Dragon Ball New Warriors escrita por Yusa


Capítulo 20
Capítulo 20: A assustadora realidade


Notas iniciais do capítulo

Fiquei um pouquinho afastado da história por uns dias, mas já voltei e aqui está o vigésimo capítulo dessa bagaça. E como o décimo havia sido antes dele, agora esse é o maior capítulo já escrito, no entanto, o estilo é um pouco diferente do outro grandão, vejam só.



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Capítulo 20: A assustadora realidade


Ele voava o mais rápido que sua condição permitia. A luta contra Dabura e a absorção de grande parte de sua energia o tinham deixado exausto e por isso ele estava um pouco atrás de Aku e Aya. O garoto ainda tentava assimilar a morte de Trunks, pois não estava acreditando ainda que tivesse visto com seus próprios olhos. Pensamentos de vingança contra o Rei dos Demônios agora tomavam sua mente e o peso da espada em suas costas só o fazia se sentir ainda mais determinado a realizar aquilo que seu tutor e amigo não havia conseguido. Yusa pretendia superar os poderes de Trunks para que assim pudesse ser capaz de vinga-lo.

Aya voava mais à frente junto de Aku, porém assim como Yusa, ela estava quieta. Pensava no que estava acontecendo enquanto buscava entender como tudo havia chegado àquele ponto. Pensava no tal demônio Majin Boo e em que tipo de ameaça ele representava. Queria chegar o mais depressa possível no local que Trunks havia descrito, pois pensava que lá tudo seria devidamente esclarecido.

Aku ainda não estava familiarizada com os sentimentos de Yusa e Aya em relação às pessoas na Terra, mas o que realmente a deixava preocupada era o estado em que estava o Saiyajin mais novo. Não queria que o garoto se precipitasse e tentasse enfrentar Dabura outra vez. Ela podia não compreender a relação que os irmãos tinham com Trunks, mas podia muito bem compreender que não queria ver a mesma cena repetida com Yusa, o que na mente dela era possível de acontecer uma vez que o garoto não hesitou nem um pouco em enfrentar Zardo para salvar sua vida, então nada o impediria de enfrentar Dabura para vingar Trunks. Ela não queria ser notada, por isso era discreta, mas estava de olho nas ações de Yusa.

Os três voaram todo o tempo em silêncio, completamente perdidos em seus próprios pensamentos e emoções que naquele momento estavam inquietos, até que logo puderam avistar uma pequena ilha deserta e próximo ao centro dela, havia uma casinha.

–Vejam só.-Disse Aya apontando para o lugar.-Acho que chegamos.
–É, parece que sim.-Concordou Aku.
–Vamos descer.

Depois dessas poucas palavras, os três desceram e pousaram na frente da pequena casa.

–Então era aqui que o Trunks estava trabalhando.-Falou Yusa em um tom baixo enquanto observava a casa.
–Imagino que sim.-Respondeu a irmã mais velha que por sua vez observava o mais novo.
–Bom, então vamos entrar logo e descobrir o que está acontecendo.

Dito isso Yusa tomou a frente e tocou a maçaneta da porta, porém quando estava para abrir a porta, Aya o deteve.

–Espera um pouco Yusa.
–O que foi Aya?
–Eu estou vendo claramente como você está. Só quero dizer pra você tentar se acalmar. Vai ter sua chance contra o Dabura e eu prometo que quando essa hora chegar, eu não vou interferir na sua luta.
–Como é?-Ele perguntou um tanto desconfiado.-Não vai interferir na minha luta? Mas você sempre tenta interferir quando eu vou lutar.
–Eu sei. Eu faço isso pra impedir você de se colocar em situações das quais acabe não conseguindo sair, mas da próxima vez que você for lutar contra Dabura...-Aya fez uma pausa e olhou bem nos olhos de seu irmão mais novo.-Eu não vou dizer uma só palavra e nem vou me meter na luta, mas em troca disso eu quero que você acabe com aquele desgraçado e vingue o Trunks. Pode fazer isso?

Ao ouvir as palavras de sua irmã, Yusa se sentiu um pouco melhor, como se um grande peso em seu coração tivesse subitamente diminuido, então ele sorriu confiante e logo respondeu:

–É claro que posso. Quem você pensa que eu sou?
Ótimo. Agora parece meu irmãozinho idiota. Então, temos uma promessa?
–Claro que sim. É uma promessa. Agora vamos entrar?
–Vamos sim. Afinal, temos problemas sérios para resolver.

Finalmente Yusa abriu a porta, e logo que os três entraram, viram dois homens parados na extremidade oposta da pequena sala de estar onde haviam acabado de chegar. O mais baixo deles estava de costas para a porta, próximo à janela e parecia observar o que acontecia lá fora enquanto o mais alto estava de frente para a porta e agora encarava os jovens Saiyajins.

–Finalmente chegaram.-Falou o mais baixo.-Yusa, Aya e Aku, estou certo?
–Como você conhece a gente?!-Gritou Yusa, logo desconfiando do outro.
–Não estou surpresa por você conhecer Yusa e Aya, mas como me conhece? Trunks só me viu pouco antes de morrer.
–Tenham mais respeito!-Gritou o mais alto dos dois sujeitos, que tinha uma voz mais grave e estridente.-Não sabem com quem estão falando não é?!
–Está tudo bem Kibito. Não precisa ficar nervoso.

O mais baixo se virou e encarou os três com um olhar que parecia ao mesmo tempo calmo e triste.

–Lamento por vocês terem perdido Trunks. Ele era uma boa pessoa.

Somente agora os três pararam para observar os dois sujeitos. O mais alto tinha a pele vermelha e brincos de pingentes esféricos e azuis nas orelhas pontudas, seus cabelos eram lisos, longos até a altura do meio das costas e brancos, ele vestia roupas muito diferentes do que eles estavam habituados. As roupas de baixo pareciam ser uma calça e uma camisa de mangas compridas, ambas azul-turquesa, e por cima delas um colete longo com ombreiras longas e pontudas, usava também uma longo pano laranja enrolado na cintura, como uma faixa com uma grande sobra de tecido caindo na frente das pernas, e por fim, suas botas eram amarelas. O mais baixo tinha a pele lilás e usava brincos iguais aos do outro, porém os pingentes esféricos eram dourados. Seus cabelos brancos eram um tanto engraçados visto que consistiam apenas de um corte moicano com uma pequena franja de três mechas caindo para o lado. As roupas também eram parecidas com as do outro, porém o azul das roupas de baixo era bem mais suave, o colete não tinha ombreiras e a faixa era mais simples, tendo apenas uma pequena sobra de tecido na parte de trás, e as botas eram vermelhas. As cores do colete também eram diferentes, pois enquanto o colete do maior era vermelho com detalhes amarelhos, o do menor era azul-escuro com detalhes vermelhos. Eram realmente duas pessoas bem diferentes do que eles já haviam visto, mesmo com todo o ocorrido em Namekusei.

–Afinal, quem são vocês?-Perguntou Aya.-Vocês estavam ajudando Trunks?
–Sim, estávamos trabalhando juntos.-Respondeu o mais baixo.-Precisávamos da ajuda dele para encontrar a nave de Babidi.
–Tudo bem, maravilha, mas respondam de uma vez quem são vocês!-Gritou Yusa.
–Muito cuidado com suas palavras!-Gritou o mais alto, o tal de Kibito, para Yusa.-Não está falando com um terráqueo qualquer! Ele é o Supremo Senhor Kaio!

Os três Saiyajins olharam atônitos por um tempo para aquele homem mais baixo a quem Kibito havia se referido como Supremo Senhor Kaio. Era estranho pensar que aquele que parecia o mais jovem dos dois pudesse ser alguém de grande importância, no entanto, havia um problema que ofuscava totalmente as aparências dos dois.

–Supremo Senhor quem?!-Exclamou Yusa, confuso.-Eu nunca ouvi falar disso!

Kibito arregalou os olhos e logo avançou contra os três berrando como um louco.

–Como assim nunca ouviram falar?! Como podem ser tão desrespeitosos com um ser tão importante e poderoso como o Supremo Senhor Kaio?! Vocês não têm nada na cabeça por acaso?!
–Kibito, calma.-Falou o Supremo Senhor Kaio, ainda com um tom de voz calmo, porém mais autoritário.
–Ah...sim...sim senhor.-Disse o maior, se acalmando e voltando para o lado do menor.
–Depois tudo será explicado com maiores detalhes.-Começou o menor.-Por hora preciso que me digam se conseguiram trazer realmente o novo Kami-sama da Terra.
–Sim, nós conseguimos.-Respondeu Aya.-Deu trabalho, mas conseguimos.
–Ótimo.-Ele disse com um sorriso.-Assim teremos mais chances de impedir Majin Boo. Iremos falar com ele imediatamente Kibito. Já vocês três, devem voltar para a casa de Yusa e Aya. Algo importante requer sua atenção lá.
–Como assim?-Perguntou Yusa.
–Basta sentir o ki de seu mestre.-Ele respondeu.
–Do mestre Sho?

Yusa e Aya se concentraram e procuraram pelo ki de Sho, no entanto, quando o acharam logo perceberam que algo estava muito errado. O ki de Sho estava enfraquecendo lentamente.

–O que?!-Os dois gritaram juntos.
–O que isso significa?!-Berrou Yusa.
–O mestre Sho deve estar com problemas!-Respondeu Aya.-Precisamos ir! Agora!
–Sim! Você vem com a gente Aku?-Yusa perguntou enquanto se voltava para a garota.
–Sim, eu vou.-Ela respondeu, apesar de não acreditar que sua presença faria alguma diferença.
–Bem, vão até lá e quando tiverem resolvido o assunto de vocês, nos encontrem no templo de Kami-sama.-Orientou o Supremo Senhor Kaio.-Certo?
–Tudo bem.-Concordou Aya.-Vamos embora!

Então, rapidamente, Yusa, Aku e Aya partiram dali voando com tudo o que podiam enquanto o Supremo Senhor Kaio e Kibito apenas os observavam da porta.

–Tem certeza de que foi a melhor escolha manda-los para lá agora senhor?-Perguntou Kibito.
–Acho que sim Kibito. Pois se não fosse agora, talvez eles não tivessem mais essa chance. Agora vamos indo?
–Sim, senhor.

Os dois então simplesmente desapareceram em pleno ar, deixando a casa por fim, vazia.

Algum tempo se passou enquanto Yusa, Aya e Aku voavam, até que finalmente eles chegaram em casa e logo entraram, vendo que não havia ninguém, foram direto ao quarto de Sho e foi lá que viram o velho, que estava deitado em sua cama, coberto e um pouco pálido. Assim que ouviu a porta se abrir, ele levantou a cabeça.

–Quem é?-Ele perguntou.
–Mestre Sho!-Gritaram Yusa e Aya em uníssono, e logo em seguida correram em direção ao velho.
–Ah...Yusa, Aya.-Ele falou com um sorriso.-Vocês voltaram. Que bom. Conseguiram fazer o que Trunks pediu?
–Conseguimos sim mestre.-Respondeu Aya com um sorriso, embora estivesse segurando suas lágrimas devido à situação em que via seu mestre.
–Deixa isso pra lá mestre!-Gritou Yusa.-O que está havendo com você?!
–Calma Yusa. Não precisa gritar.-Ao dizer isso o velho virou o rosto e tossiu algumas vezes, em seguida se voltando para os irmãos.-Eu só estou um pouco doente.
–Doente?!-Exclamou Aya.-E o que você tem?!
–Não é nada demais Aya. Não tem que se preocupar comigo.

De repente, eles ouviram um barulho. Alguém parecia ter entrado na casa e um tempo depois, a porta do quarto se abriu.

–Já voltei.-Uma voz masculina disse.-Trouxe os ingredientes pro seu chá.

Entrou no quarto um garoto, parecendo ser um pouco mais velho do que Yusa e Aya. Tinha cabelos loiros bem curtos e um pouco arrepiados, a pele era clara e os olhos eram castanhos-escuros, e por fim, vestia um sobretudo de couro preto todo fechado, botas também pretas e de couro e luvas iguais.

–Hã? Quem são essas pessoas?-O garoto perguntou.
Li. Você voltou.-Disse Sho com um leve sorriso.-Esses são Yusa e Aya. Creio que a outra menina seja uma amiga que eles trouxeram da missão em que estavam.

Os Saiyajins logo se voltaram para o garoto e se apresentaram, embora Yusa ainda estivesse um tanto desconfiado. Já Li, por sua vez, também se apresentou, e como Yusa, também parecia desconfiado.

–Entendo.-Disse Li.-Vocês são os filhos do meu tio Sho. Ele me falou muito sobre vocês nas poucas vezes que nos falamos durante esses anos.
–É? Mas ele nunca nos falou de você.-Retrucou Yusa.
–Tenho que concordar com o Yusa dessa vez.-Disse Aya.-Por que nunca nos controu sobre Li antes, mestre Sho.
–Ocorreram alguns problemas entre mim e o pai de Li, por isso ele ficou muito tempo afastado de mim. Não queria dar a vocês falsas esperanças de conhece-lo, por isso deixei de lado.
–Entendo.-Disse Aya, com a cabeça um pouco baixa, ainda tentando entender direito a situação.
–Bom!-Gritou Li, de repente.-Eu vou fazer o seu chá lá em baixo tio Sho! Yusa e Aya, por que não me ajudam? Aproveitamos pra conversar um pouco.
–Eu acho melhor ficarmos aqui em cima com nosso mestre.-Respondeu Yusa.-Ele está doente e temos que cuidar dele.
–Yusa.-Chamou Sho.
–Sim mestre?-O garoto logo respondeu.
–Pode ir. Ajude Li com o chá, por favor. É muito importante.
–Importante? Como assim?-O garoto perguntou, totalmente perdido.
–Vão. Vocês dois.-Foi o que Sho respondeu.
–Yusa, pode ir.-Disse Aku, se aproximando do rapaz.-Eu vou ficar aqui com ele. Chamo vocês caso algo aconteça.
–Aku...-Yusa se voltou para a garota sem entender o motivo dela fazer aquilo.-Tem certeza disso? Quer dizer...isso não é algo que você precise fazer...
–Yusa...-Ela falou enquanto olhava nos olhos dele. Não sabia exatamente o que, mas observando aquela situação, sentiu que entendia em parte o desejo de Sho.-Apenas vá. Eu prometo que vou cuidar bem do seu mestre.

O garoto não respondeu de início, apenas ficou olhando Aku nos olhos. Ele não sabia por que, mas pensava que talvez fosse devido à luta que tiveram antes, os verdes olhos de Aku agora lhe transmitiam confiança e ele sentia que poderia contar com ela para cuidar de Sho, foi então que ele respondeu.

–Tudo bem. Vamos lá Aya?
–Vamos sim.

Finalmente, os três desceram para a cozinha, deixando Aku e Sho sozinhos. A mais nova então se aproximou da cama e foi muito direta.

–Pediu a seu sobrinho que contasse algo a eles não foi? Algo que não teve coragem de contar, por isso pediu a ele.
–Você é muito perspicaz, minha jovem.-Ele respondeu com um sorriso.
–Não acho que esteja ciente disso, mas o tal do Trunks está morto.
–Trunks está morto?-O velho arregalou os olhos ao ouvir aquilo, mas logo depois voltou ao normal e suspirou.-Não foi em boa hora. Aku. Seu nome é Aku não é, minha jovem?
–Sim.
–Posso lhe pedir um favor?

Enquanto isso, na cozinha, o chá estava no fogo e os três esperavam em silêncio, pelo menos até Yusa quebrar o mesmo.

–E então? Já podemos voltar? O chá está no fogo, então é só você olhar. Pronto!
–Não é simples assim.-Respondeu Li.
–Por que estamos aqui Li?-Perguntou Aya.-Eu fiquei quieta lá em cima, mas percebi que tem algo de estranho aqui. O que houve?
–Eu preciso lhes dizer algo. É sobre o tio Sho.
–Pois então diga de uma vez!-Gritou Yusa.
–Por favor, conte a eles por mim Li. Conte a eles o meu destino, pois não tenho coragem de dizer aos meus filhos que estou morrendo.-Li disse e em seguida fez uma pausa.-Foi o que ele me disse.-Naquele momento os olhos de Li se encheram de lágrimas.-A doença que ele tem não pode ser curada e tudo o que pude fazer foi mante-lo confortável, mas isso não vai mudar o que é inevitável. O tio Sho vai morrer logo!-Ele gritou, finalmente desabando em lágrimas.-Ele me pediu pra contar pra vocês porque não conseguiria suportar ter que dizer aos próprios filhos que iria deixa-los!

Os dois irmãos arregalaram os olhos e ficaram totalmente paralisados ao ouvir tudo aquilo.

–Não...isso é mentira!-Gritou Yusa.-O mestre Sho não pode morrer!
–Eu bem queria que fosse mentira, mas não é.-Li respondeu.
–Então o nosso mestre...-Aya começou, mas não terminou a frase e bem naquele momento, Aku veio descendo as escadas.
–Venham. Ele está chamando vocês.-Foi tudo o que ela disse.

Rapidamente, os três correram para o andar de cima enquanto Aku andou lentamente atrás deles. Todos entraram no quarto desesperados, exceto Aku, que ficou parada na porta.

–Venham até aqui vocês três.-Disse Sho já com a voz rouca e fazendo um certo esforço.

Eles não disseram nenhuma palavra, somente obedeceram.

–Li.-O velho começou.-Quero que me perdoe pelo que aconteceu e por não ter sido capaz de...-Ele parou de falar e tossiu muito forte algumas vezes, antes de prosseguir.-Não ter sido capaz de passar tanto tempo quanto eu queria com você.
–Ta tudo bem tio.-Disse o garoto, chorando muito.-Eu nunca culpei o senhor por nada! Pelo contrário! Sempre quis ter o máximo de contato com o senhor, mesmo que meu pai não permitisse!
–Que bom que se sente assim Li.-Ele disse com um sorriso, e depois de tossir mais, continuou.-Eu te amo, meu querido sobrinho.
–Eu também te amo tio...
–Yusa...Aya...-Sho os chamou.
–Sim, mestre.-Os dois responderam juntos.
–Desde o dia em que encontrei vocês...-Ele tossiu antes de prosseguir.-Minha vida ganhou um significado ainda maior do que eu podia esperar. Cuidei de vocês e tentei sempre dar o meu melhor por vocês. E fico grato que tenham se tornado os adultos que são hoje.

Os dois não responderam, apenas observaram seu mestre, ambos chorando.

–Sempre treinaram duro e se dedicaram às lições que lhes passei. Apenas fico triste por nenhum dos dois ter compreendido ainda a verdadeira força.
–Perdão mestre.-Disse Aya.
–Não é que nunca tenhamos tentado, mas nunca conseguimos entender aquilo!-Gritou Yusa.
–Tudo bem. Tudo bem.-Ele acalmou os dois, depois tossiu mais e continuou.-Apenas me prometam que vão continuar tentanto, ok?-Sho já podia sentir que seu tempo se esgotava, então assim que fez essa pergunta, ele olhou bem para os rostos de Yusa e Aya e naquele momento, lágrimas começaram a descer de seus olhos.
–Eu prometo.-Respondeu Aya.
–Eu também prometo. Não vou desistir até conseguir entender a verdadeira força.-Respondeu Yusa.
–Muito bom. É assim que eu gosto. A inteligente Aya...-Ele falou ao estender a mão e acariciar a face da menina, que sorriu ao sentir a mão de seu mestre, ainda que a mesma estivesse ficando fria.-E o cabeça-oca Yusa.-Sho prosseguiu e fez o mesmo que havia feito com Aya, em Yusa e o garoto também sorriu e em seguida respondeu.
–Eu não sou cabeça-oca.-Ele falou com um esforço entre os soluços de seu choro.
–Meus filhos...-Sho também chorava muito naquele momento.-Eu amo vocês.

Aquelas foram as últimas palavras de Sho, que logo fechou os olhos e no mesmo instante suas mãos que tocavam os irmãos perderam a força e despencaram sobre a cama, bem como sua cabeça pendeu para o lado, indicando claramente que não havia mais vida alguma no corpo do velho mestre de Yusa e Aya.

–Mestre...Sho...-Foi tudo o que Aya conseguiu dizer antes de se ajoelhar ao lado da cama, debruçando-se sobre o corpo de seu mestre e se perdendo totalmente em seu choro.

Yusa, por sua vez, estava ainda de pé, com os punhos fortemente cerrados e também chorando muito, no entanto, ele fez algo realmente impulsivo naquele momento.

–DROGA!!!-Ele berrou.-PRIMEIRO O TRUNKS E AGORA O MESTRE SHO!!! EU NÃO AGUENTO MAIS!!!-E depois de berrar dessa forma, o garoto saiu voando pela janela a toda velocidade.

Aya levantou a cabeça e viu seu irmão voando pra longe.

–Yusa!-Ela tentou chama-lo inutilmente.
–Tudo bem. Fique aqui. Eu vou atrás dele.-Disse Aku.
–Vai mesmo?-Perguntou Aya.
–Sim, eu vou.
–Obrigada.

Dito aquilo, Aku saiu voando na mesma direção que Yusa. Naquele momento, Aku se lembrava das últimas palavras que Sho havia lhe dito: "Aya já é forte e embora não tenha entendido a essência de meus ensinamentos, ela já pode se cuidar, porém Yusa ainda é muito instável e devido ao forte laço fraternal deles, Aya pode não ser capaz de cuidar dele, portanto, posso pedir a você que cuide de Yusa pra mim?". Esse havia sido o pedido de Sho para ela, e ouvir aquelas palavras vindas da boca do mestre e também do pai de Yusa, acabaram fazendo com que ela ficasse corada na hora, mas rapidamente aceitasse, porém, mesmo tendo feito isso, Aku não sabia o que seria capaz de fazer num momento como aquele. Ela sabia que o garoto estava arrasado por ter perdido não só Trunks, que era um grande amigo e mentor, mas também Sho, que era seu pai e mestre. Como ela faria para ajuda-lo a lidar com aquilo? Será que ela poderia ajuda-lo a lidar com aquilo? Essas perguntas ficavam perambulando por sua mente até que ela chegou ao local onde Yusa estava. Ela viu o garoto na praia, parado de pé, olhando o mar, então rapidamente pousou e se aproximou um pouco.

–Yusa.-Ela chamou.
–Aku...-Ele respondeu, ainda soluçando um pouco, mas já sem chorar.-O que veio fazer aqui? Não pode me deixar um pouco sozinho?
–Eu já deixei. Voou até aqui sozinho não foi? Portanto já ficou sozinho.
–Agora não é hora pra isso. Perdi duas pessoas muito importantes num dia só. Eu não estou bem.

Já era noite e naquela ocasião uma noite clara de lua crescente. Yusa estava observando não só o mar, mas o céu também enquanto se questionava sobre os motivos de tudo aquilo estar acontecendo. Aku por sua vez apenas queria ajuda-lo a passar por aquela situação, mas não sabia exatamente como faze-lo e conforme ouvia as respostas do garoto, mais pensava que talvez não devesse estar ali.

–Agora não é hora pra se lamentar Yusa. Você sabe que há um grande perigo ameaçando esse planeta e que você é um dos responsáveis por manter a paz aqui. Não é isso?
–E o que isso importa?!-Ele gritou.-Essa babaquice de manter a paz matou Trunks e o mestre Sho!! Por que eu tenho que manter a paz dos outros enquanto minha vida desmorona completamente?!

Aku pensou um pouco ao ouvir aquela resposta, mas logo encontrou uma maneira de agir naquela situação.

–Desconte em mim.-Ela disse.
–Como é?!-Ele perguntou, se voltando para ela pois estava surpreso com o que havia ouvido.
–Foi o que eu disse. Desconte em mim. Se está com raiva de tudo o que aconteceu, desconte toda essa raiva em mim. Claro que eu não vou deixar você me bater de graça, mas pode tentar se quiser.
–Você é louca?! Por que eu descontaria minha raiva em você?! Você não tem nada a ver com isso!! Não tem culpa de nada!!
–Nem o resto das pessoas da Terra. Nem Trunks ou seu mestre. Nenhum deles tem culpa de nada do que aconteceu, mas mesmo assim pagaram o preço máximo!
–Do que diabos você ta falando?!
–Você se pergunta por que deveria lutar pela paz dos outros enquanto sua vida é destruída, mas não hesita em dizer que lutará contra Dabura para vingar Trunks. Mas será que não se lembra do motivo de Trunks ter mandado você e Aya até Namekusei? Do motivo que fez com que lutássemos e que depois também acabou me fazendo vir para cá?
–As Esferas do Dragão...
–Pra que você acha que ele as queria hein? Pelo que vocês me disseram na nave enquanto vínhamos para cá, as esferas tinham sido perdidas e agora eram necessárias para ajudar a manter a paz na Terra caso ela fosse perturbada. Era esse o desejo de Trunks, certo?
–Aku...
–Portanto pare de reclamar e faça o que deve ser feito! Vingue Trunks e honre a memória de seu mestre ao invés de ficar chorando aqui nessa praia!

Ela não podia acreditar que havia dito tudo aquilo, mas parecia ser uma fato, pois Yusa agora a olhava fixamente com os olhos arregalados. Aku nunca foi de cultivar valores como os que havia acabado de gritar para o garoto, mas parecia para ela que na verdade, ela possuía esses valores, só não sabia como coloca-los para fora e aquela situação acabou ajudando.

Yusa a observava atentamente e ao mesmo tempo pensava sobre tudo o que havia acontecido até o momento. Por mais que não quisesse admitir, Aku estava certa. Não era hora para lamento e choro. Eles precisavam fazer o máximo possível para impedir que a Terra fosse destruída assim como tudo pelo que os guerreiros antes deles haviam lutado. Precisavam proteger o legado que Trunks se esforçou para deixar para eles.

–Aku!-Yusa chamou com um sorriso confiante.
–O que foi?
–Em guarda!-Ele gritou enquanto avançava na direção dela.

Por um instante ela se surpreendeu, mas logo se defendeu de um golpe de Yusa e os dois começaram a trocar golpes rapidamente, até que Aku acertou um soco no rosto de Yusa e o garoto caiu no chão rindo.

–Droga! Você é rápida demais!
–Você é que é muito lento!-Ela disse enquanto ajudava o garoto a se levantar.
–Obrigado Aku.-Ele disse com um sorriso.-Você me ajudou muito aqui.
–Eu...ajudei?-Ela perguntou com os olhos arregalados e muito corada.
–Claro que sim!-Ele respondeu.-Enfim, vamos indo! Temos que voltar pra casa e descansar um pouco e amanhã encontraremos aquele tal de Supremo Senhor Kaio no templo onde está o Kuji!
–Ah...tu-tudo bem. Vamos então.-Ela concordou, ainda meio atordoada com a situação.

Os dois saíram voando lado a lado, se dirigindo novamente à casa de Sho. Aku estava muito feliz naquele momento, pois sabia que sua vinda para a Terra não havia sido por nada. Ela sentia que estava conseguindo ficar mais próxima de Yusa e mesmo que o garoto fosse um tanto tapado para perceber como ela se sentia, para ela isso não importava desde que conseguisse o que queria.

TO BE CONTINUED...


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Notas finais do capítulo

É, esse aí foi mais triste do que a média né? Mas pelo menos o final foi um pouco mais feliz e depois disso, no próximo capítulo partiremos para mais algumas tretas aí na história conforme ela se desenrola. Aguardem aí, tentarei não demorar muito. Valeu! o/



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