Invasão Alienígena 2 escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 8
Confusão em casa


Notas iniciais do capítulo

Mais um...

Boa leitura.



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No dia seguinte, assim que amanheceu, fiquei um tempão tentando me distrair com meu celular, já eram cinco da manhã e eu e Emily não havíamos dormido, mas era um tédio ter que ficar ali, naquele silêncio, eu não podia simplesmente levantar, ir até a sala e ligar a televisão, seria falta de educação, ligar o computador dela então, nem se fala, além de que eu não havia aprendido tudo sobre computadores, vai que eu mexa em algo que faça o computador dar uma pane? Era melhor não arriscar.

Depois de muito tempo, finalmente ela acordou e parecia mais disposta, estava sorridente e brincalhona, além de que não tremia mais.

–Bom dia meu amor.- eu disse.

–Bom dia.- ela sorriu e me beijou, logo em seguida, fui até minha irmã e disse pra ela se levantar e ela o fez.

Depois disso, nós tomamos café e pouco depois que Mariano saiu pra trabalhar, Valentina foi para seu quarto deixando nós três ali, sozinhos.

–Como será que nosso motorista está?- perguntei tentando quebrar o gelo.

–Eu não sei, eu fiquei tão chocada com o estado dele que nem vi direito.- disse Bruna.

–E se a gente fosse mais tarde visitá-lo no hospital? Eu vi o nome do hospital na ambulância.- eu disse.

–Eu acho uma boa ideia.- minha irmã disse, sorrindo.

–É, eu também acho.

Então, foi resolvido que iríamos depois da escola, eu e Emily tivemos que pegar nossas coisas em casa e ir direto para a escola, eu disse à Bruna que ela podia ir na nossa frente e nos esperar no portão, mas ela preferiu ir junto com a gente como faz todos os dias, então, ela nos acompanhou até em casa e esperou a gente pegar nosso material e descer.

Na ida, fomos de táxi dessa vez, Valentina estava meio indisposta aquela manhã, mas não tinha problema, o táxi levou cerca de dez minutos pra chegar na escola, Bruna pagou por nós três e saímos do carro. Na entrada, correu tudo bem, não levei empurrão, nem bolada na cara, nem assédio, nada. Até estranhei, mas deixei pra lá. Entrando na sala, vi Duda conversando com Alice, eles estavam conversando normalmente, mas quando ele nos viu entrar diminuiu o tom da voz, parecia que não queria escutar o que eles estavam falando, então eu comecei a pensar o pior, será que ele estava armando pra mim e Bruna? Porque de todas as meninas da escola, inclusive as que me assediaram no primeiro dia, Alice era a que mais aparentava gostar de mim, já o Duda claro, ainda gostava da Bruna, isso poderia ser um plano para nos separar porque se não fosse, eles não teriam cochichado quando nós chegamos.

Naquele dia, as aulas novamente foram legais, o recreio não teve confusão, sentamos novamente com Neco, Zeca e Joca enquanto eles conversavam com a gente, mas eles é quem mais falavam enquanto a gente só acenava com a cabeça concordando, mas não falávamos nada, fiquei até com vontade de perguntar de onde eles tiram tantos assuntos assim pra falarem.

O resto das aulas também foi tranquilo, nós três sobrevivemos em meio àquela chatice toda, algumas aulas eram legais, mas algumas não. E tinha algumas aulas em que as matérias eram legais e as aulas não e vice-versa.

No final da aula, almoçamos na casa de Bruna e depois levei minha irmã pra casa. Quando deu duas da tarde, fomos ao hospital.

–Moça, por favor, tem alguma notícia do paciente Carlos Alberto? Aquele que sofreu um acidente ontem?- perguntou Bruna para a recepcionista do hospital.

–Sim, ele pode receber visitas agora. O quarto é o 105, podem entrar.- disse a mulher, era uma moça jovem e bonita, devia ter uns vinte e poucos anos, ela sorri simpaticamente pra nós, mas no fundo, eu acho que sorri pra mim e você deve saber porquê disso.

Entramos no quarto 105 e lá estava ele, deitado na cama olhando para o nada, assim que abrimos a porta ele lentamente virou o pescoço pra nossa direção e quando nos viu, sorriu.

–Oi crianças.

–Oi.- nós três respondemos juntos e sorrindo, mas não gostei de ter sido chamado de "criança", me perdoem por isso, mas é verdade.

–Como o senhor está agora?- perguntei me aproximando da cama.

–Estou bem, um pouco de dor no braço direito, mas tudo bem, e vocês?

–Bem também. O senhor viu como foi o acidente?- perguntou Bruna.

E ele começou a explicar tudo o que viu naquele acidente, embora ele não tenha visto muita coisa, contou sobre quando viu o mesmo carro que ele atropelou passar correndo na frente dele e depois quando voltou estava mais rápido ainda, por isso ele nem teve tempo de parar.

Ficamos ali pelo que pareceram horas, até que a enfermeira pediu que nos retirássemos porque ele precisava descansar, ele não podia fazer esforço e como ele estava fazendo força até pra falar, aquilo estava fazendo mal pra ele, então, tivemos que sair.

Quando chegamos em frente de casa, convidei Bruna pra entrar, quem sabe a gente não tomava juntos um sorvete que tinha na geladeira?

–Não, obrigada. Eu combinei com as meninas de irmos juntas ao shopping comprar umas roupas novas para a festa de aniversário da Vitória.

–Ah é, agora que eu lembrei da festa dela.

–Quer ir também Emily?- perguntou Bruna e ela ficou meio indecisa.

–Elas me convidaram? Porque não quero chegar lá de penetra.- ela disse.

–Olha, elas não te convidaram, mas disseram que se eu quisesse te levar, eu podia.

–Então tá. Eu vou com você.

E assim, passei o resto da tarde sozinho, liguei a televisão pra me distrair e vi que estava passando um filme na Sessão da Tarde, eu não vi que filme que era porque quando liguei a tevê ele já tinha começado, mas que ele estava bom ele estava. Consegui ver o filme até o final, era do Ex-Man, mal o filme tinha acabado a campainha tocou, desliguei a tevê e fui atender e quando abro sinto meu rosto corar de raiva.

–O que você quer aqui?- perguntei seco, era Alice.

–Calma, não precisa falar assim comigo. Eu juro que não demoro, só quero fazer um brinde.- ela disse e foi aí que percebi que tinha uma garrafa de refrigerante de dois litros nas mãos dela.

–Brinde? Mas por quê?- perguntei, desconfiado.

–É que semana que vem é o aniversário da Vitória, mas amanhã é o meu, mas como amanhã eu não tenho como comemorar, resolvi brindar com você.

–E por quê você não brindou lá na escola? Assim todo mundo poderia brindar também.

–Eu só tive a ideia de fazer esse brinde agora, é só um copo que eu quero brindar com você, depois eu vou na casa de cada um pra brindar assim como estou fazendo com você.

Aquilo estava muito estranho, amanhã era sim o aniversário dela, mas ela não comentou nada de festa, comemoração e muito mesmo brinde com alguém, como ela queria brindar agora?

–Acho que não é uma boa ideia Alice.

–Só um copo, juro, é só pra fazermos um brinde.

–Então tá bom, vou lá pegar dois copos.- eu disse, realmente aquele guaraná que estava nas mãos dela era muito gostoso, eu tava mesmo com vontade de bebê-lo, mas a presença da Alice ali me fez querer recusar. Voltei à sala e ela abriu a garrafa, depois ela encheu os copos até a metade pra sobrar para os outros e brindamos.

–Tim Tim.- Bebo. Um, dois, três goles. Antes de esvaziar o copo sinto uma coisa estranha, parecia meu estômago revirando, então vai todo o líquido subindo devagar pelo meu corpo todo e vejo Alice me olhar de uma forma diferente, ela parecia estar com cara de espanto mas querendo sorrir, como naquelas vezes que você quer rir mas não pode. Tentei perguntar porquê ela estava rindo mas não tive tempo, corri como um foguete para o banheiro e pus tudo pra fora. O vômito saiu pela boca queimando meu nariz e os lábios, era a primeira vez na vida que eu vomitava, já tinha visto algumas pessoas vomitarem antes e achei isso nojento, mas achei que nada nunca me faria vomitar, mas pelo visto, me enganei.

Quando terminei, escovei os dentes mais uma vez pra não deixar o bafo horrível do vômito na boca, depois eu desci pra beber água para tirar o gosto amargo da boca e vi Alice em um canto da cozinha conversando com alguém pelo telefone.

–... eu sei, mas deu errado. Ao invés de ele desmaiar, ele correu para o andar de cima com a mão na boca, eu acho que ele foi vomitar, a culpa não é minha se deu efeito errado nele.- ela dizia com a voz normal, acho que por pensar que estava sozinha ali.

–O que tinha no guaraná Alice?- perguntei pra ela e ela se virou pra mim com uma cara de espanto e desligou o telefone, mas logo depois deixou-o cair no chão e ficou branca e parada que nem uma estátua de mármore na minha frente.

–Fala logo!- eu perdi a paciência com a demora pra responder.

–Eu... é que... não fui eu, foi o Duda.- ela disse, ainda branca.

–Ah, eu sabia que tinha um dedo do Duda nessa história. Espera ai.- eu disse pegando dois copos de água, um pra mim e um pra ela, mas o dela eu coloquei açúcar pra ela melhorar, isso foi Bruna que me ensinou.

–Bebe tudo.- eu disse e a conduzi para a sala pra que ela pudesse se explicar melhor.

–É que hoje, o Duda me contou que esse era mais um plano pra acabar com o seu namoro com a Bruna, ele disse que eu tinha que vir até aqui e inventar uma desculpa para você beber o refrigerante e eu usei meu aniversário como a desculpa, então, enquanto você pegava os copos eu enchia eles com isso aqui e você teria que desmaiar, enquanto você desmaiava eu te levava pra cama e te deixaria de um modo que quando a Bruna e a Emily chegassem aqui, elas pensassem que a gente transou, aí ela ficaria tão magoada que ia correndo para os braços do Duda e aí, nós ficaríamos livres, eu pra te conquistar e ele pra reconquistá-la, mas agora que você não desmaiou, estou tentando desistir do plano, mas ele não quer, foi isso.- ela disse tudo isso entre soluços enquanto a minha raiva só subia, resolvi que o jeito era tirar satisfações com o Duda, se a Bruna reclamasse, explicaria tudo depois.

–Alice, eu tô muito decepcionado com você, pensei que pudéssemos ser amigos, mas me enganei. Você se aliou ao Duda, mas não se preocupe, agora mesmo eu vou encontrar ele e vou dar um soco naquela cara de bom moço pra ver se ele toma juízo e pare com isso!- eu disse, me levantando e puxando Alice pelo braço.

–Ei, pra onde está me levando?- ela perguntou ainda com o rosto molhado.

–Você vai me levar até a casa dele, nem precisa ver a briga, só me leva lá e vai embora.- eu respondi um pouco mais alto e destranquei a porta de casa, quando abri, vi Bruna e Emily com sacolas plásticas de shopping nos braços.

–Thomas, o que significa isso?- perguntou Bruna calmamente com uma cara de confusa, mas a raiva era vista em seus olhos.

–Isso significa que mais um plano do Duda pra separar a gente foi realizado e essa aqui foi a cobaia. Explica pra ela Alice, conta sobre o plano e sobre como você foi idiota em participar dele!- eu quase gritei, estava muito nervoso com a presença da Bruna ali, pois sabia que a qualquer momento ela poderia dar um ataque.

–É verdade Bruna, o Duda me convenceu a participar desse plano, mas ele deu errado e eu acabei desistindo dele...- Alice ainda tinha a cara de santa no rosto.

–Fala logo de uma vez Alice!!!- Bruna gritou e eu me assustei, fazia tanto tempo que eu não ouvia ela gritar assim.

Então, Alice explicou todo o plano para a Bruna, Emily ficou completamente chocada e eu acabei sorrindo de satisfação, pois com certeza Bruna perceberia que foi tudo armação e ela não desconfiaria de traição nem nada, mas quando Alice acabou de contar tudo, a única coisa que ouvi de sua boca foi:

–Sua maldita!!- e logo partiu pra cima dela, primeiro com um tapa, mas depois agarrou os cabelos dela, eu tentei impedir, mas Emily segurou meu braço e fez um sinal de "deixa" e ela estava certa, Alice merecia aquilo tanto quanto o Duda.

–Eu pensei que fôssemos amigas mas era tudo uma armação sua né? Tudo só pra conseguir roubar meu namorado sua idiota!!- ela dizia enquanto estapeava ela.

–Me solta! O Duda é tão responsável por isso quanto eu!!- Alice tentou se defender, agora as duas puxavam os cabelos uma da outra.

–Cala a boca sua maldita!!!- e então, Bruna a empurrou na parede da sala e Alice bateu a parte de trás da cabeça com força, então ela parou de puxar o cabelo de Bruna e foi amolecendo o corpo lentamente enquanto Bruna a estapeava.

–Bruna, pára, pára por favor!- gritou Emily, correndo na direção das duas e eu fui atrás.

–Me solta, deixa eu acabar com essa maldita!!!- Bruna berrou, descontrolada, mas Emily a pegou pelos braços e separou as duas.

–Não vou te soltar nada Bruna!!- gritou Emily de volta, agora Alice estava caída no chão sangrando na cabeça, obviamente por causa da pancada que ela deu na parede.

–Bruna, ela está sangrando muito, se você continuar, vai matar ela! É isso que você quer? Virar uma assassina?- eu perguntei segurando seu rosto e olhando no fundo dos olhos dela, aos poucos ela foi se mostrando mais descontraída mas ainda ofegante e desgrenhada por causa dos puxões que Alice deu em seu cabelo.

Chamei uma ambulância e ela chegou em vinte minutos, os paramédicos levaram Alice dali em uma maca, mas antes enfaixaram a cabeça dela bem na direção onde tinha sangrado, para poder estancarem o sangue. Depois, ela foi levada para o hospital em uma ambulância.

O resto da tarde foi agoniante, depois da confusão em casa, Bruna percebeu o que tinha feito, apesar de ter razão e de Alice merecer, ela tinha medo que a mesma tivesse algum trauma ou algo pior, por isso ficou chorando o resto da tarde.

–Valentina, a senhora pode deixar a Bruna dormir aqui em casa? Teve uma outra confusão e ela está muito abalada, não para de chorar.- eu liguei pra Valentina enquanto Bruna tomava banho.

–Claro que pode Thomas, mas o que houve? -perguntou ela, senti preocupação em sua voz.

–Amanhã te explico com calma tá? Agora eu preciso desligar, beijos.

Depois, Bruna apareceu já de roupa trocada, um short rosa e uma regata branca de alça fina, eu até elogiaria ela se não tivesse acontecido aquilo, em seguida, ela deitou na cama e demorou pra dormir, enquanto eu fiquei o tempo todo ao seu lado, só esperando o dia seguinte chegar.


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Notas finais do capítulo

É isso, até o próximo.



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