Graceland - Interativa escrita por CaleidoscópioGold


Capítulo 6
Capítulo 6 - Choque de realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Obrigada pelos comentários e sejam bem-vindos, leitores novos :D

No capítulo de hoje não vamos ter tanta ação e eu levei um ano para escrever porque sempre achava que faltava algo... Acho que é porque estou acostumada com muita ação lol

No final vamos ter a distribuição das missões, então não se esqueçam de alguns detalhes pois eles podem ser importantes ao longo da fic. Se vocês se perderem no meio não fiquem com medo de me chamar na MP, eu adoro conversar com meus leitores :3

Enjoy!



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Ele já estava de pé quando ouviu alguém gritar seu nome no andar de baixo e correu de seu quarto até as escadas, pois o grito parecera urgente, e depois da noite anterior ele não sabia o que mais esperar.

– Matt! - ouviu mais uma vez, agora podendo perceber ser a voz de Kath.

– O que foi? - quando chegou ao último degrau, sentiu um chute vir de algum lugar e acertar seu joelho, o fazendo atravessar a sala de estar e cair de barriga para baixo no chão.

– É a sua vez de mostrar que não é só um rostinho bonito - a loira deu um meio sorriso e andou na direção dele.

– Ah, não... - o castanho se levantou rápido e começou a recuar. - Kath, eu não vou bater em você!

– Resposta errada - ela começou a atacá-lo com socos e pôde perceber que ele era muito bom em desviar deles, porém se aproveitou de um momento em que percebeu que o agente já havia sincronizado seus movimentos e fez um golpe aleatório, o pegando desprevenido e acertando uma joelhada em sua coxa.

O agente deu um gemido contido de dor e segurou os braços dela, a empurrando contra a parede e a mantendo presa. Kath, no entanto, lhe deu uma cabeçada forte que o fez recuar e logo em seguida lhe acertou um chute certeiro no peito.

– Porra, Kath! - ele gritou quando caiu de costas na poltrona.

– Vai chorar, bebêzinho? - ela sacou uma arma e a apontou para a cabeça dele.

– Wow, o que aconteceu com a regra de "sem armas aqui embaixo"?

– Seu inimigo pode ser homem ou mulher. Vai deixar uma mulher te bater, agente Granward? Se pensa dessa forma, acho que posso puxar o gatilho que não fará falta em Graceland.

– Você lembrou de tomar seu remedinho hoje de manhã? - ele perguntou, conseguindo tirar a arma das mãos dela com um rápido movimento e a jogando para o lado. Logo depois, o agente segurou a loira pelo braço e a jogou por cima do sofá, saindo da poltrona e correndo até ela.

Kath se levantou e continuou a luta corpo-a-corpo contra Matt, ainda que ele não revidasse. Quando um dos socos dela passou raspando pelo lado do rosto do agente e ele conseguiu segurar sua mão, Matt se abaixou e, por instinto, deu um soco na lateral do corpo dela. A ação imediatamente o fez soltá-la e recuar vários passos.

– Kath, foi mal! - ele gritou rápido, quase não conseguindo acreditar que havia feito aquilo.

A loira, apesar de sentir dor nas costelas, se recompôs e andou até ele, parecendo não querer mais lutar. Colocou suas mãos nos ombros dele e o puxou para perto rapidamente, acertando um golpe certeiro com seu joelho no meio das pernas dele. Antes que Matt pudesse se quer dar um grito de dor, ela aplicou um golpe de judô nele, o jogando por cima de seu ombro e o fazendo cair de costas no chão.

– Acha mesmo que eu estaria aqui se não aguentasse uma pancada dessas?

– Você... é... maluca! - ele disse, tentando recuperar o fôlego e encolhendo o corpo pela dor que sentia.

– Seu cavalheirismo vai acabar te matando - a agente do CSIS nem se deu ao trabalho de ajudá-lo, apenas andou até a cozinha, vendo que Allana, Alex e Artemisia já estavam tomando o café da manhã que a ruiva preparara.

– Matou ele? - Ally perguntou, colocando a omelete em um prato vazio e o entregando para a loira.

– Ainda não.

A ruiva sorriu e andou até a sala, vendo Matt caído no chão e gemendo de dor.

– Vai querer tomar café agora?

– Acho que só vou ficar um tempinho aqui... Deitado - ele respirou fundo e abriu os olhos para encará-la. - Uma ajuda cairia bem.

Ela se aproximou e ele estendeu os braços, mas antes que Allana pudesse tirá-lo completamente do chão, a porta se abriu e Camile entrou. Para a surpresa de todos, ela estava acompanhada de um husky siberiano que tinha as partes brancas de seu corpo um pouco sujas.

– Um cachorro! - Ally exclamou soltando Matt, que bateu novamente com as costas no chão, e correndo até o animal.

– Que lindo! - Artie também se aproximou, ficando ao lado da ruiva enquanto as duas acariciavam o pelo macio dele.

– Camile, o que é isso? - Alex perguntou.

– Encontrei esse garotão na praia - Camile se ajoelhou e esfregou o pelo dele. - Ele tava revirando o lixo, então dei uma parte do meu sanduíche para ele. Depois ele me seguiu até aqui e eu amei esse bichinho!

– Um cachorro desses tem um dono, precisamos devolvê-lo - Alex viu as três fazerem uma expressão de tristeza.

– Mas ele não tem coleira! Deixa a gente ficar com ele? - a morena pediu, olhando para cima com seus olhos azuis de criança inocente. O cachorro parecia fazer o mesmo enquanto as três o encaravam. - Por favor!

– Eu tô bem, se alguém quiser saber! - Matt gritou enquanto se levantava. - Consigo me arrastar até a cozinha sozinho.

Sendo ignorado por todos, ele se sentou na cadeira do balcão. Kellygan suspirou e assentiu com a cabeça.

– Tudo bem, mas ele precisa ser treinado.

– Isso! - Camile deu um pulo que a fez ficar de pé novamente. O husky também pulou com ela e deu um latido alto. - Vamos preparar algo bem gostoso para você comer, Elvis.

– Por que Elvis? - Artie seguiu a morena para a cozinha.

– Graceland, Elvis, faz sentido para mim - Kath disse, afagando a cabeça do cachorro quando ele se sentou ao seu lado.

– Alex, - ele se virou quando ouviu Allana lhe chamar. - Sabe onde o Robb está?

– Saiu de manhã cedo. Se conheço ele, vai estar no pier perto da rua 32.

– Obrigada - ela andou até a porta com seu celular já em mãos e mandou uma mensagem antes de sair da casa.

A ruiva caminhou pela praia deserta por alguns minutos antes de finalmente encontrar o pier e subir nele por uma escadaria de madeira. No fim do mesmo havia uma pequena construção que se assemelhava a uma casinha sem paredes, sustentada por quatro palafitas de madeira.

Não haviam muitas pessoas lá, talvez pelo tempo nublado. Ela logo avistou Evans sentado em um dos bancos que haviam ali enquanto encarava o mar. Allana, então, se aproximou e sentou-se ao lado dele, fazendo o agente voltar sua atenção para ela.

– Como está seu rosto? - ela perguntou, mantendo os olhos no mar. - Algum olho roxo?

– No dia em que James conseguir me deixar de olho roxo, pode acreditar que a grama vai virar azul. Para ser mais claro, isso seria impossível - ele se ajeitou no lugar, procurando uma posição mais confortável. - Mas ainda ganhei alguns hematomas pelo resto do corpo.

Ela deu um leve sorriso e se virou para ele.

– Por que veio aqui? - perguntou, mantendo contato visual com a ruiva. - Já ganhei sermões da Kath, do Alex e quase apanhei da Artie, não quero mais...

– Só porque você tem sido um babaca durante um bom tempo, o mundo não gira ao seu redor, não vim aqui para falar de você, Robb - ela o cortou, deixando-o surpreso. - Vim para conversar.

Ele cruzou os braços e voltou a olhar para o mar.

– Tudo bem. Sobre o que quer conversar?

– Sobre uma amiga minha. A história dela é muito interessante e eu acho que vai gostar.

Ele ficou confuso no início, mas fez sinal para que ela continuasse.

– Ela morava em Nova York, os pais eram de classe média alta e ela levava uma vida ótima. Quando ela tinha catorze anos, sua mãe morreu em um acidente de carro, seu pai desistiu de cuidar dela um ano depois e desapareceu. Ela continuou morando sozinha por alguns anos até que se envolveu com pessoas não muito legais - a ruiva fez uma pausa. - Aos dezoito anos ela ficou viciada em heroína e outras drogas, mas a heroína era a única que fazia a dor sumir. A dor de ter sido abandonada e de perder alguém que amava...

Robb deixou de encarar o horizonte e virou o rosto para ela, já começando a entender para onde a história levaria.

– Ela teve três overdoses e, mesmo assim, continuava se drogando. Um dia, um homem pediu ajuda dela para conseguir informações sobre o tráfico da região. O nome dele era Mark Evans.

Ao ouvir o nome de seu pai, Robb arqueou a sobrancelha. Naquele momento ele percebeu que não se tratava de uma amiga, mas sim dela mesma.

– Ela passou dois anos sendo informante, até que o ajudou a prender um grupo grande de traficantes do Queens, depois disso ele falou que ela tinha potencial para uma agente do FBI e a levou para começar o treinamento - Allana suspirou e ficou calada por um tempo. - Ela não usa drogas a sete anos, mas tem que manter isso em segredo, porque um agente do FBI não pode ser um ex-viciado.

Ele ficou calado, pois não sabia o que dizer no momento. Seu pai nunca lhe contara aquela história.

– Achei que ficaria mais fácil contar na terceira pessoa. Não ficou - ela deu um sorriso triste e olhou para o agente do FBI ao seu lado.

– Quem mais sabe?

– Seu pai sabia. Você sabe agora - a ruiva se levantou e se aproximou da borda do pier. - Não te contei isso para te mostrar o quanto eu sou forte ou para que sentisse pena de mim. Te contei para que visse que só vai acabar com a dor de uma perda quando parar de ignorá-la e superá-la. Você se culpa pela morte dos seus amigos e o álcool não vai resolver isso.

Ela não olhou para trás, mas ouviu os passos dele se aproximando e parando ao seu lado.

– Isso nunca havia acontecido antes, - ele começou. - Já havíamos falhado em missões, mas elas nunca custaram a vida de ninguém.

– Jon e Sara estavam cientes dos riscos quando entraram para o FBI. Todos nós sabemos que estamos arriscando as nossas vidas para salvar muitas, e eu realmente não me importaria de dar a minha vida se soubesse que valeu a pena - a ruiva ficou de lado e o encarou. - No entanto, ficar parado enquanto Montoya está a solta fará com que suas mortes tenham sido em vão.

– O caso não é mais meu, Allana.

– Não, mas você ainda pode ajudar. James pediu a minha ajuda e eu estou pedindo a sua. Vamos investigar tudo juntos e colocar o maior criminoso da Califórnia na cadeia, depois disso eu juro que coloco vocês dois em um ringue de boxe e vão poder se matar ali dentro para resolver essa coisa que vocês tem um com o outro.

Ambos riram com o último comentário dela. A agente do FBI podia ver que estava conseguindo ter uma conversa descente com ele e isso era ótimo, pois até aquele momento não tinha certeza se ele ia mesmo ouvi-la.

– Tem amigos incríveis que o amam e farão de tudo para ajudá-lo. Mas você é o líder, então precisa tomar a frente disso antes que eles sejam afetados por seus problemas - o tom sério havia voltado mais uma vez.

– E se eu estragar tudo de novo? - ele se apoiou na borda da pequena varanda de madeira e ela deu um sorriso confiante.

– Pode deixar que eu vou estar lá para impedir que faça alguma bobagem.

– Se garante tanto assim, agente Swan?

– Tive um ótimo professor - a ruiva se virou e acenou para alguém atrás deles. Robb se virou também e pôde ver James se aproximando deles com uma sacola nas mãos. - Vamos começar concertando as merdas que fez recentemente.

O agente revirou os olhos e deu um suspiro de irritação.

– Sério?

– Muito sério.

– É seguro me aproximar - James sorriu, parando na frente dos dois.

– Robb, tem algo a dizer para seu irmão? - Allana deu um passo para o lado para poder encarar melhor os dois.

O moreno ficou calado por um longo tempo, parecendo pensar o que falaria, ou talvez estivesse se segurando para não jogá-lo do pier.

– Me desculpe por ter socado sua cara e te dado uma surra ontem.

– Uau, isso foi tocante - Allana segurou o riso. - E você, James?

– Me desculpe por ter tentado beijar a Kath. Não fazia ideia de que ela era sua namorada.

– Não é algo que saio colocando nos jornais.

– Robb! - a ruiva o repreendeu, vendo que ele já começava a se irritar só de lembrar do assunto.

– Ah, e eu trouxe tacos! - James ergueu a sacola em suas mãos. - Sei o quanto adora tacos, maninho.

– Não força a barra - advertiu, cruzando os braços e olhando para Allana. - Tudo bem, eu vou te ajudar com o caso, mas não vou ajudar ele.

– Já é um começo.

– E eu não quero você em Graceland - ele olhou para James, que assentiu.

– Você manda.

– Agora que resolvemos tudo, vamos comer esses tacos - disse a ruiva, sentando-se novamente no banco com os dois e pegando a sacola das mãos de James.

(***)

– O que é isso? - Artemisia perguntou conforme passava parafina em sua prancha azul escura.

– Um livro - respondeu Kath, que estava deitada de barriga para baixo sobre uma canga enquanto lia.

– "Colecionador de corpos" - a morena leu a capa e deu uma risada. - Você não é normal.

– É fascinante - a loira argumentou, olhando para Artie. - E me dá muitas ideias.

– Ok, eu vou passar a trancar a porta do meu quarto todas as noites para evitar "acidentes" - as duas riram e levantaram os olhos para frente quando ouviram um grande "SPLASH!" vindo do mar.

Kenai, Alex e Allana riam sem parar vendo Matt tentar aprender a surfar e cair sempre que ficava de pé na prancha.

– O que achou do Matt? - Artie perguntou, se virando para ela.

– Luta bem, tem um ótimo histórico, mas a consciência dele é muito forte. Pode atrapalhar no futuro.

– Pessoas normais tem consciência.

– Pessoas normais são fracas por causa disso - Kath fechou seu livro e se deitou de barriga para cima.

Uma chuva forte ameaçava cair, mas os agentes gostavam daquela forma. A praia ficava deserta e as ondas maiores, apesar de ser perigoso ficar na água com aquele tempo.

– Olha só quem resolveu sair da caverna - a loira sorriu ao ver Robb andando na direção delas com sua prancha em mãos.

– Engraçadinha - ele deixou a prancha na areia e se abaixou para prender o leash em seu tornozelo.

– Viu a Camile e o Jim? - ela perguntou, sentando-se novamente.

– Disseram algo sobre uma missão da CIA e sobre terem que me matar se me contassem o que era.

– Que delicadeza.

– Não vai entrar, Artie?

– Eu não estou falando com você - disse a morena, ficando emburrada e virando o rosto.

– Já me desculpei por ontem!

– Você arruinou meu jogo de poker! - ela gritou, agora se virando para ele com um olhar furioso.

– Tudo bem, e se a gente fizesse uma aposta? - ele sabia o quanto a agente do DEA adorava isso e continuou a falar quando a viu ficar mais calma. - Quem pegar a maior onda vence.

– E quem perder?

– Paintshot - ele respondeu e as duas sorriram.

– Agora ficou interessante - a morena se levantou com sua prancha ao lado de seu corpo.

– Vou pegar minha câmera - Kath se levantou e correu para a casa. Sempre que eles faziam um Paintshot as coisas ficavam extremamente engraçadas.

Artie e Robb correram para a água e remaram até onde os outros estavam. Allana tentava dar dicas para Matt enquanto Alex e Kenai conversavam, todos sentados em suas respectivas pranchas.

– Parabéns, Matt, conseguiu ficar na prancha por vinte segundos dessa vez - Artie implicou, vendo-o secar o rosto com as costas da mão.

– Eles não são bons professores!

– É que adoramos ver você caindo - Kenai riu.

– Vou sair para manter o resto de dignidade que me resta - o agente do CSIS se deixou sobre sua prancha e remou de volta para a areia.

– Não sei o que a Ally te disse, mas fez um ótimo trabalho te tirando de casa - Alex sorriu para a ruiva.

– Ela não fez nada demais - ele deu de ombros e sorriu, vendo-a bater na água e jogar algumas gotas nele.

– O que fez para a Artie voltar a falar com você? - Kenai perguntou, olhando para um ponto distante do mar.

– Sabe que ela não recusa uma aposta. Quem pegar a maior onda vence, o perdedor vai sofrer um Paintshot.

– Essa eu quero ver - Alex riu.

– Está preparado para perder? - Allana perguntou, também olhando na direção que Kenai olhava.

– Por que acha que vou perder?

– Porque ela está prestes a pegar aquela onda enorme bem ali - Kenai apontou e Robb se virou. Ele nem havia percebido a morena saindo de fininho e se afastando deles para pegar a onda.

– Merda! - ele se deixou novamente e remou rápido para onde ela estava.

Quando os cinco voltaram para a areia, Kath segurava uma câmera preta e havia colocado cinco armas de paintball sobre uma toalha.

– Paintshot! - Artie gritou, pegando uma arma verde com sua inicial na lateral da mesma.

– O que é isso mesmo? - Matt perguntou, se posicionando ao lado de Allana.

– Quando fazemos uma aposta de Paintshot, o perdedor tem que levar tiros de paintball seguidos por dois minutos.

– Resumindo, tortura - Robb acrescentou enquanto removia sua roupa de surfe e ficava de sunga.

– Adoro quando isso acontece e não é comigo - Kenai pegou a arma vermelha.

– Eu poderia argumentar que isso foi trapaça, mas vocês me chamariam de...

– Bebê chorão - Kath disse, entregando a câmera para Matt e pegando sua arma roxa.

– Exato - ele andou para longe dos agentes e ficou parado em um ponto que pessoas normais certamente errariam os tiros, mas eles eram treinados para não errar.

– Está pronto? - Alex perguntou, já com sua arma preta já em mãos.

Robb respirou fundo e fez um sinal positivo com o dedo. Os quatro começaram a atirar ao mesmo tempo, acertando o agente do FBI com mais rapidez que Matt e Allana esperavam. Evans dava grunhidos de dor contidos e os outros riam com as expressões que ele fazia.

– Isso é horrível - disse Allana entre risos. - Quero atirar também.

– Pode ir - disse Kath, apontando para a arma azul na toalha que pertencia a Robb.

Matt continuava a filmar e os cinco continuavam atirando sem parar, mal percebendo a aproximação de Camile e Jim.

– Perdemos alguma coisa? - a morena perguntou, segurando o riso.

– Nada demais - Artie respondeu, ficando ligeiramente chateada quando sua munição de bolinhas de tinta acabaram.

– Ok, dois minutos - disse Matt e todos pararam.

Robb caiu de costas na areia, seu corpo, exceto o rosto, coberto inteiramente por vários tons de tinta. Alex se aproximou dele e estendeu a mão para o amigo.

– Nunca mais aposto isso com a Artie - Evans disse, aceitando a ajuda para se levantar.

– Quando vou ganhar uma dessas? - Jim apontou para a arma de Kenai.

– Quando forem jogar paintball pela primeira vez no Campo Yogh. É muito emocionante - o loiro respondeu, andando na direção da casa.

– Até que não foi tão ruim - Kath abaixou a arma e se aproximou de Robb. - E você mereceu.

– Eu sei que sim - ele a segurou pela cintura e a trouxe para perto de si, fazendo-a ficar toda suja de tinta assim como ele.

– Seu idiota! - ela gritou, dando um tapa no braço dele e tentando empurrá-lo.

Um trovão alto foi ouvido e uma chuva rala começou a cair, fazendo os agentes voltarem para dentro.

Depois que já havia tomado banho e se trocado, os nove se reuniram na sala de estar onde Allana havia colocado vários cachorros-quentes. Camile desceu as escadas com Elvis, agora perfeitamente limpo e com uma coleira nova, bem atrás e se sentou no sofá ao lado de Artemisia.

– De quem é o cachorro? - Robb perguntou.

– Nosso! - Camile sorriu e bagunçou o pelo dele. - Levei ele no veterinário hoje de manhã e o Elvis está muito saudável.

– Ok... - ele achou estranho, mas deu de ombros. - Antes de começarmos a comer eu quero dizer que já está na hora de começarem as missões. Jon e Sara estavam envolvidos em muitas coisas, mas principalmente em duas missões de extrema importância.

– Dimitre Moscow e a máfia Ghost - Kath completou. - Sei o quanto as meninas são ótimas no que fazem, mas acho que essas duas serão perfeitas para o Matt e o Jim.

– Vocês vão poder escolher qualquer outra missão e, se precisarem, ajudaremos no que for - Robb disse. - Jim, você fica com o caso do Moscow. Pelo que a Kath me falou, o Matt já está envolvido na máfia Ghost.

– O quê?! - ele exclamou, quase pulando do sofá. - Não estou não.

– Está sim. Jaqueline Méndez é filha do chefe da máfia Ghost, uma das mais exclusivas e perigosas do país - Alex informou, já imaginando a reação do agente.

– Você sabia disso! - ele olhou para Kath. - Por isso me fez sair com ela!

– Nenhum agente conseguiu se infiltrar na Ghost, você seria o primeiro. Quando percebi que ela gostou de você apenas aproveitei a brecha - justificou, porém não ligando muito se ele se incomodava ou não.

– Eu gosto da Jaque, não vou usá-la para chegar ao pai dela!

– Não está usando ela, Matt. Todos sabemos que a Jaqueline é uma pessoa honesta, queremos fazer isso para ajudá-la a não se queimar quando prendermos o pai dela - Robb explicou.

– Vocês precisam entender que nosso trabalho é prender esses vermes sem sermos descobertos. Em Graceland, suas mentiras são sua vida - Kenai disse, sério.

– Não podemos criar laços emocionais se isso começar a afetar nosso trabalho. Você é um ótimo agente, Matt, então faça seu trabalho da melhor forma e várias vidas serão salvas, inclusive a de Jaque - Alex disse e o agente do CSIS suspirou, assentindo.

– Vou fazer isso para ajudá-la.

– Algo mais que devemos saber? - Allana perguntou, alternando olhares entre os veteranos da casa.

– Agora que vão começar as missões vão precisar de foco total. Muitas vezes vão ficar cara a cara com a morte e irão fazer coisas que são questionáveis para suas agências, mas no final sempre vale a pena - Robb falou, olhando para os novatos. - E aconteça o que acontecer, nunca revelem a localização de Graceland ou digam que são agentes do governo para ninguém, mesmo que confiem muito na pessoa.

– Ainda nem acredito que estou aqui dentro - Jim disse, ansioso. - Mal posso esperar para chutar os traseiros de alguns caras maus.

– As garotas más são as piores! - Kenai riu, olhando para Artie que deu um soco no braço dele.

– Agora comam porque eu levei um bom tempo para fazer esses cachorros-quentes! - Allana disse, apontando para a pilha da deliciosa comida sobre a mesa de centro e todos a obedeceram sem hesitar.

(***)

O jato pousou na pista deserta e parou bem na frente de um enorme galpão bem iluminado. Quatro homens trajando preto andaram até a parte de trás da aeronave e abriram o compartimento de carga, tirando dali várias caixas grandes de madeira.

Um homem de terno preto saiu do jato e andou para dentro do galpão, onde viu um carro blindado estacionado. Quando chegou perto o suficiente, a porta se abriu e um homem alto saiu de dentro. Suas roupas eram comuns, uma camisa azul esverdeada e uma calça jeans, não deixando aparente que era realmente um dos maiores traficantes dos EUA.

– Finalmente, - disse ele, se aproximando do homem de terno. - Achei que nunca chegaria.

– Devo dizer que estou surpreso em vê-lo, Montoya. Sinto muito pela demora, tivemos um problema com as autoridades gregas. Já demos um jeito nisso.

– Ótimo, porque eu não aceito falhas, Farley - Armando andou até uma das caixas e a abriu, vendo centenas de pacotes vermelhos com o símbolo de uma fênix dourada em todos eles. - Tem certeza de que é exclusiva?

– Sim, o produtor já está sob a custódia de um dos seu sócio e eu sou o único que tem o estoque para vender.

– Perfeito. Foi ótimo fazer negócios com você, Farley - Montoya puxou a arma que tinha em seu coldre e apontou para o homem ao seu lado.

– O que significa isso?! - ele gritou, recuando.

– Não me leve a mal, todos os meus clientes ficarão mais do que agradecidos por seus serviços, mas... - ele fez uma pausa e deu uma risada baixa. - Você viu meu rosto. Ninguém que possa ficar fora da minha vista por muito tempo vê o meu rosto e sai vivo.

Antes que Farley pudesse argumentar, três tiros foram ouvidos e o corpo dele caiu no chão.

– Chefe, já descarregamos o jato - um dos homens de preto disse, vendo Montoya colocar a arma em seu coldre novamente.

– Matem o piloto e queimem o avião. Façam parecer um acidente e coloquem o corpo desse idiota dentro dele - Montoya andou novamente para seu carro e entrou no mesmo.

Ele pegou seu celular e apertou um número na discagem rápida.

– A droga chegou, quero ela em todas as ruas da Califórnia em 48 horas. Se fizer sucesso, venderemos para o resto do país.

E quanto aos agentes de Graceland? – a voz feminina do outro lado da linha perguntou, fazendo-o dar um sorriso escárnio.

– Faça questão de que sejam os primeiros a saber sobre a Fênix. Já é tarde demais para nos impedirem.


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Notas finais do capítulo

Primeira aparição do Montoyaaaa! Ah, eu não mencionei isso antes, mas não vou revelar a identidade dele, então vocês vão ter que dar uma de detetive ao longo da fic para descobrir hehehe Vai ser divertido! Speedball é uma droga que é a mistura de heroína e cocaína, a Fênix vai ser semelhante, porém com alguns efeitos a mais.

Vejam o tumblr, onde colocarei o banner com a sinopse do próximo capítulo. O final desse terá ligação com o próximo capítulo.

Obrigada por lerem e até a próxima, babies of my heart!