Hogwarts, Uma História escrita por they call me hell


Capítulo 4
A Criação de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Foi necessária uma grande pesquisa para escrever esse capítulo, visto que existem poucos detalhes sobre o real começo de Hogwarts nos livros e até mesmo nos textos extras do Pottermore; ainda assim, espero que gostem. Aproveito para esclarecer que essa fanfic é feita com base em todos os fatos canônicos que estou conseguindo encontrar e que as lacunas restantes entre esses fatos serão preenchidos com acontecimentos da minha autoria. Boa leitura!



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A CRIAÇÃO DE HOGWARTS

 

A Hogwarts que hoje conhecemos foi fundada em 990 por quatro célebres bruxos de seu tempo: Godric Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Cada um deles, com suas idéias inovadoras e revolucionárias para a época, representa claramente um pouco de todo o espírito da escola de magia e bruxaria. É impossível não perceber a aura alegre e prestativa dos lufanos; a inteligência e beleza dos corvinos; a coragem e lealdade dos grifanos; ou a astúcia e nobreza dos sonserinos. Muito além de seus alunos e áreas comunais, os fundadores de Hogwarts deixaram marcas profundas no castelo e nas tradições de Hogwarts, é claro. Não é preciso ser muito observador para reparar as sutis referências existentes nos adornos da construção, no sistema de ensino, nos cômodos que compõem o castelo e, até mesmo, na sua história ao longo dos anos seguintes.

 

Para sua criação, o primeiro passo que tomaram após os longos debates à respeito do funcionamento da instituição e a escolha de seu local, foi, talvez, a parte mais difícil de todo o processo: firmar o castelo que hoje mantém-se imponente mesmo com o passar do tempo e sua destruição parcial após a Segunda Guerra Bruxa. De fato, a construção de Hogwarts não foi um processo simples, tampouco rápido. Em uma época onde as pequenas casas, mesmo de bruxos, eram construídas com as próprias mãos, utilizando utensílios e materiais simples, a escola inovou mais uma vez por tratar-se de um castelo de pedra polida erguido com uso de magia. Segundo o quadro de Ludwig Goldstein próximo à entrada da área comum da Corvinal, o processo de construção foi “exaustivo, mas profundamente gratificante após a sua conclusão”. Goldstein, um dos bruxos que se voluntariaram para participar desse marco histórico, narra que muitos bruxos e bruxas fizeram parte da construção física de Hogwarts, agregando ao projeto do castelo um misto de idéias tão eclético e livre, além de visivelmente criativo, que explica por si só o quão surpreendente o castelo pode ser. O diretor Albus Dumbledore, que dedicou mais de oitenta anos da sua vida à escola, afirmava desconhecer por completo a sua ampla estrutura. Assim, não seria errado supor que cada um dos bruxos responsáveis pela construção de Hogwarts contribuiu também com suas idéias próprias, acrescentando locais curiosos, como a Sala Precisa, infelizmente destruída.

 

Engana-se, porém, quem imagina que as únicas dificuldades existentes residiam nas peculiaridades da construção e a divisão da gestão interna. Logo de início, seus fundadores precisaram lidar com a resistência da maioria dos bruxos quanto à criação de algo que quebrasse suas tradições centenárias e afastasse suas crianças por longos meses. Apesar dos benefícios existentes em poder desenvolver seus conhecimentos em um local seguro, com maiores recursos e sob a tutela de quatro grandes bruxos de renome, as primeiras turmas de Hogwarts possuíam pouco mais do que uma ou duas dezenas de alunos. A cada início de férias ou conclusão de ano letivo, porém, as histórias contadas por essas crianças e adolescentes pareciam ser capazes de aguçar a curiosidade de suas vilas inteiras, aumentando gradativamente o número de incentivadores e céticos. Antes de firmar-se como uma instituição respeitada, Hogwarts muitas vezes foi alvo de desconfianças, críticas e ataques indiretos. Em um deles, conta Batilda Bagshot, parte da Floresta Proibida foi incendiada, causando um imenso tumulto e a invasão das terras da escola por espécies mágicas como centauros e até mesmo mortalhas que residiam em suas profundezas.

 

É em uma pequena torre trancada no ponto mais alto e recluso do castelo que encontramos a mais completa fonte de informações sobre o real primeiro ano letivo de Hogwarts após a conclusão do seu castelo. Guardado por feitiços antigos, mas muito eficazes, estão ali o  Livro de Admissão e a Pena da Aceitação, ambos itens que perteceram e assim foram batizados por Rowena Ravenclaw. Como se pode imaginar, o livro encadernado com couro de dragão traz consigo o histórico completo de alunos selecionados para ingressar na instituição desde o início dos tempos. Nenhum aluno é admitido nas terras da escola - até os dias atuais - sem antes ter o seu nome escrito ali e, ao contrário do que muitos pensam, um encantamento poderoso criado pela própria fundadora da Corvinal torna a triagem de alunos um processo independente da interferência humana. Aqueles que já o viram em funcionamento, como Minerva McGonagall que nos deu seu precioso relato, dizem que no momento em que uma criança exibe pela primeira vez sinais de magia, a Pena da Aceitação - que dizem ter sido obtida de um Agoureiro e, portanto, repele tinta, causando a indagação sobre o que realmente é utilizado como tal - deixa seu tinteiro e escreve o nome do futuro aluno sobre a página do Livro de Admissão que representa o ano em que esse aluno deve receber a sua carta. É preciso destacar, ainda, que tanto a Pena quanto o Livro são independentes um do outro, como observado durante a inscrição de Neville Longbottom. Por muitos anos, conforme nos narra o próprio bruxo, sua família esteve certa de que ele era um aborto e, surpreendentemente, o próprio Livro teve suas dúvidas por algum tempo, negando-se a permitir que a Pena escrevesse o nome do aluno em suas páginas na primeira tentativa. Apenas quando Longbottom inacreditavelmente sobreviveu a uma queda fatal que deveria tê-lo morto, é que o Livro aceitou receber seu nome.

 

Não menos importante ou admirável que a colaboração de Rowena Ravenclaw na fundação de Hogwarts, a criação do Chapéu Seletor também nos encanta até hoje. Inicialmente um item comum sem qualquer habilidade mágica, pertenceu a Godric Gryffindor e por ele foi doado com o propósito de cuidar da tarefa de selecionar os alunos para cada uma das quatro casas de Hogwarts após a morte de seus fundadores. Com um rasgo próximo a sua borda que o permite falar e domínio completo da Legilimência, o Chapéu Seletor consegue ler - e até mesmo responder - a mente daqueles que o colocam sobre a cabeça, utilizando de seus pensamentos e memórias para fazer uma análise do perfil do aluno antes de enquadrá-lo naquela que será a sua moradia no castelo durante os anos futuros, a partir das características desejadas por cada fundador que ele recebeu. Assim, como muitos alunos se sentem às vezes pressionados por suas famílias a pertencer à uma Casa específica e firmam essa decisão em suas mentes, o Seletor já tomou algumas decisões errôneas. Não que ele as admita. Ao contrário do que se pode pensar, porém, o processo de seleção não é tão simples. Entre as inúmeras características confusas presentes nas mentes juvenis ainda aguardando o tempo de amadurecer, é dever do Chapéu procurar fortes sinais de coragem, inteligência, gentileza e engenhosidade, entre outros. Existem alunos que parecem perfeitamente adequados para uma Casa específica, porém, outros causam uma grande dúvida. A seleção mais longa da história de Hogwarts foi a de ninguém menos que Minerva McGonagall, conforme relatórios do próprio Seletor, que precisou de cinco minutos e meio para decidir colocá-la na Grifinória ao invés da Corvinal. Já a mais rápida foi a de Abraxas Malfoy, selecionado em sete segundos devido ao seu notável desejo de grandeza e a desenvoltura para tal.

 

Há ainda mais um item espetacular creditado a um fundador de Hogwarts: a penseira. Por mais que muitos digam que foi achada semi-enterrada no local escolhido para se erguer o castelo, fortes evidências apontam que o utensílio pertenceu inicialmente a Salazar Slytherin, tratando-se de uma espécie de grande jarro incrustado de pedras preciosas que recebeu feitiços poderosos do seu criador, tornando-se capaz de armazenar e ilustrar pensamentos ali guardados, permitindo que quem os assista possa locomover-se dentro dessas memórias como se as estivesse vivendo no momento presente. Por mais que seja, no geral, um objeto tido como profundamente particular, a penseira de Hogwarts é, na verdade, um acervo muito interessante que contém as impressões dos seus diretores ao longo dos anos. Dessa forma, foi Minerva McGonagall quem gentilmente cedeu a oportunidade de incluirmos algumas histórias nesse livro com a ajuda desse objeto impressionante.

 

É, por fim, da autoria de Helga Hufflepuff o impressionante feitiço que transforma o teto do Salão Principal de Hogwarts, permitindo que possamos ver como se encontra o céu do lado de fora ao olharmos para ele. Com base em um feitiço dos primórdios da magia, passado de geração a geração em sua família desde a sua escrita rúnica em um período distante, a fundadora da Lufa-Lufa afirma com satisfação que as reações estupefatas dos alunos ao ver o lugar pela primeira vez o torna a sua melhor contribuição para a escola. E não a única, já que o feitiço que liga as mesas na cozinha do castelo às do Salão também foi feito pela sua varinha, deixando suficientemente claro que Hogwarts foi idealizado por mentes fascinantes. E quem sabe que outros mistérios não estão ali escondidos?

 

Com sete andares, quarenta e duas escadarias móveis, vinte e três torres, incontáveis porões, masmorras, falsas portas e salas secretas, além das áreas externas, Hogwarts é considerada por muitos como um grande labirinto a ser explorado. E uma bruxa já ousou tentar mapeá-lo por completo. Elizabeth McCrown possui uma grande homenagem na Sala dos Troféus por ter utilizado os momentos vagos em seus quatro primeiros anos letivos para aventurar-se pelo máximo de locais possíveis dentro e fora do castelo, uma tarefa que foi passada a diante na sua família pelas próximas gerações, ocasionando descobertas incríveis. A principal delas, sem dúvida, foi a descoberta da Sala Precisa no inverno de 1215, quando a aluna adentrou em um cômodo exatamente igual à sala de jantar da sua casa, na qual estivera pensando sobre ao abrir a porta. Segundo remanescentes da família que guardam até hoje o seu precioso diário dos tempos de estudo, a jovem corvina foi capaz de identificar e descrever mais de cem locais distintos, interrompendo suas buscas após - segundo escritos da mesma - passar três dias perdida em um falso corredor próximo ao banheiro dos monitores no quinto andar, antes de ser encontrada pelo zelador Mortimer Edward Hudson. Isso, é claro, apenas ilustra o quão pouco sabemos sobre Hogwarts e quantas histórias estão ocultas ali dentro, apenas aguardando pelo dia em que alguém as descubra.

 

A existência de um lugar como o falso corredor descrito por McCrown e até mesmo as masmorras causa em muitos a indagação sobre o que realmente pode existir e acontecer dentro do castelo. Segundo Molly Weasley, o zelador durante os seus anos em Hogwarts - Apollyon Pringle - gostava de aplicar castigos corporais nos alunos que apanhava fora da cama após o toque de recolher, muitas vezes pendurando-os pelos tornozelos no teto com o uso de correntes. Teria isso sido um hábito comum na época da criação da escola, justificando a existência deste tipo de local no castelo? Por mais que não sejamos capazes de atestá-lo com certeza absoluta, há quem diga que Salazar Slytherin defendia com convicção a utilização de repreensões similares. Seu quadro não quis se pronunciar à respeito.

 

Mas além de alunos e professores, é importante notar que Hogwarts também possui fantásticos seres mágicos em suas terras como, por exemplo, os elfos. Poucos sabem, mas a origem desses pequenos trabalhadores nas terras da escola se iniciou do costume que as famílias possuíam no passado de os enviar junto aos seus filhos, visando garantir a segurança dos mesmos. Hoje pode parecer estranho pensar que os elfos que habitam e cuidam das cozinhas do castelo sejam decendentes daqueles que chegaram ali com o dever de proteger as crianças que se ausentariam de seus lares por um grande período de tempo, porém, a verdade é que muitos gostaram tanto do local que ali permaneceram, uma vez libertos dos seus donos ou incubidos por eles de cuidar das gerações seguintes que viriam. O mais antigo elfo de Hogwarts, Gruber, nega-se a informar sua idade, mas é visível que possui muito além de meio século de serventia ao castelo, pertencendo a uma geração de elfos que ali reside desde a chegada do primeiro deles junto aos ancestrais de Bartemius Crouch Senior, antigo chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia de Londres.

 

São todas essas figuras - entre muitas outras que falaremos ao longo desse volume - que compõem o extenso mosaico que representa a real essência de Hogwarts. Com todas as suas fantásticas histórias e detalhes arquitetônicos, a escola de magia e bruxaria sempre será capaz de nos surpreender com novas descobertas. Afinal, trata-se de um castelo com vida própria, como você entenderá em breve.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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