Hinata tamborilava os dedos sobre a mesinha de centro da sala impacientemente. De acordo com o relógio Naruto ligaria para ela, a qualquer momento para avisar que já estaria chegando à casa da garota. Nesse dia, eles iriam começar a produzir o trabalho final da escola.

Sorriu, já tinha escrito a letra da música restava apenas que Naruto concordasse ou não e os dois fizessem a melodia. Excitação e felicidade percorriam livremente todo o corpo de Hinata, seria vergonhoso mas prazeroso fazer tal trabalho junto ao cara que ela ama! Sentia-se feliz só de pensar nos dois cantando juntos, uma música que resumisse em palavras o amor de ambos.

- Hey cinderela -da porta da cozinha, Tomoe chamou fazendo Hinata despertar de seus devaneios. A morena olhou feio para a mãe, quando ouviu o apelido, Tomoe, por sua vez apenas sorriu- será que dá pra parar de sonhar com o príncipe encantado e me ajudar aqui com os bolinhos?

- Mas mãe e se ele ligar?

- Traga o celular oras! Por acaso seu celular só recebe chamada quando está na mesa da sala?

Hinata bufou, pegou o celular da mesa tomando todo o cuidado ao depositá-lo em seu bolso livre na jaqueta de moletom preta. Com a mão segurando firmemente o celular foi até à cozinha, onde sua mãe modelava os bolinhos de arroz, numa travessa de vidro ao lado dos bolinhos, Hinata viu seu doce preferido, dango. Automaticamente sentiu sua boca salivar, os de sua mãe, eram os melhores dangos que a Hyuuga havia comido em toda a sua vida.

Cautelosamente, Hinata foi andando até onde estavam as travessas de dango e, disfarçadamente se colocou diante uma das travessas. Olhou de soslaio para a mãe que agora estava na pia, misturando a massa que produziria mais bolinhos de arroz. Voltou a olhar para a mesa, para confirmar se os dangos ainda estavam ali. Sim! Hinata riu internamente, era perita na arte de roubar dangos recém-feitos, colocou-se de costas para a mesa, tentando disfarçar o roubo que aconteceria posteriormente, foi levando a mão com cuidado até uma das travessas, pronta para pegar um espetinho de doces e sair correndo.

- Nem tente fazer isso! -Ainda de costas, Tomoe alertou.

Hinata afastou  a mão da mesa rapidamente. Fazendo um muxoxo, zangada.

- Mãe! Como é que você percebeu???

- Oras Hinata, desde que você começou a andar e aprender a roubar doces, escondido, você fazia isso. Acha mesmo que eu não ia perceber? -Hinata revirou os olhos, agora de braços cruzados- agora vem me ajudar com esses bolinhos, caso contrário, Naruto vai passar fome aqui!

- Mãe, você sabe que eu sou tão boa pra cozinhar, quanto você pra cantar então não força a bar-Hinata foi interrompida quando o celular tocou, rapidamente a garota o pegou e o identificador de chamadas denunciou, aquela era uma ligação dele- ihhh agora não vai dar, tenho que atender o Naruto-kun!

Um pouco longe dali, Temari se preparava para receber Shikamaru em sua casa.

Gaara e Kankurou não estariam na residência, isso ajudaria um pouco. Já que ter seus dois ‘guarda-costas particulares’ monitorando tudo o que ela e o Nara estariam fazendo não seria nada agradável. O que em Gaara faltava no quesito altura, sobrava no quesito super-proteção já Kankurou, bem, Temari não conseguiria contar nos dedos a quantidade de garotos que o irmão mais velho socou por apenas estar conversando com a Sabaku.

- Problemáticos -Temari sorriu quando disse a si mesma, a frase que o Nara usava com freqüência. -Oras Temari, isso não é hora para nostalgias!

Deu uma última verificada em toda a arrumação da casa, cuidando para que nada estivesse fora do lugar ou que nenhuma peça de roupa...indiscreta, de seus irmãos tivesse à mostra por ali. Ainda daria um jeito naqueles bakas! Onde já se viu uma pessoa não guardar no lugar certo as próprias cuecas???

Olhou para o relógio impaciente, já eram três e meia da tarde e o combinado para Shikamaru chegar eram às três. O que é que esse idiota está fazendo, parou para olhar as nuvens no meio da rua?   

A loira mal concluiu seu pensamento, e a campainha começou a tocar em curtos intervalos, insistentemente.

- Baka!!! –Temari levantou-se de um salto, resmungando enquanto abria a porta- além de chegar atrasado, você quer que eu seja rápida?!

- Boa tarde pra você também -Shikamaru entrou antes mesmo que Temari o convidasse, a loira ergueu uma sobrancelha enquanto fechava a porta atrás dele- você sabia que em todo lugar em que sua presença é esperada há um tempo de dez minutos de tolerância? Então ...-ele suspirou, odiava ter que dar explicações porém, ante a expressão de Temari aquilo era o mínimo que ele poderia fazer- estou tecnicamente apenas vinte minutos atrasado.

Temari revirou os olhos, o tempo a fez esquecer-se do quão chato era aquele cara...

o0o

Sakura caminhava a passos curtos, e incertos.

Não tinha certeza se estava preparada para isso.

Lidar com Sasuke frente a frente e para piorar passar tanto tempo com ele, como passariam hoje seria realmente complicado. Tudo bem, aquilo era só um trabalho e essa seria a primeira e última vez que teriam que o fazê-lo dessa forma, já que, o restante do trabalho seria terminado em sala de aula com a supervisão de Shizune. Mesmo assim para ela isso era de mais, seria mais fácil se ele não fosse o cara que ela ama desde que começou a se entender por gente e, o cara que esnoba todas as garotas da escola e as que ele porventura fica, acabam sempre se machucando no final.

Ficar tão perto dele seria, angustiante, constrangedor e maravilhoso...

- Droga Sakura! -Repreendeu-se- ele não gosta, nunca gostou e nunca vai gostar de você então por favor, cai na real.

Sakura ignorou as pessoas que a olhavam de forma confusa, até parece que eles nunca falaram sozinhos alguma vez.

Ela esfregava as mãos nervosamente, e tentava não pensar em como seria quando estivesse sozinha com ele naquela casa, ou no que falaria no momento em que o visse. Sentia-se suar e seu coração palpitava a medida que as passadas a levavam para mais perto dele, droga de borboletas no estômago! Odiava ser uma garotinha apaixonada, principalmente quando o objeto da sua paixão nem te vê como algo decente. Se é que ele a via...

Quando chegou em frente a casa do Uchiha, parada ainda no jardim. Sakura respirou fundo, tentando inutilmente reunir forças para enfrentá-lo, subiu cada degrau daquela escada como alguém que ia para a morte, ela se sentia idiota por pensar e sentir-se assim, mas, fazer o que? Ela não mandava em si e em seus sentimentos. Parou em frente a porta do Uchiha contando mentalmente até dez..dez não 20...30...trinta segundos eram o suficiente para que a rosada criasse coragem! Os trinta segundos haviam passado e Sakura mal tinha se movido, quando finalmente ergueu o braço para apertar a campainha, a porta se abriu.

Infelizmente, Sakura não se surpreendeu ao ver as duas figuras ali a sua frente, discutindo...como sempre.