Um amor inglês escrita por Marvin


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Hey... Trago mais um capitulo e é no meu Niver (sim ninguem se importa, já entendi)
Tenha uma boa leitura...



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Andrew passara o dia de quarta todo na cama.

Não conseguia se levantar, mas não era por causa do acontecimento do dia anterior. Um ataque de asma repentino o deixara fraco e incapacitado, por sorte a empregada que se compadecia de sua situação sempre solitária e problemática, estava ali para ajuda-lo.

Ele agradecia pela ajuda de Fátima, mas ainda preferia ficar sozinho. De certo modo o seu ataque foi decorrente de sua angustia por ter estragado tudo e ele queria refletir sobre isso.

Se eu não tivesse me atrapalhado – Ele pensou amargurado – Se eu não tivesse forçado, eu poderia estar ao lado dela essa hora.

Mas ela não estava ao seu lado. Ele estava sozinho em uma tarde nublada e com uma bandeja de sanduiches com suco que Fátima deixara em um canto de sua cama e que ele não tinha a menor intenção de comer.

A sua asma era só mais um dos diversos problemas de saúde que ele havia acumulado em sua misera vida, também sofria de escoliose e de problemas cardíacos. Seus pais obviamente não ligavam para o filho adoentado, mas sempre pagavam os melhores médicos para trata-lo. Isso é claro, apenas para manter as aparências. Pessoas das mais variadas importâncias visitavam sua família e ele precisa ser impecável para agrada-los, mesmo que não chegasse a abrir a boca.

Andy passou a noite em claro em seus devaneios, tanto que na outra manhã estava exausto ao se arrumar para a escola.

Esse dia inteiro seria de provas para a sua turma de 2º Ano, então ele teve que folhear rapidamente o seu caderno por todas as matérias. Ele e Emilly haviam estudado na terça exatamente para isso, mas o episodio seguinte praticamente apagara de sua memória tudo que não estava relacionada a ela.

Ao menos a sua asma havia parado e ele já estava recuperado para fazer seus testes.

...

Fora uma manhã difícil essa. Andy fizera 4 provas que incluíam Matemática, Português, Historia e Química. Ele não só estava cansado como não conseguia raciocinar direito.

Enquanto bebia a água gelada de um bebedouro no corredor notou que Emy havia passado por ele e nem ao menos reparara em sua presença. Ela estava o ignorando.

Ele correu para a saída e a viu andando naturalmente com a mochila nas costas. Reparou também que ela usava fones de ouvidos, um truque que ele ensinara em sua primeira semana de convivência. Os fones serviam como uma desculpa para não repetir o caso ocorrido com o pedreiro, desse jeito evitaria mais confusões caso ela não entenda o que falarem.

Ele sentiu que os fones nesse momento também serviam como uma mensagem para ele: A que ela não queria ser incomodada.

Andy novamente se acovardou. Não poderia segui-la, apenas se sentou em um banco que estava a sua direita e passou seus braços por suas pernas, fazendo uma bola. Os outros alunos o olhavam e julgavam-no, chamando-o de estranho, cochichando uns com os outros. Mas ele não se importava, queria apenas Emilly.

Passaram-se minutos que se pareceram anos para Andrew, ele não sabia realmente o que fazer.

Mas novamente aquele impulso estranho que vinha de seu estomago falara mais alto. Seu cérebro lembrou-se então de uma frase famosa de seu ídolo: “Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir”.

Ele sabia que a única forma de vencer na vida seria ao lado daquela garota. Precisava ir atrás dela.

Ele correu para o caminho que ela pegou. Sabia que talvez não conseguisse alcança-la a tempo então foi por um atalho, que era basicamente o caminho antigo. Agora a calçada já estava pronta, mas Andy ainda sentia ressentimento do pedreiro. Com a adrenalina que estava em seu corpo ele sentiu que seria capaz de socar o cara caso o encontrasse novamente, sem se importar com o fato de que levaria outra surra. Por sorte não havia nenhum pedreiro nesse local.

Ele continuou correndo esbarrando em pessoas e tropeçando, até que viu a silhueta de uma garota magra, de calça jeans e uma camisa branca de sua escola. Ou ele realmente tinha sido muito rápido em sua busca ou ela havia andado muito devagar, pois a garota era realmente Emilly.

– EMY – Ele gritou animado e a todo fôlego, sem se importar com o olhar zangado que as pessoas a sua volta lhe lançavam. Mas ela obviamente não ouviu. Estava muito concentrada em uma musica dos Beatles que tocava em seu fone para se importar com o mundo exterior.

Ele continuou correndo para ela, sentindo que existiam apenas os dois nesse universo. Seu coração agora virara uma maquina, trabalhando em um ritmo acelerado e perigoso. O tempo ao seu redor pareceu diminuir.

Não estrague tudo de novo – Ele pensou pra si mesmo – Eu não vou permitir.

Ele agora se aproximou perto suficiente para agarrar o seu braço com sua mão direita. A garota que estava andando tranquilamente há pouco tempo, foi pega de surpresa quando, através de um movimento inercial, foi impulsionada, primeiro para frente e depois para trás, como um elástico.

Na volta ela foi girada quase 180 graus e foi parar justamente nos braços de Andrew. A cara dela se contorceu em uma mistura de confusão e raiva. Mas Andy ao mesmo tempo trouxe sua mão esquerda para o lado direito da cabeça de Emilly e a agarrou com um pouco mais de força do que planejava.

Então ele moveu sua cabeça para frente para se ajustar com a dela. Nesse momento seus lábios se tocaram, surpreendendo um ao outro com o movimento harmônico e úmido que produziam juntos.

Apesar de inexperiente, Andy decidiu ser ainda mais invasivo, deixando sua língua escorrer pela boca da garota. Chegando ao seu destino ela encontrou outra língua, tímida, que imediatamente foi coagida por ele a dançar. E a dança foi ditada pela musica de amor que tocava em seus corações, ou apenas pelo som de Yesterday que agora, por estar perto, Andrew podia ouvir dos fones de Emy.

Esse movimento inovador e prazeroso deixou Andrew um pouco assustado de inicio, mas logo ele pode entender o porquê das pessoas gostarem tanto dessa ação pouco natural para o organismo humano. Porque preenchia o sentimento de solidão, fazendo com que se sinta completo, e até feliz.

O beijo durou exatos 4 segundos.

Ambos notaram as outras pessoas os encarando de todos os lados, eram pessoas comuns que andavam por perto quando a ação ocorreu e pararam para ver a romântica cena que haviam presenciado. Alguns aplaudiram

Então Andrew se lembrou de que precisava respirar, já que passara 10 minutos correndo desesperadamente antes. Ele descolou seus lábios do dela, tentando regular sua respiração. Desejava que nunca tivesse feito aquilo, pois agora sentia que havia deixado uma parte dele dentro daquela boca e queria imensamente recupera-la.

Mas enquanto isso Emy, que ficara o todo o tempo quieta e assustada com o que acontecera, acordou de seu topor. Ela o olhou profundamente em seus olhos e fez a coisa mais inesperada que Andrew, as pessoas a sua volta e até ela mesma poderia imaginar.

Ela estapeou o rosto de Andy.

Ele foi pego de surpresa. Sua cabeça girou quase 90 graus e sentiu a parte esquerda de seu rosto arder. Também notou que Emy sentira o golpe, pois a palma da sua mão estava vermelha e ela sacudiu a mão como se fosse expulsar a queimação.

Ele não estava acreditando naquela situação, ela o batera. A garota que havia beijado e a quem ele se entregara. Como isso era possível?

Emilly então se virou e começou a ter um ataque de soluços, estava começando a chorar, mas como não queria que ninguém visse muito menos Andrew, ela começou a correr para a sua casa, sem ao menos olhar para trás.

O pobre garoto foi abandonado no meio de uma calçada bem movimentada da rua. As pessoas olhavam para ele, algumas sentindo pena da pobre alma solitária, enquanto outros riam debochadamente da humilhação que ele passara. Alguns outros nem realmente sabiam como proceder diante de tal absurda cena.

Ele ficou olhando a garota fugir de seus braços, dessa vez sabia que não poderia segui-la. Sabia que isso só a faria odia-lo mais. Só faria seu coração se arrebentar mais. Então não pôde fazer nada além de se perder.

Todo o cansaço que acumulara durante o dia voltou para ele como ioiô que volta para a mão. Seu coração se apertou. Fizera muito esforço durante aquela corrida e agora seu corpo tomava seu preço. Subitamente seu ataque de asma voltou, fazendo-o se desesperar no meio daquela gente.

Tentou puxar o ar o maximo possível, mas parecia que uma mão firme segurava sua garganta,relutante em soltar. Um som nauseante de sucção saia de sua boca aberta.

As pessoas começaram a se aproximar, tentando entender o que estava ocorrendo com ele, mas mal sabiam que estavam apenas piorando. Ele precisava estar sozinho. Precisava de espaço.

Então ele correu...

Correu para longe de todos, empurrando sem piedade e grosseiramente. Via suas caras de raiva, mas eram apenas pessoas idiotas que não faziam ideia do que era sofrer. Ou faziam, mas não compreendiam a dor que Andrew sentia. Ninguém além dele poderia.

Ele tropeçou em meio ao meio fio e quase foi atropelado por um carro, mas só parou para descansar em um beco sujo não muito distante do local anterior, mas suficientemente vazio. Olhou para trás para ver se alguém o seguia, mas não viu ninguém. Ele se sentou no chão e pegou em seu bolso uma bombinha de asma.

Como só tinha provas para fazer hoje, então ele não trouxera sua bolsa. Apenas levara algumas canetas em seu bolso e a bombinha, que era só por precaução. Agradeceu a si mesmo por ter pensado nisso.

Ele pôs o aparelho na boca um pouco desesperado, já que estava sem ar. Mas forçou-se a se acalmar. Precisava aspirar bem o medicamento contido na bombinha para que fizesse efeito.

Enquanto fez pôde então sentir seus brônquios se dilatando e gradualmente sua respiração foi regularizada.

Bombas – Pensou ele – Nunca saia de casa sem elas.

Agora que estava calmo ele pôde voltar a raciocinar. Seu coração doía muito, mas sabia que não era um problema físico. Tudo que ele podia fazer agora seria voltar para o seu quarto e aproveitar sua depressão. Agora todos ririam dele, o garoto esquisito perdedor que beijava mal.

Quando decidiu se levantar e sair do beco se deparou com alguns caras que haviam assistido a cena.

– Ola Romeu. Levou um fora de sua Julieta? Ela estava de TPM ou é você que é muito frouxo para não pegar ela direito? – Um deles debochou enquanto Andy passava.

Andrew fechou seus punhos com raiva, mas decidiu relevar. Não valeria a pena levar outra surra, sabia que era um fraco e agora não havia ninguém a quem defender. Ele na verdade nunca teve. Então continuou andando.

– Se quiser eu posso fazer uma visita a sua namorada – O cara gritou quando Andy já estava um pouco distante – Garanto que uma noite de agitação a deixaria mansinha para você.

Andy agora estava furioso, uma gota de lagrima escapuliu antes que ele pudesse impedi-la. Mas ele limpou rapidamente para que ninguém visse e deixou os caras gargalhando para trás, continuo andando a passos largos.

Ele chegou mais tarde ao seu quarto. Quase morto desabou na cama, ignorando as batidas na sua porta que vinham de Fátima trazendo o seu almoço.

Apenas queria deixar de existir.


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Notas finais do capítulo

E aí? Já me odeiam?? kkk
Espero que tenham gostado da leitura.

Tradução:
Não pera... Não tem! (O meu google tradutor agradece shashua)

Bom... Comentem se quiserem.