A Sky Full of Stars escrita por Isa


Capítulo 1
Every time we say goodbye


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão? Bem, estou de férias (finalmente) então é hora de dar vida a essa história que eu venho planejando há um longo tempo. Espero que gostem :)



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Guerrear é muito mais do que atacar, envolve defesa, estratégia e pessoas para o combate. Os fundamentos da guerra foram um dos primeiros aprendidos pelas civilizações primordiais. Cada guerra tem o seu por que.

Guerras por comida, território, riqueza, matéria-prima, ideologia ou motivos que muitas vezes não sabemos ao certo. O que sabemos é que sempre que há guerra há pessoas lutando. Pessoas que se alistam e deixam suas casas, famílias e partem para defender seu país. Ronald Weasley era uma dessas pessoas que deixou sua família para defender sua nação em uma guerra. Aos vinte e cinco anos, Ron havia terminado todo o treinamento na escola das Forças Armadas Britânicas e iria liderar sua primeira tropa no Iraque.

-Você vai se cuidar? –sua mãe chorava mais uma fez ao se despedir do filho.

-Eu vou ficar bem, mãe. –ele abraçou a mãe, tentando não chorar na frente dos seus colegas que embarcariam na jornada.

-É a terceira vez que ele vai a uma zona de conflito, Molly. –Arthur que também era militar, tranquilizou a esposa. –Boa sorte, Tenente Weasley.

-Obrigado, Tenente-General Weasley. –Ron prestou continência como forma de respeito ao seu superior e de se despedir do pai.

Ron se despediu dos irmãos, Bill, Percy, Fred e Jorge, suas cunhadas e sobrinhos, sua irmã mais nova Ginny, seu melhor amigo e cunhado Harry. De todos os irmãos, Ron foi o único a seguir os passos do pai na carreira militar.

-Eu te amo, papai. –a pequena Rose abraçou o pai e entregou uma folha de papel. –Eu fiz um desenho para você não ficar com muita saudade de nós.

-Eu também te amo, filha. –ele beijou a menina e olhou atentamente para o desenho. Rosie havia desenhado ela, seu pai, sua mãe e seu irmãozinho, Hugo. –Obrigado pelo desenho, irei guardar sempre comigo.

Hermione segurava o filho recém-nascido nos braços e tentava conter as lágrimas, mas não estava conseguindo. Ver o marido embarcar em mais uma missão com o medo de nunca mais vê-lo, mesmo sabendo que Ron era experiente e cuidadoso, tudo pode acontecer em uma guerra.

-Você prometeu não chorar. –Ron limpou as lágrimas que escorriam do rosto da esposa. –Perdeu a aposta, terá que trocar as fraldas do Hugo por uma semana quando eu voltar.

-Você vai voltar? –ela perguntou com a mesma insegurança de uma criança que é deixada em seu primeiro dia na escola pelos pais, deixou o medo falar mais alto.

-Só um louco ficaria na guerra ao invés de voltar para sua família e principalmente, voltar para a mulher mais linda do mundo. –ele usou seu senso de humor para quebrar a tensão e a tranquilizou com o sorriso no rosto que a esposa tanto amava. –Eu te amo, Hermione.

-Eu também te amo, Ron. –eles se beijaram pela última vez. –Se cuide.

-Vocês também. –respondeu ele e depositou um beijo no filho que dormia tranquilamente. –Papai te ama, Hugo. Nunca se esqueça disso.

-Cuida deles por mim, Harry. –Pediu Ron ao melhor amigo. –Hermione pode demonstrar estar forte, mas você conhece bem ela e minha família também.

-Pode deixar, Ron. –Harry deu um último abraço no amigo de infância. –Conheço bem sua família e Hermione também, iremos ficar bem. Se cuide e volte inteiro, escutou? Temos que ensinar os meninos a jogar futebol!

Desde que terminou o ensino médio e entrou aos dezessete anos para a escola das Forças Armadas, Ron passou longos períodos longe da família. Mas essa missão seria a mais difícil, pois deixar Hermione e os dois filhos pequenos partia o seu coração.

Ao entrar no avião e ver sua família e as famílias de todos os seus colegas, Ron lembrou que não era apenas ele ou sua família que estavam sofrendo por ver seus entes indo para a guerra, todos naquele avião estavam indo com a missão de defender, proteger e assegurar que suas famílias e seu país pudessem viver em um mundo melhor. Com esse pensamento em mente, Ron iria passar os próximos dezoito meses no Iraque.

Seguindo os passos do pai, Ron era um ótimo comandante. Sempre focado no bem estar da sua tropa e em desempenhar a missão perfeitamente. A base em que sua tropa estava instalada não era propriamente parte da zona de guerra, os soldados já haviam feito todo o trabalho e deixado para que Ron certificasse de que a área estava livre para os civis voltarem para suas casas.

­-Oi, papai! –Rose estava feliz por falar e ver o pai pela internet. –Eu to te vendo!

-Oi, filha. –Ron acenou para ela através da tela do computador. –Eu também estou te vendo. Como você está?

-Bem, hoje eu brinquei na escola e aprendi um monte de coisas novas! –a garotinha contava animada, era tão inteligente como a mãe, nada a deixava mais feliz do que ir para a escola. –Sabia que faltam três meses para o meu aniversário?

-É mesmo? –ele fingiu não saber da data que se aproximava. –Seu aniversário? Tem certeza?

-Tenho papai! –a pequena bateu o pé no chão certa do que dizia. –Mamãe me ajudou a contar e está marcado no calendário! Vou fazer seis anos! E faltam dois meses para você voltar para casa.

­-Eu sei, filha. –não pode deixar de sorrir pelo grande bico que a filha mostrou. –Eu nunca vou esquecer o aniversário da minha princesa.

-Acho bom, porque eu e a mamãe estamos preparando uma festa para quando você chegar e...

-Rose! –Hermione interrompeu o que a filha falava, aparecendo na tela junto com Hugo. –Oi, Ron. Era segredo, Rose.

-Desculpa, mamãe. –a garotinha ficou triste por ter estragado a surpresa. –Desculpa, papai.

-Por que está pedindo desculpa? –Ron deu uma leve piscada para a esposa antes de continuar a falar. –Eu tive um problema com o áudio e não escutei nada do que você e sua mão falaram.

-Não? –Rose abriu um enorme sorriso, igual ao do pai, mostrando o pequeno buraco deixado pelo primeiro dente que havia caído. –Então você não perdeu nada, papai. Eu vou deixar você falando com a mamãe agora, depois eu volto. Tchau, papai!

-Tchau, querida. –Ron retribuiu o beijo que a filha lhe mandou. –Te amo.

-Obrigada por isso, Ron. –Hermione agradeceu. –Como você está?

-Bem, daqui a pouco eu e os rapazes vamos até uma escola ajudar a reconstruí-la. E vocês?

-Estamos bem, tirando esse rapazinho aqui que não sossega por um minuto. –Hugo tentava mexer na câmera acoplada ao computador enquanto estava no colo da mãe. –Hugo, quem é esse? –Hermione apontou para a tela do computador.

-Papa! –O garotinho respondeu batendo as pequenas mãozinhas na tela do computador. –Papa!

-É a primeira vez que ele falou? –Ron perguntou emocionado, era a primeira vez que ele escutava o filho lhe chamar.

-Ele falou ontem depois que nos falamos, apontou para o computador e depois para uma foto sua e falou. –ela contou orgulhosa pelo filho e feliz por Ron ter presenciado esse momento. –Mas sem sucesso em falar “mamãe”.

-Paciência, Hermione. –Hugo começou a gargalhar e dizer “papa” quando Ron começou a brincar de se esconder na tela do computador.

-Talvez eu deva ir para o Iraque, assim as crianças irão lembrar que tem mãe. –Hermione não conseguia parar de rir com as gargalhadas que o filho dava.

A conversa foi interrompida por um dos subordinados de Ron o chamando, pois um ataque surpresa acabara de acontecer a poucos quilômetros da base e seguindo o protocolo de segurança, eles deveriam seguir para um lugar seguro.

-Eu preciso ir. –Ron se despediu e não pode deixar de ver o semblante assustado que Hermione exibia. –Não se preocupe, Hermione. Eu vou ficar bem. Falo com vocês quando puder.

-Se cuide! –Ela praticamente gritou desesperada, sentindo seu coração apertar em seu peito de preocupação. Eu te amo, Ron!

-Amo vocês! –Foi tudo que ele conseguiu dizer antes da conexão cair e a tela ficar preta.

Hermione começou a chorar apertando forte Hugo em seu colo, buscando o conforto e a tranquilidade no filho. Olhar para aquela tela preta em sua frente e imaginar o que estava se passando com o marido do outro lado, fazia com que ela chorasse ainda mais. Algo em seu coração dizia que Ron precisava dela, algo ruim estava acontecendo e não havia nada que pudesse fazer. Ron estava em situação de risco, era isso que seu sexto sentido dizia.

-Mãe, eu fiz um desenho... –Rose voltou na sala e encontrou sua mãe chorando em frente ao computador. –Mãe, o que aconteceu? Cadê o papai?

-Oi, querida. –limpando rapidamente as lágrimas, Hermione se recompôs para não assustar a filha. –Seu pai teve que sair rápido, mas ele disse que te ama e assim que puder ele fala conosco.

-Será que o papai vai ver meu desenho? –ela largou o desenho ao lado do computador e se aconchegou no colo da mãe.

-Vai sim, filha. –as lágrimas voltaram a surgir nos olhos de Hermione. Tudo que ela queria era acreditar nas palavras que acabara de dizer, abraçada aos filhos, seus pensamentos estavam em Ron em sua zona de guerra.

O ataque pegou todos de surpresa, mísseis de longo alcance foram lançados com o objetivo de atingir a base militar britânica. Mas o alvo atingido não foi à base de Ron e sim a escola que ficava poucos metros da base. Ron e seus colegas correram em direção à escola, tentando salvar as crianças que estavam no prédio.

A escola foi atingida por dois mísseis, porém apenas um atingiu o prédio. Uma ala do prédio estava totalmente destruída e a outra parte ainda estava parcialmente intacta, crianças e professoras tentavam se salvar. Ron não pensou duas vezes ao entrar e ajudar o quanto pudesse.

-Nós devemos voltar, tenente! –um soldado alertou Ron. –O prédio pode ruir a qualquer momento!

-Ainda não, tem algumas salas no subsolo! –Ron carregava uma criança no colo que havia machucado o pé na tentativa de se salvar, entregou a criança assustada ao soldado e passou as instruções. –Diga para levarem todos para a base, os médicos irão cuidar dos feridos e fiquem todos no abrigo subterrâneo.

-O senhor acha que irão atacar novamente? –o jovem soldado perguntou assustado.

-Sim.

-Então, irei voltar e ajudar o senhor.

-Obrigado, me encontre lá em baixo. –Ron começou a descer as escadas, porém voltou ao lembrar-se de passar mais uma instrução ao soldado. –Se algo acontecer comigo, quero que vá pessoalmente e diga a minha família que eu os amo muito. Não deixe que Hermione e as crianças fiquem desamparadas.

-Tenente, isso...

-Apenas prometa, soldado Lewis! –ele gritou, trazendo a razão para a situação.

-Eu prometo, senhor.

-Obrigado. –não perdendo mais tempo, Ron desceu as escadas em busca de quem tivesse ficado para trás.

As enormes rachaduras nas paredes e no piso, vozes e choros desesperados e o barulho dos helicópteros sobrevoando a área, deixavam a situação ainda mais assustadora. Mas Ron era experiente, já havia vivido situações parecidas e em todas ele se saiu bem. Tudo que precisava era manter o foco e a tranquilidade, salvar quem pudesse e ir para um local seguro. Mantendo o pensando de que em dois meses estaria em casa com a sua família, Ron foi salvar quem pudesse.


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Notas finais do capítulo

E ai? Bom começo? Ruim? Me digam o que acharam, por favor! Só sei que é bom estar de volta e até o próximo :)



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