Graceland - Interativa escrita por CaleidoscópioGold


Capítulo 4
Capítulo 4 - Pizza Box


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Demorei muito, mais do que o esperado. Acho que esse capítulo estava amaldiçoado, porque sempre que eu ia postar, algo acontecia! A página fechava por acidente, meu pc bugava e eu tinha que reiniciar sem salvar... Resumindo, tive que reescrever umas duas vezes (só a última parte, pois até a metade estava salvo) e eu peço mil desculpas por isso.

Além do mais, estava no final das minhas férias e tive que aproveitar ao máximo, viajando, saindo com os amigos e tals, vocês entendem né? Oh, e minhas aulas voltaram essa semana :( Então só vou poder postar nos fins de semana, pelo menos até eu me acostumar com a nova carga horária. Também peço mil perdões por não responder todos os comentários, fiquei mesmo muito atolada por não me organizar, mas prometo que respondo tudo amanhã de tarde!

Esse capítulo também ficou longo, acho que todos vão ficar hahahaha Me digam se estão gostando, e deem uma olhada no Tumblr, muitas coisas novas estão rolando por lá :3

P.s - MUITO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO, LADY QUEEN *0* Luv ya so much!

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/566246/chapter/4

 

Alex acordou com o barulho do despertador extremamente alto ao lado de sua cama. Ele levantou a cabeça do travesseiro para desligar o som irritante e apertou o botão vermelho na parte de cima do relógio, seus olhos consequentemente sendo direcionados a uma foto sobre o criado mudo. Nela, uma jovem mulher de olhos e cabelos castanhos sorria, parecendo estar extremamente feliz naquele momento, e ele lembrava-se bem do dia em que tirou aquela fotografia. Aquilo lhe trouxe muitas outras memórias, algumas boas e outras ruins. Ele preferiu ignorar aquela sensação de nostalgia e se levantou, indo para o banheiro onde tomou uma ducha fria.

Quando já havia feito sua higiene pessoal e se vestido, o agente do FBI saiu do quarto, podendo ouvir uma música alta vinda da sala ao lado do quarto de Artemisia, a sala de treinamento. Ele se encaminhou para lá, parando na porta e vendo Kenai levantando peso enquanto Artemisia lutava judô com Allana no chão.

— Bom dia, Alex! — as palavras de Artie saíram um pouco cortadas, já que ela tentava sair da imobilização da ruiva.

— Bom dia — ele andou até onde elas estavam, sobre o tatame azul que cobria toda a extensão da enorme sala. — Não esperava ver vocês aqui tão cedo.

— Estamos esperando o Robb fazer o café — Kenai disse, erguendo dois pesos de 30kg cada um.

— Droga, Artie! — Allana gritou, fazendo Alex se virar e ver a morena torcendo o braço da ruiva para trás. — Eu já bati! Me solta!

— Você consegue sair dessa! Vamos lá, Ally — a agente do DEA sorriu, mantendo o braço dela preso.

Allana colocou sua outra mão na frente de seu corpo, dando um impulso para trás e jogando todo o seu peso sobre Artemisia. A morena caiu de costas no tatame com o cotovelo da ruiva em sua barriga e deu um gemido baixo de dor.

— Não sou tão pesada assim — Ally sorriu conforme se levantava e a ajudou a fazer o mesmo.

— Belo movimento — Kenai riu, vendo Artemisia massageando a barriga.

— Duvido que faça melhor, Tough-K — a morena sorriu, mas logo ficou séria ao vê-lo largar os pesos e ir em sua direção. - Não, não! Eu tava zoando, ainda estou machucada, Kenai!

O loiro sorriu e segurou a cintura na morena, a erguendo e colocando-a sobre seu ombro.

— Me solta! — ela gritou, conforme ele a balançava de um lado para o outro.

— Retira o que disse! — ele riu e continuou a pular com ela em seu ombro.

Alex e Allana deram uma leve risada ao verem a cena. A ruiva pegou uma garrafa d'água no banco e a abriu.

— Ela chamou ele de Tough-K? — perguntou, olhando para Alex e bebendo a água.

— Sim, é o apelido dele. Todos aqui na casa ganham um quando resolvem o primeiro caso. Geralmente se tornam codinomes.

— Vocês logo vão ganhar os seus! — Kenai disse, tentando fazer Artemisia parar de socar suas costas.

— No primeiro dele, o Kenai quebrou uma parede de tijolos enquanto lutava com um cara, por isso o apelido — Alex completou. — Robb é o Alpha porque liderou o primeiro resgate de Graceland, Kath recebeu o apelido de Kitty porque, durante uma perseguição, ela pulou de um carro em movimento para salvar alguns filhotinhos que estavam no meio da rua.

— Nossa... Impressionante — Allana riu, vendo-o sorrir.

— Ela gosta mais de animais do que de gente — o agente do FBI olhou para frente e viu Artemisia e Kenai ainda lutando, dessa vez no chão. — Artie é mais conhecida como Bossy Girl.

— Já pode imaginar o por quê! — Kenai gritou, sentindo-a dar uma joelhada não tão forte no meio de suas pernas. O loiro segurou um grito de dor e caiu de costas no chão, sentindo uma dor insuportável no local.

— Eles me deram esse apelido só porque, em um caso, eu mandei um pouco demais — a morena se levantou e arrumou o cabelo preso. — Não sou tão mandona.

— É sim... — Kenai gemeu de dor, ainda deitado no chão.

— O do Alex é Canny, porque ele sempre consegue sair das situações complicadas — Artie se sentou no banco que havia perto da parede para tentar recuperar seu fôlego. — E quando eu digo complicadas, eu quero dizer extremamente complicadas.

— Tipo ter a brilhante ideia de deslocar o dedão para conseguir sair de algemas e impedir que a Sara e a Bossy fossem mortas — Kenai também pareceu ter recuperado o fôlego e já se levantava.

— Parece que ainda tenho muito o que aprender sobre Graceland — a ruiva sorriu. Todos ouviram a porta se abrir e Katherine entrou

— Robb mandou dizer que o café da manhã está pronto — ela mal terminou de dizer e Kenai e Artemisia correram para o lado de fora.

Alex e Allana foram logo atrás, ainda que de forma mais civilizada.

— Por que esse desespero todo? — ela perguntou e Kath respondeu.

— Todos adoram quando o Robb faz o café. Você logo vai ver o motivo.

Os três chegaram a cozinha e viram oito pratos postos na bancada, cada um deles contendo quatro panquecas cobertas por cauda de morango, chantili e alguns morangos. Kenai e Artemisia já haviam começado a comer e não demorou muito para que Alex e Allana fizessem o mesmo.

— Que cheiro bom é esse? — Camile desceu as escadas e seus olhos azuis brilharam quando viram a comida. — Ah, eu amo panquecas!

Ela correu para a cozinha, sentando-se ao lado da ruiva e devorando as delicias açucaradas.

— Alguém disse panquecas? — Jim, assim como Matt, desceu correndo as escadas.

— Comam antes que a Artemisia pegue a de vocês — Kenai disse, rindo ao receber uma cotovelada da morena.

— Granward, vamos ter aquela conversa — Kath disse, puxando o jovem antes que ele pudesse sentar-se como Jim havia feito.

— Tem que ser agora? — ele apontou para as panquecas esperando por ele do outro lado do balcão.

— Sim — a loira, então, andou até a porta, parando ao ouvir Robb limpar a garganta com um som alto e claro para chamar sua atenção. Ela se virou e o viu apontando para as panquecas.

Revirando os olhos, ela andou até o balcão e pegou o prato juntamente com um garfo.

— Você é um chato — ela murmurou, antes de fazer seu caminho para a porta novamente.

— Como se você não gostasse de comer minhas panquecas - ele deu um sorriso para a agente e, em seguida, viu Matt pegar seu prato e correr atrás dela.

(***)

— Precisamos fazer dois relatórios por semana, não podemos deixar nada sobre isso vazar, entendeu? — Kath terminou uma enorme explicação ao mesmo tempo que terminara de comer suas panquecas. Ela e Matt se encontravam em uma mesa perto de um quiosque ao lado da praia e conversavam sobre algo extremamente importante.

— Espera, o pessoal da casa não sabe sobre...?

— Não — ela o interrompeu, colocando seus óculos escuros que estavam presos em sua blusa.

— Por quê? Não é nada tão absurdo, esconder isso só vai trazer problemas no futuro — ele comeu o último pedaço de sua panqueca e a encarou. Não era seu forte questionar ordens, mas os agentes de Graceland pareciam muito confiáveis para não saberem sobre aquilo.

— Se soubessem tornariam o nosso trabalho mais difícil. Além do mais, faço isso há quatro anos, se contarmos agora as coisas só vão ficar ruins.

— Tudo bem, então... — ele se reclinou na cadeira, pensando se conseguiria guardar aquele segredo, e sabendo que se não guardasse poderia provocar um grande conflito dentro da casa.

— Você vai se acostumar, novato — ela se levantou, puxando-o pelo ombro e andando com ele pela rua.

— Quando vou começar a ter missões ou coisas do tipo?

— Nós do CSIS, assim como a CIA, somos usados em casos especiais, nada tão comum como traficantes. Provavelmente você terá que se envolver com mafiosos e terroristas, além de missões que envolvem investigações profundas — ela dizia isso por experiência própria, já que a maior parte das missões que fizera foram semelhantes as que ela descrevia.

— Alguma dica para eu não ser morto? — ele sorriu, vendo-a parar na frente de uma loja de roupas.

— Sim. Estamos na Califórnia, se livre dessa calças jeans e compre roupas de verão, você parece um Canadense.

— Eu sou um Canadense! — ele fingiu estar ofendido.

— Não é mais — ela o empurrou para dentro da loja.

Logo que entrou, Matt viu algumas pessoas o encarando e tratou de se enfiar atrás de alguns cabides de roupas. A loja era grande, havia uma variedade incrível de roupas de verão, que o agente do CSIS não estava acostumado a usar. No Canadá era quase sempre frio, o máximo que ele já fizera lá foi pular dentro de um rio parcialmente congelado, o que foi uma burrice, não era o maior fã de praias ou Sol.

Conforme ele procurava algo adequado, uma vendedora de aproximadamente quarenta anos se aproximou dele e começou a falar em espanhol. Esse era outro ponto fraco de Matt, ele não fazia ideia de como falar essa língua. Sabia francês e até alemão, mas espanhol era algo difícil para ele entender e aprender.

— Foi mal, eu não estou te entendendo... - ele riu, sem graça ao ver que ela continuava falando com ele. — Moça, eu não falo espanhol.

— Marie, déjalo conmigo — uma voz veio detrás dele e a vendedora se afastou com um sorriso. — Estando na Califórnia com essa cor e não sabendo falar espanhol, você só pode ser um estrangeiro.

Ele se virou e deu de cara com uma jovem que parecia ter sua idade e um sorriso encantador. Ela tinha cabelos negros, usava um vestido branco e tinha uma flor rosa presa acima da orelha.

— Sou Jaqueline Méndez.

Matt forçou-se a acordar do transe em que ficara ao ver a beleza exótica da jovem e apertou a mão estendida na sua direção.

— Prazer, eu... — ele pensou duas vezes antes de dizer seu nome. Não sabia se devia, já que trabalhava disfarçado, e por algum motivo não conseguia pensar em um nome falso que não soassem engraçado ou extremamente falso. — Eu estou aliviado por você ter aparecido, espanhol não é o meu forte.

— Há quanto tempo está aqui?

— Três dias. Tive que me mudar por causa do meu emprego —– ele rezou para que ela não perguntasse o que ele achava que ela iria perguntar.

— Hum, e no que você trabalha? — ela cruzou os braços e ele deu um sorriso, ocultando seu nervosismo.

— Surfista... Profissional — ele nunca havia colocado o pé em uma prancha, mas lidaria com isso depois. Não havia recebido as informações que estava autorizado a divulgar ainda, não sabia se podia estar sequer falando com aquela mulher. Para o seu desespero, Katherine o mataria se estivesse fazendo algo de errado.

— Bom, seja bem-vindo, senhor Surfista Profissional! Que tipo de roupa está procurando? — Jaqueline o guiou pela loja, ajudando-o a escolher algo bom e nada chamativo.

Enquanto faziam isso, Matt aproveitou para conversar com a morena, descobrindo que além de vendedora, nas horas vagas, ela fazia pinturas e esculturas para alguns museus.

— Não são grande coisa, mas eu adoro fazer arte — ela se inclinou sobre o balcão, vendo-o pagar as roupas com a caixa que estava do outro lado do balcão.

— Eu adoraria vê-las algum dia — ele sorriu, vendo-a ficar levemente corada.

— Já acabou? Precisamos voltar antes que achem que fomos sequestrados — Kath disse, fazendo-o se afastar um pouco de Jaqueline.

— Kath, essa é Jaqueline Méndez — Matt apontou para a jovem ao seu lado. — Jaque, essa é...

— Sou a irmã dele, me chamo Katherine — a loira não foi muito simpática ao falar, mas pareceu convincente.

— Foi um prazer conhecê-lo... — Jaqueline parecia esperar que ele dissesse seu nome, porém Kath foi mais rápida.

— Matthew. Pode chamá-lo de Matt se quiser — ela recebeu um olhar confuso do agente do CSIS e continuou. — Temos que ir agora, mas ele vai adorar encontrá-la hoje a noite às sete no parque da praia.

— É, eu quero muito encontrá-la hoje — ele entrou no jogo, ainda que não soubesse o motivo de ela estar fazendo aquilo. Aquela mulher era extremamente confusa, não era possível deduzir o que se passava na cabeça dela, e isso o deixava apavorado.

— Ok, vejo você hoje a noite — Jaqueline sorriu e acenou para o moreno, vendo-o ser puxado para fora pela loira.

— O que foi isso? — ele quase gritou. Kath deu de ombros.

— Você gostou dela, e eu precisava te tirar de lá sem parecer estranho ou chamar atenção — isso não era totalmente a verdade, mas ele não precisava saber ainda.

— Não foi só sobre o encontro, você falou o meu nome!

— É melhor assim. Já nos metemos em muitos problemas por causa de nomes falsos, é melhor usar os nossos próprios ou os apelidos da casa — ela parecia mesmo saber de tudo o que daria certo ou errado em uma missão, assim como os outros agente de Graceland, algo que ajudaria muito os quatro novatos.

— E nós podemos namorar? Quero dizer, não é um problema? — ele a viu diminuir o passo e pensar um alguns segundos.

— Podemos namorar, mas não nos aproximar demais. No nosso trabalho, o amor é algo difícil de se lidar e um sempre acaba se magoando ou morrendo.

— Fala por experiência própria? — ele brincou, sentindo que ela estava prestes a lhe dar uma resposta rude.

Algo, porém, abafou a voz da loira, um barulho alto vindo da pizzaria ao lado deles. Uma explosão. Os dois só sentiram como se algo os empurrasse e suas costas batendo no concreto conforme uma fumaça negra se espalhava pelos céus e lentamente perdiam a consciência.

Matt abriu os olhos, ainda não conseguindo focalizar as imagens na sua frente. Seus ouvidos doíam e uma falta de ar repentina o acometeu. Quase pulando para fora da maca, ele se levantou e sentiu duas mãos pressionando seu peito.

— Calma, Matt, está tudo bem agora — Allana disse, vendo-o olhar em volta. Haviam vários policiais e bombeiros no local, Kath estava deitada em outra maca ao lado dele e Robb conversava com uma médica perto da loira.

— O que aconteceu? — perguntou, um pouco ofegante.

— Um ataque terrorista. Explodiram uma bomba na pizzaria, Jim e Camile foram investigar enquanto Artemisia, Kenai e Alex distraem os policiais — a ruiva respondeu, vendo-o relaxar um pouco.

— Quantos mortos?

— Nove, e treze feridos, incluindo você e a Kath. Tiveram muita sorte.

Matt respirou fundo, ficando mais calmo ao ver que apenas a pizzaria havia explodido, e ficava um pouco longe da loja onde Jaqueline trabalhava.

Kath acordou com uma dor terrível em seus ouvidos, ainda podendo ouvir um zumbido após ter tido uma bomba explodida bem ao seu lado. Ela se sentou e viu alguns arranhados em seu braço, além disso suas costas pareciam estar raladas superficialmente. Ela já tinha sofrido pior.

— Como você consegue arrumar problemas aonde quer que vá? — ela olhou para Robb de pé ao seu lado.

— Eles me perseguem, não é culpa minha — ela deu um leve sorriso e saiu da maca. — O que diabos foi isso?

— Logo vamos saber, mas por hora você precisa descansar — ele colocou as duas mãos nos ombros dela e a impediu de andar para longe.

— Eu só quero tentar ajudar a pegar o desgraçado que fez isso, estou me sentindo bem! — ela o encarou, séria, e ele suspirou.

— Vou ver o que eu descubro e você fica aqui.

Ouvir o som daquela explosão tão perto da casa fez todos os agentes correrem para o lado de fora, e ver Kath e Matt no meio dos destroços os deixaram ainda mais desesperados. Kath assentiu, sabendo que ele não a deixaria sair dali tão cedo. Robb deu um passo a frente e a abraçou, ficando muito mais aliviado por ela estar bem, a loira retribuiu o abraço até ele se afastar.

— Vou ganhar um abraço também? — Matt olhou para Allana com um sorriso no rosto e ela deu um soco fraco no braço dele.

— É bom saber que você já se sente melhor, abusado.

Depois de verem Camile e Jim saindo de dentro da pizzaria, os agentes de Graceland voltaram para a casa para poderem ouvir o que havia acontecido.

Depois que todos já haviam chegado à sala de estar, Camile ligou a televisão ao seu laptop e colocou dentro dele um pequeno cartão de memória parcialmente destruído.

— Depois de analisarmos a cena e pegarmos o testemunho de alguns clientes que sobreviveram, concluímos que a bomba explodiu por acidente — Jim disse, vendo Camile começar a passar as gravações das câmeras de segurança na televisão.

— Pelo que podemos ver aqui, dois entregadores saíram, mas quando o terceiro está prestes a deixar o local, a bomba explode — ela olhou para os outros.

— Bombas só explodem por acidente se são feitas por amadores — Kenai disse, mantendo os olhos na televisão. — Seja lá quem forem, não são terroristas.

— Esses dois entregadores que saíram podem estar carregando outras duas bombas, precisamos encontrá-los rápido — Alex falou, olhando para Camile. — Descobriram algo mais?

— Posso tentar conseguir o número da placa das motos que os dois entregadores usaram, mas isso vai levar algum tempo, principalmente se quisermos localizá-los em qualquer lugar da cidade — respondeu, não tirando os olhos de seu laptop.

— Kenai e eu não vamos poder ajudar, temos uma reunião no DEA em uma hora — Artemisia se levantou e olhou para Robb. — Odiamos não poder assisti-los, mas é presença obrigatória.

— Não é uma missão oficial, o FBI não pode se envolver a menos que tenhamos permissão do diretor. Isso leva alguns dias e nós não temos tanto tempo — ele retrucou, em seguida olhando para os outros agentes da CIA e CSIS. — Acho que o caso é de vocês.

— Jim, Camile e Matt venham comigo para a sala dos telefones. Vamos tentar descobrir para onde os entregadores foram — a loira se levantou e os três a seguiram.

— Que idiotice o FBI não poder nos ajudar nessa missão — Camile comentou.

— Só o Robb segue as regras à risca, Alex provavelmente vai tentar nos ajudar sem ele saber — Katherine respondeu.

— O que faremos para pegar esses desgraçados? — Matt perguntou conforme eles subiam as escadas.

— Você tem um encontro hoje, podemos cuidar de tudo — a resposta da loira fez os três ficarem ligeiramente confusos.

— O quê? Não, eu não vou largar um caso de terrorismo para ir em um encontro. Isso é loucura!

— Pessoal, liguei para um amigo e ele disse que consegue as identidades dos entregadores — eles ouviram a voz de Alex subindo as escadas. — Matt e eu podemos...

— O Matt tem um encontro — Kath o interrompeu, outra vez recebendo um olhar confuso do colega.

— Um encontro...?

— Com Jaqueline Méndez — ela completou.

— Méndez? — Alex repetiu, sua expressão se tornando mais relaxada, como se ele tivesse entendido algo.

— Eu não vou nesse encontro!

— Vai sim. O parque estará cheio hoje, se esses entregadores querem se esconder, certamente vão tentar se misturar na multidão — Katherine entrou na sala dos telefones depois de Jim e Camile, vendo os outros dois agentes passarem atrás de si. — Você vai ficar de olho em tudo lá e pode aproveitar a noite também.

— A resposta continua sendo não. Por que quer tanto que eu vá me encontrar com ela?! — Matt cruzou os braços, não conseguindo entender onde ela queria chegar.

— É bom mudar para "sim" logo, pois se não for vai ficar na casa junto com o Robb e a Allana, completamente entediado. Só tenha em mente que sair com ela vai nos ajudar muito.

— Confia nela, Matt, se a Kath está te dizendo para ir é porque você deve ir — Alex assegurou e ele suspirou.

— Isso não vai dar certo...

— Vamos rezar para dar. Essas bombas, juntas, tem força para destruir dois quarteirões — ouvir as palavras de Jim deixou todos calados.

Eles teriam que encontrar aquelas bombas naquela noite ou poderiam não ter outra chance.

(***)

— Azul ou verde?

— O quê? - Alex olhou para Camile, que segurava duas armas de brinquedo.

— Se formos jogar mesmo esse jogo, você precisa escolher uma arma, soldado — ela o viu sorrir suavemente e pegar a arma azul. A barraca de tiro ao alvo era uma das mais cheias naquele momento, então eles observavam tudo ao seu redor cautelosamente, sabendo que os entregadores terroristas atacariam a qualquer momento.

Em segundos, mais de vinte tiros haviam sido disparados por eles a uma velocidade absurda e todos os alvos haviam caído. Algumas pessoas que passavam ficaram abismadas com a facilidade que eles fizeram aquilo, já os dois pareciam estar bem relaxados.

— Se não estivéssemos procurando por duas bombas que podem matar muitas pessoas eu diria que estou me divertindo — ela colocou a arma no balcão e apontou para um enorme coelho de pelúcia quando o homem perguntou qual brinde eles iriam querer.

— Não achei tão divertido perder em três jogos seguidos e só conseguir empatar nesse dos tiros — ele usou um tom de brincadeira e andou com ela pelo parque.

Pessoal, quem está em um encontro sou eu, não se esqueçam que seus rádios estão ligados — Matt disse do outro lado da linha e os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Achou algo suspeito? — Alex perguntou, mudando de assunto rapidamente.

Nada ainda. Ela já deve estar achando que eu sou maluco por abrir todas as caixas de pizza que eu encontro no caminho.

— Continue assim. Parece que o Jim e a Kath descobriram a placa de uma das motos usadas pelos entregadores, logo vamos saber onde ele está — Camile disse, digitando algo em seu celular.

Matt estava do lado de fora do banheiro a espera de Jaqueline, pensando seriamente em desligar seu comunicador para parar de ouvir a conversa de Alex e Camile, que não haviam calado a boca desde que chegaram ao parque.

— Pronto para mais diversão? — ele a viu sair pela porta. Seu vestido, dessa vez, era azul claro e seu cabelo estava preso em um coque, com alguns fios propositalmente deixados soltos.

— É claro. Achei que gostaria de ir lá em cima — ele mostrou duas entradas que havia comprado enquanto ela estava no banheiro e apontou para a roda-gigante no centro do parque.

— Acredita que eu nunca subi até lá mesmo morando aqui desde criança? — ela sorriu, envolvendo seu braço no dele conforme se aproximavam do brinquedo.

— Bom, hoje a noite nós dois teremos nossa primeira vez - ele olhou para Jaqueline, que deu uma leve risada. — Quero dizer, no brinquedo. Primeira vez no brinquedo! — ele logo acrescentou, percebendo o quanto a primeira frase soara estranha.

Em poucos minutos, eles já estavam no topo da roda-gigante e observavam a belíssima vista do oceano e do céu estrelado. Apesar de estar prestando atenção em tudo o que ela dizia, Matt mantinha grande parte de sua concentração na missão, apenas esperando por um sinal.

Alex e Camile continuaram andando pelo parque a procura de algo suspeito. Um barulho alto foi ouvido e os dois agentes, instintivamente, colocaram as mãos em suas armas, porém pararam ao verem que o festival de fogos havia começado.

— Não sabia que teria show de fogos hoje — o agente do FBI assistiu enquanto centenas de pessoas se reunião na beira da praia para ver os fogos.

— Deve ser porque hoje é o Dia do Presidente. Todos na América estão soltando fogos — Camile disse, também vendo as luzes coloridas iluminarem a noite.

— E ninguém vai distinguir o barulho dos fogos do das explosões — sem dizer mais nada, ele correu para a direção onde as pessoas soltavam os fogos. — Pessoal, acho que as bombas podem explodir agora! Já descobriram algo?

(***)

Katherine dirigia a toda velocidade atrás da moto onde o entregador de pizza estava. Jim tentava ficar calmo, mas a forma como ela dirigia era insana.

— Estamos nos aproximando da praia! — ela disse, fazendo uma curva fechada e quase jogando o moreno para fora da janela. — Essa bomba não vai explodir.

— Claro, mas se a bomba não nos matar, você vai! — Jim gritou, segurando-se no painel do carro para não bater de cara no vidro quando ela deu uma freada brusca.

— Vamos logo! — a loira saiu do carro quando viu o entregador sair de sua moto e correr para a praia. Jim a seguiu, sacando sua arma, porém a mantendo escondida para ninguém perceber.

O homem corria rápido. Katherine precisou reunir toda sua energia para alcançá-lo e quando chegou perto o suficiente, pulou em cima dele, deixando a caixa de pizza cair na areia. Quando o entregador tentou se levantar e correr, ela deu um chute em suas costas e afundou sua cara na areia com violência.

— Ficou louca? Poderia ter explodido a bomba! — Jim se ajoelhou ao lado da caixa e a abriu, vendo um dispositivo preto no lugar onde a pizza deveria estar. — Achamos uma, mas parece estar programada. Alguém sabe desarmar uma bomba?

Eu sei! — Camile disse rapidamente. — Onde vocês estão?

Jim olhou em volta e só então viu onde eles estavam.

— Estamos na frente de uma casa azul... Bem ao lado de Graceland.

— Não se mexam — Alex disse e então desligou.

— Para onde você estava levando essa bomba? — Kath gritou, levantando a cabeça do homem, que não respondeu nada. Isso a deixou com raiva e ela lhe deu um soco que o fez desmaiar.

— Acha que ele poderia...

— Não. Ninguém sabe a localização da casa, nem mesmo agentes do FBI ou do DEA.

Apesar de estar certa disso, a agente do CSIS ainda tinha suas dúvidas.

Enquanto isso, Matt e Jaqueline davam sua segunda volta na roda-gigante e admiravam os fogos. O castanho estava se divertido, apesar da tensão por conta da missão. Ela era inteligente, meiga e atenciosa, além de possuir uma beleza extraordinária.

Quando estava prestes a dizer algo, seus olhos viram um homem trajando uma jaqueta laranja e um boné verde, as roupas do entregador da pizzaria. Ele o viu correr no meio da multidão desavisada e se dirigir para a praia. Sem pensar muito, Matt pulou para fora de seu acento, por sorte eles já estavam bem perto do chão, mas Jaqueline ficou assustada ao vê-lo fazer isso e sair correndo. Com sua arma presa na parte de trás de sua cintura, o agente do CSIS correu o mais rápido que pôde, não sabendo para onde aquele entregador iria, porém percebendo que ficava cada vez mais próximo de Graceland.

Quando se cansou de correr atrás do homem como um gato atrás de um rato, Matt sacou sua arma, parou e atirou na coxa dele, vendo-o cair de cara na areia e gritar de dor. Ele não teria feito aquilo se não tivesse certeza de que havia uma bomba na caixa, e ele estava mais do que certo.

— Achei a outra! Conseguiram desarmar a primeira? — olhando para frente ele já conseguia ver os quatro agentes sentados na areia enquanto Camile desarmava a bomba.

— Quase lá... — a morena disse, conectando um fio ao outro e vendo a luz vermelha na lateral da bomba se apagar. — Pronto. Estou indo desarmar essa aí, Matt, não saia da sua posição.

— Tudo bem — ele abriu a caixa e viu que a luz vermelha começara a piscar. Um mal sinal. — Vai explodir!

Joga no mar! — Kath gritou pelo rádio, sua voz não passando desespero, porém não parecendo nada calma.

Matt pegou a caixa e a jogou com toda sua força na água, vendo algumas ondas a levarem um pouco mais para longe e segundos depois, explodir. A força da explosão o jogou para trás e vez muita água ir pelos ares, mas ninguém se feriu.

— Bom trabalho, agente Granward — ele ouviu Alex atrás de si e se virou.

— Era impressão minha ou aqueles caras estavam indo para Graceland?

— Era impressão sua — Alex deu dois tapinhas no ombro dele e se virou, voltando para onde os outros estavam. — Kath...

— Levem ele e o amiguinho para ser interrogado pelo FBI, vou fazer o relatório dessa missão não autorizada — ela disse para Jim e Camile antes de se virar para o agente do FBI.

— Eles estavam muito perto da casa. Acha que...?

— Só nossos superiores e nós sabemos a localização de Graceland, Alex. Não tem chance de terroristas amadores descobrirem isso — ela assegurou. — Se eles soubessem, já estaríamos mortos.

— Tem razão, mas ainda acho que precisamos ficar com a guarda leventada — ele se virou para Matt, que corria de volta para o parque. — Quando vai dizer a ele que Jaqueline Méndez é a filha de um dos maiores mafiosos da Califórnia?

— Quando ele conseguir provas suficientes para prendermos o pai dela — a loira respondeu em um tom neutro, logo andando na direção de Graceland.

Matt chegou ao parque e viu Jaqueline perto do cais. Ele se aproximou lentamente e parou ao seu lado.

— Me desculpe pela cena, eu queria muito ir ao banheiro — essa fora a melhor desculpa que ele conseguiu inventar, e pareceu funcionar.

— Ah sim, entendi. Por um segundo eu achei que era um jeito menos doloroso de dizer que nosso encontro foi um desastre — ela deu um sorriso brincalhão, vendo-o rir.

— O encontro foi incrível, acredite. Queria ter a chance de fazer isso de novo, talvez em um dia menos agitado para mim — ele segurou a mão dela e deu um passo para frente, aproximando ainda mais seus corpos.

— É só dizer a hora e o lugar, surfista — a morena sorriu e o viu se inclinar para frente, unindo seus lábios em um beijo suave.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tough-K (se pronuncia Touf-key) = Durão, resistente.

Alpha = Alfa, líder.

Bossy Girl = Garota autoritária, mandona.

Canny = Astuto, sagaz.

Kitty = Gatinha.

Apelidos em inglês porque a fic se passa nos EUA, e porque ficam bem mais legais desse jeito lol Novidades no Tumblr, nicknames, ficha de personagem e banner do próximo capítulo, onde vamos conhecer uma cara familiar para os agentes veteranos de Graceland.

Thanks for reading!