Coliseu escrita por Bela Escritora


Capítulo 13
13 - Jason Grace


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu de volta! Como prometido!
Capítulo novinho em folha, cheirosinho, bonitinho para resolver o mistério que eu deixei para vocês no último capítulo!
Bom... Antes de mais nada, eu queria dedicar essas notas iniciais a todos aqueles que vem me apoiando ao longo da minha escrita. Comentários, recomendações de leitura, mensagens de incentivo... Pode não parecer, mas todas essas pequenas coisas fazem o dia de alguém quem escreve e adora isso. Mostram para mim que tem gente apreciando a minha história, mesmo que eu pense o contrário.
E eu estou falando isso por que uma pessoa muito fofa - chamada Mia Belinni - me mandou essa montagem que abre o capítulo e isso realmente fez a minha noite.
Muito obrigada a todos os que me apoiam e a todos os que acompanham essa fanfic. Vocês são uns fofos. ♥
Aproveitem a leitura!



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Ouvi flechas acertarem a pedra atrás da qual eu e Cérbero nos escondêramos com barulhos metálicos agudos que machucavam meus ouvidos.

— O que você tem contra Percy? - perguntei para o garoto do meu lado.

Não conseguida ver seus olhos por detrás do elmo, mas senti ele me encarando.

— Você conhece ele? - Cérbero perguntou num sussurro com um quê de ameaçador.

— Conheço Annabeth, a namorada dele - respondi. - Por que vocês se odeiam?

Ele botou a cabeça levemente para fora da proteção da pedra para buscar pelos nossos oponentes.

— Eu não tenho nada contra ele - Cérbero respondeu, voltando a se esconder e uma nova saraivada de flechas atingiu a pedra.

Olhei para ele confuso.

— Então eu não entendi a sua reação lá atrás, Cérbero.

— Me chame de Nico - ele resmungou me olhando de soslaio. - E aquela discussão lá atrás foi... - ele suspirou. - É complicado.

— Então explique! - incentivei.

— Estamos no meio de um combate. Você realmente quer que eu comece a falar dos meus sentimentos agora?

Dei de ombros.

— Não sei você, mas eu não estou muito ansioso para sair de trás dessa pedra - retruquei.

Ele virou a cabeça para mim e senti que me analisava nos menores detalhes.

Tenho que admitir, não estava na melhor forma no momento. Minha toga estava suja, para dizer o mínimo, meu cabelo estava mais desgrenhado do que palha de ninho de rato e a ferida no meu braço não terminara de cicatrizar completamente. Na verdade ela estava bem feia em alguns pontos. Somava-se a tudo isso o fato de que as minhas mãos estavam presas por grilhões, o que me deixava com a sensação de que eu era um inútil. Nico suspirou.

— Você tem raiva dele, certo? - perguntei.

— Não - ele admitiu depois de um tempo de silêncio. - Não mais.

— Então o que foi aquilo lá atrás?

— Frustração? - ele deu de ombros. - Por que você quer tanto saber?

Ergui as mãos.

— Só estou tentando ajudar.

Ele bufou, olhou pela lateral da rocha e xingou em latim. Provavelmente o gladiador com a espada estava se aproximando.

— Vamos dizer que eu nutro alguns sentimentos por ele - Nico resmungou ficando de cócoras. - Prepare-se para correr.

— Amor? - perguntei imitando sua posição. - Você ama ele?

Nico manteve seu olhar fixo à frente.

— Talvez - ele resmungou. - Vou atrás de Percy. Você distrai esse gigante aqui atrás.

Ergui as mãos para indicar os grilhões.

— Eu? Distrair um gladiador? Não acho uma boa ideia - falei.

Cérbero bufou com raiva.

— Ok. Você vai atrás dele. Eu distraio esse cara.

Assenti, feliz por ter conseguido o que eu queria. Nem um segundo se passou e Nico saiu do esconderijo, correndo para longe. Eu esperei um pouco e fui para o outro lado, onde Percy estava recostado contra uma pedra, o braço coberto de sangue e com as veias enegrecidas. Olhei-o assombrado e me ajoelhei do seu lado.

— Percy? - chamei, mas ele não respondeu. Aproximei a lâmina da espada de seu nariz. O vapor cobriu uma pequena parte dela. Sua respiração estava muito fraca. - Percy, meu nome é Jason. Eu sou irmão de Thalia e conheço Annabeth.

Ele piscou e abriu levemente os olhos.

— Annie... - ele chamou em um sussurro.

— Ela está bem - garanti. - Preocupada com você, mas bem.

Ele assentiu. Um movimento tão leve que podia ter sido minha imaginação. Depois ele ergueu o braço levemente e, com o indicador, apontou para uma flecha ensanguentada jogada na areia aos seus pés.

— Envenenada - ele sussurrou tornando a fechar os olhos. - Cuidado.

Tive a sensação que o meu estômago tinha se jogado no abismo do Tártaro. Percy fora atingido. Ele estava morrendo. Senti o pânico me dominar. Eu tinha prometido para Annie que, se eu encontrasse com o namorado dela de novo, eu ia garantir que ele não morresse. Como eu sou bom em manter a minha palavra, hein?

Em uma reação quase que imediata, olhei para o céu nublado desesperado. Annabeth havia me contado sobre as habilidades dele como uma forma de me perguntar se eu tinha capacidades de regeneração similar. Então eu sabia muito bem do que Percy precisava para sobreviver.

— Pai, - eu sussurrei - eu sei que você e Poseidon não se dão tão bem e que Percy provavelmente não é o seu semideus favorito, mas, por favor, deixe-o vivo. Eu não posso ajudá-lo, pois, se o fizer, serei morto. Eu juro que, assim que tiver condições, vou lhe agradecer de forma apropriada, mas, por enquanto, ajude-o. A única coisa da qual ele precisa, é água.

Silêncio. Foi tão longo que cheguei a achar que ele tinha me ignorado. Um trovão, porém, trouxe de volta as minhas esperanças. O barulho foi tão alto que as pessoas na platéia se calaram por um momento. Sem nenhum outro anúncio, água começou a despencar do céu como se estivéssemos de baixo de uma cachoeira. Mal conseguia ver um palmo diante dos meus olhos, mas sorri e agradeci a Júpiter por sua bondade.

Do meu lado, Percy arquejou e tossiu, se sentando direito. Ele olhou para o braço. A água lavara o sangue em sua pele e eu vi as linhas negras lentamente desaparecerem. O filho de Poseidon sorriu como uma criança que recebera o melhor presente dos seus pais.

— Obrigado, Jason - ele falou se erguendo. - Mas como você...

— Annabeth - contei e também fiquei de pé.

O sorriso dele se alargou ainda mais.

— Fale para ela que devo minha vida à mania dela de falar de mim - ele brincou e eu ri.

Um grito quebrou o clima de felicidade e ressurreição.

— Bosta. Nico! - chamou Percy.

Corremos os dois às cegas em direção ao local de onde viera o grito.

— Seria melhor você se esconder, Jason - ele falou. - Você está desarmado e grilhonado. E ainda tem um gladiador por aí com flechas envenenadas prontas para te acertarem.

— Eu não acho que a palavra “grilhonado” exista - ouvi Percy bufar um misto de impaciência e riso do meu lado.

— Sério que é com isso que você está preocupado, e não com... - um vulto veio em nossa direção, muito grande para ser Nico. - Cuidado!

Percy me empurrou para o lado com o ombro, me fazendo cair no chão, e descreveu um arco no ar com a espada. A lâmina cortou a carne, fazendo com que ela se abrisse como uma boca. As entranhas do gladiador caíram aos seus pés enquanto ele tombava de joelhos com as mãos no ventre, tentando impedir que os órgãos saíssem. Nico surgiu do nada, atravessando o gladiador no pescoço. Quando ele puxou a espada negra para fora do corpo do homem, ele desabou já morto.

— Obrigado - agradeceu Nico, afastando o cabelo molhado do rosto.

— Estamos nessa juntos - Percy respondeu.

Fiquei de pé e peguei a espada do gladiador morto. Um gládio mal balanceado. Pelo menos era uma arma.

Olhei ao redor, buscando pelo outro oponente, mas o que percebi foi que a chuva estava parando. Por um lado isso seria bom, pois conseguiríamos ver onde estávamos pisando, mas por outro lado, o arqueiro conseguiria mirar de novo.

— Devíamos nos esconder - falei. - A chuva está passando, o que significa que... Percy, tudo bem?

O garoto estava de joelhos, apoiado em sua espada e ofegando.

— Sim. É só que... A água me deu um bum de energia que permitiu que eu me recuperasse... Mas agora, sem ela... Vamos dizer que eu estou um pouquinho cansa... - Ele caiu para o lado, na areia e Nico se apressou em chegar seu pulso.

— Ele tá vivo - Nico respondeu se levantando e se aproximando de mim. - O que você estava falando?

— Que devíamos nos esconder, por que o arqueiro...

Sem nenhum aviso prévio, Nico se jogou sobre mim e me derrubou no chão. Ia perguntar o motivo, mas ouvi o som de uma flecha acertando o metal e soube que ele acabara de salvar a minha vida.

— Não precisa de uma justificativa - ele falou rolando para o lado e disparando para a cobertura da rocha mais próxima. - Se esconder é uma ótima ideia.

Corri atrás dele.

— E então? O que faremos? - perguntei me escondendo atrás da pedra.

— Você nada - ele falou. - Eu cuido disso.

— Nico, até eu ser traído por um dos membros da minha legião, eu era um legionário de alta patente. Eu sei usar uma espada. Muito bem na verdade.

Ele suspirou.

— Eu vou distrair o arqueiro - ele falou. - Pegue a espada de Percy e o ataque por trás. Tente ser discreto.

— E você, tente não ser atingido. As flechas estão envenenadas.

— Certo. Obrigado pela dica.

Nico se levantou e começou a correr na direção contrária à de Percy desmaiado. Eu esperei o arqueiro se virar para me arrastar até o garoto e pegar a sua espada, deixando a minha onde a dele estava antes. Depois disso, me escondi atrás da pedra mais próxima e esperei que o arqueiro ficasse de costas para mim. Nico estava fazendo um bom trabalho distraindo o cara, mas eu não sabia quanto mais ele conseguiria ficar sem levar uma flechada. Nervoso, mudei de lugar e, após uma curta espera, comecei a me aproximar por trás do arqueiro. Minha pisada era leve, mas isso não impediu que o Serpente notasse a minha aproximação, virasse em minha direção e atirasse uma flecha. Daquela distância, eu não teria tido tempo de desviar. A única coisa que eu pude fazer foi me concentrar nas correntes de ar ao meu redor e fazer a flecha mudar de rumo em alguns centímetros para o lado e para cima, fazendo com que ela passasse sobre o meu ombro.

O elmo do gladiador me impedia de ver seus olhos, mas eu soube que ele me olhava com suspeita. Ele pegou uma segunda flecha, encaixou no arco, puxou e atirou. Eu a desviei de novo do mesmo jeito, mas dessa vez, disfarcei um pouco pulando para o lado e me abaixando. Ele atirou outra flecha. E depois outra. Eu me mantive desviando. Sério, aquele cara devia ser filho de Apolo para ser tão rápido. E eu sabia que não conseguiria manter aquilo por muito tempo.

— Isso é o melhor que pode fazer? - perguntei, já ofegante. Era cansativo fingir que eu estava desviando das flechas.

O homem soltou um grunhido e ergueu o arco já com a flecha, pronto para atirar. Eu me concentrei, preparando um vento forte para jogar a flecha longe. Meus olhos estavam tão focados na ponta da seta que, quando ela saiu voando, eu dei um pulo para trás. A corrente de ar a lançou longe e o homem, inesperadamente, caiu de joelhos, com a cabeça decepada, presa apenas por um pequeno pedaço de pele. Nico estava de pé atrás dele, limpando a lâmina de sua espada negra no chão de areia.

— Pensei que o nosso combinado fosse: Eu distraio e você mata - ele falou apoiando a parte chata da lâmina em seu ombro.

— Imprevistos - respondi sorrindo. - Formamos uma boa dupla.

Ele deu de ombros.

— Talvez.

A platéia ovacionava a vitória, mas Nico parecia desinteressado. Guardas entraram na arena e carregaram Percy para fora.

— Eu quero te pedir uma coisa - ele falou atrás de mim.

— O que? - perguntei me virando para olhá-lo. Nico encarava os próprios pés.

— Não comente nada com ninguém, ok? Sobre a nossa conversa.

Dei-lhe um sorriso cúmplice.

— Não se preocupe. Seu segredo está bem guardado comigo.

Ele me lançou um olhar de esguelha rápido, mas tive a impressão de ver um sorriso brincando no canto de seus lábios.

— Fale para Thalia que eu estou bem - disse ao ver a escolta de guardas voltando para nos buscar.

O garoto assentiu, e foi o último vislumbre que eu tive dele antes que os corpos dos soldados bloqueassem a figura dele e nós dois fossemos levados por caminhos separados para o interior do Coliseu. Eu de volta para a minha cela. Ele para onde quer que fossem mantidos os semideuses que revelavam seus poderes.


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Notas finais do capítulo

E então? Curtiu? Não curtiu? Deixe seu feedback nos comentários, para que eu saiba! Achou algum erro? Por favor, deixe nos comentários também!
Obrigada por acompanharem! Vejo vocês no próximo capítulo, que será coberto de sengue, mesmo sem uma filha de Ares! Conseguem adivinhar quem irá narrar?
Até a próxima pessoal!



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