Graceland - Interativa escrita por CaleidoscópioGold


Capítulo 5
Capítulo 5 - Quem é o vilão?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Demorei mais nesse capítulo porque ficou bem grande, mas não perdeu a emoção :)

O próximo vai ser mais light, então não vou demorar tanto. Depois desse vamos começar com as missões, e é ai que a fic vai ficar boa hahaha

Obrigada a todos os leitores que estão lendo e acompanhando, fico muito feliz que estejam gostando e espero que gostem de ação, pois 90% dos próximos capítulos vão ser cheios de cenas assim :3

Enjoy!



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Artie não era o que se podia chamar de "boa cozinheira", mas ela dava seu melhor para fazer o café da manhã sem queimar a casa. Enquanto fazia o bacon, a agente do DEA tentava não deixar algumas gotas de gordura que pulavam da frigideira atingirem sua barriga nua.

— Você quer que eu...? — Robb estava sentado ao lado do balcão, tentando não rir enquanto a via ficar cada vez mais enrolada.

— Não! Eu consigo fazer isso, não me atrapalha. — ela vociferou.

— Está mesmo tentando fritar bacon enquanto usa biquíni? — ela ouviu Matt dizer e sentar-se a mesa enquanto mexia em seu celular.

— Robb apostou que eu não conseguiria — ela deu um grito contido quando quase derrubou os bacons no chão. — Achei que íamos jogar futebol na praia, onde estão as meninas?

— A Camile está tendo problemas para colocar o biquíni — Jim disse, descendo as escadas e pegando uma maçã na bancada. — De acordo com a Kath, ele é pequeno demais.

— E onde está o problema? — Matt riu e andou até a cozinha.

— Mile tem o corpo bem desenvolvido demais para um biquíni pequeno — Artemisia jogou os bacons de qualquer jeito no prato e soltou a frigideira na pia. – Pronto! Você perdeu, Evans.

— Você queimou tudo — Robb disse, pegando um dos bacons com o garfo.

— Mas fiz. Então hoje o almoço é por sua conta — ela pegou um bacon e o colocou na boca, mesmo estando extremamente quente.

— Estão prontos? — Camile desceu as escadas correndo, ela usava uma biquíni azul menor do que o comum para as mulheres da Califórnia, e que ficava extremamente bem em seu corpo.

— Camile! — eles ouviram a voz de Kath e a morena acelerou o passo, tentando chegar até o outro lado da cozinha para se proteger. — Você não pode jogar futebol com esse biquíni, vai acabar fazendo "topless" no meio da praia!

— Não seria tão ruim — Robb comentou e recebeu um olhar furioso de Kath. — Antes que eu leve um tiro, vou pegar meu bacon queimado e ir para a sala de estar.

O agente do FBI riu da expressão irritada da amiga e seguiu para fora da cozinha.

— Eu amo esse biquíni, prometo tomar cuidado!

— Você pode usar ele, Camile. Kath, pare de reclamar, ela é uma adulta e você não é a mãe dela — Alex descia as escadas com a bola na mão e a jogou na direção de Jim, que a pegou com facilidade. — Vamos logo. Onde está o Kenai?

— Surfando — Artie respondeu, bebendo seu suco de laranja. Logo em seguida, todos ouviram a porta bater e o loiro entrou, deixando sua prancha encostada na parede e indo na direção das escadas. — Ei, Though-K! Futebol. Agora.

— Acordei às cinco da manhã para surfar, estou morto — ele removeu a parte de cima de sua roupa de surfe, ficando apenas de sunga enquanto olhava para ela.

— Nem ligo, você prometeu que íamos jogar todos juntos — a morena retrucou, jogando uma pera na direção dele com a intenção de acertá-lo, mas o loiro pegou a fruta e deu uma mordida na mesma.

— Se conseguir me tirar da cama, eu prometo jogar — ele piscou para ela e subiu as escadas com um sorriso no rosto.

— Então, vamos indo? — Jim andou na direção da porta, porém foi impedido por Artie.

— Não, nós vamos tirá-lo da cama.

— O cara é um armário, nem o Jim e o Alex conseguiriam levantá-lo — Matt disse, se arrependendo ao vê-la sorrir como se tivesse acabado de ter uma ideia.

Depois de ouvirem o plano da morena, Camile e Artemisia desceram para a praia para esperar por eles, que ainda não estavam certos sobre aquele plano. Alex abriu a porta devagar e viu o loiro deitado de barriga para baixo na cama perto da janela, dando uma chance para eles se aproximarem sem serem notados. Os três se posicionaram na borda da cama e colocaram as mãos na parte de baixo do colchão, ficando daquela forma por alguns segundos até verem Matt contar em silêncio. Seus lábios se movendo lentamente para dizer os números.

— 1... 2... 3! — nesse momento, os três fizeram força para cima e viraram o colchão. Só tiveram tempo de ouvir o barulho alto de Kenai caindo no chão, pois já haviam saído correndo do quarto e desciam as escadas a uma velocidade desesperadamente incomum.

— Eu vou matar vocês! — Kenai gritou antes de correr atrás deles, a raiva clara em sua voz.

No andar de baixo, Allana havia acabado de entrar depois de ter surfado um pouco e logo viu os três correndo na direção da porta.

— Corre! Corre! — Matt gritou, não contendo uma risada nervosa.

— O que aconteceu? — ela perguntou, e sua resposta foi Jim colocando-a sobre seu ombro, levantando-a e correndo com ela atrás de Matt e Alex.

Kath e Robb pararam de conversar ao verem a cena e Kenai quase derrubando a porta para sair.

— É, ela conseguiu tirar ele da cama — a loira comentou.

— Não da forma mais inteligente, mas conseguiu. Se sobreviverem, vou dar os parabéns a eles — ele deu um meio sorriso e andou com ela até a varanda, onde viram Artie e Camile tentando acalmar Kenai enquanto gargalhava sem parar. Matt, Alex e Jim mantinham uma certa distância para não serem esmagados pelo loiro e Allana perguntava, confusa, o que foi tudo aquilo.

— Quando acha que eles já podem assumir os casos? — ela se apoiou na borda e desviou o olhar dos agentes para Robb, vendo-o pensar por alguns segundos.

— Eles são bons, mas ainda precisam entender como as coisas funcionam enquanto estão disfarçados. Talvez amanhã possam começar a se adaptar ao modo como trabalhamos, vamos ficar de olho neles para não cometerem erros.

— Errar é humano, você sabe disso. Já erramos muitas vezes. Aquela missão onde a Artie e eu destruímos o avião do DEA porque não fazíamos ideia de como pilotar, aquilo foi um dos maiores fracassos de Graceland.

— Seus erros nunca custaram vidas dos seus parceiros, Kath.

A agente do CSIS suspirou e deu um passo para o lado, ficando mais próxima dele e colocando a mão em seu ombro para virá-lo em sua direção. Ela não era sentimental, muito pelo contrário, não gostava muito de demonstrações de afeto em público e já havia sofrido demais para se importar com o sofrimento dos outros, porém quando o assunto era aquele homem, ela se tornava uma pessoa completamente diferente.

— Já está na hora de deixar o passado para trás. Jon e Sara conheciam os riscos, poderia ter sido qualquer um de nós... Seguir em frente é a melhor opção — ela o puxou para um abraço e beijou o maxilar dele, olhando para cima e encontrando os olhos azuis do outro. — Hoje nós vamos sair e você vem conosco. Não foi um convite, foi uma ordem.

— Quando decidiu começar a me dar ordens, agente? — ele arqueou uma sobrancelha e a sentiu correr seus dedos por seu peito até subir a mão para a nuca dele.

— Enquanto estivermos juntos, Evans, você segue minhas ordens — ela permanecia séria, mas ele podia ver um sorriso através de seu olhar.

— Parece justo — ele sorriu quando Kath puxou o rosto dele para ainda mais perto, colando seus lábios em um beijo que logo se aprofundou.

Na praia, Allana já havia tirado sua roupa de surfe e usava seu biquíni preto. A ruiva estava do outro lado do "campo" que eles haviam montado com linhas na areia e esperava pelo passe de Alex. O agente do FBI fazia sinais para ela, mandando-a ir para a direita e depois para o meio, onde deveria passar a bola para Matt.

— Vão jogar ou brincar de mímica? — Jim falou, o moreno estava parado ao lado de Matt para bloqueá-lo, enquanto Kenai, Artemisia e Camile marcavam Alex.

— Quando disseram futebol, pensei que seria outro tipo de futebol, o que realmente tem graça — Camile reclamou. Ela realmente não entendia as regras do futebol americano, sabia apenas que precisava pegar a bola das mãos dele.

— Nosso jogo tem graça, pode acreditar — Kenai riu e se apoiou em seus joelhos, mantendo os olhos na bola marrom nas mãos de Kellygan.

— Estamos em desvantagem. Onde está a Kath? — Matt perguntou e Allana olhou para a casa, não podendo evitar de ficar de queixo caído ao ver a cena na varanda.

— Está ocupada — a ruiva deu uma leve risada e os outros se viraram para verem também.

— Por essa eu não esperava — Jim estreitou os olhos para ver se estava enxergando bem.

Aproveitando a distração, Alex lançou a bola para Allana, que a pegou no ar e correu para o lado.

— Que droga, Alex! — Artie o empurrou e ele riu, vendo-a correr na direção de Ally. Ele sabia o quanto Callas era competitiva e adorava deixá-la com raiva.

Swan conseguiu passar pelo bloqueio de Jim, mas quando tentou jogar a bola para Matt, Kenai pulou na frente e a pegou. O loiro viu que Alex se aproximava por trás, então lançou a bola para Camile, vendo-a segurá-la com certa relutância.

— Corre, Camile! — Artemisia gritou.

Sem saber ao certo para onde correr e vendo Allana atrás de si, a morena correu o mais rápido que pode, ouvindo Artie gritar algo sobre ela estar indo na direção errada e rapidamente voltando-se para o outro lado. Quando ela estava a poucos metros da linha final, sentiu seus pés saírem do chão e mal conseguiu perceber que Alex a havia pego no colo e a carregava para o outro lado.

— Isso vale? — ela gritou e, apesar disso, não soltou a bola.

— Kellygan, larga ela! — Artie gritou, correndo atrás dele e pulando em suas costas, fazendo com que os três caíssem na areia.

— Tenho quase certeza de que o jogo não funciona assim — Camile limpou uma grande quantidade de areia de seu rosto.

— Quem ganhou? — Allana perguntou e se sentou ao lado deles, sua respiração levemente ofegante.

— Nós, obviamente. O Alex trapaceou — Artemisia se sentou e deu um soco no braço dele.

— Chamo isso de ser mais esperto que o adversário — ele continuava deitado com as mãos no rosto para bloquear o sol.

— Já estão cansados? — Matt disse. Ele, Kenai e Jim se aproximaram dos agentes sentados na areia.

— Voltamos a jogar quando a Kath descer — Allana falou, deitando-se de costas.

— Por falar nisso, por que não nos contaram que eles estavam juntos? É um baita segredo — Camile olhou para os veteranos a espera de uma resposta. Eles trocaram olhares e Kenai foi o primeiro a falar.

— Os dois ficam nesse vai e vem há um ano e meio, sempre terminam e voltam porque ambos são muito orgulhosos e teimosos.

— Eles são o casal mais ciumento que eu já conheci. Nós os vemos brigando mais do que se beijando, mas achamos que eles gostam assim, porque continuam juntos do mesmo jeito — Alex deu de ombros.

— E eles também não gostam de demonstração de afeto em público, mantém isso o mais escondido possível. Nem nos contaram quando começaram, descobrimos quando ela passou a dormir no quarto dele quase todas as noites — Artemisia completou, vendo Matt franzir o cenho.

— Não pareceram muito preocupados em esconderem o relacionamento deles há alguns minutos atrás.

— Devem estar de bom humor — Kenai riu e estendeu a mão para Camile, vendo-a jogar a bola em sua direção.

— Ok, preguiçosos, vamos ver se vocês sabem jogar! — eles ouviram a voz de Kath e observaram enquanto ela se aproximava.

— Já sinto minhas costelas se quebrando — Allana suspirou e aceitou a ajuda de Matt para se levantar.

— Ele vai com a gente hoje? — Alex perguntou, limpando a areia de seu corpo quando ficou de pé.

— Claro, depois de ela dar uns beijinhos nele o cara faz qualquer coisa que ela pedir — Kenai brincou e recebeu um empurrão da loira.

— Cala a boca e joga, DEA.

— Sério, Kitty, tenta controlar sua agressividade — Alex disse, vendo-a dar um sorriso.

— Não prometo nada, Canny.

(***)

Camile terminava de fazer uma trança embutida no cabelo longo e ruivo de Allana, ambas conscientes de que todos estavam esperando por elas no andar de baixo.

— E então ele disse "Se você atirar nunca vai saber onde a bomba está!" Então eu atirei nele e fui embora — Camile contou, terminando a trança.

— Mas e a bomba? — ela se levantou da cama e se olhou no espelho preso na parede, podendo ver que seu cabelo ficara lindo.

— Explodiu. A CIA não negocia com terroristas, nós fazemos o possível para garantir que eles sejam exterminados — a morena também se olhou no espelho.

Queremos sair ainda esta noite! — elas ouviram Matt gritar do andar de baixo.

As duas reviraram os olhos e resolveram descer logo. Quando chegaram na sala, viram que todos já estavam mesmo esperando por elas.

— Aonde vamos? — Allana perguntou, andando com eles até a porta principal.

— Iron Rock, o melhor clube noturno da cidade — Artemisia respondeu.

— Como está o seu ombro, Jim? — Camile olhou para o moreno conforme eles andavam pela calçada.

— Ainda parcialmente deslocado — ele disse enquanto olhava para Kath, que apenas deu de ombros.

— Você ficou na minha frente, a culpa foi sua.

— Não sei se quero jogar futebol com você de novo, pelo menos não tão cedo — Matt foi um dos mais espantados com a força da agente.

— Se faz isso com a gente, nem imagino o que faz com os bandidos — Jim riu.

— Ela é durona por fora, mas é uma manteiga derretida por dentro — Artemisia passou o braço ao redor dela e a loira fingiu dar um soco na morena, um sorriso de canto em seus lábios.

Os nove chegaram ao clube que não ficava longe de Graceland. Apesar da fila do lado de fora, o segurança deixou que eles entrassem na frente de todos, atiçando a curiosidade dos novatos.

— Essa boate é a mais frequentada por agentes do FBI e do DEA, então não é qualquer um que consegue entrar — Alex explicou, parecendo ter lido a mente deles.

Depois de passarem por um corredor escuro, eles chegaram ao interior do clube. O local era enorme, com áreas se paradas para cada coisa. Do lado esquerdo havia um bar e mesas espalhadas ao redor dele, tendo mais iluminação que no meio, onde havia uma pista de dança. O lado direito era cheio de jogos como sinuca, dardos, poker e até mesmo fliperama. Não haviam muitas pessoas lá, mas também não estava completamente vazio, alguns rostos eram conhecidos pelos agentes de Graceland, outros não.

Logo que chegaram, Artemisia e Kenai correram para a mesa de poker, onde falaram com alguns homens que pareciam ser seus amigos e começaram a jogar. Allana, Matt e Jim iniciaram o jogo de dardos mais bizarro da história daquela boate, inventando maneiras diferentes de acertar o alvo sem olhar para ele.

— Ok, de costas, com os olhos fechados e jogando de cima para baixo — Matt disse e Allana lhe lançou um olhar questionador.

— Se eu acertar o olho de alguém, a culpa será sua — a ruiva pegou um dos dardos, deu alguns passos para longe do alvo e fez o que ele pediu, quase acertando a cabeça de Jim, mas por sorte o moreno se abaixou e o projétil ficou preso na parede de madeira.

— Só errou por três metros, parabéns, Ally — ele riu, vendo-a entregar um dardo em sua mão.

— Sua vez. Em um pé só, inclinado para a esquerda, um dos olhos abertos e a mão direita nas costas.

— Isso é maldade — Matt pegou o dardo e tentou fazer o que ela disse, apesar de não ser o melhor quando se tratava de equilíbrio.

Camile, Robb, Kath e Alex optaram por se sentarem em uma das mesas e apenas conversarem.

— .... No final, eu tive que pular do prédio para pegar o ladrão enquanto os dois outros policiais tinham desistido na metade da perseguição. Esse foi um dos motivos pela qual entrei para o FBI, o profissionalismo deles é quase zero — Alex disse, surpreendendo Camile, já que ela não sabia que ele havia sido um policial.

— Agora estou curiosa para saber como todos decidiram se tornar agentes do governo. Eu basicamente era uma hacker tão boa que fui chamada para trabalhar nos Estados Unidos, um ano depois a CIA veio me procurar porque consegui invadir o sistema deles... O resto vocês já sabem — Camile cruzou os braços e se debruçou na mesa, olhando para Kath como se esperasse ouvir sua história.

— Antes de ser do CSIS eu estava na prisão, e era a mais perigosa daquele lugar — a loira bebeu um gole de uma bebida vermelha que havia pedido e parou de falar.

— Por que estava presa? — Alex perguntou, pois nem ele sabia sobre essa história.

— Isso já é história para outro dia, Canny.

— Fiquem tranquilos, não é nada muito grave, ela não é tão agressiva quanto parece — Robb acrescentou. Ele era o único na casa que sabia sobre o passado dela. — Não tenho um motivo interessante ou surpreendente, sempre quis entrar para o FBI e isso não é muito difícil hoje em dia.

— Mas ainda assim você conseguiu fazer vinte pontos no teste. O melhor da turma, não é? — a voz que dissera essas palavras veio de trás deles, mas por reconhecê-la, Robb nem se virou.

— James, que surpresa — Kath disse, se levantando para falar com o homem alto parado ao lado da mesa deles.

— O que faz aqui? — Alex perguntou, também se levantando.

— Fui encarregado de um caso, vou me mudar para cá até resolvê-lo — ele abraçou a loira e apertou a mão de Kellygan, logo se voltando para Camile. — Sou James Storm.

— Camile Rodrigues — a morena não se levantou, mas estendeu a mão para apertar a dele.

— Os novatos chegaram, então - ele sorriu e olhou em volta, como se procurasse pelos outros. — Quero muito conhecê-los. O que acha de me apresentar, Robb?

— O que acha de não encher o meu saco só essa noite? - a reação dele não fora esperada por Camile, mas Alex e Kath já sabiam que aconteceria.

— Você continua chateado comigo depois de tanto tempo? — James permanecia calmo, isso deixava Robb com mais raiva ainda.

— O que você fez não é algo fácil de se esquecer.

— Robb, já falamos sobre isso — Alex tentou intervir, sabendo que a discussão só iria piorar.

— Vamos ter que colocá-los cada um de um lado da boate igual dois bebês? — Kath colocou as mãos na cintura e alternou olhares entre eles.

— Tudo bem por aqui, pessoal? — Allana se aproximou e parou ao lado de Alex. Ela havia reconhecido James de quando havia feito seu treinamento em Washington, mas não entendeu o clima pesado entre ele e Robb.

— Vai ficar assim que deixarmos esses dois o mais longe possível um do outro — Kath respondeu e Alex fez sinal para James segui-lo. Como queria entender a situação, a ruiva foi com eles para o outro lado do bar.

— Por que continua fazendo isso? Sabe que ele odeia quando você força a barra — Alex indagou, sentando-se na cadeira alta do balcão.

— Só queria voltar a me aproximar do meu irmão, Alex, ele é a última família que me restou.

— Você é irmão do Robb? — Allana perguntou, não conseguindo acreditar naquilo.

— Meio-irmão — ele corrigiu e ficou alguns segundos encarando a ruiva. — Já nos conhecemos?

— Provavelmente já nos vimos, mas nunca fomos apresentados — ela estendeu a mão na direção dele. — Allana Swan, FBI.

— Ah, sim, você era a jovem que estava sendo treinada pelo meu pai — ele sorriu e segurou a mão dela, levando-a até seus lábios ao invés de apenas apertá-la e dando um beijo leve na mesma. — É um prazer conhecê-la, senhorita Swan.

— James, sei que gosta muito do Robb e quer voltar a se aproximar dele, mas depois do que aconteceu ele não quer te ver, então não apareça do nada — Alex os interrompeu. Apesar de todos gostarem de James, eles não podiam se ver muito por causa da irritação de Robb quando ele estava por perto.

— Nós sempre brigamos e sempre fazemos as pazes, ele logo vai perceber que está sendo ridículo.

— O que aconteceu para ele ficar com tanta raiva? — Allana se sentou ao lado de Alex e os dois encararam Storm, que pareceu não ter certeza do que dizer no começo.

— Você já deve saber que nosso pai morreu há um ano em um acidente de carro, não é? — ele começou e ela assentiu. — Era eu quem estava dirigindo. Robb acha que foi minha culpa, que fiz aquilo de propósito.

— Que absurdo, isso não é verdade — a ruiva franziu o cenho.

— É o que tentamos dizer a ele — Alex acrescentou. — Vai ficar na Califórnia por muito tempo? Não é uma boa hora para deixá-lo irritado.

— Tenho que resolver um dos casos mais difíceis do FBI, acho que vou ficar aqui por um longo tempo — ao ouvirem isso, Ally e Alex trocaram olhares rápidos e discretos.

— Não nos diga que é o caso do Montoya.

— Ok, não digo — ele viu o agente do FBI, passar a mão na nuca e suspirar. — Soube que Robb estava no caso antes de mim, isso é um problema?

— É melhor não contar comentar nada com ele, por enquanto.

— Não comentar o quê? — Allana quase deu um pulo ao ouvir a voz de Robb atrás de si e se virou rapidamente. Felizmente ele parecia só ter ouvido aquela parte da conversa, já que estava calmo.

— Alex, eu realmente preferia não contar para ele, mas estou aqui exatamente para pedir a ajuda do meu irmão nesse caso.

— Qual caso?

Alex fez um sinal negativo com a cabeça para James, porém foi ignorado.

— O caso de Armando Montoya. Já que você conseguiu chegar tão perto, pensei que poderia me dar uma ajuda.

Allana viu Evans cerrar os punhos, então rapidamente segurou o braço de James e o puxou para longe.

— Acho que o pessoal vai adorar te conhecer, pode falar com seu irmão depois — ela tentou forçar um sorriso e o deixar o mais afastado de Evans que conseguisse.

— Cheguei a conclusão de que ele não pensa muito antes de falar — Alex disse, referindo-se a James. — Robb, sei que não confia nele, vocês dois brigam desde que nos conhecemos, até antes disso. Só não quero que passe dos limites e faça algo de que se arrependa depois, isso pode prejudicar você.

— Por mais que ele mereça, não vou dar o que ele merece. Mas se ele vier falar comigo de novo, não prometo nada — dizendo isso, Robb se afastou de Alex.

A noite continuou de forma normal. Allana, Matt e Jim haviam desistido dos dardos depois de quase acertarem o olho do barman, então começaram a jogar sinuca. Artemisia havia conseguido vencer no poker mais uma vez e Kenai começava a desistir daquele jogo. James e Kath falavam sobre uma missão de dois anos antes, tendo Alex e Camile conversando não muito longe de onde eles estavam.

— Ele parece legal — a morena comentou, bebendo um gole de seu Apple Martini. — Por que não está em Graceland?

— Apesar de o FBI ter muitos agentes especiais, os de Graceland são os melhores, então só podem ser selecionados pelos diretores — Alex voltou-se para ela e continuou. — Mark Evans era um deles, logo que os dois se formaram ele mandou Robb para Graceland e James ficou em Washington. Depois soubemos que eles queriam o oposto disso, mas, por algum motivo, o pai deles preferiu dessa forma.

— Nossa, você sabe de tudo sobre todo mundo — ela sorriu e cruzou os braços, se recostando na cadeira. — Quando vou saber algo sobre você que não envolva trabalho?

— Quando estiver pronta, eu acho — ele devolveu o sorriso, porém o mesmo logo sumiu quando ele viu Robb andando em sua direção. O fato de ele ter perdido o equilíbrio ao esbarrar em uma cadeira e quase cair no chão indicava que ele não estava sóbrio.

— Como pegou minhas chaves sem que eu visse? — ele indagou quando parou ao lado da mesa deles.

— Acho que te conheço o bastante para saber quando está inclinado a fazer uma burrice, então, quando se distraiu, eu peguei elas — Alex respondeu.

— Bom, preciso delas — Robb estendeu a mão, mas Kellygan não as entregou.

— Não precisa do seu carro para voltar.

— Eu quero dar uma volta.

— Não vai dirigir bêbado, Robb — Alex cruzou os braços e o viu revirar os olhos.

— Ótimo, agora virou a minha mãe — ele ironizou.

— Que tal ir para a casa e discutir com o Alex amanhã, tenho certeza de que vai ser bem melhor do que hoje — Camile resolveu acabar com aquilo antes que as coisas saíssem do controle.

— Tudo bem — Robb ergueu ambas as mãos em sinal de rendição. — Vou voltar para... — ele estreitou os olhos e pensou por alguns segundos. Alex suspirou e respondeu.

— Graceland.

— Isso. Vou voltar para Graceland e pegar o jipe. Obrigado pela dica, novata — ele, então, andou na direção da saída.

— Me diz que você também pegou a chave do jipe — ela sussurrou.

— Ainda não, mas assim que ele sair eu vou atrás dele.

— Você disse algo mais cedo sobre ele ser ciumento?

— Sim. Por quê? — ele a viu apontando na direção de James e Kath.

Os dois pareciam conversar normalmente e riam sobre algo que ela havia dito, nada de grave. James, então, usou sua mão direita para tocar levemente o rosto dela e se inclinou para frente, tentando beijá-la, mas a loira virou o rosto e deu um passo para trás. Alex esperava que Robb não tivesse visto isso, só que suas esperanças foram por água abaixo ao vê-lo mudar seu caminho e andar na direção dos dois.

— Ah, merda... — Alex se levantou, assim como Camile — Vá chamar o Jim e o Matt, rápido.

A morena assentiu e foi o mais rápido que pôde para o outro lado da boate. Alex, por sua vez, andou na direção de onde eles estavam.

Quase que imperceptivelmente, Robb puxou o ombro de James e o empurrou contra a parede mais próxima, pegando os dois de surpresa.

— Robb, o que você está fazendo?! — Kath indagou, não recebendo uma resposta.

— Se tocar nela de novo, nenhum médico vai ser capaz de consertar o estrago que farei no seu rosto! — ele vociferou.

— Não ouvi ela reclamar — a resposta dele fez Kath lhe lançar um olhar confuso.

Antes que pudesse protestar ou separá-los, ela viu Robb desferir um soco no irmão. Tão forte que o fez cambalear para o lado e quase cair no chão.

— Robert Jonas Evans, pare com essa palhaçada! — ela berrou e tentou ficar entre eles, mas quando James recuperou o equilíbrio, ele correu na direção de Robb e o empurrou de costas no balcão do bar. — Que merda, James, solta ele!

— De novo não... — Alex suspirou e se aproximou deles, que trocavam socos. Apesar de não parecerem querer ferir o outro gravemente, as pancadas e os golpes eram dados com força.

Jim, Matt, Allana e Camile chegaram bem na hora e ficaram pasmos ao verem a briga, assim como as outras pessoas que ali estavam. Ninguém parecendo saber como apartar.

— Alguém tem que fazer alguma coisa! — Allana entrava em desespero.

— Eles estão mesmo merecendo uma surra — Kath cruzou os braços e continuou a encará-los.

Robb empurrou James na direção da área de jogos e os dois continuaram a brigar. Storm conseguiu uma certa distância e deu um chute no peito do irmão, fazendo-o cair sobre a mesa de poker onde Artemisia e Kenai estavam.

— Mas o que...?! Evans, qual é o seu problema?! — ela gritou e se levantou, tentando bater nele, porém sendo contida por Kenai, que a segurou acima do chão com facilidade.

— Calma, Bossy — ele, então, deu alguns passos para o lado, deixando que a briga continuasse.

Alex correu até eles e tentou achar uma brecha para poder separá-los, porém quando chegou perto o suficiente, recebeu uma cotovelada no nariz de algum deles e caiu no chão com a mão no rosto.

— Já chega! Kenai, separa eles, pelo amor de Deus — Allana disse e o loiro largou Artie, andando até os dois e facilmente se colocando entre eles. Um empurrão foi o suficiente para jogar cada um para um lado da boate. Matt e Jim ficando ao lado de James para mantê-lo longe.

Ninguém mais dentro do clube pareceu incomodado pela briga, apenas assistiram de longe e não moveram um músculo para ajudar. Aparentemente se meter nas brigas dos outros era algo que não acontecia daquele lugar.

Quando Robb fez menção de ir para cima do irmão de novo, Kath se colocou na frente dele.

— Se pensar nisso eu juro que quebro suas duas pernas! — ele imediatamente parou. — Vai lá pra fora agora, Evans! — ela o empurrou para a saída e foi atrás dele, deixando os outros para trás.

Camile e Allana se aproximaram de Alex e o ajudaram a se levantar, vendo uma grande quantidade de sangue em seu nariz.

— Caramba! — as duas exclamaram quando o viram e rapidamente o colocaram sentado em uma cadeira.

— Me digam se estiver muito ruim — ele sabia que estava, podia sentir que seu nariz estava quebrado.

— Uh, não. Claro que não, foi só um arranhão — Camile deu um sorriso falso e Allana fez um sinal positivo com o dedo.

— Ally, você devia ir falar com o James — Matt disse, se aproximando deles. — Ele disse que... Uau, isso tá muito horrível! — ele gritou quando deu uma boa olhada para o rosto de Alex.

— Valeu, Matt — a ruiva se afastou deles e foi na direção de James.

— Vai ficar novinho em folha, só preciso colocar no lugar — Camile sorriu e colocou a mão no nariz do agente do FBI.

— O quê? Não, Mile, espera... Ahhhh! — ele gritou quando ela deu uma pancada forte em seu nariz e um som audível do osso retornando ao lugar foi ouvido. Mais uma quantidade significativa de sangue começou a sair dele.

— Precisa de um guardanapo — ela andou até a outra mesa para pegar alguns.

— Uma toalha seria mais eficaz — ele deu um leve sorriso, apesar da dor.

Allana também usava um guardanapo com gelo para tentar diminuir o hematoma que já se formava na lateral do rosto de James.

— O que foi tudo aquilo? — ela perguntou, vendo-o dar uma leve risada.

— Acho que foi a briga mais leve que já tivemos. Nenhum de nós é muito tranquilo, então brigar é sempre ótimo para acalmar os nervos.

— Tente não fazer isso agora, Robb está passando por um momento difícil.

— Jon e Sara eram meus amigos também, por isso aceitei o caso do Montoya — ele ficou sério e olhou fundo nos olhos dela. — Mas não vou conseguir sozinho, e se ele não quiser me ajudar, pode querer ajudar você.

— E eu ajudaria você... — ela completou, vendo-o sorrir. Um sorriso lindo, por sinal, e simpático.

— Você é inteligente, tenho certeza de que será de grande ajuda. Além do mais, três cabeças pensam melhor do que uma.

— Ele não quer deixar ninguém se aproximar. Não vai querer me ajudar.

— Meu irmão só está com medo de que mais pessoas morram por causa dele, muitos agentes do FBI desenvolvem esse pensamento quando perdem amigos em campo. Você só precisa conversar com ele e não aceitar um não como resposta.

Ela já havia pensado nisso. Conversar era sempre a melhor opção, e Robb estava precisando.

— Ok — ela suspirou e sorriu para ele. — Vou tentar.


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Notas finais do capítulo

Visitem o Tumblr e comentem para eu saber se então gostando! Apesar de babaca as vezes, ainda amo o Robb.

Espero que tenham gostado do James, ele ainda vai aparecer bastante e vai fazer parte de algumas missões de Graceland.

Obrigada por lerem e até a próxima :*