A Seleção do Semideus escrita por Annabeth Schreave


Capítulo 12
Inseguranças e Segredos


Notas iniciais do capítulo

3/4
Boa leitura pra vocês, hehe.



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"Tentei destruir as correntes
Mas as correntes é que me destroem"

Chains - Nick Jonas

                                                            ANNABETH

                                                  Música - para o capítulo

— Não pode ser, não pode ser, não foi o Luke! – Eu gritava no ouvido de Percy.

— Me desculpe, mas foi ele que atirou em mim. Eu vi – Percy também gritava.

— Não foi, eu tenho certeza. Você deve ser cego!

— Princesa Annabeth Schreave, você é muito teimosa e convencida – a voz de Percy ecoou.

— É porque sei que estou certa – demorei a responder, as palavras dele me agrediram – Luke nunca seria capaz disso.

Estávamos nessa discussão a uma semana. Nesse meio tempo tirei dez participantes da Seleção, mas por mais brava que estivesse com Percy, não consegui tirá-lo da disputa, porque gosto dele, apesar de tudo.

— E pensar que eu me apaixonei por você – ele quebrou o silêncio – Sou muito trouxa! – o garoto começou a andar.

— Estou cansada de caras que não acreditam em mim, no tipo de pessoa que sou e no tipo de coisa que posso fazer – eu o segurei pelo braço e desabafei. Pronto, era a hora das confissões.

Percy se soltou – ele é mais forte do que o imaginado – segurou meu rosto e me beijou furiosamente, me prendendo contra a parede. Está aí algo que eu realmente não esperava dele, tanto pelo momento que nos encontrávamos, quanto pelo tipo de garoto eu ele é ou achava que ele era.

— Eu acredito em você, só não acredito que você não confia em mim – Ele segurava as lágrimas se controlando para não colocar pra fora toda a confusão que se passava em seus olhos marejados – Guarde esse beijo, vai ser uma última lembrança dos nossos poucos momentos. Eu cansei de me deixar levar por tudo que você diz e quer para me tornar o cara certo pra você. Esse sou eu. Não ligo se estou destruindo a minha missão, você ainda tem vários semideuses no andar de cima pra se tornarem seu namorado, marido ou o que seja e ainda salvar o mundo. Tchau Annabeth.

— Não vai embora, eu preciso de você – Minhas palavras saíram em um sussurro, mas mesmo assim, audíveis.

— Para ser sou bonequinho, como o Nico? Agora é tarde. – Percy saiu apressado e meu deixou ali plantada.

Eu corri e o alcancei, logo o segurei pelos ombros.

— Você não vai me deixar. Eu não vou permitir. Você realmente pensa que isso é fácil para mim, ter a função de escolher mil coisas que vão determinar o meu futuro e o de todos em um único “jogo”, em uma única chance? Não é! Mas eu posso te mostrar o que é extremamente fácil entre nós...

Eu já não sentia mais o ar, porque meus lábios estavam concentrados inteiramente nos do participante que ali presenciava. Enrosquei minhas pernas na cintura de Percy e subimos para o quarto dele. Não sei onde esse garoto aprendeu isso, mas conforme ele beijava meu pescoço e mordia levemente minha orelha, eu ficava totalmente arrepiada. Ele me deitou na cama e eu olhei para o rosto dele que tinha olhos bastante determinados...

— Percy, para! – eu disse sem ar.

— Por que? Eu fiz algo errado?

— Não, você não fez nada errado. É que eu não posso fazer isso, não agora.

— Entendo, também tinha o sentimento que agora não era o melhor momento pra uma coisa dessas, mas sabe como é né? – Ele dizia rindo e meio envergonhado.

— Quem sabe se nós nos casarmos. – Eu dizia zoando.

— Isso é um pedido é? – Percy brincava.

—Não sei, quem sabe um dia – Entrei na brincadeira.

Um profundo silencio reinou enquanto estávamos deitados um do lado do outro.

— Annie, diga-me o que eu quero ouvir, o que você sabe que eu preciso ouvir pra continuar nisso.

— O que você quer que eu diga? – Falava

— Diga que aqui tem um mínimo de paixão, faça-me acreditar que ficar não vai ser mais uma decepção.

— Não posso, já estou me desfazendo de todos os meus segredos, de tudo que tem dentro de mim, porém sobre meus sentimentos, será um segredo que tenho que guardar por enquanto que não tenho certeza do que vai ser.

—Desculpa, eu tô sendo um babaca sentimentalista. Não posso exigir de você uma decisão, porque acho que nem eu sei se a tomaria. Eu vou continuar aqui, esperando, mas lembra que ninguém espera para sempre.

— Me desculpe Percy.

— Eu que me desculpo. Se você não se incomodar, poderia sair do quarto? É porque preciso dormir e também está tarde.

— Okay, conversamos amanhã – disse disfarçando minha decepção.

Eu saí do quarto de Percy totalmente devastada e sem rumo, tinha dado 3 foras nele em apenas uma noite. Estava morrendo de raiva de mim, só queria recomeçar esta noite, ou melhor, voltar tudo desde o inicio da Seleção e não ter conhecido Percy, Nico ou qualquer um dos seus amigos, tirando talvez Leo, que faz qualquer um rir mesmo nos piores momentos e ultimamente ele tem sido um ótimo amigo.

—Olá princesa

—Hã??? – me surpreendi – Quem é você?

—Er...Sou Frank, um dos amigos de Percy e Nico – “Só podia ser” mentalizei – Pensei que me conhecesse – Ele disse decepcionado.

—Me desculpe a sinceridade, mas você me parece tímido demais e eu nunca tive oportunidade de falar contigo – Disse bastante indiscreta.

—Tudo bem, já estou acostumado, todos falam que eu tenho que ser mais sociável – respondeu rindo.

—Como minha indelicadeza hoje está no “melhor ponto”, – fiz aspas no ar – vou perguntar, como consegue ser tímido, todo na sua e ao mesmo tempo tão musculoso – “E até um pouco gostoso” acrescentei mentalmente. Deuses, onde estão os meus modos.

—É porque meus pais sempre me pediram para levar uns carregamentos de comida e farinha do restaurante deles. – senti um tom de mentira mas ignorei, afinal, todos os meus pressentimentos hoje foram um fracasso.

—De que casta você é?

—Casta 4 – Disse ele novamente com um certo tom de mentira.

—Legal – Falei – Eu estou muito cansada, teria problema se eu fosse dormir? – Menti

—Relaxa, eu também estou cansado – bocejou – Boa noite, princesa.

—Boa noite, Frank.

Fui para o meu quarto e fiquei mais uma hora na sacada ouvindo Secrets do One Republic e pensando na minha conversa com Percy, que por coincidência tinha partes em comum com a música:

“Diga-me o que quer ouvir, algo que agradará seus ouvidos, cansado de toda essa insinceridade, então abrirei mão de todos os meus segredos”

Lágrimas começar a escorrer sem permissão e eu disse:

—Infelizmente, ainda não consegui abrir mão de todos os meus segredos. Por que é que tudo isso consegue ser tão complicado?

Nesse exato momento uma estrela cadente passou. Que clichê.

—Desejo não sentir mais tanta tristeza e preocupação.

“Como você é boba Annabeth, fazendo pedidos pra uma estrela, como se fosse adiantar de alguma coisa” eu pensava.

—Eu preciso dormir e esquecer tudo o que aconteceu hoje – eu dizia a mim mesma.

Os meus sonhos foram confusos, havia morte, tristeza, lamentação, não conseguia ver os rostos nem as cenas que se passavam, estava tudo embaçado. Depois de tudo, veio a paz, tranquilidade e felicidade. Havia novas esperanças e sonhos consumidos por amores inigualáveis constantemente e imperfeitamente maravilhosos. Queria ficar nesse lugar para sempre, mas um maldito despertador consumiu minha cabeça e levantei por grande insistência do próprio.

Eu bocejava bastante, com muito sono

— A minha cara hoje está incrível – Eu mesma me zoava.

Me olhava no espelho e tentava consertar minha aparência, não pedi ajuda das criadas porque eu nunca gostei de ser ajudada, pelo menos, não tanto. Coloquei o vestido, amarrei um pedaço do cabelo em uma fita e calcei o sapato. Desci a escadas e uma repentina sensação de alegria tomou conta de mim. Uma não, duas, com olhos castanhos e azuis, flores rosa-chá, vestidos a caráter.

—Será que nos permite a honra de sua companhia no jardim neste belo dia? – disseram Percy e Nico em uníssono – Uia, rimou! – Percy acrescentou.

—É claro que lhes permito, seus bobos

E assim saímos rindo em direção ao jardim.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no próximo capítulo.
Beijos, Quel.



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