Graceland - Interativa escrita por CaleidoscópioGold


Capítulo 9
Capítulo 9 - Caçada


Notas iniciais do capítulo

Nem sei como me desculpar por ter demorado séculos para postar, eu sinceramente sinto muito! Sério, quem falou comigo durante esse tempo que estive fora sabe que sofri um bloqueio criativo muito grande, e ainda estou em ano de vestibular, então entendem que tenho que focar nos estudos. Mas como estou bem na escola, decidi voltar aqui e dar uma lida e tudo voltou!

Entendam uma coisa: Eu nunca vou abandonar Graceland ever, ela é meu amorzinho, eu já tenho um caderno com todas as sinopses dos próximos 40 capítulos, então não é por falta de ideia que fiquei fora, só porque não estava inspirada para escrever.

Dei uma ajeitada nos últimos capítulos (na real só nos 3 primeiros porque revisar dá trabalho e eu sou preguiçosa hahaha Prometo que depois de postar esse vou revisar o resto), se quiserem podem ir lá dar uma olhada para se lembrarem melhor da história, já que eu mesma precisei fazer isso porque fiquei um ano fora ;-;

Obrigada a todos que continuam acompanhando e aos novos leitores, e me perdoem de novo por sumir do nada.

Aproveitem!



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— Há quanto tempo estamos aqui? — Allana perguntou, debruçando-se sobre a mesa do restaurante.

— Duas horas e meia — Kenai não desviou os olhos de Camile e Heitor, que estavam sentados a alguns metros da mesa dos quatro. Por sorte o lugar estava bem cheio, então a presença deles não fora notada ainda.

Depois de segui-los até o restaurante, que ficava dentro de um hotel luxuoso, os agentes haviam escolhido uma mesa nos fundos e os observavam desde então. Nada de suspeito havia acontecido, Heitor só havia deixado a morena por um minuto quando foi falar com um homem trajando preto, mas voltou logo em seguida para a mesa.

— Caramba, eles não pararam de falar um segundo! — Jim reclamou, recostando-se na cadeira.

— Não estamos mesmo levando isso a sério, não é? — Alex perguntou a Kenai, que voltou o olhar em sua direção.

— Tem algo estranho sobre esse cara.

— O que, exatamente? —Kellygan retrucou.

— Você é o detetive aqui - Kenai sorriu, vendo-o revirar os olhos. — Vamos esperar um pouco mais pra ver se descobrimos.

— Não tô nada afim de seguir eles para o quarto — a ruiva começou a mexer em seu celular.

— Eles não vão para o quarto — Alex ficou visivelmente surpreso com a afirmação da agente.

—Os dois não podem fazer certas coisas em público, Canny — Jim implicou com o amigo, fazendo-o revirar os olhos.

— Acho que já chega, Kenai. Não quero perder um episódio novo de Game of Thrones porque você é paranoico — Allana se levantou, mas Alex a puxou de volta.

— Vamos esperar até que saiam, não queremos que a Camile nos veja aqui.

— Eles levantaram! — Kenai ficou de pé, ignorando o conselho do agente do FBI e seguindo os dois a distância.

Jim, Ally e Alex não tiveram escolha se não ir atrás do loiro na direção da saída, porém os quatro pararam ao verem Heitor segurar a mão de Camile e a puxar para perto com rapidez e beijá-la logo em seguida. A morena envolveu um braço ao redor do pescoço dele e manteve a outra mão em sua cintura, correspondendo ao beijo com a mesma energia.

— Isso tá virando muita invasão total de privacidade — Allana olhou para Kenai ao seu lado. — Vou voltar para a casa, deixem eles em paz.

— Também vou indo — Alex se virou e andou com Swan na direção da porta.

— Kenai, sei que está preocupado com a Artie, mas o cara me parece bem normal — Jim comenta. — A Camile é uma agente da CIA, se suspeitasse de algo não ficaria com ele.

— Vamos descobrir se está certo — o loiro sorriu e andou na direção de Heitor, que havia ficado sozinho depois de Camile ter ido ao banheiro.

Jim ainda achava que aquilo tudo daria uma bela confusão, mas estava mesmo procurando um pouco de ação nos últimos dias. Ele seguiu o loiro até Callas, que pareceu vê-los a distância e abriu um sorriso simpático em seus lábios.

— Cavalheiros, o que posso fazer por vocês? — Heitor estendeu a mão e Kenai a apertou firmemente.

— Só queremos ter uma breve conversa — o agente do DEA observou enquanto dois homens trajando preto se aproximaram deles, porém pararam quando Heitor ergueu a mão.  

— Contanto que sejam breves, tenho alguns assuntos a tratar.

— Prometo ser rápido, só quero lhe fazer algumas perguntas — Kenai tinha um sorriso confiante no rosto, já Jim não fazia ideia do que o loiro perguntaria a Heitor.  — Há quanto tempo vem traficando a fênix para os Estados Unidos?

— Como disse? — Callas arqueou uma sobrancelha e seu sorriso desapareceu. Até Jim ficou surpreso com a atitude do companheiro, pois aquela era uma acusação muito séria.

— Trazer uma quantidade tão grande de drogas leva tempo, não começou a fazer agora. Por isso tem vindo pra cá nos últimos anos — Nimble estava adorando ver a expressão ligeiramente irritada no rosto do outro. — Não se sinta mal, um agente do DEA sabe bem como esses esquemas funcionam. Já sabemos que a droga é grega, você chega magicamente da Grécia para encontrar a Artie quando a Fênix é espalhada pela cidade e espera que eu acredite que isso tudo é coincidência?

— Olá, meninos! — Camile se aproximou. — Sobre o que estão falando?

— Seu amigo tem uma teoria interessante de que sou um traficante internacional — Heitor se virou para a morena, que deu uma risada.

— É claro que você é — o humor era evidente na voz dela, porém não havia ironia na afirmação. — Aposto que temos a mesma teoria Kenai, a diferença é que tenho provas.

Os três olharam para a agente da CIA tão surpresos quanto antes. Ela tirou a mão das costas e mostrou ter um iphone preto em mãos.

— Peguei emprestado, se não se importa. Amigos interessantes esses seus — ela o viu tatear o bolso e perceber que seu celular havia mesmo sumido. — Com metade desses números limparíamos a cidade desses traficantes desgraçados. Por sorte copiei todos para o meu celular, esses contatos podem ser úteis no futuro.

Eles estavam boquiabertos com o que acabara de acontecer. Kenai não segura a risada, pois sempre soube, de alguma forma, que Camile só estava se aproximando tanto de Heitor para conseguir algo. Jim sabia bem como era ser um agente da CIA, eles faziam de tudo para cumprir seus objetivos e conseguir o que queriam, ficou feliz por ver que com a agente Rodrigues não era diferente.

— Não faz essa cara, você até que beija bem — Camile devolveu o aparelho para ele, que o guardou no bolso e deu um sorriso de canto.

— Continua a me impressionar — ele comenta. — Tudo bem, vocês me pegaram. Agora preciso cuidar de um assunto importante, então, antío (tchau).

— Por que acha que vamos te deixar ir embora depois disso? — Jim cruzou os braços.

— Bom, uma lista de contatos no meu celular e algumas mensagens não são o bastante para colocar alguém como eu na cadeia, disso vocês estão cientes — Heitor sorriu, cinicamente. — O que posso fazer agora é esperar vocês encontrarem outras provas, e se encontrarem, terão uma surpresa desagradável.

Os três não faziam ideia de que o traficante falava de Artemisia, mas sabia que se levassem Heitor à corte com um telefone de prova, perderiam o caso. Camile se colocou ao lado de Kenai e encarou Callas com seus olhos azuis frios como gelo.

— Nem que levemos anos procurando por uma prova, você vai cair. E se pensar em aparecer na casa para dizer um “oi”, eu atiro em você.

— Uh, gosto de mulheres perigosas — ele pegou seus óculos escuros em seu bolso e cobriu seus olhos claros com o mesmo. — Digam para a Artie que a verei logo.

Heitor deu um passo a frente, porém foi obrigado a parar quando sentiu a mão de Kenai empurrar seu peito, não fazendo tanta força.

— Se chegar perto dela de novo, vai se arrepender — seu tom era sério e sua expressão nem um pouco amigável.

O loiro se afastou quando ouviu seu telefone tocar e atendeu a chamada, ouvindo a voz de Allana do outro lado da linha.

Kenai, temos um problema, a ruiva parecia nervosa. A Kath e o Robb disseram que a Artie foi embora!

— Como assim? — o agente do DEA franziu o cenho.

Ela saiu da casa, deixou o celular e as armas junto com um bilhete dizendo que provavelmente não voltaria… Tem ideia do que pode ter acontecido?

Kenai se esforçou para não quebrar o telefone em sua mãos após ouvir a notícia. Olhou para Heitor, vendo-o mexer em seu celular e dar um sorriso escárnio.

— Perdeu alguma coisa? — zombou. Isso fez o loiro soltar o telefone no chão, segurá-lo pela gola da camisa e empurrá-lo contra a parede mais próxima, tão forte que todos no local voltaram as atenções para eles.

Os homens de preto parados não muito longe se preparam para sacar suas armas, mas pararam ao verem seu chefe balançar a cabeça em sinal negativo. Kenai ainda o mantinha preso contra a parede, pensando em várias razões para não socar o rosto dele até deixá-lo desfigurado.

— O que você fez com ela? — perguntou, entredentes.

— O que houve, Kenai? — Jim se posicionou ao lado do agente, preocupado que ele pudesse acabar fazendo uma besteira.

Percebendo a expressão debochada de Heitor, e que ele não pretendia falar, o loiro o soltou com um tranco e pegou seu telefone no chão, indo para a saída a passos largos.

O traficante ajeitou sua blusa e se virou para Camile, dando um leve aceno de cabeça antes de seguir para o elevador com seus homens.

— Kenai! — a morena correu atrás dele junto com Jim. — O que ele fez?

— A Artie sumiu, tenho certeza que por culpa desse desgraçado!

— Bom, ela não pode ter ido longe — Jim tentou deixá-lo mais calmo. — A Camile e eu podemos olhar as câmeras de segurança nas ruas  com nosso equipamento, vamos achá-la.

— Se não acharmos, Heitor e eu teremos uma conversinha — Kenai trincou o maxilar, já imaginando o número de socos que precisaria dar para tirar o sorriso do rosto do traficante.

(***)

Os oito agentes, agora, se encontravam do lado de fora da casa, Camile e Jim explicando toda a situação para os outros enquanto Kenai tentava se acalmar para não ir atrás de Heitor e jogá-lo do pier.

— Então o Tough-K estava mais do que certo em suspeitar desse cara — Alex concluiu.

— Nunca mais te chamo de paranoico — Allana sabia que o maior adorava dizer "Eu te disse", mas no momento todos estavam tensos demais para brincadeiras.

— Por que a Artie sumiria assim? — Kath indagou, ainda surpresa com o sumiço da colega.

— Talvez ela soubesse sobre o Heitor. Se ele ameaçou fazer algo com Graceland, ela com certeza se sacrificaria para proteger a casa — Kenai suspirou pesadamente, frustrado por não ter previsto isso. — Conseguiram encontrá-la?

Ele se virou para Camile e Jim.

— Conseguimos algumas imagens de câmeras de segurança espalhadas pela cidade. Ela pegou a moto e passou por todo esse caminho — a brasileira ergueu a tela de seu tablet para que todos vissem uma linha vermelha em um mapa digital.

— Depois desse ponto, não sabemos pra qual direção ela foi, já que entrou em uma área menos urbana — Jim tocou na tela e a imagem da rua em que ela havia passado antes de desaparecer surgiu. — Podemos começar as buscas por lá.

— É melhor do que nada — Robb fez sinal para todos irem para a garagem. — Mantenham os rádios ligados e levem armas, não sabemos se somos os únicos a estarmos atrás dela.

Evans, Kath, Allana e Matt foram no carro do líder, enquanto Jim, Camille e Alex foram na picape de Kenai. Eles chegaram à uma parte afastada da casa, onde haviam várias árvores e uma trilha que levava para uma praia deserta que eles conheciam, porém nunca iam lá por não ser nem um pouco interessante e repleta de rochas.

— Ela pode ter ido para a praia, mas não vejo a moto dela em lugar algum — Alex olhou em volta quando todos saíram do carro.

— E a trilha é muito estreita para a Bossy passar com ela por aí — Kath concluiu. — Kenai pode ir checar esse caminho que leva até a praia, não deve ser difícil de vê-la em um local deserto. Robb e Alex podem dar algumas voltas de carro enquanto o resto procura por ela andando.

— Ouviram a Kitty, não percam tempo — Robb entrou em seu carro com Kellygan.

Kenai não perdeu tempo e correu trilha a dentro. Ele era certamente o mais apto para ir por aquele caminho, já que tinha o melhor porte físico da casa e era o mais especializado, depois de Artemisia, em encontrar rastros. Haviam outros modos de se chegar naquela praia, porém o agente do DEA não teria tempo de verificar todos, optando por ir pelo mais direto.

Assim que viu o mar e pisou na areia, olhou para o alto de um penhasco que havia na encosta, repleto de pedras ao redor. O sol já havia sumido no horizonte e aquele lugar não tinha nenhum tipo de iluminação, ele realmente precisava ir rápido, então correu até a antiga casa abandonada que havia no topo do penhasco, na parte mais plana do alto. Se ela não estivesse lá, seria um valioso tempo perdido, mas não custava tentar.

(***)

Artemisia não era burra, mas aquela havia sido a maior burrice que ela fizera. Agora, sentada em um pedaço de concreto que havia caído da parede daquela casa velha, ela percebeu isso. Mesmo assim, não podia mais voltar atrás, precisava encerrar aquele assunto de uma vez por todas, e sem envolver os agentes de Graceland. Ela tinha um plano, obviamente, e estava quase certa de que iria funcionar.

Ouviu o som da porta se abrindo, porém a escuridão do local não a deixou ver quem era. Se colocou de pé rapidamente e sacou sua arma, apontando na direção de quem entrava.

— Esperando alguém? — a voz de Heitor ecoou pelo local e ela baixou sua pistola.

— Por você — ela se aproximou do mais velho. — Demorou.

— Seus amigos estão rondando toda a área próxima dessa praia, não foi fácil chegar aqui sem ser visto — ele segurou o pulso da morena e sentiu que ela ainda usava o relógio. — Pensei que fosse tentar me enganar, irmã. Sempre foi espertinha.

— Não quero te enganar — ela não precisava vê-lo para saber que estava sorrindo. — Veio sozinho?

— Meus homens estão esperando por mim do outro lado da trilha. Não achei necessário tê-los aqui atrapalhando um momento de irmãos.

— Estou mais feliz por saber que confia em mim tanto assim — Artie segurou a mão dele e colocou sua arma nela. — Só para não ter mais dúvidas. 

Heitor aceitou a prova de que ela não estava pretendendo fazer nada, parecendo extremamente contente.

— Posso saber o motivo para ter mudado de ideia?

— Sei que não entende o significado da palavra "amor", mas eu amo meus amigos e não pretendo deixar que você faça algo com eles. Prometo ir com você, mas só se me garantir que eles não serão feridos e que a Fênix vai parar de ser vendida — ela o ouviu dar uma risada sem humor.

— Artie, não sei se percebeu ainda, mas dinheiro é mais importante do que você para mim.

— Eu sei disso. Minha ida é só uma garantia de que você não vai ser sentenciado à prisão perpétua por tráfico, assassinato, formação de quadrilha e muitos outros crimes que tenho arquivados no meu computador pessoal — a morena esperou alguns segundos e ficou satisfeita com o silêncio. — Mencionei ter apagado tudo, só que esqueci das cópias que tinha comigo. Seria uma pena se o DEA recebesse tudo.

— Acha que pode me ameaçar? — Heitor deu um passo a frente, tentando intimidar a irmã.

— Não acho, eu posso. Cansei de ser sua protetora, e sei que por ser um megalomaníaco não vai recusar minha proposta. Sabe que no nosso país a pena de morte foi restaurada apenas para imigrantes que cometem crimes extremamente violentos, então no máximo vai passar o resto da vida preso. Só que qui é outra história, e se depender do meu pessoal, eles farão o possível para que não seja extraditado. 

Ela estava tão confiante de suas palavras que qualquer um teria medo.

— E se eu te matar agora? — ele apontou a arma dela para a cabeça da mais jovem.

— Se eu morrer, meu colega tem ordens de mandar os arquivos para meu colega de trabalho e você só vai ser condenado por outro homicídio além dos diversos que já cometeu, então não seja estúpido apenas uma vez na sua vida e aceita logo! — ela gritou a última parte, já sem paciência e nem se importando com a arma apontada para sua têmpora.

— Cala a merda da boca! — Heitor urrou, pensando no que deveria fazer. — Sempre foi mesmo esperta, Artie, e estou surpreso com sua coragem. Infelizmente, vou correr o risco de simplesmente te matar, assim como seus coleguinhas da casa e vou fazer questão de queimar ela inteira!

— Nunca disse que meu computador estava na casa — a morena deu uma risada.

Heitor se preparou para desferir um golpe com a pistola no rosto da agente, quando ambos viram uma luz na entrada, mais precisamente de uma lanterna.

— Bossy? — a voz de Kenai foi ouvida e o coração de Artemisia disparou.

"Idiota!" — ela pensou.

— Esse é seu parceiro? — a luz da lanterna iluminou brevemente o rosto de Heitor e Artie pôde ver um brilho sombrio no olhar do irmão.

— Kenai sai! — ela berrou e em seguida teve sua cabeça empurrada para o lado, de forma que batesse com a mesma na parede e caísse no chão.

Kenai não ouviu, indo até onde ela estava e se ajoelhando ao lado da agente. Viu que não havia nenhum ferimento no rosto dela, mas a morena estava desnorteada.

— Se segura em mim, Bossy — ele a segurou nos braços, sentindo-a empurrá-lo para longe.

— Você não podia estar aqui, droga! — ela conseguiu ficar de pé com a ajuda do maior. — Heitor está...

Os dois ouviram o som de tiros e se abaixaram. Kenai desligou a lanterna e envolveu um braço ao redor da cintura da parceira, forçando-a a ir com ele e pulando por uma janela quebrada até a parte de fora da casa velha. Caíram na grama, que por acaso não diminuiu a dor da queda brusca, e ligeiramente se levantaram. 

— Vamos discutir isso mais tarde, mocinha — Kenai advertiu, seriamente.

— Acham que sumi do nada para que me seguissem?! Deveria ter ficado fora disso — Artie deu um soco no peito do loiro. — Nenhum agente é mais importante que Graceland, essa é a regra da casa, Graceland em primeiro lugar!

— Acha que nós ligamos para regas idiotas que são só para intimidar novatos? Quase nos matou do coração com essa loucura, o que esperava fazer? — ele geralmente não era sério daquela forma, principalmente com ela, mas havia mesmo ficado extremamente preocupado. — Ah, e da próxima vez podia avisar sobre seu irmão traficante psicopata.

Ela arregalou os olhos e deu alguns passos para trás.

— Como sabe disso?

— Eu suspeitava e a Camile confirmou. De novo, depois quero ter uma conversa séria com você.

Mais tiros foram ouvidos, e Heitor saiu por outra janela quebrada. A luz da lua deixava que vissem muito bem o traficante, mas ele pareceu levar um tempo para notar que os dois agentes não estavam mais dentro da casa.

— Acho que vou matar você e seu namorado agora, Artie — Heitor apontou sua arma para o maior. — Só que quero que veja ele sangrar antes de colocar uma bala na sua cabeça.

Kenai ergueu as duas mãos, mostrando que não estava armado.

— Acha que vai sair dessa se matar nós dois? — o loiro tentou ganhar tempo, já sabendo que não conseguiria realmente convencer o traficante a largar a arma.

— Tenho um amigo muito interessante, se não percebeu. Montoya manda em tudo por aqui, ficaria surpreso com as coisas que ele já fez, então sim, acho que vou sair dessa — o grego se aproximou dos dois, Artemisia sentindo seu peito apertar sempre que percebia a arma chegando mais perto de Kenai. — Só eu sei como ter acesso à Fênix, ele precisa de mim. Então pensem de novo se acham que podem me manter preso.

— Está me dizendo que estamos no alto do penhasco da praia abandonada e que você, Heitor, está apontando uma arma na minha direção e está ameaçando matar a mim e à Artie? — Kenai disse, em alto e bom tom.

Artemisia sentiu o queixo cair ao perceber que ele estava usando o rádio de maneira nada discreta, alertando os outros. Demorou um pouco, mas Heitor também percebeu e simplesmente atirou, acertando o ombro do agente do DEA.

Kenai só deu alguns passos para trás, percebendo que não teve a sorte de a bala acertar seu colete e já sentindo o sangue correr por seu braço. Permaneceu de pé e olhou na direção de Heitor.

— Que mira péssima! Quer tentar de novo?

Heitor não ficou feliz com a provocação do outro e largou a arma, agora descarregada, na grama, pegando sua própria pistola. No tempo em que ele parou para fazer isso, Artie já o havia empurrado para o chão usando o peso de seu próprio corpo. Os dois caíram no chão e ela deu uma cotovelada para baixo no braço do irmão, fazendo-o soltar a arma.

Ele tentou segurar o pescoço da morena, que usou um golpe de krav magá em que puxa os dedões do agressor para fora, obrigando-o a abrir a mão e impedindo que ele tirasse seu ar. Em seguida deu uma cabeçada no nariz dele, que por conta da dor deu um grito e a jogou para o lado. Quando tentou se levantar, Heitor recebeu uma joelhada nas costelas e vários socos no rosto, de maneira que caiu de costas novamente.

— Acha que ainda sou criança, irmão? — ela indagou, sua raiva aumentando ainda mais a adrenalina em seu corpo. — Sou treinada pelo DEA e sou uma das nove melhores agentes do país, então pensa duas vezes antes de tentar me atacar. Pode ser mais forte, mas sou mais habilidosa, idiota.

Ela acertou vários chutes no grego, de forma a lhe causar muita dor.

— Vai contar pro coleguinha Montoya que estou chutando seu traseiro? Pois eu nem ligo! Se machucar algum dos meus amigos de novo, se algum deles chegar com um arranhão e eu souber que foi você quem causou ele ou se chegar perto de Graceland, — ela pegou uma pequena arma escondida em sua bota de cano curto, puxando a gola da camisa do irmão e o puxando para que a encarasse. — Não vou hesitar em te entregar para a CIA. E sabe que eles não tem regras como o FBI e o DEA. Não, eles são muito piores do que pode imaginar. E se fizer alguma dessas coisas, pode torcer para que eles te achem antes de mim, porque não ligo para nenhuma lei nem se serei indiciada por isso. Eu vou te matar!

Ela deu um última cabeçada nele, impedindo que o mais velho falasse algo e fazendo-o desmaiar. Artie sabia que tinha deixado a mensagem bem clara e que por ser tão narcisista, seu irmão não tentaria se meter com eles de novo, não arriscaria ser pego pela CIA... E nem por ela.

— Não conhecia esse seu lado — Kenai se aproximou, sua mão esquerda cobrindo o ferimento em seu ombro direito.

Artemisia se aproximou do maior, envolvendo o braço na cintura dele e lhe dando um abraço. Demorou algum tempo para ele perceber que ela estava chorando silenciosamente, as lágrimas rolando por seu rosto alvo e seu peito subindo e descendo com a respiração pesada dela.

— Eu tinha tudo planejado e por um segundo achei que não ia conseguir por sua causa, seu maluco! — ela disse, ainda com raiva.

— Vamos falar sobre isso mais tarde — ele usou sua mão direita para acariciar as costas da menor e tentar acalmá-la. — Não vamos prendê-lo?

— Precisamos dele — ela sussurrou.

— O quê?

— Precisamos dele. É o único que tem contato com o Montoya, e eu realmente tenho provas que podem incriminá-lo e colocá-lo na prisão por anos. Com certeza podemos fazer uma pequena chantagem para nos aproximarmos mais desse cara que ninguém conhece — ela se afastou para dar um leve sorriso para o amigo. 

— Você tem uma mente diabólica, Bossy. Adoro isso — ele sorriu e a abraçou, ignorando a dor em seu braço. — Os outros devem chegar logo, se prepara para explicar tudo.

Ela não iria contar inteiramente tudo a ele, apenas o necessário. Ninguém precisava saber que ela acobertou um criminoso internacional, então não era preciso tocar no assunto.


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Notas finais do capítulo

Alguém já assistiu O Mensageiro? Nossa, esse filme é mesmo incrível *o* E pra quem gosta, sugiro que assistam Hawaii 5-0 porque é a segunda melhor série policial de todos os tempos!

Falando do capítulo agora, quem gostou??? Tive probleminhas para escrevê-lo porque sempre que terminava nunca achava que ficava bom, então recomeçava tudo... Foi cansativo u.u

No próximo teremos a Camile criando sua fama com "Pretty Doll", que sairá logo, mas vou dar um tempo para comentarem esse aqui, porque eu amo seus comentários, meus leitores queridos :D

Bjus!



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