirado o castelo inteiro à procura dela.

Tiago pareceu, por um breve momento, sem fala. O garoto parecia tão surpreso e, ao mesmo tempo, tão perturbado com as palavras de Belle, que a encarou por segundos a fio.

– Eu não faria isso.

Belle revirou os olhos irritada e cruzou os braços.

– Mesmo?

No momento seguinte, a postura de Tiago mudou. Seu semblante se transformou completamente, como se tivesse escolhido esconder-se por trás de uma máscara. Uma máscara de raiva.

– Minha vida não gira ao redor dela, ok? Tenho muitos outros amigos e amigas que não gritam no meu ouvido como ela faz todo o segundo. Ela é… muito irritante! – disse ele, contornando Belle e saindo da estufa pisando duro.

Belle piscou por um instante, um pouco surpreendida pela reação do garoto. Mas, logo depois, sentiu seus olhos marejarem. Ela não fazia ideia do que havia acontecido com Lílian. Sua última esperança era Tiago. Mas, aparentemente, nem mesmo ele sabia algo sobre onde a amiga estava. Com um som irritado, ela secou as lágrimas com a manga do uniforme e pigarreou.

– Ótimo. Então eu vou encontrá-la sozinha.

***

– Ainda não consigo acreditar que vencemos o jogo! – disse Caius, pela milésima vez no dia. Alice só queria enfiá-lo em um buraco por um dia, pelo menos um dia, para ter um pouco de paz! Mas, aparentemente, nem isso conseguiria.

Havia tantas coisas que ela não podia fazer no momento. Não podia tocar em Frank, nem mesmo um aperto de mão. Não podia contar a verdade a Caius e nem terminar o relacionamento. Não podia respirar sem pensar que, no fundo ela sempre soubera que merecia aquilo.

Não aquilo exatamente. Mas ela sabia que iria pagar pelo que vinha fazendo com Frank, atingindo seu melhor amigo. E Alice sabia que, assim como ela, Frank se sentia da mesma maneira.

– É… você arrasou, Caius – murmurou Alice, forçando um sorrisinho amarelo.

Frank apareceu na mesa de jantar. Seu sorriso diminuiu ao se deparar com Alice. Ele sentou no mesmo lugar que sentara durante todos aqueles anos. De frente à amiga.

– Frank, sabe uma coisa que já não tenho visto há algum tempo? – perguntou Caius, com um sorriso cúmplice para Alice. – Você e seus casos com as mil e uma garotas que arrastam-se aos seus pés. Onde está Abnara Chang? E que tal aquela garota… como era o nome dela, Lice? Aquela que o chamava de Frankzinho…

– Ella Acker – respondeu Alice prontamente, fazendo uma careta logo em seguida.

Frank riu, enfiando um pedaço de carne na boca com ferocidade.

– Decidi parar quieto por um tempo.

Caius gargalhou, bebendo seu suco de um gole só.

– No dia em que você decidir “parar quieto”, ou os seus interesses não são os mesmos… – ponderou Caius, como se tudo fosse uma questão de raciocínio. – ou uma garota finalmente fez mesmo você parar quieto.

Frank riu, balançando a cabeça como se aquelas ideias fossem absurdas. Mas Alice percebeu seu rosto escarlate quando os olhos dos dois se encontraram e ele ficou sem fala momentaneamente.

– Hum… na verdade… – começou Frank embarassado. – vou convidar uma garota para sair.

Alice engasgou com seu próprio suco, sua mente enchendo-se de perguntas subitamente. A principal delas era: O quê?!

– Sair para onde? O terceiro andar? – zombou Caius.

– Não… Hogsmead. Próximo fim de semana. – explicou Frank, impaciente.

– E quem é a garota? – pressionou Caius.

Frank fechou os olhos por um breve momento, parecendo estar começando a sentir um enjoo repentino. Alice o encarava intensamente e, quando olhou para suas próprias mãos, viu que elas suavam frio.

– Andressa Gorlois.

***

– Está bem… eu não sei Evans – cedeu Tiago deitando-se derrotado em sua cama após ficar encarando aqueles olhinhos verdes por meia hora.

Ele estava sozinho no dormitório com Lílian. Sirius e Pedro decidiram procurar mais passagens secretas pois não aguentavam mais a situação de Tiago. Já Remus, estava fazendo os deveres na biblioteca e pesquisando algo sobre lobisomens. Pelo menos era o que Tiago achava.

– Não sei mais o que fazer. Já pesquisei em todos os livros possíveis, já testei vários contra-feitiços em você… não quero testar mais. Posso te machucar – continuou ele, parecendo falar mais para si mesmo do que para a hamster em seu lado. – Já até sonhei com você. Acho que eu sempre soube que havia algo conectando você e Zac desde aquela noite de junho. Só… não achava que meu subconsciente se daria conta disso antes de mim.

Ele enfiou o rosto no travesseiro, soltando um grito frustrado. Os olhinhos da hamster pareceram impacientes. Tiago a fitou por um breve instante.

– Ok, você pode sofrer mais que eu. Mas só porque você é uma hamster. – retrucou ele, com um sorrisinho cansado. – Escuta, não vou parar de procurar, ok? Amanhã irei procurar McGonagall e pergunta-la sobre o assunto. Ela consegue se transformar em gato, não é? Sempre quis saber como ela consegue fazer aquilo...

Tiago se sentia um idiota. Parecia que estava falando com as paredes! Ele levantou os olhos cansados em direção à Lílian e acariciou seus pelos brancos e vermelhos sem nem perceber o que fazia. A hamster pareceu um pouco brava, mas aos poucos, seus olhinhos verdes foram pesando e fechando. Hamsters dormiam com muita facilidade! Ou, Lílian era realmente fácil para dormir. Eram as duas hipóteses que pairavam na cabeça de Tiago enquanto ele mesmo, caia no sono.

Acordou na manhã seguinte com algo tremendo ao seu lado. Mas era algo grande, pois ele sentia seu corpo todo sob pressão. Abriu um dos olhos e depois o outro com um tédio absurdo. Mas, de repente, se deparou com longos cabelos ruivos e sardas em um rosto que estava a centímetros de distância do seu. Ele gritou, pulando da cama quase não acreditando no que via. Lílian. Humana. Na sua cama.

Ele congelou ao perceber porque sentira a tremedeira ao seu lado. Lílian estava coberta com seu cobertor vermelho que sua mãe o presenteara há alguns meses. Mas ela era uma hamster e ao se transformar em humana novamente, não tinha mais pelos para protegê-la do frio. E, com terror e, sem querer admitir, uma ansiedade súbita,

Tiago percebeu que ela também estava sem algo muitíssimo importante. Quer dizer, para ele aquele algo não era tão importante assim.

Os olhos de Lílian abriram preguiçosamente e ela bocejou ao encarar Tiago. No segundo seguinte, ela arregalou os olhos e direcionou-os para debaixo das cobertas com o rosto branco como cera.

Potter!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?? :))
Hoje, vocês vão descobrir quem é Frank Longbottom no meu Dream Cast!
Espero que gostem dele!! O ator fez uma série que gosto muito, que é 10 coisas que odeio em você!!! O filme já é um amor, essa série então... :))) !!!
Aqui está Frank, representado por Nicholas Braun!!
http://38.media.tumblr.com/db186d926636606b226435ae421e9f8e/tumblr_nes5pbG7Yb1tvgfydo7_500.gif
Beijinhos gente, me digam qual personagem vocês gostariam de descobrir no Dream Cast e quem vocês imaginam para cada um!! Eu iria adorar saber!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jily - The stars will cheer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.