Jily - The stars will cheer escrita por ChrisGranger


Capítulo 1
Depois de tanto desejar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!! Senti saudades!! A capa realmente valeu à pena, não é? Eu simplesmente amei e foi feita por alwaysbr, minha super amiga, mais conhecida como Mari :)) !!! E todos que eu não cheguei a conhecer ainda, sejam muito bem-vindos!! Só lembrando que essa fic é a continuação de outra (Jily - How I met you)!! :)) Espero que gostem!!



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Lílian encarava seu reflexo no espelho de sua casa, incrédula. Ela tocava levemente seu rosto como se não acreditasse que fosse mesmo o dela.

- Mãe! - chamou ela, alarmada.

Ela desceu as escadas quase que voando e encontrou Amy preparando o jantar. Uma grande ceia de despedida para Lílian, que voltaria para sua segunda casa no dia seguinte. O lugar que ela aprendera a amar, onde havia conhecido e aprendido tanto: Hogwarts.

- O que hou… - antes que a mãe pudesse terminar a frase, ela parou abruptamente fitando o rosto da filha. Sem conseguir se conter, a mulher caiu na gargalhada. - sardas?

Todas as férias, Lílian normalmente passeava com a família por toda a Inglaterra, ou muitas vezes, saía com amigos trouxas, que mal faziam ideia de sua verdadeira identidade. Porém, essas saídas muitas vezes incluíam piscinas e praias. Lílian nunca havia aproveitado tanto um verão quanto aquele, mas ela teria que pagar um preço a partir daquele momento. Devido aos seus cabelos longos e extremamente ruivos, e ao histórico de sua família com aquelas manchinhas, a garota sempre tivera certo receio de permanecer muito tempo no Sol. Porém naquelas férias, ela ignorou o fato e o resultado: suas bochechas estava completamente cobertas por pequenas pintinhas castanhas que se acentuavam com seus olhos verdes esmeraldas. E após ter permanecido a tarde inteira no quarto, preparando sua mala para o dia seguinte, ela somente percebera suas sardas naquele momento.

- Eu estou tão… diferente - murmurou ela, após a mãe ter conseguido controlar o riso. -, tive sorte de nunca ter tido sardas assim, pelo menos as que eu tinha eram quase transparentes. E de repente aparecem centenas!

- É normal, querida. - disse Amy, mexendo sua mistura no fogão com uma colher e provando-a de tempos em tempos. - As minhas apareceram muito mais aos dezesseis.

Lílian ergueu as sobrancelhas, boquiaberta. Amy sim, tivera sorte com aquelas machinhas, aparecendo somente aos dezesseis anos. As de Lílian haviam decidido apresentar-se aos seus doze anos de idade.

- Olhe pelo lado bom… estão só nas bochechas - consolou-a Amy. Aquilo era verdade. Apesar de mal reconhecer suas bochechas, pelo menos metade de seu rosto permanecera quase que intacto.

Lílian deu um muxoxo, imaginando o que aconteceria quando chegasse a Hogwarts com aquelas sardinhas.

- Onde está Petúnia? - perguntou ela, subitamente.

- Está no quarto.

Lílian subiu os degraus correndo e abriu a porta do quarto da irmã sem hesitação.

- Túnia? - disse ela, quando abriu a porta do quarto. A irmã mais velha encontrava-se num canto do quarto, escrevendo algo. Ao ouvir Lílian, ela tomou um susto e escondeu a carta rapidamente, com uma careta. - Olha o que aconteceu comigo!

Lílian imaginara que talvez mostrando à irmã algo que acontecesse com ela que fosse considerado “normal”, elas pudessem conversar. Petúnia vinha estando tão fria quanto no dia que Lílian descobrira ser uma bruxa. A garota não podia ser mais diferente de Lílian. Era mais alta, tinha olhos azuis apagados e cabelos tão loiros que quase chegavam a ser brancos. Mas seu rosto era pálido e parecia sempre carregar amargura.

- Você devia colocar algo para esconder isso! - respondeu ela, rispidamente. - Está parecendo mais aberração do que já é!

Lílian sentiu a garganta ardendo. Não de raiva. Mas de sentir o mesmo sentimento que vinha sentindo desde que um funcionário do Ministério da Magia bateu às portas de sua casa anunciando que ela era bruxa. O sentimento de perda. Ela sentia que tinha perdido Petúnia para sempre.

- Não quero colocar nada. Não irei esconder quem eu sou - disse Lílian, baixinho.

Petúnia encarou-a com desprezo e retirou a carta que escrevia debaixo de um dos cadernos em sua escrivaninha. Logo em seguida, ela lançou a carta para Lílian, que segurou o fino pedaço de papel nas mãos com certa apreensão.

- Você está tão acostumada a se entrometer na vida dos outros, Lílian. - disse Petúnia, indicando a carta nas mãos da irmã. - Então, leia.

Lílian fitava a irmã tristemente e virou os olhos para o papel. A carta era para Glória, uma das amigas mais próximas de Petúnia.

Glória,

nunca tive férias piores. Viajamos para o norte da Inglaterra no começo de julho. Meus pais, obviamente, só ficavam atrás de Lílian. Ela é a pior irmã do mundo! Uma aberração, se quer saber. Se você soubesse como ela é…

Antes que Lílian pudesse terminar de ler a carta, um estardalhaço no quarto de Petúnia foi ouvido em toda a casa. O vidro da janela de Petúnia havia simplesmente explodido em centenas de caquinhos, que caíram no quarto, como diamantes prontos para serem admirados. Petúnia gritou e se afastou o máximo possível de Lílian, que encarava toda a cena abismada.

- Mãe! Me salva! - gritava Petúnia, que havia pulado em sua cama, fugindo dos caquinhos que encontravam-se em todo o quarto. Nenhum deles havia acertado Lílian, apesar dela ter permanecido parada, bem no centro do cômodo. “Como aquilo aconteceu?”

- O que aconteceu aqui? - perguntou Amy, incrédula. - L-Lílian… você fez isso?

Lílian balançava a cabeça e olhava para as próprias mãos como se elas fossem as culpadas de tudo.

- Eu não sei o que houve… - murmurou ela, observando enquanto a mãe entrava no quarto e abraçava Petúnia que chorava desesperada.

Nesse momento, uma coruja parda e grande, entrou voando quase que na velocidade da luz no cômodo, e deixou cair uma carta nas mãos de Lílian. A garota olhava para a carta nervosa e a abriu trêmula no momento que a coruja atravessava novamente a janela quebrada de Petúnia.

Prezada Srta. Evans,

Chegou ao Ministério esta noite às 19:51, a informação do uso de magia em seu respectivo local de residência.

Já avisado planamente antes, o uso de magia por menores de idade, acarretará a expulsão de determinado aluno(a) da escola referente, caso a prática seja contínua.

Desde já, agradeço à atenção,

Atenciosamente,

Allina Cleris

Allina Cleris

Escritório de Controle do Uso Indevido de Magia

Ministério da Magia

- O que diz aí, Lílian? - indagou Amy, com a voz controlada.

- Diz que… eu não posso usar magia fora da escola - murmurou Lílian, balançando a cabeça. -, mas eu sei disso. E eu não usei.

- É claro que usou! Eu vi tudo, mamãe! - gritou Petúnia, fora de si.

Lílian balançou a cabeça, consternada demais para falar qualquer coisa e saiu do quarto da irmã, sem nem perceber que durante todo aquele tempo, ela ainda segurava a carta de Petúnia.

***

Frank relia a carta de Tiago em suas mãos sem fazer ideia do que responder. A verdade era que realmente não fazia ideia do que fazer com a situação que Tiago exemplificava na carta. No último dia de aula do quarto ano, Frank e Alice haviam se beijado. Apesar de nenhum dos dois ter percebido, Tiago naquela manhã, havia passado pela sala comunal, e vira toda a cena. Mas aquilo não importava para Frank, pois aquele fora de longe, o melhor dia de sua vida. Mas após isso, silêncio.

Alice não havia se manifestado durante todo o verão. Com a promessa de que falaria com Caius o que ocorrera na manhã da partida de Hogwarts, Alice entrou no trem e Frank não havia mais falado nem a visto desde então. A situação era a mesma com Caius.

- Frank, levante-se já dessa cama, seu preguiçoso! - esganiçou sua mãe, no andar debaixo.

Frank revirou os olhos, rindo. Augusta era com certeza aquela considerada durona por todos, mas lá no fundo tinha um coração de ouro. Mesmo que às vezes ela perseguisse seu próprio filho com uma vassoura na mão.

- Eu não estou deitado, mãe! Eu recebi uma carta!

- Onde está a palha? - gritou ela, de volta.

Frank balançou a cabeça com um sorrisinho e desceu as escadas, encontrando-a na cozinha costurando suas vestes rasgadas de Hogwarts. Ele era bastante parecido com ela. As mesmas feições faciais, o mesmo sorriso. Diziam que Frank havia herdado tudo da mãe.

- Eu recebi uma carta do Tiago - corrigiu ele, balançando o pergaminho nas suas mãos.

- Ah… sim, o que diz? - disse ela, distraída.

- Ele sabe de algo que eu fiz. Quero dizer, ele viu - contou Frank, sentindo seu rosto enrubescer.

A mãe parou na mesma hora, largando as vestes da Grifinória na poltrona da sala e encarando o filho desconfiada.

- O que aconteceu, meu filho? - perguntou ela. - Estourou uma privada de Hogwarts? Roubou livros da biblioteca? Soltou gases onde não devia…?

- Mãe, não! - exclamou Frank, vermelho de vergonha. - É algo com… Alice.

A mãe ergueu as sobrancelhas e fixou seus olhos na carta na mão do filho. Antes que Frank pudesse sequer segurar o pedaço de pergaminho firmemente, a mãe já estava com ele nas mãos, devido ao feitiço conjurado.

- Não! Não leia! - esganiçou Frank, desesperado.

Todavia Augusta já lia toda a carta do filho sem nem sequer hesitar. Seus olhos corriam por todas as linhas do pergaminho, como se ali contivesse todos os pensamentos e segredos que jamais havia descoberto de Frank.

- Você está lascado, meu filho! - exclamou ela, quando tirou os olhos da carta e fixou seu olhar em Frank. - O que você fez? Pensei que você e Alice fossem só amigos. Tudo bem que ela sempre gostou de você e…

- Como você sabe que Alice sempre gostou de mim? - questionou Frank, incrédulo.

Augusta o encarou como se ele fosse o ser menos inteligente do planeta.

- Ora, só você era um pateta para não perceber! - respondeu a mãe, devolvendo a carta para o filho. - E ela tem namorado agora! O que estava pensando?

- Hum… bem eu não pensei muito na hora, se você me entende... - começou Frank, sentindo seu rosto enrubescer ainda mais, porém Augusta na mesma hora o deu uma panelada no braço. Frank protestou contrariado. - Muito obrigado, mãe!

- Vocês se falaram durante as férias? - indagou Augusta, interessada, ignorando o comentário do filho.

- Ãh… não - respondeu Frank, esfregando o braço dolorido. -, na verdade não.

- E o que você está esperando? Por que não vai atrás dela? - questionou Augusta, com os olhos arregalados.

- Mãe, eu não sei o que aconteceu com ela… nós sempre trocamos cartas nas férias. Mas ela simplesmente me ignorou durante todo esse tempo. A senhora está dizendo que eu devo ir atrás dela?

- Ora, você é um Longbottom ou não? - disse Augusta, com um semblante convencido. - Se já aconteceu, nós não fugimos! Nós enfrentamos.

Frank analisava as últimas palavras da mãe, surpreso. Metade do que Augusta falava eram críticas ao garoto, mas muitas vezes ela tinha sabedoria em suas palavras.

- Então está dizendo que eu deveria “correr” atrás dela?

- Suas palavras, não minhas - replicou Augusta, sentando-se novamente na poltrona e catando as agulhas para terminar a costura das vestes do filho.

Frank a encarou por mais alguns segundos, completamente concentrado. Estaria a mãe certa? Ele deveria tentar algo com Alice, mesmo que Caius ainda gostasse dela, sendo ao mesmo tempo seu melhor amigo? Mas provavelmente Alice havia contado tudo o que acontecera entre os dois para Caius na partida de Hogwarts do último período letivo. A resposta estava bem à sua frente e fora preciso a própria mãe de Frank para que ele percebesse. Ele conhecia seus sentimentos. Sabia o que sentia por Alice. Então ele não iria mais fugir. Iria enfrentar.

***

Tiago examinava seu prato de comida ainda cheio, não conseguindo se lembrar de qual era a sensação de estar com fome. Talvez pudesse mandar uma carta ao Pedro, requerendo a ajuda do amigo naquela situação. Ele se sentia verde, como se pudesse vomitar a qualquer instante. Tudo se deveu ao incidente com o camundongo.

- Tiago, você mal tocou em sua comida - disse Dorea, assustando tanto o filho que este pulou da cadeira ainda sentindo o rabo do pequeno animal em seu pescoço.

- Mãe! - exclamou Tiago, contrariado. Ele se balançava todo na cadeira, checando se o seu corpo estava bem longe daquele ratinho que encontraram escondido no armário do porão daquela imensa mansão que os Potter moravam.

- Eu não acredito que você ainda está com medo daquele ratinho! - exclamou Dorea, como se o filho tivesse dois anos de idade.

- Eu não estou com medo! Só me deixou um pouco… hum… aborrecido, o fato da minha mãe ter me chamado para ajudá-la com “as vestes da escola” que, coincidentemente estavam no porão, e ao invés disso, a minha cabeça ter recebido um rato de presente antecipado pelo fato de eu estar retornando a Hogwarts!

- Querido, como eu iria saber que as suas vestes estavam no mesmo armário que aquele ratinho?

Tiago levantou a cabeça, pálido como cera.

- Estavam? - indagou ele, empurrando o prato para longe dele e se levantando para pegar um copo de suco de abóbora, sentindo que poderia botar naquele momento qualquer coisa que existisse em seu estômago, para fora.

Dorea segurava-se para não rir e nesse instante, uma batida na porta ecoou pelos corredores da mansão. A mãe se dirigiu para a porta com um sorriso estampado no rosto. Tiago sempre a via assim quando o pai chegava. De algum jeito, onde Charlus estava, Dorea também estava, mas esta sempre carregava um sorriso no rosto, como se este se acendesse de uma hora para a outra.

- Charlus? - perguntou ela, já abrindo a porta.

- Pode apostar! - disse ele, entrando na casa com um sorriso radiante. Charlus beijou a esposa e tombou numa das cadeiras da mesa da sala, onde Tiago estava apoiado bebendo um enorme copo de suco de abóbora. - Tiago! Você… está com sede, hein?

Tiago fez um sinal positivo para o pai e encheu ainda mais o copo, ainda pensando em suas vestes ao lado de um rato durante todo o verão.

- Tiago teve algumas complicações hoje… - explicou Dorea, acariciando a cabeça do filho, fazendo-o pular mais uma vez.

- Nem me falem… - começou Charlus, enterrando o rosto nas mãos, como ele sempre fazia quando ia contar alguma história frustrante. - consegui capturar dois encrenqueiros hoje e eu os teria entregue direto para o Ministério, se não fosse pelo Fudge, aquele inútil! Mandei-o ficar de olho nos dois por um minuto, somente para que eu pudesse ter tempo de contatar o chefe do Departamento dos Aurores. Mas no minuto seguinte, puft! Fudge os deixou escapar! Aquele lá só serve para esportes mesmo, e nem tenho certeza se mesmo naquilo ele é realmente bom.

Dorea massageou os ombros do marido, tentando consolá-lo. Cornélio Fudge trabalhava no ministério, juntamente com Charlus, porém no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Charlus vivia em constante conflito com o homem, que de acordo com o que Tiago havia entendido, era simplesmente um idiota.

- Além disso, no final do expediente, recebi a notícia de que alunos da mesma idade que Tiago, continuam usando magia em casa. Allina Cleris, lembra-se dela, querida?

- Ah… vocês namoraram por alguns meses em Hogwarts, não é? - disse Dorea um pouco irritada, massageando os ombros do marido dez vezes mais forte.

- Hum… sim. Ela me informou da atividade de magia que receberam mais cedo hoje. Uma nascida-trouxa. - informou Charlus, segurando a mão da esposa. - Lílian Evans, se não me falha a memória.

Nesse instante, Tiago simplesmente cuspiu todo o suco de abóbora que estava em sua boca em cima dos pais, deixando o copo cair logo em seguida. Ele estava tão incrédulo que podiam tê-lo derrubado naquele segundo que ele não teria acreditado no fato.

- O que acabou de acontecer aqui? - disse Charlus, lentamente. Os pais estavam completamente paralisados, esperando uma explicação por parte do filho.

Tiago cobriu a boca com as mãos, rezando para que sua explicação fosse razoável.

- Hum… eu juro que senti o rabo daquele rato estúpido no meu suco - respondeu ele, vermelho de vergonha.

- E você decide jogar esse rabo em nós?! - gritou Dorea, acenando a varinha para si mesma freneticamente e “aspirando” o suco que o filho acabara de cuspir neles.

- Calma, Dorea… foi só uma… brincadeira - disse Charlus, tentando acalmá-la ao mesmo tempo que limpava suas vestes do Ministério. -, mas Tiago, se fizer isso de novo, acabará sem vassoura esse ano.

- O quê? - esganiçou Tiago. - Amanhã eu volto para Hogwarts e até agora, nada de vassouras!

- E foi bem feito! - retrucou Dorea, jogando um pano de cozinha no filho.

Tiago franziu as sobrancelhas, agarrando o pano como se fosse um brinquedo de uma criança.

- Aí? - disse ele, irritando a mãe ainda mais.

- Podemos voltar à nossa conversa de antes desse… incidente? - sugeriu Charlus, antes que Dorea pudesse responder o filho. - Estávamos falando de como alguns alunos agem hoje em dia.

- Ah… claro, como pode perceber Charlus, eles agem pessimamente! - exclamou Dorea, indicando Tiago.

- Então, filho - continuou Charlus, ignorando o comentário da esposa. -, você conhece essa… nascida-trouxa?

Tiago sentiu seu rosto esquentar e virou-se de costas para os pais, deixando o pano jogado há poucos segundos atrás pela mãe, num canto qualquer, para não encarar Charlus e Dorea.

- Hum… ela é da Grifinória também - começou Tiago, rodando a gigantesca sala dos Potter, disfarçadamente. -, mas eu não a conheço bem, sabem.

- Eu já ouvi esse nome antes… - murmurou a mãe de Tiago, batucando levemente os dedos na mesa. Tiago sentiu a cor de seu rosto mudar drasticamente de um segundo para o outro de vermelho para branco. Ele se esquecera do fato de que os pais estavam cientes do que havia acontecido no último ano de Hogwarts, com a invasão de Tom Riddle e com o fato de que Tiago e Lílian Evans estavam na sala de Dumbledore naquela noite.

- Ah… sim! Não é um nome muito original, não é? Quero dizer… Lílian Evans. - disse Tiago, sentando-se na mesa e batucando-a, ainda tentando disfarçar a vermelhidão de seu rosto o máximo possível. - Você não tem uma amiga com um nome parecido mãe? Aquela que trabalha com você no Ministério…

- Ah… você quer dizer a Yane Tribul?

Tiago engoliu em seco e apoiou a cabeça nas mãos.

- Hum… viu só? É quase Lílian Evans! - disse ele, com um sorrisinho amarelo estampado no rosto. - Mas de qualquer jeito, essa garota não parece ser do tipo que usa magia fora da escola.

- Ela usou! Allina disse que houve a explosão de uma janela! - contou Charlus, levantando-se da cadeira onde estava sentado e rumando para um gigantesco armário que ficava num canto da sala.

- Mas… dizem que ela é bem… chatinha com essas coisas de regras, sabem? - continuou Tiago, enrolando os pais o máximo possível e ao mesmo tempo tentando descobrir algo mais sobre o que acontecera. - Acho difícil ela ter… usado magia fora da escola.

- Essas coisas de regras? - esganiçou Dorea, aproximando-se ameaçadoramente do filho. - Então quer dizer que você não dá a mínima para elas?

Tiago fez uma careta e recuou um passo para longe da mãe, enquanto o pai mantinha-se ocupado com o armário da sala.

- Sabe… não é como se eu não desse a mínima, é mais como se eu… tentasse mostrar de um jeito delicado que elas não são tão importantes assim - explicou Tiago, recuando ainda mais

Dorea parou nesse instante, bem no centro da sala e virou-se para Charlus. Tiago suspirou aliviado. Não era muito comum a mãe desistir tão facilmente de uma discussão com o filho. Ainda mais uma envolvendo regras da escola.

- Charlus, querido? - chamou ela levemente, cruzando os braços. - Acho melhor esquecermos essa surpresinha do Tiago. Talvez ele não esteja merecendo.

Tiago ergueu as sobrancelhas confuso e tentou visualizar algo escondido pelas costas do pai.

- O que você quer dizer, mamãe? - perguntou Tiago, aproximando-se de Dorea com um sorriso gentil que todos duvidariam que pertencia a ele. - Hum… sabe, você é demais, mãe! Agora... que surpresa é essa?

- Essa coisinha linda aqui! - exclamou Charlus, puxando de dentro do armário uma vassoura tão nova e tão bonita que reluzia com a luz da sala. Tiago fitou o objeto como se fosse desmaiar a qualquer momento. - Uma Nimbus 1000! A melhor vassoura já inventada até agora!

Tiago deu um passo em falso com as mãos esticadas em direção ao novo presente e tropeçou na mesa, caindo logo em seguida. Mas no segundo seguinte, o garoto já estava em pé, correndo em direção ao pai e lhe dando um rápido abraço antes de quase agarrar a vassoura das mãos de Charlus.

- Eu não acredito… eu não acredito - murmurava ele, enquanto subia na Nimbus 1000, pronto para testar o presente.

- Não está esquecendo algo, Tiago? - questionou Dorea, ainda com os braços cruzados de desaprovação.

- Ah, claro. Pai, tem um pomo de ouro em algum lugar para eu testar...? - começou ele, percebendo tarde demais o que a mãe queria dizer. Ele desceu da vassoura com um sorrisinho convencido estampado no rosto e deu mais um gigantesco abraço no pai.

- Não agradeça a mim. - disse Charlus, quando eles se afastaram. - Foi a sua mãe que comprou.

Tiago franziu a testa, como se não tivesse entendido direito e virou a cabeça para encarar a mãe, que continha um semblante convencido como o do filho.

- Hum… sério? - perguntou Tiago, aproximando-se da mãe.

- Não - respondeu Dorea, rindo e abraçando-o. -, mas se vale alguma coisa, eu permiti a entrada do objeto em nossa casa.

Tiago se afastou da mãe com um sorrisinho maroto, ainda incrédulo com tudo o que estava acontecendo e agarrou novamente a vassoura, pulando nesta e voando por toda a sala numa questão de segundos. Mas nesses mesmos segundos, Tiago chocou-se contra o lustre, fazendo com que este balançasse de modo ameaçador, levando Dorea aos gritos e Charlus aos risos.







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Notas finais do capítulo

Gostaram?? :))