Coliseu escrita por Bela Escritora


Capítulo 17
17 - Hazel Levesque


Notas iniciais do capítulo

HEY-YO!

Olha só quem voltou mais cedo?! Sim! Euzinha!

Deixei vocês por quase uma semana sofrendo com aquele final nada conclusivo, não é mesmo? Bom, aqui está a continuação!

Nossa! Mas o que houve para eu postar esse capítulo tão rápido? Desceu algum anjo do céu e me intimou a fazer isso?

CLARO!
Que não.

Eu só tive um ótimo surto de inspiração depois que consegui decidir como prosseguir com o capítulo anterior. Geralmente é assim que acontece comigo. Escrevo dois, três capítulos e aí: PAN! (efeito sonoro do windows XP, usem a imaginação de vocês) Travo. POR ISSO, esperem um bloqueio criativo seguido de um hiato muito em breve.

Sem mais delongas, desejo a todos uma ótima leitura!

PS.: Leiam as notas finais porque hoje tem vocabulário novo pra vocês. ;)



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Eu não conseguia decidir o que era mais difícil: assistir ao massacre proporcionado pelos animais no Coliseu, ou me manter escondida de Frank usando a Névoa. Ele parecia tão aterrorizado. Era quase como se tivesse visto um fantasma... Bom... Talvez aparecer para ele e desaparecer logo em seguida não tenha passado a impressão que eu esperava.

Encolhi-me contra a parede, evitando um leão enfurecido que fugia de outro leão depois que ambos haviam disputado um cadáver. Meus deuses, como eu conseguia pensar nisso com tanta naturalidade? Era uma pessoa que jazia ali, dilacerada, sendo devorada por uma fera, e não um veado ou um javali!

Busquei Frank em meio à confusão. Esperava encontrá-lo altivo e incrível, como sempre o via durante as batalhas, e não esticado no chão, sangrando e sendo arrastado por um tigre. Senti o pânico se instaurar sobre mim e tive que lutar para manter o disfarce da névoa. De que me adiantaria ter passados meses treinando com Hecate e suas sacerdotisas se não conseguia nem manter as minhas emoções separadas do meu poder e sobre controle?

Respirei fundo e mudei o meu disfarce: ao invés de invisível, agora eu era um leão. Caminhei com tranquilidade através da arena, sabendo que as chances de alguém naquele Coliseu ser capaz de ver através da magia eram ínfimas. Fui em direção à besta, ouvindo apenas os meus batimentos cardíacos. Minha respiração estava acelerada e eu tremia de medo, mas eu precisava fazer isso. Se não, Frank... Não podia deixá-lo morrer. Não naquele lugar horrível.

O tigre percebeu a minha aproximação e ergueu os olhos para mim, largando o garoto no chão. Ouvi-o soltar um gemido de dor e vi quando tentou rolar para o lado, sendo detido pela enorme pata do felino e seu rosnado de raiva. Continuei caminhando. Já tinha conseguido que ele soltasse o general, agora precisava afastá-lo dali. Talvez se eu...

Coloquei o plano em prática conforme ele se formava em minha cabeça. Tornei a mudar a magia que me envolvia, ficando invisível. O animal se retesou todo, eriçando os pelos e colocando as orelhas para trás enquanto rosnava. Estava com medo. Eu acabara de desaparecer diante de seus olhos. Tomando cuidado para não fazer barulho, me aproximei de Frank e me abaixei ao seu lado, tomando posição. Assim que a fera se voltou para sua presa, voltei para meu disfarce de leão. Dando um pulo para trás, ela soltou um rugido de medo e fúria e disparou para longe.

Exausta, permiti que a magia se desfizesse. Não podia me permitir a gastar toda a minha energia ou não conseguiria me proteger depois. Ao meu lado, o garoto se remexeu, soltando vários gemidos de dor. Seu rosto possuía três cortes paralelos na diagonal que podiam muito bem tê-lo cegado e, além da mordida no ombro, seu tronco apresentava diversos hematomas e cortes.

— Pelos deuses, Frank! - sussurrei me inclinando sobre ele - O que houve com você?

— Hazel... - ouvi-o murmurar em resposta, semi-consciente - Que bom te ver... De novo...

Ele tentou erguer um dos braços, mas acabou contraindo o rosto em uma careta de agonia.

— Frank... - minha voz travou na garganta. Estava perdendo ele - Não me deixe...

Ele conseguiu rir, mesmo estando todo machucado e com o rosto dilacerado, ele conseguiu sorrir para mim.

— Como eu... Posso te deixar se... Já estou morto? - ele perguntou com dificuldade.

— Você não está morto, Frank. - respondi, envolvendo seu rosto em minhas mãos - Você está vivo! E eu também! Por favor... Fique comigo.

Silêncio. Se meus dedos não estivessem encostando em seu pescoço e sentindo sua pulsação fraca, acharia que estava morto. Silenciosamente, comecei a rezar para o meu pai para que não o tirasse de mim. Não era justo me dar a chance de revê-lo apenas para matá-lo diante dos meus olhos! Que tipo de pai faria isso com o próprio filho? E Marte? Onde estava o deus da guerra para proteger Frank durante o combate? O que estava acontecendo com os deuses afinal?! Uma sombra cruzou os meus pensamentos e eu senti o meu sangue gelar da mesma forma que eu sentira quando aquele germânico me empalara na ponta da sua espada. Será que os deuses estavam... Morrendo?

A mão de Frank se enlaçando com a minha afastou todos esses pensamentos mórbidos.

— Você é... Real? - ele soava surpreso, seu polegar correndo pelas costas da minha mão como se tentasse encontrar ali algo que lhe provasse equivocado.

Senti lágrimas subirem aos olhos e não consegui me conter. Beijei-o com toda a paixão que não me fora permitida demonstrar ao longo dos meus meses de treinamento. Deixei toda a saudade que eu sentira se extravasar nesse único gesto. E ele retribuiu. De repente percebi o quanto precisava daquilo.

— É óbvio que eu sou real, Frank. - respondi, emocionada, limpando as minhas lágrimas que haviam caído em seu rosto.

— Você está viva...! - ele murmurou tentando se levantar - Mas... Como? Eu... Eu vi você morrer... Eu...

Fiz um gesto para que ele se silenciasse e observei seus olhos confusos.

— Agora não dá para eu te explicar. - respondi - Mas eu prometo que, assim que sairmos daqui, eu vou...

Um grito de surpresa escapou dos meus lábios quando uma mão agarrou os meus cabelos e puxou a minha cabeça para trás, me forçando a ficar de pé.

— HAZEL!!! - gritou Frank, fazendo uma careta de dor logo em seguida. Finalmente entendi o que havia de errado com ele. De alguma maneira, conseguira quebrar as costelas.

— Me larga! - bradei, lutando contra a mão que me segurava. O toque frio de uma superfície metálica contra o meu corpo indicava que eu estava lidando com um soldado.

— Largar você? - soou uma voz azeda atrás de mim - E por que eu deveria, venefica? As ordens do imperador são claras. Sem sobreviventes. Se as feras não te mataram, - ele desembainhou sua espada e colocou a lâmina contra a minha garganta - nós terminamos o serviço.

Não tive tempo de reagir. Antes mesmo que eu pudesse pensar no que fazer, uma águia mergulhara na direção do rosto do soldado, rasgando-lhe os olhos com as garras. Com um berro de surpresa e dor, o homem largou a espada no chão e soltou os meus cabelos, levando as mãos para cobrir o ferimento enquanto caminhava para trás. O animal se metamorfoseou em um tigre no meio do ar, caindo pesadamente sobre o homem, enterrando dentes e garras em sua garganta.

Uma mão apertou meu coração com força. Frank... O que você tinha feito? Eu era capaz de sair daquela situação sozinha... Mas ele não fazia ideia disso. Droga, ele não sabia nem porque aquele homem me chamara de venefica! Para ele eu ainda era aquela cavaleira legionária muito nova para a guerra e que acabara morta por um soldado germânico. Para ter certeza de que não me perderia de novo, ele faria qualquer coisa, inclusive quebrar a única promessa que o mantivera vivo até hoje.

Não tive tempo para lidar com a minha consciência pesada. Por um dos portões da arena emergiram sete soldados fortemente armados com escudos retangulares, lanças e espadas. Fiz a minha melhor cara de pânico enquanto tentava criar uma ilusão descente o suficiente para enganar aqueles caras. Uma garotinha indefesa, segurando uma espada sem saber como brandi-la. Tinha melhor disfarce do que aquele para soldados sedentos de sangue?

Peguei a arma aos meus pés com firmeza, ciente de que os guardas avançavam para a minha ilusão. Atrás de mim ainda podia ouvir o tigre de Frank lutando com o soldado. Seus ferimentos provavelmente o estavam atrapalhando, mas não tinha nada que eu podia fazer no momento para ajudá-lo. Depois que eu tivesse me livrado daquele bando de carniceiros? Com toda a certeza.

Flanqueei o grupo, tomando o maior cuidado para não fazer barulho ao caminhar sobre a areia. A manipulação da névoa se resumia a criar algo que a pessoa esperava ver. Qualquer ilusão pode ser quebrada pelo próprio iludido sem requerer muito esforço. Se ele suspeitar de alguma coisa, ouvir algo fora de hora ou no lugar errado, todo o disfarce vai pelos ares e o ilusionista se ferra feio. É claro que miragens mais ousadas podiam ser feitas, mas elas requeriam uma grande quantidade de energia, coisa que eu não tinha no momento, então teria que me manter com o básico.

Estava atrás dos soldados agora. Por entre seus corpos, vi Frank finalmente terminar com o homem que me ameaçara e se afastar dele com o focinho pingando sangue, olhando de forma ameaçadora para os homens que avançavam na direção dele e da minha ilusão. Seus olhos encontraram os meus e eu soube que ele não caíra na magia da névoa, o que era bom, assim ele não teria que se preocupar comigo.

Um rosnado profundo escapou de sua garganta e eu observei seus músculos se esticarem e comprimirem e seus ossos mudarem de formato e posição. Antes ele era um tigre, agora tomara a forma de um enorme elefante. Mordi os lábios para conter um palavrão. Se ele continuasse a fazer essas transformações acabaria esgotado e, muito provavelmente, morto. Os soldados recuaram, murmurando pragas em latim e mudando sua formação para atacar a enorme besta em que o meu namorado se transformara. Agora era a hora de atacar.

Atravessei o soldado mais próximo com a espada que eu carregava, tomando o cuidado para atingi-lo onde a armadura não o protegia. Senti o sangue espirrar em mim quando puxei a arma para fora do ferimento e logo me apressei a enterrar a lâmina até o cabo na lateral do corpo do outro guarda. Com um grito de surpresa, ele desabou e eu firmei seu corpo com um dos pés para recuperar o gládio.

Surpresos e na defensiva, os homens restantes se viraram para me olhar e eu não pude evitar um sorriso. Adorava as expressões de confusão que as pessoas faziam quando eu quebrava as ilusões.

Venefica! - bradou um deles, aterrorizado.

A palavra ofendeu mais a Frank do que a mim, pois mal o homem fechou a boca, foi lançado de cabeça contra a parede, que ganhou um borrão vermelho escuro. Seu barrido encheu o Coliseu pouco antes dele partir para o ataque. O soldados se dispersaram, se lançando para o lado para fugir de suas passadas pesadas que faziam tremer o chão da arena. Eu aproveitei a distração e ataquei também, atravessando o pescoço de um dos guardas com a espada e abri o ventre de outro logo abaixo da linha da armadura. A visão do sangue e das tripas era nojenta, mas eu já tinha visto coisas piores nos campos de batalha, então controlei a ânsia de vômito e parti para o próximo.

Ele me esperava. Deixara o escudo e a lança para trás, priorizando um combate mano a mano mais rápido. Provavelmente me subestimava com a espada por conta da minha idade e do meu sexo, mas não me importei. Na verdade, decidi usar aquilo para a minha vantagem.

Seu ataque veio primeiro. Aparei sua lâmina com a minha e desviei seu curso para o lado. Ele atacou de novo e eu o repeli. De novo. Mais uma vez. Estava tentando guardar as minhas energias para criar mais uma ilusão. Precisava saber que teria o suficiente no caso de uma emergência. Mas escapar de um combate como aquele exigiria mais do eu tinha, por isso me mantive ali, esperando o momento certo para revidar.

Mais cedo do que eu esperava, a oportunidade me surgiu. O soldado abriu levemente a sua guarda para tentar um golpe que quebraria o padrão ao qual eu me acostumara. Precisando ampliar a vantagem, utilizei-me da minha baixa estatura em relação a ele para enterrar a espada em seu joelho e, logo em seguida, abaixo do seu braço. O homem arquejou surpreso, e tombou na areia com os olhos vidrados.

Olhei ao redor, buscando o último inimigo e o encontrei de costas para mim, acuando Frank, que voltara a sua forma humana e apresentava um novo ferimento no braço, enquanto este se arrastava pelo chão, tentando fugir do alcance da lança que o soldado maldosamente usava para mexer nas feridas do garoto. Senti a raiva me dominar e tive que lutar contra o sentimento para impedir que pedras e metais preciosos brotassem do chão. A última coisa que eu precisava era que aquele lugar ficasse resplandecente.

Sem nem pensar direito no que eu estava fazendo, avancei na direção do homem, chutei a parte de trás do seu joelho com mais força do que seria necessário para derrubá-lo no chão, puxei-lhe pelo penacho do elmo para expor seu pescoço e deslizei a lâmina por sua garganta. Um jacto vermelho esguichou pelo ar antes que eu o derrubasse no chão, largando a arma que eu usara para matá-lo ao lado de seu corpo gorgolejante. Frank me encarava lívido de surpresa e assombro quando me aproximei dele e me ajoelhei ao seu lado.

— Você é um idiota. - sussurrei envolvendo-o em um abraço delicado para não machucá-lo ainda mais. Por algum motivo, as minhas palavras pareceram altas de mais.

Afastei-me dele e olhei ao redor. Corpos dilacerados de politeístas jaziam espalhados por toda a arena. Mais próximos de nós estavam os oito soldados recém-mortos. Não havia mais feras no Coliseu e a platéia nos encarava, completamente muda. Muito provavelmente, todos ali estavam aterrorizados com nossos poderes. Sorri. Aquele era o momento certo para tentar fugir. Bastava que...

— Hazel, olhe. - murmurou Frank, apontando com o braço menos ferido para os portões.

Mais soldados invadiram a arena. Estes, porém, trajavam uma armadura diferenciada que eu reconhecia muito bem. Tivera contato com ela várias vezes durante o meu tempo de serviço na legião. Isso, porém, não me provocou nenhum conforto. Colocando-me de pé novamente, alcancei o gládio no chão e o empunhei com firmeza. Resistiria à execução até o meu último suspiro se fosse necessário. Poderia morrer. Mas o faria lutando e não nas mãos de algum carrasco doentio de Roma.

— Abaixe as armas, venefica! - bradou um dos homens - Vocês agora fazem parte da coleção particular de gladiadores do Imperador. - sua voz assumiu um tom mais sombrio e mórbido - Vocês pertencem a ele.

Olhei para Frank, incrédula. Ambos havíamos passado de soldados honrados do exército romano para meros escravos. Quis argumentar, lutar contra, mas os soldados não me deram opção. Erguendo Frank pelas axilas, dois deles meio o carregaram, meio o arrastaram para fora da arena. Outros dois me cercaram, prendendo meus braços, e um terceiro arrancou de mim a minha espada. Fuzilei-o com os olhos, tentando deixar claro todo o desprezo que eu sentia por ele.

— Levem-na para o liceu. - ele latiu.

Tentei fincar os pés no chão, mas foi inútil. Os homens me ergueram no ar e literalmente me carregaram para fora do palco de horrores de volta para a escuridão dos túneis.

...

O liceu não podia ser mais assustador do que a arena, eu dissera para mim mesma. Deuses, como eu conseguira errar tão feio?

Em uma construção anexa ao Coliseu - literalmente em sua sombra - ficava o conjunto de três prédios e um pátio retangular que mais parecia uma prisão do que um centro de treinamento de gladiadores. Pessoas de todas as idades lutavam entre si com espadas de madeira ou praticavam sozinhas movimentos novos. Algumas ainda estavam esticadas ao sol, aproveitando a breve distração dos soldados para conquistarem uns poucos minutos de paz. Tudo isso poderia ser até normal se não fossem as três cruzes fincadas no centro do pátio, de onde três corpos deformados e decompostos pendiam, cercados por corvos. O cheiro era o mais insuportável.

Assim que fomos liberados pela guarda pretoriana e esta se retirou, percebi alguns detalhes que as pessoas ali pareciam estar tentando esconder. Havia rancor e raiva nos olhares deles. Um ódio do mais puro possível que eu chutei estar diretamente relacionado com os três crucificados. Além deles, um zum-zum-zum constante. Conversas sussurradas em línguas que eu não conhecia, mas que muito claramente pareciam carregar um tom de segredo.

Depois de absorver as informações dos meus arredores, me sentei no chão ao lado de Frank e olhei para ele com carinho.

— Como está se sentindo? - perguntei preocupada.

— Exausto e com muita dor. - ele respondeu em um resmungo.

Como se atraído por essas palavras, um garoto de pele pálida, cabelos escuros desgrenhados e profundas olheiras se aproximou de nós com cara de poucos amigos. Cruzando os braços sobre o peito, ele olhou para mim e para Frank de cima.

— Vocês chegaram da arena agora? - ele perguntou.

— Não é óbvio? - retruquei.

Ele ergueu uma sobrancelha e deu de ombros.

— Nada por aqui é óbvio. - ouvi ele resmungar - Vou pedir para que Lee... - ele se interrompeu e lançou um olhar irritado para as cruzes - Para alguém dar uma olhada em seu amigo. Só me ajude a levá-lo para o celeiro, ok?

Assenti a contra gosto. Algo naquele garoto me parecia familiar. Não era algo físico. Estava mais para uma sensação. Alguma coisa nele, no seu jeito de agir, por algum motivo, me lembrava de mim mesma.

Frank grunhiu quando foi colocado de pé e, como eu era mais baixa do que o garoto, ele acabou ficando com quase todo o peso do jovem. Não que isso tenha parecido incomodá-lo. Ele abriu a porta do celeiro, a construção que ficava mais ao fundo do pátio, revelando um grupo de adolescentes maltrapilhos conversando no que parecia ser uma reunião secreta.

— Desculpem interromper a conversa de vocês. - o garoto falou - Mas ele precisa de cuidados médicos e de um lugar para ficar.

— Frank?! Hazel?!

Era Reyna. A jovem de cabelos pretos trançados e feições agudas ficou de pé de um salto e ajudou o garoto a deitar o meu namorado em uma cama improvisada com feno.

— O que vocês dois estão fazendo aqui?! - ela parecia prestes a explodir - Hazel, achei que você estivesse morta! E Frank?! Não me diga que você deixou a legião nas mãos daquele lunático do Octavian!

O menino bufou, lançando a ela uma expressão cansada.

— Reyna, eles me espancaram na frente de todo mundo. - ele respondeu com um tom baixo, mas ao mesmo tempo duro - E eu estou morrendo de dor no momento. Será que podemos discutir isso outra hora?

Com uma careta de desprazer, a nossa ex-general assentiu e se virou para mim, escondendo a fúria nos olhos. Não pude evitar engolir em seco.

— E você, Hazel? Não acha que nos deve alguma explicação? - ela perguntou em um tom venenoso.

— Sim, acho. - respondi, baixando os olhos - É só que... Nem eu sei direito o que aconteceu. Em um momento eu estava morrendo no campo de batalha e no outro eu estava na garupa de um cavalo, sendo levada para longe daquele lugar.

— Para onde? - inquiriu Reyna, claramente interessada, porém aparentando pouco convencimento.

— Para um templo de Hecate. - dei de ombros - As sacerdotisas me curaram e me ensinaram os caminhos da magia da deusa.

— Espera um pouco. - falou uma garota de cabelos pretos e olhos azuis vibrantes se inclinando para a frente - Isso quer dizer que você sabe manipular a névoa?!

Assenti com a cabeça, o que gerou várias trocas de olhares entre os membros daquele estranho grupo. Até Frank parecia surpreso.

— Manipulação da névoa é a base da magia de Hecate. - respondi - E eu tenho uma incrível facilidade para uma filha de Plutão. - o garoto sombrio que me recebera de mal-humor ergueu a cabeça, repentinamente interessado - Sou uma venefica. - concluí em um suspiro.

— Não. - falou um garoto de cabelos pretos, olhos verdes e pele bronzeada com um estranho sotaque - Você é exatamente o que precisamos.

Encarei-o, confusa.

— Pra que?

Ele sorriu.

— Para darmos o fora desse inferno.


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Notas finais do capítulo

O que o Percyval Jackson está planejando?! Será que envolve comida azul?! Descubra no próximo capítulo!

Espero que tenham gostado, gente. Deixem suas, críticas, sugestões, correções, dúvidas, etc, etc, etc, nos comentários e eu prometo tentar responder rápido.

Vocabulário:
~ venefica: latim para bruxa;
~ barrido: som produzido por elefantes

Por hoje é isso! Uma boa semana para todos e até o próximo capítulo!



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