Lovezone escrita por Evil Maknae


Capítulo 6
Fragmentos de infância.


Notas iniciais do capítulo

Pelo amor de Hades, me desculpem o atraso imenso D:
Eu tive bons motivos, tipo as festas, a falta de criatividade e como eu ia continuar essa história.


Beeeeem, aí está. É na visão de Harriet, foi meio difícil escrever nesse narrador, mas ok.
—_______

Se caso ficou confuso com todos esses nomes, uma breve explicação:
*Joshua Grigori - Pai adotivo de Katie, Alexy e Armin
*Daisy Boudreaux ou só Daisy - Mãe adotiva de Katie, Alexy e Armin
*Heidi Castellan - Mãe de Harriet
*Hazel e Haley - Irmãs da Harriet
*Harry Castellan - Pai desaparecido também da Harriet


Acho que sobre a Dianne e Rachel ficou bem claro, Christie não contou sua história ainda. Vai ficar bem mais claro daqui uns dias.


Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569917/chapter/6

Um dia desses eu estava pensando na minha infância e como ela foi ruim comparada com as de meus colegas. As lembranças são vagas, porém claras, minha mãe me obrigava a me vestir de rosa, participar de concursos de moda para crianças e ser uma pequena princesa educada e limpa. Você deve estar pensando “Mas Harriet, você tinha sua própria cabeça, poderia virar hipster vegetariana e ir vender cocos na praia, ter seu próprio estilo”, mas entenda, eu era pequena. Tinha quatro anos, minhas opções eram virar uma linda princesa rosa ou ir direto ao canto da vergonha, junto com as “criancinhas más”, e acredite, você NUNCA vai querer ir para o canto da vergonha.

Era apenas um canto qualquer do porão, onde você tinha que passar a noite toda. Lembro-me que já passei um único dia lá, e depois disso nunca mais questionei nada que me fosse imposto. Minhas duas irmãs continuavam tentando acabar com isso, dizer que era muito para crianças, mas isso resultava em um cinto estalando á noite toda.

Depois que os vizinhos ouviram gritos e barulhos suspeitos, eles resolveram chamar as autoridades, naquele dia mamãe enlouqueceu, ela nos acusou, negou até ser presa. E então, eu, Haley e Hazel fomos para a casa de vovó Crystal, que era um doce. Se eu tivesse crescido com ela, com certeza teria uma infância feliz e boa de ser relembrada, mas dois anos depois ela faleceu. É claro que aos treze e quinze anos, Hazel e Haley lidaram muito melhor que eu com isso, veja bem, eu tinha oito anos, obviamente eu ia ficar depressiva.

O grande problema era que com mamãe presa e vovó á sete palmos da terra não tínhamos lugar para morar, pois nossos tios e tias eram tão irresponsáveis quanto sua irmã, Heidi Castellan, já foram presos dezenas de vezes, eles eram a última pessoa em que os caras do orfanato confiariam.

Então uma pequena esperança surgiu. E por coincidência chamava-se Esperanza, era nossa tia de muitos graus, mas ainda sim era nossa tia. Graças a Deus ela nos acolheu.

A casa dela era um sonho. Cheia de plantas e flores que pareciam felizes quando ela passava por perto. Até Haley, que era um pouco mais dura com as pessoas parecia surpresa. Tia Esperanza era perfeita. Uma ruiva com olhos castanhos claros, amigável, ótima, e tudo de bom. Mas anos depois resolveu se mudar para a Alemanha, e não podia levar todas nós com ela. Foi então que eu percebi que tia Esperanza nunca voltaria. Anos mais tarde eu soube que seu marido, um cafetão rico e cheio de prostitutas estava á sua procura, e que não seria boa coisa se á encontrasse. Eu ainda não sei o motivo, mas nunca mais tivemos noticias dela.

Eu sonhava em ter um lar como o que eu tinha junto á tia Esperanza. Agora que ela havia partido em busca de paz, minhas irmãs e eu havíamos sobrado em um quarto vazio de um lar para crianças e adolescentes. Quando eu tinha pelo menos doze anos resolveram adotar-me sozinha, porque Hazel e Haley eram muito velhas, elas juraram me visitar, mas nenhuma delas apareceu e não me disseram nada sobre alguém com sobrenome “Castellan”. Mas eu realmente não tinha o que reclamar. Uma família rica e bondosa me adotou aos doze anos, o que é uma surpresa e sorte imensa, afinal, casais procuram bebês, não garotas grandes com problemas na pigmentação do cabelo.

Todas essas experiências tiveram grande influência no meu estilo e no meu jeito de ser. Por um lado nossa mãe queria que fossemos pequenas modelos que ela sonhou, e por outro, vovó e tia Esperanza nos ensinaram a ser quem somos, sem se sentir pressionada pela sociedade. Isso me fez parar de pintar o cabelo e ser o que eu nasci, uma garota simples, sem chamar atenção.

Minha nova família quis conservar meu sobrenome antigo. Não faço ideia do porquê, não sei se eles gostavam dele ou queriam manter para fazer papel de bonzinhos para os vizinhos e não e considerar filha deles. Após eu completar catorze anos eles resolveram me colocar nessa escola, achavam que tinha uma boa estrutura. Acho que eles não acharam ruim, porque fazem dois anos que estou aqui e ninguém me visitou até agora. Nem no dia dos pais, nem no Natal, nem em nenhum feriado. Eu passava todos os dias pensando neles, até acabaram as expectativas e eu tomar um choque de realidade. Eles queriam se livrar de mim, nunca percebi isso, mas agora era claro como a luz do dia.

Eu tinha minhas amigas, tinha essa escola, tinha tudo o que eu precisava para me esquecer do que a vida me fez passar, começar uma nova era, uma onde eu não seria esquecida, porque havia pessoas ao meu redor, pessoas que se importam com a minha existência e não apenas com coisas materiais.

Essa semana haveria um dia de visitas, uma espécie de reunião para revisar as regras e dar avisos sobre nós. Como sempre, eu já havia me preparado para me trancar no quarto enquanto todos encontravam seus pais e eram felizes.

Eu não sei se Rachel, Katie, Christie e Dianne sofreram algo do tipo, mas eu sabia o bastante da família delas para sentir uma espécie de inveja branca.

Os pais da Rachel meio que não gostavam de mim, se é que gostavam de alguém... Achavam que ela merecia umas amizades melhores, porque eram de uma alta classe. Rachel era de uma família rica. Tinha um irmão pegador e playboy, seu nome é Stephen. Sua mãe era uma pessoa rica, esnobe e chata. Ruiva e com decotes gigantes, por alguma razão me lembrava Jéssica Rabbit e a Betty Boop, seu nome era Tamra. Seu pai era um pouco mais civilizado, Richard Smith, um homem de negócios, empresário dono de vários prédios. Obviamente a Sra. Tamra queria apenas seu dinheiro, porque eu nunca vi amor naquela relação, apesar dos dois filhos. Rachel tinha certas feições da mãe, como a boca e os olhos, mas o resto parecia-se mais com o pai. Eu imagino o que levaram eles a colocar uma filha de berço de ouro em uma escola pública.

Já os pais de Katie eram mais simples, soube que adotaram os gêmeos antes de adotar ela, á pedido de Alexy, porque queriam uma irmãzinha. Acabou que eles cresceram juntos como filhos de sangue, antes de seus pais serem separados por traição. Acho que eles tinham sete anos quando tudo isso aconteceu... De qualquer forma, Katie foi morar com seu pai, Joshua, um homem simples e caseiro, que sempre deu amor á filha. Ele queria levar Armin e Alexy também, mas Daisy não deixou, ela exigia ficar com todos, mas a justiça não permitiu. Anos mais tarde, o pai de Katie a deixou aqui pelo trabalho em tempo quase integral e logo após os gêmeos saberem disso, após anos sem se ver, quiseram reencontrar a irmã. Agora eles eram unidos. Não se largavam.

A família de Dianne era mais comum, sem brigas, sem separações, sem conflitos, apenas ela, seus pais e sua irmã menor, Brianna. Pelo que eu saiba, Dianne quis se aventurar um pouco no mundo, e então pediu pros pais matricularem ela aqui.

Eu gostaria muito de ser irmã de uma delas. De ter a vida que elas tiveram. De ser feliz por mais de dois anos, sem alguém morrer, sem fugir, sem me abandonar. Estava parecendo cada vez mais impossível.

________________________

Quando eu estava acabando de juntar filmes para passar o dia no escuro, ouvi alguém batendo na porta. Ótimo. Aposto que alguém me dedurou. Mas ao abrir a porta percebi que era Katie, com o pai. Ela estava meio desesperada.

– HARRIET, VEM COMIGO – Ela gritou, me fazendo pensar que um incêndio estava consumindo a escola.

– Você está desesperando ela – Repreendeu Joshua, o pai de Katie – Ah, olá Harriet.

– Oi, Sr. Grigori... O que aconteceu?

– VEM VER.

Ela saiu me puxando escadaria abaixo, eu quase caí cinco vezes, enquanto o pai dela á repreendia com calma sobre quase arrancar meu braço fora. Ele era uma pessoa tão tranquila que me fez pensar que a pequena Katie abusou disso de vez em quando, tipo quando faia algo errado...

Quando chegamos ao pátio, eu vi por que ela estava assim. Eu não sei o que me fez lembrar, não sei como eu sabia, mas ali estavam meu pai e minhas duas irmãs.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PARABÉNS, VOCÊ LEU TUDO (o(

—q

Já comecei o próximo, don't worry and don't kill me, children :p

Obrigado por ler, pequena batata do meu core.

Tchau