A Sky Full of Stars escrita por Isa


Capítulo 2
People fall in love in mysterious ways


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o segundo capítulo, bem espero que estejam gostando :)

Ah sim, esqueci de dizer, mas eu tiro o título de cada capítulo de uma música... E a música desse capítulo é Thinking Out Loud do Ed Sheeran :)

Só mais uma coisa, a parte em itálico são as memorias do Ron, caso não fique claro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/568881/chapter/2

As salas no subsolo foram projetadas para que quando acontecessem ataques como esse, as crianças e professoras pudessem ter um lugar seguro para ficar. Por isso algumas pessoas estavam lá em baixo, Ron as tirou de lá, justificando que a base militar era o lugar mais seguro.

–Estão todos fora do prédio? –perguntou Ron ao soldado que havia voltado junto com outros três integrantes da equipe.

–Sim, todos estão nos abrigos da base. –um deles respondeu.

Um estrondo interrompeu a conversa, o prédio estava começando a ruir. Eles precisavam sair o mais rápido do lugar.

–Corram, eu estou atrás de vocês! –o tenente ordenou, não podia deixar nenhum dos seus homens para trás.

Os soldados assim fizeram, um por um subiram a estreita escada, passaram pelos destroços e saíram sãos e salvos. Ao chegarem à rua, não puderam deixar de comemorar, tinham salvo mulheres e crianças inocentes e nenhum militar havia ficado ferido.

–Onde está o tenente? –o soldado Lewis interrompeu a comemoração ao ver que Ron não estava ali.

–Ele estava atrás de mim. –um deles respondeu preocupado.

–Nós temos que voltar e procura-lo! –outro concordou.

–Eu vou buscar ajuda na base. –o quarto soldado se prontificou.

Em questão de segundos, outro míssil atingiu a escola. Os soldados que estavam na rua foram jogados a metros de distancia com o impacto da explosão.

Quando corriam para fora, um pedaço do teto despencou e atingiu Ron que caiu no chão. Tentou chamar seus soldados, mas a pancada o fez ficar tonto e estava perdendo a consciência. Achou que iria morrer ali, soterrado por concreto sem poder ver sua família ou o céu estrelado, as coisas que mais amava na vida.

Seus sentidos já não correspondiam as suas ordens e a dor o fazia perder cada vez mais a consciência, tudo que queria era apenas fechar os olhos e pensar em sua esposa e filhos. Ron estava entregue ao fim que teria até a risada de uma criança ecoar pelo lugar, parecia à risada de sua filha. O riso o fez abrir os olhos e sorriu ao ver uma garotinha parada a poucos metros dele, essa garotinha sinalizava para que ele viesse até ela.

–Eu não consigo. –ele respondeu, fraco demais. –Proteja-se, tem pessoas lá fora e logo elas viram te buscar.

A menina ignorou o que ele disse e continuou o chamando com as pequenas mãozinhas. Ron reuniu toda a força que lhe sobrara e tentou ir ao encontro dela, mas uma viga caíra em sua perna e não conseguia se mexer. Teria que liberar sua perna se quisesse chegar até a menina.

–Vamos, Ron! –o tenente falava consigo mesmo. –Você precisa salvar essa garotinha e voltar para casa! Hermione, Rose e Hugo precisam de você!

Com essa motivação em mente, Ron soltou sua perna e rastejou em meio aos destroços até onde a garotinha ria e o chamava. Quando estava perto, ela começou a correr e entrou em uma sala. Ron começou a gritar que ela voltasse, mas não adiantou, a menina o chamava para que entrasse na sala junto dela. Com muito esforço, ele conseguiu chegar até ela e entrar na sala.

–Pronto. –ele falou cansado. –Estamos seguros aqui.

Foi tudo que ele conseguiu dizer antes de sentir outro impacto, provavelmente outro míssil havia caído ali. Pronto, suas chances de sair vivo dali eram praticamente nulas. Tinha que pensar em algo bom, um último pensamento para poder morrer em paz e esquecer que iria morrer soterrado em uma zona de guerra.

Ron deixou o sono profundo o abater e começou a lembrar do dia em que conheceu Hermione, sua esposa, mãe dos seus filhos, melhor amiga e amor da sua vida.

Aos dezesseis anos, como qualquer outro garoto, Ron só pensava em jogar bola e se divertir com os amigos. Sempre deixava os estudos como última opção, pois tinha certeza de que nada que aprendia no colégio seria útil na carreira desejada. O jovem queria ser militar assim como seu pai, acha heroico ver seu pai voltar para casa depois de ter salvo pessoas e protegido o seu país.

–Senhor Weasley! –o professor chamou sua atenção, trazendo o jovem para a realidade da sala de aula. –Qual é a resposta da pergunta que lhe fiz?

Ron não fazia ideia do que o professor estava falando, odiava literatura. Estava pensando na tarde que teria jogando futebol com seus amigos.

–Eu... –ele tentou enrolar até que um de seus amigos lhe passasse a resposta. –Acho que...

–Foi Oscar Wilde, senhor. –a nova aluna respondeu sem paciência com o colega desatento.

–Obrigado, senhorita Granger. –agradeceu o professor pela resposta dada e antes de voltar para a aula propôs algo ao jovem Weasley. –Hermione pode te ajudar a estudar, senhor Weasley.

–Talvez, preciso ver se tenho tempo e... –Ron começou a inventar alguma desculpa.

–Não foi uma sugestão, senhor Weasley. –o senhor sorriu e falava de modo ameaçador. –Tenho certeza de que seu pai não irá gostar de voltar e ver que seu filho está com problemas em literatura.

–Não, ele não iria gostar. –respondeu o jovem controlando sua raiva.

–Ótimo, já que estamos de acordo a senhorita Granger irá lhe dar aulas particulares depois da aula.

Hermione Granger era a sabe-tudo da turma, estava em seu primeiro ano no colégio e não tinha amigos. Passava o intervalo sozinha em uma mesa da cantina sempre lendo. Quando a viu pela primeira vez, Ron não pode deixar de fazer piadas sobre seu volumoso cabelo castanho e por ser tão diferente das outras garotas.

A garota não teve nem tempo de protestar, teria que ajudar o garoto mais imbecil do colégio a estudar. Os dois trocaram olhares nada amigáveis, só de pensar em ficar mais tempo na presença dela, Ron preferia ir para a guerra.

Depois da aula, eles combinaram de se encontrar na cantina. Ron precisava comer alguma coisa ou não iria aguentar o resto da tarde estudando literatura. Pontualmente às quatro horas da tarde, Hermione chegou carregada de livros.

–Boa tarde. –ela disse amigavelmente colocando os livros em cima da mesa. –Pronto para estudar?

–Diga isso você. –ele respondeu de boca cheia enquanto devorava um sanduiche. –Só estou aqui porque não quero problemas com o professor e com meu pai.

–Ótimo! –Hermione deixou o seu lado amigável em segundo plano e adotou um lado bravo, iria trata-lo da mesma maneira hostil que o garoto estava a tratando. –E você acha que eu estou aqui por que quero? Ajudar o imbecil do Ronald Weasley a estudar literatura não é o que eu havia planejado para as minhas tardes de quarta-feira!

Eles se olharam, estavam se fuzilando através dos olhos. Ambos não queriam estar ali, Ron preferia estar jogando futebol com os amigos e Hermione em seu quarto lendo um livro.

–Desculpa. –Ron ergueu os braços como se estivesse se rendendo. –Podemos começar novamente, já que não podemos fugir disso, vamos ao menos tentar não nós matar.

–Certo. –a garota concordou sorrindo, talvez fosse divertido conhecer melhor Ron. –Começando novamente, então... Meu nome é Hermione Granger.

–Prazer, Hermione Granger. –ele a cumprimentou com um aperto de mão. –Sou Ronald Weasley. E por favor, não me chame de imbecil. Isso machuca meus sentimentos.

–Irei tentar lembrar disso. –ela soltou uma gargalhada, o que fez o garoto rir também. –Posso te pedir uma coisa?

–Vá em frente.

–Só não misture as coisas. –pediu a garota. –Estou aqui apenas para ajuda-lo a estudar, nada mais.

–Como? –o garoto não entendeu o que ela queria dizer com aquilo.

–Só não se apaixone por mim.

–Tenho 100% de certeza que isso não irá acontecer. –Ron não pode deixar de rir, ela não era nem um pouco o tipo de garota que ele gostava.

–Ótimo. Podemos ser amigos, mas só não espere que me casasse com você ou tenha seus filhos. –Hermione sorriu, feliz por deixar tudo claro. –Podemos começar?

Ron não entendeu de onde Hermione tinha tirado essa ideia absurda de que ele, um dia, se casaria com ela ou teriam filhos. Com toda certeza, essa menina lê romances demais para pensar isso, foi a única conclusão que Ron encontrou para essa hipótese.

–Pode apostar que não é esse o futuro que eu quero! –ele riu só da cena deles casados e com filhos. Tirando esse pensando, Ron puxou um dos livros de maneira nada delicada. –Estou pronto para a alegria que é estudar literatura!

Os estudos seguiram por toda a tarde e começo de noite, só se deram conta de que já era tarde quando a bibliotecária veio avisar que o pai de Hermione ligou atrás dela e que logo o colégio iria fechar.

–É melhor eu ir embora. –ela falou após a senhora se despedir. –Meu pai já está preocupado, não costumo chegar tarde em casa.

–Certo, mais um nome de algum escritor e meu cérebro irá explodir. –ele falou sério, porém acabou fazendo com que ela risse. –Não tem graça, nem todas as pessoas são apaixonadas por literatura como você.

–Verdade, porque essas pessoas são... –Hermione iria usar a palavra “imbecil”, mas lembrou do acordo que haviam feito. –São desprovidos de inteligência como você!

–Ok, isso também machucou meus sentimentos. –Ron massageou o lado do peito onde ficava o coração e fez uma cara de magoado. –Mesmo a senhorita me ofendendo, faço questão de acompanha-la até em casa.

–Não é necessário, Ronald. –ela foi pega de surpresa, não estava nos seus planos ele propor algo desse tipo. –Eu moro aqui perto e...

–Eu insisto. –ele a ajudou guardar os livros. –É o mínimo que posso fazer por você me ajudar a estudar.

–Tudo bem. –Hermione agradeceu um pouco encabulada.

Hermione realmente morava perto do colégio, algumas quadras andando e trocando algumas palavras, eles estavam parados na frente da casa dela.

–Aqui esta, entregue e segura a sua casa. –Ron brincou ao pararem em frente o portão.

–Obrigada. –respondeu ela sem saber o que mais dizer, era a primeira vez que um rapaz a trazia para casa. –Posso pedir para o meu pai te levar para casa, pois está tarde e...

–Está vendo aquela casa ali no final da rua? –perguntou ele apontando para a casa. –Eu moro ali.

–Certo, então nós somos praticamente vizinhos também. –ela falou ainda mais sem graça. –Você faz parte daquela grande família cujo pai é militar, que a minha mãe falou.

–Bem, eu tenho cinco irmãos e uma irmã, meu pai é militar. –ele riu. –Então acho que estamos falando da mesma família.

–É, acho que sim. Desculpa, minha família se mudou para cá faz apenas alguns meses e eu não conheço ninguém... –sem saber por que, Hermione começou a contar sua vida para o rapaz que pouco conhecia. –Bom, você deve ter percebido que eu não conheço ninguém, afinal eu passo o intervalo sozinha e...

–Eu sei como é ruim ser o novato. –Ron a interrompeu, sentindo compaixão pela situação que a garota descrevia. –Devido a profissão do meu pai, nós já nos mudamos algumas vezes.

–É horrível, não? Ter que fazer amigos novos toda hora, principalmente para pessoas como eu que são tímidas.

–Moramos aqui há dez anos, então já tenho alguns amigos. Mas realmente é ruim, depois você conhece algumas pessoas e melhora.

–Bem, estou aqui há três meses e o mais próximo que tenho de um amigo é a senhora bibliotecária. –ela riu, pois Ron começou a rir. –Será que irá melhorar?

–Posso lhe apresentar alguns amigos, mas já aviso que eles são desprovidos de inteligência assim como eu. E minha irmã mais nova, Ginny. Ela é a única garota legal que eu conheço e posso lhe apresentar.

–Obrigada, Ronald. –agradeceu Hermione surpresa mais uma vez pela atitude dele. –É melhor eu entrar, ou daqui a pouco meu pai virá me buscar.

–Claro, boa noite e obrigado mais uma vez. –ele mostrou um sorriso sem jeito, não sabia como se despedir.

–Não foi nada. –ela abriu o portão e caminhou para a porta de casa. –Boa noite, Ronald e até amanhã.

–Até amanhã. –antes que ela entrasse em casa, Ron a chamou. –Hermione, posso te pedir mais uma coisa?

–Diga, Ronald. –Hermione estava parada em frente a sua porta.

–Me chame de Ron. –ele pediu sem graça e com as bochechas tão vermelhas quanto seu cabelo ruivo. –Sabe, meus amigos me chamam de Ron e apenas meus pais me chamam de Ronald quando querem brigar comigo.

–Tudo bem, Ron. –ela sorriu tão envergonhada quanto ele. –Boa noite.

–Boa noite, Hermione. –o jovem ficou esperando que ela entrasse em casa para ir embora.

Caminhando em direção a sua casa, Ron não pode deixar de sorrir. Um sorriso bobo que insistia ficar em seu rosto, apenas por pensar em Hermione.

E foi assim que um mês depois, Ron havia quebrado a promessa que fizera a garota, estava completamente apaixonado por Hermione Granger.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Olá Betadizi, fico feliz em ver que está me acompanhando mais uma vez. Muito obrigada e espero que esteja gostando"

Até o próximo, beijos :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sky Full of Stars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.