Pedro deu um jeito para que todos fossem para água inclusive uma garota que estava na maior pegação com o João, assim ele e Rebeca poderiam ficar sozinhos. Eles ainda dariam um jeito de por seu plano em prática.

–Oi – Disse Rebeca se sentando ao lado de João.

–O que você quer em?

–Como se você não soubesse né! – Ela sorria.

–Este é o problema, eu não sei o que você quer! – Ele ia se levantar mais ela o impediu.

–Eu quero você João, só você – Ela encarava os seus olhos que não escondiam os sentimentos de ambos.

–Não fala assim, você sabe que... – Ela o cortou

–Eu sei que você sente o mesmo que eu, então pra que fugir? Pra que mentir? Volta pra mim João eu sinto sua falta. – Ela se aproximava dele cada vez mais.

–Se eu disse-se que eu não te amo seria mentira – Ele sorriu e ela também – Mas... – Ela o cortou novamente.

–Mas oque João? Estava bom demais para ser verdade!

–Mas eu não posso fazer isso com agente, na verdade eu não posso fazer isso comigo... Você me magoou de tal maneira que dói aqui – Ele apontou seu peito –Só de lembrar eu já me sinto mal, então, por favor, não faz isso comigo. – Ele deixou algumas lágrimas caírem.

–Eu me arrependo tanto de ter ido embora... Se eu pudesse mudar isso, teria ficado e tentado novamente. – Ela desabou em lágrimas.

–Ei não chora, você não ficou então não tem do que se arrepender! Eu já vou indo se cuida – Ele depositou um beijo em sua testa e saiu em direção ao mar. Pri viu que João estava voltando e chamou Pedro.

–Então esse plano de vocês sai ou não sai?

–Acho que não Pri, a primeira parte dele parece que foi pelo ralo! – Ele deu um meio sorriso.

–Como será que a Beca tá em? – Perguntou Fabi que estava sentada com Caíque.

–Bem mal, olha lá ela sentada sozinha – Caíque falou e todos eles olharam – Vamos ver como ela tá?

–Faz assim vocês cuidam dela que eu e o Caíque cuidamos do João! – Falou Pedro e elas concordaram.

Chegando até ela á encontraram com um violão, ela dedilhava algumas notas e cantava.

–Já mudei e provei que não sou mais, nem sei quem sou

Eu duvido que isso tudo não seja amor...

Meu amor...

– Ela cantava com a voz embargada pelo choro, suas amigas se aproximaram.

–Ô minha linda não chora – Disse Fabi pegando o violão de seu colo.

–Oque aconteceu? Ele foi estupido com você? Se bem que ele tem aquele jeito estranho dele, porém não trataria ninguém mal. – Disse Pri colocando o cabelo de Rebeca para trás.

–Não na verdade ele... – Ela se pôs a chorar novamente.

–Você sabe que eu não sou muito boa com palavras mais não fica assim Cacau!

–Eu não acredito que eu perdi o João... Sabe eu amo ele. – Ela deitou a cabeça no ombro de Fabi ainda chorando.

–Olha se ele não foi grosso e muito menos idiota, por que é que você ainda tá chorando? – Perguntou Karina.

–Ai Magrela quando eu fui embora pra São Paulo eu fui decidida do que eu queria então não tem com que eu me arrepender foi isso que ele me disse... Depois de dizer que ainda me ama, mas não pode voltar comigo com medo de sofrer novamente! – Ela se lembrou do olhar de João e de como suas lágrimas rolavam por sua face.

–Nossa ele disse isso... Coitado do João. – Disse Pri que levou um beliscão. – Ai Fabi, só estou falando a verdade.

–Ele está sofrendo muito também Fabi e por minha culpa – Ela levantou e enxugou suas lágrimas.

–Aonde você vai? – Disse K sem entender a atitude da amiga.

–Eu não vou ficar chorando, enquanto o meu nerd tá solto por ai.

–Deu à louca– Disse Pri rindo.

–Oque você vai fazer? – Perguntou Fabi.

–Eu vou mostrar pro João que eu mudei, e que eu não desisti de nós ainda... Eu vou mostrar pra ele que eu ainda sou aquela menina retardada que ele tanto ama.

–É isso ai sacode a poeira – Disse Pri fazendo todas rirem.

–Espera você vai fazer isso hoje? – Perguntou Karina.

–Não hoje não, hoje eu vou me divertir um pouco com vocês e aproveitar o resto dá nossa noite que aliais tá linda, mas amanhã eu vou começar a investir na minha volta com o João – Ela sorria decidida, elas deram um abraço coletivo. Logo a galera do luau foi se aproximando da fogueira. Todos dançavam e cantavam. Karina começou a ficar alegrinha demais e logo Pedro percebeu.

–Olha lá Johnny a esquentadinha não está estranha?

–Acho que sua esquentadinha tá bêbada! – Disse rindo

–Será Johnny?

–Espera agora eu tenho certeza. – Ele começou a gargalhar.

–Vixe!!!... – Pedro saiu correndo atrás de Karina. Ela estava batendo em uma garota, Karina levou um tapa na cara e a briga começou. –Solta ela Karina!

–Me solta Pedro, ela que começou – Karina deu um soco na cara da menina.

–Ai droga, para esquentadinha você vai matar ela!

–Me solta sua... sua... ah sei lá só me solta! – Gritava a garota que estava fedendo a álcool.

–Para Karina solta ela! – Por fim elas pararam de brigar.

–Olha Pê – Falou mostrando um tufo de cabelo pra ele, ela saltitava como uma criança.

–Ai força superior – Falou incrédulo pegando o tufo de cabelo e colocando no bolso – Vem esquentadinha!

–Ah não amor vamos ficar aqui – Falou ela sentando na areia.

–Amor? É você não tá bem... Deixa eu te levar pra casa... –Ela o cortou.

–Ah não, eu quero ficar aqui! – Ela começou a dar chilique e se esfregar na área, Pedro começou a rir com a cena.

–Parece até que tem seis anos – Ele começou a rir. – Vem esquentadinha, você precisa comer alguma coisa. – Ele a levantou. – Você consegue andar?

–Sim – Respondeu super animada. – E na tentativa acabou caindo no chão.

–É já vi que não, vem eu te carrego – Ele a carregou até uma mesinha que tinha ali, a mesa estava repleta de frutas, bebidas, doces entre outras coisas. – Então pega alguma coisa pra você comer esquentadinha? Oque você vai quere?

–Eu quero... – Ela fez uma cara de pensativa que fez Pedro sorrir. – Eu não sei oque eu quero amor. – Pedro nunca tinha visto Karina daquele jeito, ela estava engraçada mais ao mesmo tempo indefesa, não tão indefesa já que ela tinha quebrado a cara de uma garota mesmo bêbada.

–Que tal isso – Ele pegou um morango e colocou na boca dela.

–Isso é ruim... Eu quero mais – Ela falou com cara de pidona, Pedro achava cada vez mais engraçado as coisas que ela fazia.

–Toma – Ele colocou mais um morango em sua boca.

–Você podia por outra coisa na minha boca – Disse rindo, Pedro arregalou os olhos.

–Esquentadinha olha oque você tá falando! – Ele coçou a cabeça.

–Eu estou falando da comida chuchu – Disse sem entender.

–Ata... Vem chega de comer né senta aqui.

–Mas eu não quero ficar aqui – Ela começou a fazer bico.

–Ah esquentadinha você precisa ficar aqui, tu tá muito mal.

–Eu estou bem olha só – Falou se levantando e tentando dar uma voltinha que não deu certo.

–Ai você caiu de novo! – Ele a pegou no colo e levou ela até a Fabi.

–Ela tá bêbada?

–Tá sim Fabi, mó figura ela desse jeito! – Falou Pedro sorrindo. – Mais se o Mestre descobrir ferrou.

–E o pior é que ela não se lembra de nada no outro dia, eu vou procurar a Beca e a Pri e já volto.

–Tá bom

–Eu estou brava com você – Karina estava chorando.

–Não chora esquentadinha oque eu fiz?

–Você contou pra elas, estou muito magoada corta aqui – Ela juntou os dedos indicadores.

–Ô minha linda me desculpa, mais é que você não pode ficar assim!

–Awn você me ama né. – Disse fazendo Pedro sorrir com sua bipolaridade.

–Você não tá bem... – Ela o beijou, era um beijo inocente que foi ficando intenso, depois de alguns minutos Karina repeliu o beijo, mas não pela necessidade do ar. –Esquentadinha você tá bem?

–Não eu acho que eu... –Karina vomitou na roupa do Pedro.

–Karina! – Pri, Fabi e Rebeca gritaram juntas.

–Desculpa amor... – Ela vomitou mais um pouco só que agora por cima de seu ombro.

–Se ferrou Pê – Disse Rebeca.

–Você deu de comer á ela né! Nunca faça isso quando a K estiver bêbada. – Disse Pri

–É eu estou vendo que ela não reage bem – Ele tirou a camisa.

–Vem eu te ajudo Pê – Disse Fabi.

–É vai trocar de roupa porque tu tá fedendo. – Disse Rebeca.

–Valeu mais não tá ajudando. –Pedro trocou de camisa e foi se juntar com as meninas que estavam cuidando de Karina. João os chamou para se sentarem com a galera do luau que ele ia cantar uma música então eles foram. João começou a cantar e tocar.

–Eu achei inventei encontrei minha paz

Porque eu acho que acho que o nada é demais

Eu busquei eu tentei mais não deu não dá mais

Pra viver em paz pra te ter em paz

Navego embarcações lugares visitando lares

Observando bares andando pelos ares

Minha mente tá confusa e algo me acusa

Mano eu não uso ela é ela quem me usa

Sempre me pego refletindo na reflexão

e me pergunto se há motivo pra existir ou não

Tanta pergunta sem resposta isso me contamina

Pronto tai o meu motivo que eu exponho em rima

O medo é maior que o amor isso existe é fato

Seja autossuficiente tu não é carrapato

Toma cuidado pra quem tu entrega confiança

dependendo ela vai embora sem deixar lembrança

A alegria extensa e mesmo contra sua luz

Respire fundo e continue você se conduz

Consumindo sua própria sagacidade e arriscando

você vai ter experiência sem idade

Prefiro dizer que eu não sei pra poder conhecer

a profunda verdade

No momento que digo oque sei fico preso na superficialidade

Eu to a mil to como um filtro que é passivo de mudar

To no caminho e to perdido sem pressa de me encontrar

Não faço questão nem expectativa de final feliz

Faço isso porque há tanto tempo me sinto

Caindo ou talvez por um triz

A minha identidade não tem nada a ver com seu

Porque tudo que eu conheço um dia vai se perder.

Eu achei inventei encontrei minha paz

Porque eu acho que acho que o nada é demais

Eu busquei eu tentei mais não deu não dá mais

Pra viver em paz pra te ter em paz.

–Ai sim em Johnny, até caso! – Disse Pedro escorando em João e piscando.

–Sou puro talento amiga.

–Então meu talento vamos embora.

Todos foram embora lá pelas três da madrugada. As meninas continuaram cuidando de Karina que estava péssima. E Pedro e João ficaram lembrando dos melhores momentos do luau.