A Contorcionista escrita por Ramona Malfoy


Capítulo 2
II. Ser alguém na vida


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui estou eu de novo com o primeiro capítulo. Ele é curto, mas a tendência é ser acima de 1.000 palavras, entretanto podem ser mais curtos (como esse) ou mais longos, vai realmente depender da necessidade.
Bem, eu espero que gostem e nós nos vemos nas notas finais.
Enjoy;*



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Capítulo 1 – Ser alguém na vida.

Morar sozinho.

Essa é uma opção que todos os jovens têm, mas que nem sempre é a melhor escolha, apesar de todos terem seus motivos para sair da casa dos pais nunca deve se dispensar avaliar a situação calmamente.

Quando digo calmamente é com muita calma, muita mesmo. Sem exageros.

Lembro-me perfeitamente do dia em que saí da casa de meus pais.

Eu estava no começo do último ano da faculdade, tinha um futuro, uma namorada promissora e algumas centenas de dólares economizados.

Minha namorada era Mary Liss, uma garota ruiva da área de Publicidade. Conhecemo-nos durante os testes finais do penúltimo ano e começados a namorar, nesse ponto já estávamos juntos há sete meses.

Eu estava completamente louco e apaixonado por aquela garota, mesmo que ela nunca tivesse me levado para conhecer seus pais, apesar de convidá-la todas as sextas feiras para jantar em minha casa, ou que preferisse evitar muito contato com seus amigos enquanto estava comigo a considerava perfeita, queria realmente me casar com ela.

Meus pais são empresários de sucesso, temos uma linhagem muito conhecida de advogados e economistas honestos e coisas assim, todavia eu nunca fui o tipo ‘filhinho de papai’ gosto de conquistar minhas coisas por honra e mérito próprios. Então, no fatídico dia em que anunciei que compraria um apartamento no subúrbio para morar com Mary tudo desandou.

No mesmo momento disse que tinha uma ‘viagem em família’ e que voltaria logo e se mudaria comigo. Daí eu me mudei sem medo de ser feliz com todas as minhas coisas para aquele apartamentinho esperando ansiosamente o momento em que a minha garota passaria por aquela porta.

E o tempo passou, três dias, cinco, uma semana, três, um mês...

Ela não retornava minhas ligações, muito menos mensagens.

Até que um dia, às três horas da manhã, recebi uma ligação de um número estranho.

– Alô – eu disse.

– Olha aqui, Davezinho, eu pensei bem e não quero mais saber de você, eu conheci outra pessoa – risos – e ela me completa.

E aí ela desligou, sua voz completamente embolada, o tom embriagado.

Não conseguia compreender o quanto havia sido idiota.

Tudo que ela queria era o dinheiro dos meus pais.

Como dizem, há males que vêm para o bem.

Depois desse episódio ridículo, Mary Liss passou a me evitar, nunca mais ligou, mandou mensagem... Chegou até a mudar de turno na faculdade.

Chances de encontro: Zero.

E, por mais incrível que pareça, eu fiquei triste.

Entrei numa fossa de meses, ouvi músicas dos anos oitenta, escrevi uma matéria sobre o índice de jovens com depressão no século XXI.

Mas finalmente isso acabou junto com meu curso de Jornalismo.

Troquei a cama de casal por uma de solteiro e me livrei de tudo que me lembrava desse erro.

E agora, quando finalmente a poeira baixou, percebi que meu dinheiro está acabando e não há muito a se fazer sobre isso enquanto não consigo arrumar um emprego. Acho que a melhor alternativa seria voltar a morar com Annelice e Robert, meus pais, alugar esse apartamento até conseguir um trabalho e ter condições de me manter aqui.

Eram exatamente oito horas da manhã quando abri a geladeira em busca de algo para comer.

Meia maçã, um restinho de iogurte líquido e vinagre foram tudo o que consegui achar, peguei o iogurte e despejei em um copo, tomei um gole a abri os armários e encontrei um pacote de bolacha salgada e meio saco de salgadinhos murchos.

Eu definitivamente precisava ir ao mercado.

Com meu pacote de bolacha água e sal e meu iogurte fui para sala, liguei a TV no noticiário e assisti enquanto me ‘deliciava’ com meu café da manhã.

Não havia nenhuma notícia nova ou interessante naquele Jornal, mas quando estava prestes a trocar de canal o quadro cultural me prendeu quando falou sobre o circo que chegava à cidade.

A ideia que se formou em minha cabeça agiu como um estalo.

Era isso que eu precisava.

Uma matéria sobre o circo.

Não necessariamente sobre o circo, mas sobre a vida das pessoas que se apresentam.

Com um salto peguei um guardanapo que estava por perto e uma caneta em cima da estante, anotei endereço e telefone, mal cabia em mim mesmo de tanta empolgação.

A primeira apresentação seria hoje à noite e eu mal podia esperar para ver.

Mas antes de tudo eu precisava fazer uma visita ao supermercado, não tem como escrever uma matéria sobre circo com apenas pipocas doces e amendoins no estômago.

Com aquele pequeno guardanapo em mãos já podia ver o dia em que conseguiria meu tão sonhado estágio na Dettlest.

Talvez, depois disso, eu me tornasse um malabarista.


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Notas finais do capítulo

Muito bem, o que acharam? Como sempre, espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo!
Nos vemos nos comentários!



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