Capítulo 45: Encontro paralelo?! Seguindo o casal Saiyajin!

—Ufa!-Ela suspirou.-Essa roupa é muito desconfortável! Enfim, eu não posso parar agora. Tenho que ir atrás deles.
—O que diabos você está fazendo aqui?-Uma voz conhecida perguntou à Aya.
—Como é?-A garota se virou e finalmente viu de quem se tratava.-Ah, é você!

Parado em frente à garota estava Suzaku, como sempre em sua forma pequena. Ele encarava Aya com seriedade e parecia não entender as roupas que a garota usava.

—Sim, sou eu.-Ele respondeu.-Mas você ainda não me disse o que tá fazendo aqui. E que roupas esquisitas são essas?
—Eu tô aqui seguindo o Yusa.-Ela disse sem hesitar.-Ele está num encontro e eu quero ver no que vai dar.
—Seguindo o Yusa? Encontro?-Suzaku pensou por alguns segundos até que teve um estalo.-Então era isso que estava acontecendo!
—O que você quer dizer?
—Eu vim procurar a chefe. Ela estava agindo meio estranho hoje cedo. Eu perguntei o que era, mas ela não me respondeu e quando ela saiu eu tentei ir atrás, mas ela conseguiu me despistar. Aí eu vim procurar a chefe e acabei vendo ela junto com o Yusa e justo agora que eu ia falar com eles você apareceu bem na minha frente com essas roupas esquisitas.
—Não são roupas esquisitas!-Ela protestou.-É um disfarce!
—Disfarce? E pra que você quer um disfarce?
—Eu já disse. Eu estou seguindo o Yusa. Ele está num encontro com a Aku e não se pode interromper um encontro.
—Não se pode?
—Claro que não! Nós precisamos apenas observar de longe e em silêncio até que alguma coisa interessante aconteça.
—Parece chato.-Suzaku fez uma pequena pausa antes de se tocar sobre o que Aya havia falado.-Peraí. Nós?
—Exatamente! Vamos lá! Vai ser divertido!-Aya disse sorrindo.

Antes que Suzaku fosse capaz de protestar, Aya o pegou pelo braço e o arrastou para seguir Yusa e Aku, que haviam acabado de sair andando do local.

Pouco tempo depois, Yusa e Aku haviam chegado ao fliperama, seguidos de longe por Suzaku e Aya.

—Que lugar é esse?-Suzaku perguntou.
—É um fliperama. As pessoas vêm aqui pra jogar video-game. É claro que meu irmão acabaria vindo pra cá.-Aya respondeu enquanto observava o local.-Se eles só passarem o tempo aqui o Yusa não vai parecer nada legal. Nós temos que pensar em alguma coisa.
—Olha o "nós" aí de novo.-Suzaku resmungou.-E por que você quer pensar em algo pra fazer o Yusa parecer legal? Não foi você mesmo que disse que não se pode interromper um encontro?
—Sim, claro que fui eu. Mas eu não vou interromper. Eu vou incrementar.
—Sei. Incrementar.-Novamente ele resmungou.-No que eu fui me meter?
—Fica quieto e segura isso na frente do rosto!-Aya retrucou enquanto praticamente esfregava o jornal que segurava antes no rosto de Suzaku.
—O que diabos você tá fazendo, mulher?!-Ele gritou enquanto pegava o jornal.
—Não fala tão alto assim.-Ela respondeu sussurrando enquanto colocava a touca e os óculos.-Não podemos deixar eles nos perceberem. Vamos nos misturar até encontrarmos uma boa chance.
—Mas eu não quero me misturar até nós encontrarmos uma boa chance.
—Deixa de reclamar. A gente pode se divertir enquanto observa.
—Se divertir como?

Aya sorriu com a pergunta de Suzaku e novamente o arrastou pelo braço, levando-o para uma máquina da qual era possível observar Yusa e Aku enquanto jogavam o jogo de tiro.

—Vamos jogar essa aqui.-Aya disse enquanto se posicionava na máquina.

Embora meio emburrado, Suzaku, por estar pequeno, levantou vôo até alcançar a altura dos controles e se posicionou também.

—Tá legal. Vamos acabar logo com isso. Do que se trata?
—É só andar e enfiar a porrada em tudo o que se mexer na sua frente.
—Que coisa mais estúpida!

Alguns minutos se passaram, e depois de se acostumar com o jogo, Suzaku já estava exageradamente empolgado com o jogo.

—Vem aqui! Não foge de mim não, seu infeliz!-Ele falava com a máquina enquanto jogava.-Eu vou te pegar meu irmão! Vou acabar com a tua raça e com a da tua família também!!
—Que coisa mais estúpida, não é Suzaku?-Aya zombou enquanto ria.
—Fica quieta!-Ele retrucou, ficando com o rosto vermelho.-Eu ainda acho estúpido!
—Entendi.-Ela disse ainda rindo.

Os dois jogaram mais um pouco até que Aya se cansou e ficou apenas observando enquanto o pequeno jogava sozinho.

—Vamos lá! Agora somos só eu e você!-Suzaku falava enquanto enfrentava um dos chefes do jogo.
—Você consegue!-Ela torcia.-Vai!
—É claro que eu consigo, gata.-Ele disse com confiança na voz.-Já dominei esse negócio.
—Esse é o espírito!-Aya sorriu.-Eu disse que poderíamos nos divertir enquanto seguíamos eles.

A Saiyajin observou e viu que naquele momento Yusa e Aku já estavam na máquina do jogo de luta.

—Eu sabia. Aquele viciado em jogos de luta não deixaria passar a oportunidade de se exibir.

Por mais alguns segundos ela olhou em volta até que viu um sujeito passando, então o pegou pela gola da camisa e o puxou para perto.

—Ei!-Ele gritou assustado ao ser puxado com tanta facilidade.-O que você tá fazendo?!
—Quer ganhar um dinheiro?-Ela perguntou.
—Do que você tá falando?
—Você é bom em jogos de luta.
—Sei me virar. Por que?
—Tá vendo aquele casal ali?-Ela apontou para Yusa e Aku.
—Sim. O que tem?
—Ele está se exibindo vencendo dela, que é novata. Mas ele mesmo não é tão bom assim. Por que não vai até lá e aposta um dinheiro com ele? É só derrotar aquele palhaço pra ensinar uma lição, ganhar um dinheiro e quem sabe até a atenção da garota?
—É uma boa ideia!-O sujeito disse com um largo sorriso.-Ok! Eu vou lá!

Decidido, o homem logo foi na direção de Yusa e Aku enquanto Aya observava rindo baixo.

—Você não acha meio cruel mandar aquele cara ir desafiar o Yusa?-Suzaku perguntou sem tirar os olhos do jogo.
—Claro que não.-Aya respondeu ainda rindo.-O Yusa é mestre naquele jogo. Aquele pobre coitado não tem chance.
—Você é cruel, gata.-Suzaku disse ainda sem perder o foco de seu jogo.-Agora você tá ferrado, meu parceiro!-O garoto gritou enquanto ganhava vantagem sobre o chefe do jogo.
—Olha lá!-Aya disse enquanto apontava para a máquina do jogo de luta.-Já vai começar a disputa do Yusa! Vamos!
—Vai morrer! Vai morrer!-Suzaku gritava.-Morreu!! Eu te matei, seu otário!!-O garoto gritava empolgado até ser puxado novamente pelo braço por Aya.-Espera aí!!! Eu quero ver a próxima fase!!!
—Eu trago você aqui de novo outro dia! Vamos lá! Vai ser engraçado!

O pequeno grupo de pessoas se reuniu ao redor da máquina do jogo de luta, e bem ao fundo estavam Aya e Suzaku, o segundo sentado sobre os ombros da Saiyajin.

—Você é sádica, sabia gata?-Suzaku perguntou meio emburrado por ter sido tirado de seu jogo.
—Nem sou.-Aya respondeu rindo.-Só gosto me divertir inocentemente às custas dos outros de vez em quando.

A luta se iniciou e rapidamente o oponente de Yusa foi derrotado, o grupo de pessoas se dispersou e a situação esfriou. Aya e Suzaku já estavam fora do fliperama, e a Saiyajin tinha um ataque de risos.

—Você viu só aquilo?-Ela ria descontroladamente.-O cara levou uma surra! Ele era ruim demais!
—Eu tenho que admitir que foi engraçado.-Suzaku disse enquanto tentava disfarçar o riso.-Seu senso de diversão até que é legal, gata.
—Você tem me chamado de gata várias vezes durante o dia.-Aya encarou Suzaku enquanto falava.
—E o que tem isso?-Ele ficou com o rosto um pouco vermelho e tentou desviar o olhar.
—Nada não.-Aya riu de leve e deixou de encarar o menor.-Veja só aquilo.-Ela apontou para dentro do fliperama.
—O que?-Suzaku olhou na direção apontada.

Lá dentro, Yusa agora ensinava Aku como jogar o jogo de luta daquela máquina. O garoto parecia animado enquanto ela parecia muito interessada e comprometida em entender o funcionamento daquela máquina.

—Eles parecem estar se dando bem.-Falou Suzaku.
—Sim.-Aya concordou com um sorriso.-Já não precisamos fazer mais nada aqui.
—Como é?-Ele se voltou para Aya.
—Isso mesmo. Os dois já se entrosaram bem e muito provavelmente o Yusa vai demorar aqui ensinando a ela.
—Entendi.
—E então? Quer ir fazer alguma coisa por aí?
—Hein?
—Ora, meu irmão está num encontro se divertindo, por que eu não posso me divertir também?
—Está me chamando pra um encontro?-Suzaku ficou corado novamente.
—Só se você quiser que seja um encontro.-Aya respondeu com um sorriso cínico.
—Tudo bem.-Ele respondeu meio sem jeito.

Ambos se afastaram do fliperama e seguiram pela cidade. Aya parou no caminho para trocar de roupas, colocando novamente sua jaqueta azul-clara aberta e camisa branca, saia preta com estampas de flores brancas e seus sapatos de salto-alto pretos, além de sua bolsa e uma sacola.

—Finalmente você tirou aquela roupa esquisita.-Suzaku disse ao olhar Aya de cima a baixo.-Essa é bem melhor.
—Obrigada.-Ela respondeu sorrindo.
—E aí? O que nós vamos fazer agora?
—Podemos ir ao cinema!
—O que é isso?
—Você vai ver!

A Saiyajin levou Suzaku até um cinema. Ela mesma escolheu o filme e tratou de comprar os lanches para os dois. Apesar do estranhamento de Suzaku, rapidamente ele se acostumou e se envolveu com o filme, nem percebendo a hora passar.

Ao final da sessão os dois saíram da sala e o garoto estava novamente empolgado com o que acabara de experimentar.

—Eu não acredito que ele fez aquilo!!!-Suzaku gritava para Aya.-Ele arrancou o dedo do cara só pra pegar aquele negócio e aí caiu no vulcão! Que loucura!
—É verdade.-Aya concordou, rindo da empolgação do garoto.-Esse filme é um clássico e de vez em quando eles exibem de novo. Que bom que gostou.
—Gostar?! GOSTAR?! Foi demais! A gente tem que fazer isso mais vezes!
—Concordo.-Ela disse com um sorriso.-Mas por hora nós temos que ir. Já está tarde. Vamos, eu te deixo em casa.
—Beleza.

Saindo do cinema, Aya e Suzaku foram para as montanhas. Depois de se afastarem um pouco da cidade, os dois voaram e rapidamente chegaram a uma parte mais isolada. Lá havia uma construção similar a um pequeno castelo.

—Uau.-Aya disse enquanto pousava em frente ao castelo.-É aqui que você e a Aku moram?
—Não.-Ele respondeu ao pousar juntamente com ela.-Aí é onde a chefe mora. Eu moro ali.-Ele apontou para uma pequena casa que se encontrava à esquerda do castelo, afastada alguns metros.-A chefe tem regras muito específicas de convivência.
—Que doideira.
—Bem, o dia foi legal gata, mas eu preciso dormir. Eu tô exausto.
—Tudo bem. Eu vou indo também. Yusa já deve estar em casa me esperando.

Aya já se preparava para ir embora quando subitamente parou e se voltou novamente para Suzaku.

—Espera! Lembrei de uma coisa!
—O que foi?
—Queria te dar isso.-Ela disse enquanto mexia dentro da sacola.
—Me dar o que?-Ele perguntou meio confuso.
—Isso aqui!-Aya tirou a touca da sacola e a estendeu para Suzaku.-Pra ficar como lembrança do dia de hoje.-Ela sorriu.
—É sério?-Suzaku perguntou meio desconfiado.-Você tá me dando essa touca que você usou no seu disfarce? Não tem nenhuma bomba aqui dentro né? Não foi tudo uma cilada pra você se livrar de mim à noite?
—É claro que não!-Aya riu.-De onde você tira essas ideias? É só um presente, seu bobo.

Suzaku ficou pensativo por alguns segundos até que pegou a touca e a observou. Era um touca simples, preta e com desenhos de chamas ao redor de toda a base.

—Obrigado, gata.-Suzaku disse meio corado.
—Não foi nada.-Aya sorriu novamente.

Com aquilo feito, a garota levantou vôo se rapidamente se afastou das montanhas. Suzaku então colocou a touca na cabeça e foi para dentro, onde imediatamente se jogou na cama e caiu no sono.

A irmã mais velha de Yusa voou por mais algum tempo até chegar em casa. Ela entrou e viu que o garoto já havia chegado, então foi até o quarto do irmão em silêncio e viu que este já dormia.

—Fico me perguntando até onde esse idiota foi com a Aku.-Ela sussurrou para si mesma.-Conhecendo ele, diria que não passou da máquina.-Aya riu baixo e fechou a porta do quarto do irmão.

Por fim, Aya tirou suas roupas, vestiu sua camisola e foi para seu quarto, onde se deitou e, depois de se lembrar um pouco do dia louco e agitado que tivera, caiu no sono.

No dia seguinte, enquanto tomavam o café-da-manhã, Yusa questionou sua irmã.

—Onde você estava ontem à noite? Eu cheguei em casa e não te vi.
—Você não é o único que pode se divertir, sabia?
—Então você também arrumou um encontro é?
—Talvez.
—Com quem?
—Segredo.
—Ah! Me conta vai!-Yusa insistiu.
—Jamais!

Os dois irmãos começaram a brincar e a zombar um do outro. A paz que eles haviam conquistado realmente era boa de se viver, porém, havia uma outra coisa que eles deviam conquistar naquele momento, e depois de seu dia de lazer, uma séria provação os esperava no dia seguinte.

                            TO BE CONTINUED...