Não tinha passado uma noite exatamente tranquila, tinha tido vários pesadelos durante a noite, quando o tinha começado amanhecer eu me levantei e fui para o meu dormitório, não queria que ninguém me visse, tentei entrar na pousada em que o resto do time estava sem ser percebida, mas minha tentativa foi falha já que assim que coloquei os pés na recepção minhas três colegas de time estavam lá.
– Bom dia Sakura-senpai. – uma delas disse maliciosa.
– Bom dia – eu não quis ser mal educada – vou me trocar e desço em seguida – não queria render muito assunto.
O dia se passou tranquilamente, e eu não vi mais o Kazekage, os ninjas de Suna já tinham uma boa base e pelos meus cálculos não gastaríamos os quarenta dias para passarmos todo o treinamento.
Assim se passaram os outros trinta dias, nos saiamos cedo para o treinamento e voltávamos quando já estava escuro direto para nossos aposentos, as duas ninjas que estavam comigo falavam muito e sempre faziam piadinhas sobre minha escapada a noite, quando podia Karin destilava mais de seu veneno e os outros dois ninjas não conversavam muito com a gente.
O treinamento estava quase acabando, e eu não tinha me levantado muito disposta naquele dia, mesmo assim fui para o campo de treinamento como sempre, não consegui desjejuar e eu não estava nem conseguindo ficar de pé direito, quando finalmente tomei coragem para me levantar e dizer que não conseguiria ficar ali, me senti bamba e comecei a desabar, antes de bater no chão sente algo me apoiar, olhei para o lado e vi Gaara me segurando, tudo aconteceu muito rápido, eu nem o vi chegar, mas quando olhei envolta todos já nos cercavam, recobrei as forças e consegui ficar de pé novamente.
– Ela não comeu nada hoje – era uma das minhas colegas de time que falava, já passavam das onze da manhã e eu não tinha nem ideia que era tão tarde.
– Vou levá-la para comer alguma coisa – Gaara disse passando a mão sobre meus ombros. – podem continuar com seus afazeres.
Eu saí com ele, mas antes vi as duas garotas de Konoha se entreolharem com um ar de provocação.
Gaara me levou até um restaurante não muito longe dali, ele pediu ao garçom que nos levasse até uma mesa em um lugar mais reservado.
Quando nós sentamos ele mesmo pediu uma comida para dois e não hesitou muito em perguntar.
– Então, vai me contar o que está acontecendo? – ele disse olhando fixamente para mim.
Eu não conseguia desviar o olhar dele, minha boca abria e fechava diversas vezes, mas não conseguia emitir nenhum som.
Nossa comida chegou e eu esperava o garçom colocar os pratos hashis e copos a nossa frente.
– Eu sei que você não esta normal – ele continuou assim que o garçom saiu.
– Eu fiz um procedimento há um mês – eu me pronunciei, soltei tudo de uma vez, algo dentro de mim me dizia que eu podia confiar nele.
– Que tipo de procedimento?
– Uma inseminação. – eu apenas concluí, estava começando a ficar animada com a comida na minha frente, coloquei um pouco dela na boca, estava deliciosa.
– É por isso que não me correspondeu? – eu parei de mastigar com a pergunta dele.
– Também – eu respondi, ele começou a comer também.
– Você não quer um pai? – nós dois nos olhamos.
– Gaara, eu quero ser honesta com você – meus olhos miraram seus olhos verdes, que estavam mais para azuis hoje, acho que dependia do dia – eu estava, ou melhor, estou apaixonada e sofrendo por outra pessoa, eu me sentia vazia, então resolvi fazer isso, e desde que eu fiz me sinto bem melhor.
– Eu entendo, você estava sozinha.
– Exatamente.
– Sakura, eu sei que esse alguém é o Sasuke, e que nem o tempo conseguiu apagar esse amor, eu sei que você não quer me magoar, então quero te pedir uma coisa.
– Diga
– Me deixa fazer parte da sua vida, talvez assim, nós dois podemos abandonar a solidão e encontrar o amor. – ele deu uma pausa e bebeu um pouco d’água – eu também estou confuso, estou atraído por você, mas eu não sei o que é amor, acho que nós dois precisamos de tempo, para nos entendermos melhor.
Nós tivemos um almoço bastante agradável, quando saí daquele restaurante eu estava leve sentia, como se tivesse tirado um peso das costas, quando voltei para a área de treinamento, não havia mais ninguém, então fui para a pousada que estávamos hospedados para encontrar meu time já preparando as coisas para partirmos.
O treinamento havia terminado e o Kazekage nos liberou mais cedo, iríamos partir a noite e nós tínhamos à tarde de folga, decidi então que faria compras, Suna estava cheia de lojas e eu iria gastar um pouquinho.
Passei em praticamente todas as lojas de Suna, comprei vestidos e batas pra mim, quando já passava das cinco da tarde, estava andando já com a intenção de voltar à pousada, quando avistei uma lojinha pequena que não tinha reparado na ida, era uma loja de bebes, não resisti e entrei tive que comprar algumas coisinhas, quando saí de lá estava me sentindo a velha Sakura completa e feliz, já havia escurecido isso significava que eu provavelmente me atrasaria para nossa partida de volta a folha.
Tentei ao Máximo não me atrasar, mas com certeza devo ter demorado uns cinco minutos a mais, pois quando cheguei todos já me esperavam.

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Eu tinha acabado de chegar em Konoha, estava exausto e sujo, quando cheguei em casa ela estava vazia, Karin estava em missão em Suna e só voltaria em alguns dias, melhor assim.
Caminhei até o banheiro a fim de tomar um banho e ir para a cama, meus músculos relaxaram com o contato da água quente em minha pele, mas não demorei muito estava com sono também, quando saí do chuveiro vesti apenas cueca uma calça de moletom e me deitei, não vi a hora que peguei no sono, mas dormi até o dia seguinte, quando o sol já raiava no seu e sua luz incomodava meus olhos, meu estômago roncou, era hora de levantar.
Fui até a cozinha para preparar um desjejum, tudo parecia calmo e normal, gostava das coisas assim, mas é que ultimamente eu sentia que estava faltando alguma coisa.
Eu estava preparando alguns ovos quando ouvi um movimento na fechadura da porta da frente, esperei alguns segundo e um cheiro doce e enjoativo chegou as minhas narinas, Karin se pendurou no meu braço e me perguntou algo sobre eu ter sentido falta dela, eu não respondi, nós últimos tempos estava a cada dia com menos paciência para os caprichos da minha esposa.
– Vamos Sasuke, - ela passava a mão nas minhas costas – lá em cima a gente pode matar a saudade.
– Karin, agora não. – eu coloquei os ovos da frigideira em um prato e me sentei-me à mesa a fim de comer.
– Tudo bem – ela se aproximou e se sentou perto de mim – eu espero.
– Hum – comentei sem fazer muito caso.
– A missão era um saco, nem um pouco empolgante – que ótimo ela estava a fim de falar – pelo menos não para todos. Além do mais nada poderia ser pior do que ficar com aquela sua companheira de time insuportável. – eu apenas a olhei, enquanto colocava mais uma garfada na boca.
– Você não ia ficar lá por mais alguns dias – queria que ela simplesmente me deixasse comer em paz.
– Pois é, acho que nem mesmo o Kazekage suporta sua amiga, tanto que nos dispensou mais cedo, também quem manda ser oferecida e...
– Como? – eu perguntei
– Estou dizendo que na primeira oportunidade, ela caiu na cama dele, depois...
– Sakura dormiu com Gaara? – eu a interrompi pela segunda vez.
– Depois eles almoçaram juntos... – eu não consegui prestar atenção em nada do que Karin dizia, e eu não conseguia entender o porquê daquela noticia ter me deixado assim, eu não tinha nada com Sakura além de ser seu colega de time, mas a verdade é que eu não tinha visto ou sabia de nenhum cara que Sakura tinha saído, muito menos transado, e minha reação provava que eu não tinha gostado da novidade, é claro que ela devia ter seus rolos, mas nada de serio, e com alguém que eu conhecia e pior com alguém de quem eu não gostava, será que aquele sentimento era de proteção? Como Naruto tinha por ela?
Eu não vi quando Karin percebeu que eu não prestava atenção.
– Sasuke – ela estalou os dedos na frente do meu rosto – tá me ouvindo.
– Vou sair – eu falei, já me levantando e saindo.