Coliseu escrita por Bela Escritora


Capítulo 12
12 - Percy Jackson


Notas iniciais do capítulo

Hey-ho, pessoas! Eu estou de volta!
Não, eu não morri, apesar das inúmeras tentativas da escola de me matarem de cansaço, cá estou eu, vivinha da silva e trazendo para vocês um novo capítulo!
EBAAAAAA!
Para aqueles que acompanham, desculpa mesmo a demora. Último ano da escola não é fácil. Eu mal tenho tido tempo para ler os livros da escola. Mas vou tentar compensar nessas férias de julho. Elas servem para isso afinal.
Bom. Trouxe o Percy para narrar de novo. Espero que vocês gostem do capítulo!
Boa leitura.



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Uma dor lancinante dominou as minhas costas.

— AI! Thalia, tome cuidado! - reclamei me virando para olhar para ela.

—Pare de drama - ela retrucou me fazendo virar de costas para ela de novo. - Já faz uma semana que você se feriu. Já está quase cicatrizado.

— Não significa que não doa mais - murmurei voltando a olhar para Piper. - Desculpe, o que você disse?

— Eu perguntei por que nós não fazemos nada pare escapar - ela falou. - Quero dizer... Todos temos habilidades e sabemos lutar... Por que continuamos obedecendo ao Imperador e aos soldados?

Bufei.

— Olhe ao seu redor, Piper. Quantos guardas você consegue contar? Quantos deles estão armados? Hein?

— Só isso nos impede? Medo dos soldados? - ela desdenhou cruzando os braços.

A pressão nas minhas feridas ainda abertas aumentou e eu mordi a língua para não gritar

— Não sei como você veio parar aqui, garota, mas muitos de nós fomos perseguidos por anos antes de sermos capturados enquanto tínhamos que evitar monstros e deuses raivosos para sobreviver - Thalia retrucou com raiva.

Olhei por sobre o ombro para ela por alguns instantes antes de voltar a encarar Piper. Fiz um lembrete mental de não deixar mais ela limpar as minhas feridas.

— Um garoto uma vez tentou escapar - contei. - Seu nome era Castor. Ele conseguiu sair do liceu e do coliseu usando as passagens subterrâneas. Uma vez na cidade, porém, ele foi capturado e crucificado aqui dentro como exemplo. Depois disso, seu corpo foi incendiado. - Piper me olhou chocada. - Pode perguntar para o irmão gêmeo dele. Pollux está ali - adicionei apontando para um garoto sentado contra uma pilastra encarando a própria espada com ares melancólicos.

 Piper suspirou desapontada.

— Tem certeza que não tem como escapar?

— É possível escapar de todos os lugares, até do mundo inferior - falou Nico se aproximando por trás de Piper. - Perguntem a Orfeu.

— O que você propõe então? - perguntei.

Nico não me olhou.

— Teríamos que bolar um plano. Arrumar um jeito de descobrir quem é confiável aqui dentro e formar um grupo para escapar.

— Duvido que alguém aqui dentro fosse nos trair - falou Thalia. - Não consigo acreditar que tenha alguém aqui que queira continuar nesse lugar. - Ela colocou a mão no meu ombro - Pronto Percy, seu ferimento está limpo.

— Obrigado - respondi recolocando a toga. - Acho que Nico tem razão, não podemos sair contando pra todo mundo. Vai que alguém dá com a língua nos dentes?

O garoto deu de ombros e se afastou. Eu suspirei. Desde que ele chegara ali ele agia daquela forma comigo. Ele tinha raiva de mim. Não o culpava. Afinal, tinha sido eu que trouxera a notícia da morte da irmã dele. Eu podia ter mentido para ele, mas de que adiantaria dar-lhe falsas esperanças?

— O que há entre vocês dois? - perguntou Thalia.

— Eu sei lá - resmunguei ficando de pé. - Acho que ele não gosta de mim.

Piper caiu na gargalhada e eu olhei para ela, confuso.

— Eu contei alguma piada? - perguntei para Thalia, mas acho que ela entendeu porque Piper estava rindo e começou a rir junto. - Sério, gente, qual é a graça? Thalia você prendeu alguma coisa nas minhas costas?  Ou foi o Leo que desenhou alguma coisa na minha cara com carvão enquanto eu dormia?

Thalia continuou rindo. Aparentemente os meus esforços para entender o porquê das risadas só estava piorando a situação. Piper, porém, conseguiu tomar fôlego e se controlar um pouco.

— Percy, você realmente é mais lerdo do que um jabuti - ela comentou e voltou a rir.

Balancei a cabeça, exasperado e suspirei. Annabeth tinha comentado isso comigo uma vez. Que eu demorava de mais para entender algumas coisas... Bom, acho que isso faz parte do meu charme. Dei de ombros e me afastei em direção ao centro do liceu para treinar alguns golpes de espada.

— Hey, Percy! - virei para o lado. Leo corria na minha direção. Ele mal tinha se recuperado dos múltiplos ferimentos que sofrera na arena, mas já estava de pé e demonstrara uma incrível inabilidade para se manter parado. - Qual foi a piada que você contou para as meninas ali atrás que elas estão, basicamente, morrendo de rir.

— Eu não sei também - respondi coçando a nuca - Elas caíram na gargalhada depois que eu disse que o Nico não gostava de mim.

Leo me olhou com uma cara estranha e engoliu uma risada. Eu o olhei, sério.

— Cara. Até você? - Ele bateu no meu ombro e se afastou - O que você sabe que eu não sei?! - ele não me respondeu.

Eu balancei a cabeça e foquei no treinamento dos golpes. Ultimamente, a única coisa que me mantinha são dentro daquele lugar eram os treinamentos com espada. Os soldados não me deixavam ter acesso à água, a não ser que fosse para beber. Banho apenas a seco, com panos úmidos. Eu odiava aquele lugar. Sentia-me um peixe no meio do deserto. Ou melhor: um peixe preso em uma ilha, sem poder pular para o mar. Eu sentia a água se movimentando nos subterrâneos do Coliseu, mas era proibido de ter acesso a uma gota dela que fosse. Era agonizante. A pior tortura que eu podia imaginar. O combate, porém, fazia eu me esquecer da água escondida quilômetros abaixo dos meus pés.

Estava tão focado, que quando um guarda se aproximou de mim, quase acertei a lâmina cega em seu peito. Ele me olhou feio por dentro do elmo. Naquele momento, ficou mil vezes mais parecido com as fúrias de Hades. E eu, infelizmente, tivera a chance de conhecer uma delas bem de perto. Elas conseguem ser mais feias do que as empousai e as drakaenae, mas não contem isso para Hades. Ele adora aqueles bichinhos.

— Cuidado com essa espada, Netuno - falou o guarda. - Não queremos que ninguém se machuque, certo?

A lâmina era cega, portanto o máximo que ele conseguiria seria um hematoma. Ou talvez nem isso, uma vez que eu o teria acertado no peitoral da armadura. Estava bem claro naquela ameaça velada de que quem se machucaria seria eu e não ele. Viu, Annie? Eu não sou tão lerdo assim!

— Desculpe, senhor - respondi apoiando a parte chata da arma em meu ombro. - Algum problema?

— Notifique o seu amiguinho Cérbero que vocês dois tem um encontro marcado com a arena hoje - ele falou com um sorriso doentio nos lábios. - E com um prisioneiro.

Suspirei. Pior do que ter que lutar na arena, seria ter que lutar na arena com uma pessoa que te odiava e outra assustada de mais para tentar sobreviver.

— Certo. Vou avisá-lo - respondi olhando para as minhas sandálias cobertas de areia.

— Estejam os dois ao meio-dia na frente dos portões, ou haverá consequências - ele completou e se afastou.

Bufei, guardei a espada no estande e fui em direção a Nico, sentado nas sombras olhando fixamente para o nada.

— Nico - chamei.

Ele deu um pulo no lugar e depois me olhou de cara feia.

— O que você quer, Jackson? - ele sibilou.

— Só vim te avisar que eu e você vamos para a arena essa tarde. - cruzei os braços. - Temos um jogo de proteção para jogar.

O rosto dele ficou branco. Mais branco do que já era, o que eu achava ser impossível, mas ele assentiu e eu me afastei. Coitado dele, a última memória que ele tinha da arena era a da vez em que sua irmã morrera. Voltar lá devia ser mais difícil do que foi para mim depois que perdi Beckendorf.

Mas, meio-dia, lá estávamos nós. Parados diante do portão do liceu, esperando a escolta que nos levaria ao subterrâneo do Coliseu, onde receberíamos nossas armas. Eu tinha sido forçado a entregar contracorrente para os guardas em sua forma espada. Eles nem sabiam que, se eu realmente quisesse, podia fazê-la desaparecer do depósito de armas em segundos. Nico usava uma armadura toda preta e trazia um elmo com penacho da mesma cor debaixo do braço. A minha armadura, por outro lado, era cor de bronze com um elmo com penacho azul.

Em pouco tempo, estávamos diante das portas da arena, armas a postos, esperando pelo prisioneiro chegar. Dessa vez, por algum motivo que eu desconhecia, os guardas haviam recebido ordens de seus superiores para que eu e Nico recebêssemos capas. Azul e preta respectivamente. Só esperava que eu pudesse removê-la antes do combate.

— Lembrem-se! - falou um dos guardas atrás de nós. - Nada de tirar o elmo! Ouviu Netuno?

Revirei os olhos por baixo do capacete metálico. Eles realmente não iriam se esquecer do ocorrido.

— Prisioneiro chegando  - um guarda falou e um garoto foi colocado de joelhos no chão.

Olhei para ele por cima dos ombros. Cabelos loiros e olhos azuis elétricos. Já tinha visto ele ali antes. Na vez em que fora açoitado até as minhas costas virarem uma massa sanguinolenta de pele arrancada. Nico o olhou por sobre o ombro e voltou a encarar as portas, mas eu me virei para encará-lo. Os guardas prenderam suas mãos com grilhões e o colocaram de pé.

— Sério isso? - ele perguntou olhando para as correntes e depois para os guardas, buscando explicações, mas todos se mantiveram em absoluto silêncio.

— Eles não querem que você sobreviva - respondi e, por causa disso, recebi um cutucão doloroso com o cabo de uma lança na altura das minhas costelas. Fiz uma careta.

— Calado, Netuno - falou o guarda. - Vocês terão tempo suficiente para conversarem na arena.

Os olhos do garoto na minha frente se iluminaram de compreensão. Ele provavelmente se lembrava de mim naquele estado deplorável.

— É. Tenho certeza disso - resmunguei, mas o som das portas se abrindo abafaram as minhas palavras.

— Hora do show, gladiadores - falou outro guarda, fechando o semicírculo atrás de nós.

Suspirei e apertei o passo em direção à arena, a capa esvoaçando atrás de mim.

Os portões se fecharam atrás de nós assim que passamos e o narrador voltou a contar a história que envolveria o nosso combate.

— Os nossos dois heróis, porém, para levarem o traidor de volta para seu batalhão, onde seria apropriadamente punido com a morte, se deparam com uma Quimera esfomeada, que pretendia devorar os três em seu jantar. Vejamos quem saíra vencedor desse conflito! Com vocês, Serpente e Leão!

Dois gladiadores entraram na arena. Peitoral desnudo, com armadura protegendo apenas o braço que segurava a arma. Seus elmos, porém, destoavam do conjunto típico de gladiador. Eram do formato das bestas que representavam. Leão trazia uma espada, enquanto que serpente estava sem armas à vista.

— Ué? Cadê a cabra? - perguntei girando contracorrente.

— Sério mesmo que você vai fazer piadas numa hora dessas? - perguntou Nico com a voz cheia de raiva e descrença.

— Só estou tentando deixar o clima mais leve, Cérbero - falei e vi o rosto dele se contrair por baixo do elmo. Ele odiava aquele nome. - Eu fico com o prisioneiro. Vamos aproveitar o cenário para nos esgueirar para mais perto deles.

— Você? Com o prisioneiro? - perguntou Nico. - Já se esqueceu que dos quatro jogos dos quais você participou, já perdeu duas pessoas?

— Não, não me esqueci. - respondi torcendo o nariz. - Mas esse é o seu primeiro jogo e eu não quero arriscar.

Ele semicerrou os olhos.

— Não confia em mim?

— A questão não é essa. - falei - O ponto aqui é...

Algo me atingiu no braço direito, me fazendo soltar um grito de dor. Agarrei o cotovelo e olhei para o lado. A haste de uma flecha saia da minha pele. Encarei os nossos adversários. Cobra trazia um arco na mão e se preparava para atirar outra flecha.

— Se separem! - gritou o garoto prisioneiro e correu para um lado, seguido de Nico. Eu fui para o lado oposto e me escondi atrás de uma pedra.

Abaixado, ofegante e com o coração querendo saltar pela minha boca, eu arranquei a flecha do meu braço, me segurando para não gritar. Minha vista ficou embaçada. A princípio eu pensei que fosse por causa da dor, mas quando pontos negros começaram a flutuar no meu campo de visão, eu percebi que tinha algo errado.

Olhei para o ferimento, de onde linhas negras se espalhavam, radialmente, pelo meu braço. Senti um gosto amargo na boca enquanto recostava a cabeça na pedra e olhava para a flecha ensanguentada atirada na areia na minha frente.

Veneno. Eu fora envenenado.


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Notas finais do capítulo

Tan-TAn-TAAAAAAAAAN!
Fim do capítulo!
E aí? Gostaram? Deixem nos comentários o seu feedback, mesmo negativo! Só se lembre de ser educado sempre. Comentários sobre coisas a melhorar sempre são construtivos. Agora coisas como "Sua história é horrivel. Você é uma péssima escritora." são dignas de criancinhas do maternal.
Como eu estou inspirada para a continuação desse capítulo, eu já vou deixar a publicação programada, provavelmente para a semana que vem. Então aguardem!
Beijos e até a próxima!



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