Capítulo 46: Responsabilidade herdada! Yusa e Aya procuram emprego!

Tendo passado um dia em seus respectivos encontros e mais um dia em casa, o final de semana dos irmãos Saiyajins havia sido muito proveitoso, porém, logo cedo na manhã de segunda-feira os dois acordaram cedo, tomaram seu café e saíram, pois naquele dia precisavam lidar com uma grande provação. Com a morte de Sho, a responsabilidade de sustentar a casa agora era dos irmãos, e como a Terra já havia se recuperado da destruição causada pela batalha contra Majin Boo, era hora de Yusa e Aya procurarem emprego.

—Eu tenho mesmo que vestir isso?-Yusa reclamava por estar vestindo um terno todo preto com a blusa por baixo branca e a gravata vermelha.
—É claro que sim!-Aya retrucou. A mesma vestia um terno também, porém todo azul-escuro, com a blusa de baixo branca e a gravata azul-clara.-Se queremos conseguir bons empregos nós temos que estar bem apresentados!
—Que chatice.
—Não seja resmungão. Somos só nós dois agora. Precisamos sustentar essa casa.
—Eu sei. Eu sei.
—Bem, agora cada um vai pra um lado. Se procurarmos separados, vamos conseguir nos adiantar. Boa sorte, Yusa.
—Boa sorte Aya.

Os dois irmãos então se separaram e partiram em sua procura completamente amadora por algum trabalho que os permitisse manter a casa que Sho deixara para eles.

Algum tempo se passou, e Yusa estava agora em um pequeno escritório, onde um homem gorducho e baixo gritava com ele.

—Como é?! Quer trabalhar aqui?! Nunca!
—Mas por que não?-Protestou o Saiyajin.-Eu adorei a comida de vocês!
—Adorou tanto que nos fez fechar mais cedo e nos deu um prejuízo absurdo no fim de semana! Fora daqui!

O homem expulsou Yusa de seu escritório e o garoto foi embora. De início havia pensado que o restaurante no qual ele e Aku haviam comido em seu encontro seria uma boa ideia para tentar emprego, porém nada feito. Mas o rapaz ainda não havia ficado sem ideias, e partiu para um local que considerava mais interessante.

Não demorou muito para que Yusa chegasse ao fliperama onde ele levara Aku, porém ao perguntar se havia vagas para um trabalho, novamente se viu numa situação desfavorável.

—Desculpe.-O dono disse ao rapaz.-Não precisamos de ninguém no momento.
—Mesmo? Não tem nada que dê pra eu fazer?
—Não. Sinto muito.
—Tudo bem.

Yusa saiu do fliperama meio decepcionado e sem fazer ideia de para onde ir em seguida. Nunca havia procurado emprego antes devido às crises que enfrentara em Namekusei e na Terra, fora o fato de que Sho estava vivo e mantinha a casa, mas agora sem o velho, não havia jeito.

Aya, por sua vez, havia acabado de sair de uma entrevista em uma empresa, porém não parecia muito confiante.

—Quanta pressão lá dentro.-Ela suspirou.-Eu prefiro lutar contra alienígenas e monstros pra defender a Terra.

Ela pegou um pedaço de papel em sua bolsa e o observou. Na noite anterior a garota havia feito uma pequena lista com vários locais que estavam contratando novos funcionários, então pegou uma caneta e riscou o primeiro nome, guardou o papel e seguiu para o segundo local.

A garota andou durante alguns minutos, até que passou em frente a uma academia e foi surpreendida quando uma das janelas se quebrou e uma das máquinas do local voou para fora, caindo no chão se se quebrando completamente.

—Mas o que é isso?-Ela se perguntou sem parecer ter sido afetada pelo ocorrido, enquanto as pessoas ao se redor estavam assustadas e se afastavam do local.

Não tardou para que ela descobrisse o problema, pois Yusa apareceu logo depois olhando pela janela, então voltou para dentro e mais alguns minutos depois o garoto foi expulso da academia pelo dono que berrava palavras inaudíveis.

—Foi mal! Foi mal!-O garoto gritava enquanto saía do local.-Eu usei força demais!

O dono ignorou Yusa e bateu a porta da academia nas costas do rapaz, que suspirou e se pôs novamente a andar, encontrando-se com sua irmã.

—Aya!-Ele chamou ao se aproximar.-E aí? Como está indo?
—Estou indo pro meu segundo local. Já fiz uma entrevista, mas acho que fui meio mal.-Ela disse sem jeito.
—Segundo local?!-O mais novo disse surpreso.-Você é muito lenta! Eu já estive em vários lugares!
—E quebrou todos eles que nem fez com a academia?-Ela zombou.
—Foi um acidente!-Ele retrucou imediatamente.-Eu tava mostrando pro chefe lá que eu era capacitado pra ser um professor na academia dele!

Antes de responder, Aya olhou para a máquina em ruínas no meio da rua, então voltou-se para seu irmão.

—Yusa.-Ela disse.-Você não é capacitado pra ser professor de nada.
—E você por acaso é uma excelente professora?!
—Claro que sim.-Aya respondeu confiante.-Eu aprendi tudo com o mestre Sho.

Com a menção feita por Aya, os dois irmãos ficaram quietos e pensativos por um momento, até que Yusa se pronunciou.

—Ei. Você acha que o mestre Sho passou por isso quando procurou emprego pela primeira vez?-Ele perguntou com a voz triste.
—Claro que não.-Aya respondeu.-Ele não era tapado igual a você.-Ela disse também com a voz triste.
—Vai se ferrar Aya.-Yusa retrucou com um sorriso de canto.
—Vamos lá irmãozinho.-Aya disse tentando abrir um sorriso.-Temos que continuar tentando! Eu tenho uma entrevista marcada logo logo, você pode tentar algo por lá também!
—Pode ser.

Os dois foram juntos até o local onde estava marcada a entrevista de Aya. A garota entrou no local enquanto Yusa ficou do lado de fora, procurando algo para si mesmo.

—O que raios tem por aqui pra eu trabalhar?-Ele olhava em volta.

O Saiyajin andava lentamente pelo local, procurando por algo até que notou uma aglomeração de pessoas, então se aproximou.

—O que tá havendo aí?-Ele perguntou para um senhor.
—Lá dentro.-O senhor apontou para um prédio.-Tem um grupo de bandidos assaltando essa joalheria.
—E ninguém chamou a polícia?
—Já sim, mas a quantidade de crimes ainda está relativamente alta por causa do caos que vivemos há pouco tempo. A polícia está atolada e o dono dessa joalheria acabou ficando sem condições de contratar segurança para a loja dele.
—Entendo. Muito obrigado.-O garoto disse antes de começar a caminhar em direção à loja.
—Ei! Aonde você vai, filho?!-O homem perguntou assustado.
—Vou arrumar um emprego!-Yusa respondeu com um sorriso antes de sair correndo até a joalheria.
—Espera aí!-Gritou o homem.-Eles estão armados!

Yusa ignorou os gritos do senhor e entrou na loja, onde um grupo de quatro homens com metralhadoras estava quebrando as vidraças e colocando as joias em bolsas.

—Vamos lá! Peguem tudo o que aguentarem carregar!-Gritava um homem que parecia ser o líder.
—Ei!-Yusa chamou.-É melhor que vocês parem com isso! Larguem essas bolsas e sumam daqui agora mesmo!-O garoto disse com seriedade.

Os bandidos se voltaram na direção do garoto e viram nada mais do que um moleque vestindo um terno.

—E quem você pensa que é, garoto?-Perguntou o líder.-Estamos trabalhando, portanto se não quiser ficar cheio de buracos é melhor dar o fora!
—Então você acha que é capaz de me encher de buracos?-Yusa perguntou com um sorriso sádico.-Quero só ver.-Ele disse enquanto caminhava na direção dos bandidos.
—Se você quer morrer, então que seja! Acabem com ele pessoal!

Seguindo imediatamente a ordem do líder, o grupo largou as sacolas, então todos apontaram suas armas para Yusa e começaram a atirar, porém, o garoto simplesmente continuava andando na direção dos bandidos.

Pouco a pouco as balas das armas foram se esgotando e Yusa se aproximando, até o momento em que o garoto estava bem de frente para o líder.

—Ei.-Disse o Saiyajin.
—O-o-o que...é você...?-Gaguejou o bandido, paralisado de medo.
—Pra onde foi toda aquela atitude, hein?-O garoto perguntou ao agarrar o bandido pela gola da camisa.
—P-p-por favor! Deixa a gente ir! Eu prometo que não vamos mais roubar!
—Normalmente eu até deixaria, mas você estragou meu terno!

Com o grito de Yusa, o grupo de bandidos tentou fugir, porém o garoto foi rápido e sem dificuldade, desmaiou todos com golpes precisos em pontos específicos. Depois disso o garoto saiu da loja carregando os quatro em seu ombro, então os jogou no chão bem na hora em que a polícia chegou.

—O que aconteceu aqui?-Perguntou o policial que saiu do carro acompanhado por um homem que parecia ser o dono da joalheria.
—Aquele rapaz entrou e pegou os bandidos!-Gritou o senhor com quem Yusa conversara mais cedo.
—Isso é verdade, rapaz?-O dono perguntou ao se aproximar do garoto.
—É sim.-Yusa respondeu com um sorriso.-Foi bem fácil, na verdade.
—Ah! Muito obrigado meu rapaz!-O dono da joalheria sorriu e apertou a mão do Saiyajin.-Como posso lhe agradecer?
—Bem, o senhor ali me disse mais cedo que você não tinha conseguido contratar segurança pra sua loja.
—Sim, o que tem isso?
—Eu tô precisando de um emprego.
—Você quer fazer a segurança da minha loja?!-Perguntou o homem com os olhos brilhando.
—Sim, quero. Preciso muito de um trabalho.
—Eu adoraria!-O homem disse animado, mas logo depois se conteve.-Mas eu não tenho condições de pagar um segurança ainda.
—Eu posso ajudar com isso.-Disse o policial que se aproximou dos dois.
—O que quer dizer policial?-Perguntou o dono da joalheria.
—Esse grupo de bandidos vinha cometendo muitos roubos, se aproveitando da instabilidade das cidades devido às catástrofes recentes, então uma recompensa foi oferecida por eles. Como esse rapaz foi capaz de pegar os quatro, ele receberá uma boa recompensa, creio que seja suficiente para que você consiga normalizar sua situação e pague a ele tudo o que ficar devendo no tempo que ele trabalhar.
—Uma recompensa?!-Yusa sorriu.-Sério?! De quanto?!
—Um milhão de zeni!
—Opa! Gostei! Se minha irmã conseguir um emprego também, nós vamos ficar resolvidos!
—Então você aceita?-Perguntou o dono da joalheria.-Depois eu pago a você tudo o que eu ficar devendo, com juros ainda!
—Aceito!-Yusa respondeu sorrindo.
—Obrigado, meu rapaz!

Naquele momento, Aya passou pela multidão que já havia se reunido ali devido ao ato inesperado de Yusa, então ela viu seu irmão com o terno esfarrapado, então correu até ele.

—Yusa! O que houve?!-Ela perguntou.-O que você fez com o seu terno?!
—Tá preocupada com o terno?!-Ele riu.
—É claro! Me falaram que você foi pra cima de um grupo de bandidos armados! Por que não foi sem o terno, pelo menos?!
—Queria que eu fosse pelado?!
—Antes isso do que ferrar com o terno!!!
—Vai se ferrar Aya!!!-Yusa riu novamente.

Ambos os irmãos começaram a rir juntos, o que fez com que as pessoas ao redor estranhassem a situação.

—E olha só isso!-O garoto falou enquanto puxava para perto o dono da joalheria.-Esse é o meu chefe! Consegui um emprego como segurança dessa joalheria!
—É sério?!-Ela sorriu, olhando para o homem.-Você contratou o idiota do meu irmão?!
—Sim.-O homem respondeu meio sem jeito.-Ele salvou minha loja e eu quero muito retribuir.
—E mais!-Yusa continuou.-Os ladrões tinham recompensa e eu ganhei um milhão de zeni!
—Um milhão?!-Aya arregalou os olhos.-Que beleza!!
—Sim! Eu consegui!
—E eu também! O presidente dessa empresa me contratou como assistente!
—Como é?!-Yusa arregalou os olhos.
—Pois é! Vou ganhar um belo salário também! 50.000 zeni!
—A gente vai se dar bem!!-Yusa comemorou.

A situação continuou animada por um bom tempo, até que finalmente tudo se acertou e se acalmou. Os irmão saíram felizes do local e foram até uma praça, onde compraram sorvete e se sentaram para comer juntos.

—Nem acredito que a gente conseguiu.-Yusa disse antes de comer um pedaço do sorvete.
—Nem acredito que você conseguiu.-Aya retrucou antes de também comer parte de seu sorvete.
—Só não te mando ir se ferrar porque estou comendo.

Aya riu antes de responder seu irmão.

—Mas sério, fico feliz que tudo tenha dado certo.
—Eu também.-Yusa sorriu.-Tenho certeza de que o mestre Sho nos ajudou.
—Não Yusa. Fomos nós. Conseguimos com nosso próprio esforço.

Yusa e Aya teminaram seus sorvetes e já no final da tarde, os dois foram para casa, onde fizeram seu jantar, comeram e foram se deitar. Por mais que tivessem enfrentado alguns contratempos durante a procura, ambos haviam conseguido seus respectivos empregos e a partir da manhã seguinte, os irmãos Saiyajins assumiriam de vez a responsabilidade de sustentar a casa, responsabilidade essa que eles herdaram de seu mestre e pai, Sho.

                              TO BE CONTINUED...