Graceland - Interativa escrita por CaleidoscópioGold


Capítulo 3
Capítulo 3 - A fronteira


Notas iniciais do capítulo

Olá people! Devo dizer que amei todos os comentários, eles me deixaram muito, muito, muito feliz :)

Hoje vamos ter duas personagens novas e uma surpresinha nas notas finais (Não vale olhar agora ¬¬)

Espero que gostem de mais um capítulo da fanfic Graceland!



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Por volta das sete e meia da manhã, o despertador de Allana tocou e a ruiva se levantou da cama. Ela foi até o banheiro de seu quarto, fez sua higiene pessoal e penteou seu cabelo longo e liso para depois prendê-lo em um rabo de cavalo alto. Quando saiu do banheiro, olhou pela enorme janela do quarto e pôde ver Kenai e Alex na praia com roupas de surfe, se preparando para entrarem no mar com suas enormes pranchas.

Ela adorava surfar e não via a hora de poder sair para fazer isso, mesmo que sua missão na casa se resumisse a apenas uma coisa, que era manter Robb Evans fora de problemas e impedi-lo de fazer alguma burrice. Esse era o segredo que ela tinha que guardar por tempo indeterminado, isso a deixaria maluca em pouco tempo, pois sabia o quanto era difícil esconder algo de todos dentro daquela casa, inclusive de Robb.

A ruiva saiu de seu quarto e desceu as escadas, indo na direção da cozinha, mas parando ao ouvir a porta da frente bater. Pensou ser Alex ou Kenai, e só no momento em que olhou para a entrada percebeu que não era ninguém. Quando pretendia se virar novamente, sentiu alguém segurar seu braço e o torcê-lo em suas costas. A pegada policial a fez se curvar e a pessoa que fizera isso a empurrou de cara na mesa de jantar ao lado da sala de estar.

Allana já havia lutado nove artes marciais, inclusive Krav Magá, sair daquela situação era fácil para ela. A ruiva deu dois chutes fortes na canela da pessoa e uma cotovelada em seu abdômen, logo sentindo seu braço ficar livre. Ela se virou e viu uma mulher loira, aparentando ter mais ou menos sua idade, lhe dar um chute no peito, fazendo-a bater com as costas na parede.

Quando viu o punho da loira vindo na direção de seu rosto, Allana rapidamente se esquivou, dando um soco na barriga dela e depois usando um golpe de judô para derrubá-la no chão. A loira, no entanto, se levantou a uma velocidade espantosa e lhe deu um chute no ombro esquerdo, vendo-a rolar por cima do sofá e cair sobre a mesa de centro, que foi completamente destruída.

Allana sentia uma dor tremenda no local onde havia sido golpeada, mas se levando e pulou por cima do sofá, começando a desviar dos socos desferidos pela loira. Ela havia sido treinada para não ficar cansada rapidamente, mas sentia alguns cacos de vidro em suas costas por ter caído em cima da mesa e isso começou a deixá-la mais lenta. Com um rápido movimento, a loira deu uma banda em Allana, que caiu de bruços no chão e ali permaneceu.

— Cair no chão significa morte, então tente não deixar seu oponente derrubá-la — a loira disse, logo ouvindo passos e se virando para a escada.

Jim e Matt desceram ao ouvirem coisas sendo derrubadas e o barulho da mesa de vidro se quebrando. O agente da CIA segurava sua arma enquanto o do CSIS estava com seu bastão de baseball na mão.

— Que diabos foi isso?! — Jim gritou, olhando para Allana caída no chão.

— Sem armas aqui embaixo — a loira disse, tranquilamente.

— Vou parar de trazer armas aqui pra baixo quando vocês pararem de tentar me matar do coração com essas brigas fora de hora! — o moreno olhou para Matt e arqueou uma sobrancelha. — O que você pretendia fazer com isso?

— Peguei a primeira coisa que vi, cara. Não são nem oito da manhã, me dá uma folga — dizendo isso, Matt se dirigiu para o sofá e caiu de cara no mesmo.

— Bom dia, Kath — todos ouviram Artemisia dizer e se viraram para vê-la descendo as escadas e indo até a cozinha. — Avisei para pegar leve com os novatos dessa vez. Você quebrou duas costelas do Alex quando fez essa brincadeira com ele.

— Brincadeira?! Ela tentou me matar! — Allana conseguiu se levantar, sentindo a parte superior de seu corpo doer.

— É uma coisa da Kath, ela não confia em novatos e luta com eles para testar suas habilidades e saber se estão prontos para Graceland — a agente do DEA começou a fazer seu café.

— Espera ai, quer dizer que vamos apanhar também? — Jim sentou-se em uma das cadeiras na frente do balcão.

— Infelizmente sim — Artie riu e colocou um pouco de café na xícara na frente de Jim.

— A melhor parte é que vai ser de surpresa — Kath agora ajudava Allana a tirar alguns cacos de vidro que ficaram presos em sua pele. — Você luta bem, mas precisa ficar mais atenta.

— Não esperava ser atacada aqui dentro.

— Pois espere ser atacada em qualquer lugar. Nosso trabalho exige muita concentração, não se distraia — a loira terminou de ajudar a ruiva e andou até a roleta presa na parede da cozinha. — Parece que o Matt está responsável pela limpeza da sala hoje.

— O quê?! — o castanho levantou a cabeça quando ouviu isso e olhou em volta, vendo a bagunça que estava a sala. — Tá me zoando, né?

— Depois que terminar de arrumar essa bagunça vou precisar falar com você em particular — Katherine começou a subir as escadas.

— Ela é do CSIS? — Matt perguntou, vendo Artie assentir. Ele então suspirou e afundou a cabeça em uma das almofadas.

— Artie, pode vir aqui, por favor? — a morena ouviu Kath lhe chamar e subiu as escadas.

— Sim?

— Soube o que aconteceu com o Jon e a Sara... Sinto muito por não estar aqui. Não pensei que esse caso fosse durar duas semanas.

— Tudo bem, se você estivesse lá poderia ter sido morta também e o Robb ficaria ainda pior - a morena suspirou. — Estou preocupada com ele, Kath. Todos estamos e ele só escuta você.

— Não sou do tipo que passa a mão na cabeça das pessoas. Encontrei com Alex e o Kenai lá fora e eles me contaram o que aconteceu ontem. Evans foi muito irresponsável, vai ouvir muito de mim hoje — a loira mostrava toda sua irritação, mas por dentro também estava preocupada com ele.

— Não precisa ser gentil — Artemisia virou as costas para ela e voltou para o andar de baixo.

Katherine deu um sorriso de canto e andou até o quarto de Robb, abrindo a porta sem bater e vendo que o agente do FBI ainda estava dormindo. Ela andou pela grande extensão do quarto até a cama de casal e ficou parada ao lado da mesma, logo segurando as cobertas com as duas mãos e as puxando com força. Robb acordou naquele momento e se preparou para xingar quem fosse que tivesse feito aquilo, mas ao dar de cara com Kath, apenas afundou o rosto no travesseiro.

— O que você quer? — ele perguntou, tendo a voz levemente abafada pelo travesseiro.

— Quero entender o que há de errado com você, Robb! Você foi bêbado para uma missão de resgate!

— Eu não estava bêbado, só para constar.

— Beber não vai te ajudar a pegar o Montoya! — a loira, agora, arrancou o travesseiro dele.

— Não estou mais no caso do Montoya! - ele se levantou e frente a frente com Katherine. — É frustrante porque esse é o primeiro caso em que eu falho desde que entrei para o FBI, você não entende o que isso significava para mim. Gastei anos com isso e tudo foi destruído por esse traficante de merda.

A agente canadense o encarou por longos segundos até dizer algo.

— Você não está chateado por causa disso. Tem outro motivo.

— Ah, não. Não, não, não — ele começou a se afastar dela, que o seguiu enquanto andava pelo quarto. — Não vai me analisar, Kath.

— Vou sim! Dá pra ver que você se sente culpado pelo que aconteceu com o Jon e a Sara — ouvir isso o fez parar de andar e desviar o olhar para a janela. — Evans, todos nós estamos mal pela morte deles...

— Preciso que você saia — ele disse, ainda evitando contato visual com a loira. — Agora.

Katherine não discutiu, apenas abriu a porta do quarto e saiu do mesmo. Ela não era do tipo boa ouvinte, preferia analisar as pessoas e oferecer a solução para o problema do que tentar ajudá-las.

A loira estava prestes a descer as escadas quando ouviu o som do telefone vindo da porta ao lado do quarto de Artemisia. Ela andou até lá rapidamente e atendeu o telefone de sua agência.

— Agente Willd falando.

— Katherine, houve um relato de armas sendo transportadas para o México em um caminhão vindo do norte. Quero que investigue e descubra se é verdade — a superior de Kath, Natasha, disse pelo telefone.

— Tudo bem. Quanto tempo eu tenho?

— Aí que está o problema, Agente Willd. Você tem três horas para movimentar o pessoal de Graceland, provar que existem armas contrabandeadas no caminhão e, se esse for o caso, parar ele antes que cruze a fronteira.

— Isso é praticamente impossível! — mesmo sendo uma ótima agente e já tendo feito missões pouco prováveis, Katherine conhecia seus limites.

— Por isso a missão é sua. Três horas, agente — dizendo isso, Natasha desligou.

Kath colocou o telefone no gancho e correu para o andar de baixo, vendo Kenai e Alex já dentro da casa e tomando seu café da manhã.

— Ouvimos o telefone tocar, recebeu alguma missão? — Matt perguntou, vendo-a assentir.

— Quero todos prontos em vinte minutos. Temos uma missão impossível para cumprir.

— Esse é o tipo de missão que só dá certo em um filme do Tom Cruise — Alex sorriu para ela enquanto terminava de beber seu café.

— Algum dos novatos é da CIA? — Kath perguntou, vendo Jim levantar a mão, não podendo falar por estar com um pedaço grande de omelete na boca. — Ótimo, tenho um trabalho especial para você.

(***)

— Já sabem a posição do caminhão? — Kath perguntou pelo rádio, olhando para a estrada abaixo dela e de Matt. Os dois agentes do CSIS estavam em cima de um viaduto que passava por cima da estrada de principal acesso a fronteira de Tijuana, ficando apenas a alguns quilômetros dela.

— Ainda procurando, mas logo vamos ter as imagens das câmeras de segurança espalhadas por toda a área — Artemisia respondeu.

Ela, Robb e Alex estavam bem debaixo do viaduto com uma equipe especializada do FBI e do DEA. Alguns computadores estavam espalhados pelo local e todos procuravam incessantemente pelo caminhão que poderia, ou não, conter armas contrabandeadas.

— Kenai, qual a posição de vocês? — Alex perguntou, usando seu binóculo para olhar a fronteira onde a picape preta do agente do DEA estava.

— Allana e eu estamos prontos, quando o caminhão chegar e quando o plano da Kath falhar...

Não vai falhar! — a loira falou rudemente do outro lado da linha.

— Ok, se o plano dela falhar, estaremos aqui para impedi-lo de passar.

— Por que não pegamos um mandado e revistamos o caminhão? — Allana perguntou para o loiro ao seu lado.

— Tudo o que fazemos é escondido. Se tivéssemos que parar cada caminhão suspeito que víssemos isso chamaria muita atenção, além de levar muito tempo — o loiro recarregou sua pistola e a deixou sobre o painel do carro. — E fazer desse jeito é muito mais divertido.

Allana sorriu, ainda que balançando a cabeça em sinal negativo.

Consegui. A placa do caminhão é 2MBM260 e está chegando bem perto da fronteira — todos ouviram Jim dizer pelo rádio.

Artemisia correu para um dos computadores, digitando os números e esperando pelo resultado para que pudessem rastrear o caminhão.

— Tem certeza disso, Black? — Robb perguntou.

Acredite, eu tenho!

— Achei que não soubéssemos nada sobre esse caminhão — Alex podia ver um pequeno número de carros passando pela estrada, o que era bom para eles.

Não sabíamos. A Kath me mandou investigar caminhões suspeitos que chegaram na Califórnia essa semana. Esse foi o mais suspeito por não estar registrado em nenhum banco de dados de qualquer carga indo para o México... — ele fez uma pausa e então voltou a falar. — Mas aconteceu algo bem inesperado.

— Odeio quando falam isso — Kath suspirou, esperando para ouvir a má notícia.

— Não consegui entrar para conferir se as armas estavam mesmo ali dentro, o caminhão saiu antes, então precisei achar outro jeito de descobrir.

— Que jeito? — Alex perguntou, se aproximando de Artie e podendo ver a imagem por satélite do caminhão.

— Tô escondido na parte de baixo do caminhão. Vou entrar assim que puder.

— Se ele morrer a culpa não vai ser minha — Kath preparou seu equipamento ao ver o caminhão se aproximar.

Por ser da CIA, Jim tinha acesso a muitos equipamentos de alta geração, todos o ajudavam a sair de situações extremas, e naquele momento ele usava um pequeno gancho para prender seu corpo ao caminhão, tendo sorte pelo automóvel ser alto. Ele pegou um dispositivo semelhante a uma caneta e apertou um botão na lateral, liberando um laser vermelho e começando a cortar a parte de baixo no caminhão.

Matt e Kath viram o caminhão ficar cada vez mais perto e se prepararam para colocar o plano em prática. Os dois prenderam o cabo metálico na borda do viaduto e subiram na mesma, esperando o momento certo para pularem e ficarem em cima do caminhão.

— Vamos descer! — Matt gritou, pulando junto com a loira e caindo de pé, silenciosamente, sobre a lataria do caminhão. Eles rapidamente soltaram os arames de seus cintos e se abaixaram para poderem se equilibrar melhor.

— Jim, já conseguiu entrar? — Kath perguntou, já pegando sua arma.

Positivo. E sinto muito por dizer, mas não tem nada aqui dentro.

Todos ficaram surpresos ao ouvirem a constatação do agente da CIA.

— Como assim? Você disse que esse caminhão era suspeito! — Artie digitava comandos no computador para tentar identificar de onde aquela placa era.

— Aqui só tem algumas caixas com roupas e uma cadeira. Mais nada — ele continuou.

— Ok, vamos abortar a missão — Robb pegou rádio para mandar todos voltarem, mas foi impedido por uma voz feminina que pareceu invadir o rádio de todos.

 Não façam isso! — ela gritou. — Agente Black, aproxima o seu aparelho C4-P12 do teto do caminhão, por favor.

— Claro, mas... Quem é você? — o moreno perguntou, e mesmo sem ter tanta certeza, pegou o aparelho em seu cinto.

Agente Camile Rodrigues, CIA. Sou a novata de Graceland — eles a ouviram dizer.

Ao saber a identidade da jovem, Jim aproximou o aparelho do teto e viu uma luz vermelha se acender no mesmo.

— Droga! Tem armas escondidas no teto — ele olhou surpreso para o aparelho.

— Como tem tanta certeza? — Kath perguntou, ainda desconfiada da voz do outro lado da linha.

 Esse aparelho serve para identificar metais específicos usados em armas. É o jeito mais fácil de encontrá-las, mas nem sempre funciona — Caroline respondeu, tranquilamente.

Katherine deslizou para a frente do caminhão e parou quando ficou cara a cara com o motorista, apontando sua pistola na direção dele.

— Pare o caminhão! — ela ordenou, porém o homem acelerou e deu uma virada brusca para o lado, fazendo a agente do CSIS rolar para o lado e se segurar no retrovisor para não cair.

Matt se abaixou para ajudá-la, mas a loira fez sinal para ele ir até o meio do caminhão.

— Encontre provas concretas de que existem armas no teto! — ela ordeniu e ele o fez, pegando uma faca grande presa em seu cinto e cravando-a bem abaixo de si e começando a fazer um buraco na camada não tão grossa de metal.

Katherine viu o motorista abrir a janela e apontar uma arma em sua direção, logo disparando e por pouco não acertando a lateral do corpo dela. Apesar de a agente estar de colete, o impacto poderia fazê-la cair do caminhão. Fazendo uma força considerável ela conseguiu pular para o lado e se segurou na borda do caminhão, ainda arriscada a cair de um veículo em movimento.

Do outro lado, Alex e Artemisia viam a situação de Katherine e estavam prontos para mandarem uma equipe parar aquele caminhão.

— Robb, você e Alex vão... — a morena se virou, mas não viu Evans ali. — Cadê ele?

Já a alguns metros de distância do viaduto, Robb dirigia seu carro a toda velocidade. Estava a apenas alguns centímetros do caminhão e rapidamente conseguiu alcançá-lo, ficando ao lado dele e podendo ver Katherine pendurada. Ele jogou o carro para o lado, deixando-a apoiar os pés sobre o automóvel para não cair.

Matt conseguiu abrir um grande pedaço da lataria do caminhão e viu uma AK-47, não duvidando que houvessem mais armas espalhadas pela grande extensão do teto.

— Conseguimos provas, vamos parar essa lata velha — ele disse pelo rádio.

— Atira nos pneus! — Kenai falou, logo sendo cortado por Artie.

Se atirar nos pneus o caminhão perde o controle. Além de Robb e Kath serem esmagados, Jim e Matt também sairia ferido.

— Estão muito perto da fronteira! — Allana gritou, saindo do carro junto com Kenai. — Façam algo rápido.

— Deixem comigo! Estou quase chegando — eles ouviram a voz de Camile novamente.

Segundos depois eles viram um avião passar e alguém pular dele. O paraquedas abriu e a figura misteriosa o guiou na direção do caminhão, parando em em cima do mesmo e ao lado de Matt. O jovem encarou a mulher ao seu lado boquiaberto. Ela era alta, magra e tinha a pele bronzeada um pouco mais clara que o cobre. Seus olhos eram extremamente azuis e seu cabelo longo estava preso em uma trança.

— Muito prazer, sou a agente Rodrigues — ela sorriu e soltou o paraquedas, deixando-o voar para longe.

— O prazer é meu — ele sorriu, percebendo o sotaque da jovem. Ela não era americana.

— Quando tempo até chegar na fronteira? — ela perguntou, recebendo a resposta de Alex.

 Dois minutos.

— Ótimo — a morena andou até a frente do caminhão e jogou um aparelho circular, que se grudou magneticamente no capô. Uma luz azul passou por todo o automóvel e os freios foram acionados. Antes que pudesse ser lançada para trás, Kath se soltou do caminhão e caiu sobre o carro de Robb, observando enquanto ele diminuía a velocidade.

Kenai e Allana apontaram suas armas na direção do motorista, tendo plena consciência de que seriam esmagados se não saíssem do caminho ou aquela coisa parasse logo. A ruiva fez menção de sair, mas foi impedida pelo loiro.

— Espera, vamos ver no que dá — ele sorriu e olhou para a expressão de nervosismo no rosto dela.

Camile e Matt também estavam quase rezando para o caminhão parar ou para aqueles malucos saírem do caminho. O motorista ainda tentava acelerar em vão, pois o aparelho desligava completamente o motor de qualquer coisa.

Quando a parte da frente do caminhão estava a três centímetros dos agentes, ele parou. Allana suspirou aliviada e Kenai deu duas batidas no capô.

— É, se não parasse eu ia ficar muito bolado. Essa picape é novinha — ele andou até a porta e a abriu com violência, puxando o motorista para fora e arrancando a arma de suas mãos.

— Conseguimos! — Jim gritou do lado de dentro. — Agora alguém me tira daqui. Vai que essa merda explode do nada.

Alex e Artemisia chegaram de carro e pararam ao lado da vã do FBI, de onde saíram vários homens e levaram o motorista. Camile e Matt desceram do caminhão e andaram até a porta de trás, a abrindo e deixando Jim sair.

— Uou, essa é a novata? — o agente da CIA perguntou, olhando-a de cima a baixo.

— Sim. Desculpem pela demora, meu voo atrasou — ela sorriu e olhou para todos os agentes, parecendo gravar os rostos deles.

— Seu sotaque indica que você é latina, estou certa? — Artemisia cruzou os braços, percebendo também a beleza exótica de Camile.

— Sou brasileira. Esse sotaque é opcional, acho que minha voz fica mais legal quando falo assim.

— É muito mais sexy na minha opinião — Kenai comentou, recebendo uma cotovelada de Artie. — É a verdade!

Ele se defendeu, e a morena revirou os olhos.

— Prazer em conhecê-la, me chamo Allana Swan — a ruiva se apresentou.

— Vamos continuar as apresentações na casa. Estamos começando a chamar atenção — Alex sugeriu quando terminou de falar com um dos homens para levar o caminhão sob custódia do FBI a mando do CSIS.

— Isso! E como todos os novatos já chegaram... — Artemisia olhou para Kenai.

— Festa na praia! — ele comemorou, animado.

— Eu já amo esse trabalho e estou na casa a um dia — Jim riu e andou com os outros para a vã.

Kath e Robb ficaram parados perto do carro dele. A loira olhou para o agente do FBI e suspirou.

— Valeu por me ajuda.

— O quê? Não ouvi, isso foi você me agradecendo por algo? — ele deu um leve sorriso, logo sentindo-a dar um soco não tão forte em seu braço.

— Não se acostuma, Evans — Kath deu uma risada ao vê-lo controlar um grunhido de dor após o soco e entrou no carro dele.

(***)

Allana desceu as escadas terminando de pentear seu cabelo molhado para poder ir para praia se encontrar com os outros. Quando eles disseram "festa" ela pensou em algo realmente grande, mas seria algo bem particular. Quando chegou ao andar de baixo, viu Evans sentando na cozinha enquanto mexia no celular.

— Não vai na festa? — ela perguntou, deixando a escova sobre a bancada de mármore. Ele levantou os olhos para a ruiva e levou alguns segundos para responder.

— Não estou no clima. Duas missões seguidas tomam muito do meu tempo e eu preciso fazer relatórios.

— Ok. Te vejo depois então... — ela virou as costas e se preparou para sair, mas então se voltou novamente para ele. — Olha, eu não sei se te falaram, mas eu sou...

— Allana Swan, uma das poucas agente que conseguiu dezenove pontos no teste do FBI, só um número abaixo do meu. Foi designada para a Flórida, mas veio para Graceland, algo que só não é mais suspeito do que o fato de você não ter um histórico antes de entrar para o FBI.

Ela não pareceu surpresa, apenas ficou séria e esperou que ele terminasse.

— Eu recebo a ficha de todos que vão vir para Graceland, então sim, sei quem você é — ele guardou o telefone no bolso e se levantou, mantendo contato visual com ela.

A ruiva ficou bastante aliviada por ele não saber seu real propósito na casa.

— E você provavelmente sabe que foi por causa do seu pai que eu entrei para o FBI, certo? — ele parecia saber, mas não disse nada. — Estou feliz por trabalhar com você, e se quiser conversar sobre qualquer coisa, sou uma ótima ouvinte.

Ele assentiu e andou até a sala de estar, Allana suspirou e saiu da casa, deixando o agente do FBI sozinho novamente. Assim que a viu fechar a porta, ele deu um chute forte na poltrona ao lado do sofá, fazendo o assento ser jogado para o outro lado da sala. Robb sentia o peso do mundo sobre as costas e, para piorar, sentia que não poderia confiar em ninguém depois do que houve com seu caso do Montoya. Alguém havia destruído seus planos, alguém que sabia sobre a operação daquela noite.

Evans respirou fundo e andou para a cozinha, pegando uma garrafa de uísque que estava ao lado da geladeira e subindo para seu quarto.

Allana andou pela praia até chegar a uma grande árvore. Logo abaixo da mesma, todos os agentes de Graceland estavam sentados ao redor da fogueira encostados em pedras grandes que batiam na cintura da ruiva. Ele sorriu e se aproximou, sentando-se ao lado de Artemisia e vendo que todos conversavam animadamente.

— Ele não vem, não é? — Artie perguntou, entregando uma cerveja para a ruiva ao seu lado.

— Disse que tem muito o que fazer — Allana deu um gole na bebida gelada e se virou para os outros. — O que aconteceu antes de chegarmos?

— Robb estava no caso do maior traficante da Califórnia, talvez do mundo. Armando Montoya nunca foi nem visto por nenhum de seus capangas, mas ainda é rico e distribui drogas, armas e centenas de outras coisas ilegais pelo país — Alex respondeu, desviando sua atenção para o mar. — Ninguém em sã consciência pegaria esse caso, todos os agentes que tentaram foram mortos ou desapareceram, só que o Robb quis tentar.

— Acho que ele ficou quase dois anos trabalhando nessa operação, sempre que conseguia uma pista a perdia por motivos suspeitos — Kenai continuou. — Todos ajudamos ele, mas quando finalmente pensamos que o pegaríamos, o cara nos passa a perna.

— Tudo bem, ele falhou em uma missão, mas isso não é motivo para se afastar de todos — Matt comentou, bebendo um gole de sua cerveja logo em seguida.

— Dois agentes do FBI morreram naquela noite em que ele falhou — Artie falou, com pesar na voz. — Sara Stone e Jon Skill. Não sei como Robb e eu saímos vivos.

— Eles queriam deixá-los viver. Mataram Jon e Sara propositalmente para deixar Robb aflito e fazê-lo baixar a guarda, além de tirá-lo do caso — Katherine se pronunciou. — Montoya sabia que ele estava chegando perto e quis pará-lo antes que conseguisse algo. Isso tudo foi armado e eu pretendo saber quem ajudou esse filho da puta nesse plano.

— Acha que alguém de dentro ajudando o Montoya? — Jim perguntou, ficando bastante surpreso com essa revelação.

— Acho que Montoya tem contatos em todos os lugares, e quando eu pegar o desgraçado que fez isso ele vai desejar não ter nascido — a voz de Kath estava cheia de ódio.

— Não quero ser rude, ainda mais porque acabei de chegar, mas isso era para ser uma festa para os novatos, certo? Eu não queria ver ninguém chateado ou tendo pensamentos homicidas — Camile deu um sorriso alegre para todos.

— Ela está certa! Sem mais papo de morte ou traição por hoje — Kenai também sorriu e ergueu sua garrafa, vendo os outros fazerem o mesmo. — Aos novatos! Aposto que não conseguem aguentar nem uma um mês.

— Aposto que não ficam três semanas — Artemisia sorriu e bebeu um gole assim como os outros.

— Muito animador — Allana ironizou, olhando para as chamas da fogueira bem a sua frente.

— Acho que vão ser ótimos agentes disfarçados, mas amanhã vamos ensinar algumas coisas importantes sobre esse trabalho — Alex disse, trazendo um tom um pouco mais sério a conversa.

— Não pode ser nada tão difícil, todos somos profissionais — Jim se recostou na pedra e colocou os braços atrás da cabeça.

— Claro. Sabem tudo o que vocês aprenderam no FBI, CIA e CSIS? - Katherine os viu assentir lentamente. — Esqueçam tudo. Graceland é algo completamente diferente, vocês nem imaginam.


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Notas finais do capítulo

Personagens, atores e criadores:

Veterana:
— Katherine Wild (Amy Gumenick) / Lady Queen (CSIS)

Novata:
— Camile Rodrigues (Adriana Lima) / Minha irmã (CIA)

Yatsy! Todos já estão na casa! Vamos ver o que esses agentes vão aprontar, né? Hehehehe

Oh, sim, a surpresa.... Bem, se vocês são péssimos em gravar nomos e rostos como eu sou, acho que esse Tumblr vai ajudar bastante: http://gracelandfanfic.tumblr.com/

Eu o fiz para colocar informações interessantes sobre os personagens, além de vídeos que farei e montagem de gifs :D

Obrigada por lerem e até a próxima!! (Feliz Natal também)