A Esfera dos Renegados escrita por Boo, Jr Whatson


Capítulo 12
Uma Estranha no Lar


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, Boo aqui!
O capítulo se passa em POVs de diferentes personagens.
Boa leitura.



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Capítulo XII – Uma Estranha no Lar

14/03/16 

Amon’s POV

Observei o homem a minha frente, sentindo as mãos suadas. Eu só tinha concluído o Ensino Fundamental quando, graças às desventuras da minha maldita vida, abandonei o pouco que me restava e segui em busca de uma vida mais leve.

Isso não era algo muito bom para currículos, ainda mais considerando que, hoje em dia, existem locais que cobram Ensino Médio concluído para pessoas que trabalham com limpeza – em muitas noites nas ruas, ouvi das mais diversas histórias de pessoas sofridas buscando emprego e uma vida estável –, imagine trabalhar em uma loja de jogos.

Isso sem contar o fato de que minhas habilidades com videogames tinham limites nos jogos de sete anos atrás. É bem verdade que eu era bom. Muito bom. Tenho facilidade com isso e facilmente pegaria de novo, mas precisava me informar.

— Olha, rapaz... Preciso ser sincero com você. Você tem uma mala pesada nas costas. E digo isso em ambos os sentidos. Mas não é o tipo de funcionário que nós deveríamos aceitar aqui.

— Eu entendo... - murmurei, cabisbaixo.

— A quantos locais você já foi, em busca de emprego?

— Acredito que uns vinte e poucos. Minhas entrevistas não duram muito, como o senhor deve ter percebido. - respondi, tentando não soar como um idiota resmungão.

Suspirou.

— Escute bem, Amon. Eu vou te dar uma chance. Uma, fui claro? Você precisa fazer por onde. Se apressar. Você precisa melhorar essa forma murcha de falar. Vai precisar dialogar muito, convencer as pessoas. E como convencer em algo em que você não acredita? Precisa se atualizar quanto aos jogos, também.

— Sim, senhor. Obrigado.

Apertei a mão do meu mais novo chefe, impressionado com como ainda existiam pessoas bondosas no mundo. Ele só podia ter me contratado por compaixão. Se X estivesse aqui, tenho certeza de que ela teria me ajudado e o resultado teria sido melhor. Ela tem muita lábia. Mas bem... Me ajudar não é problema dela.

Tirei uma maçã do bolso do casaco, comendo-a em seguida. Era, afinal, minha fruta favorita. E por que não comê-la depois de uma boa notícia? Pessoas bebem. Eu estou de boa com a minha maçã. Queria logo contar a dona da casa onde eu estava ficando que poderia ajudar com dinheiro.

 

Kito’s POV

Ultimamente a minha cabeça andava a mil. Não sabia bem como lidar com toda a situação do Ed, tinha medo do que ele poderia fazer. Ele disse que ficaria quieto, mas após muita insistência da minha parte. Sentia que pedir era inútil, contudo parte de mim queria confiar nele.

Hoje não parei em casa. Fui trabalhar, contratei uma pessoa para ajudá-lo nas atividades fisioterápicas, e pedi a ela que o levasse a uma consulta ao psicólogo, que agendei quando fui buscá-lo no hospital.

E então fiquei mantendo a mente ocupada com trabalho, treinando um pouco com os próprios recrutas. Tudo para não sentir que minha vida estava um pouco mais enrolada do que eu gostaria. Um pensamento passou pela minha cabeça, ao final do expediente. Eu preciso beber, e foi o que fiz. Atendi a essa vontade. Segui do Batalhão diretamente para o bar Bambinie. Eu adoro esse lugar, embora ache que as pessoas superestimam sua qualidade. E como não gostar, tendo sinuca e tudo?

Adentrei no estabelecimento pouco lotado, graças ao fato de ainda ser início da semana. Acenei para o bartender, o qual eu não conhecia. Observei um trio jogando sinuca, enquanto pedia uma cerveja preta. Como o esperado, meus pensamentos tornaram a rondar o Ed. Assim que o copo foi depositado sobre o balcão, agarrei-o, levando o mesmo até a boca e derramando nela parte do seu conteúdo. Enchi mais o recipiente, satisfeito com o contato com o álcool.

Sem ter uma noção muito boa do tempo, em o que acredito terem sido poucos minutos, duas mulheres com mais ou menos a minha faixa etária – embora uma delas fosse claramente mais jovem – entraram, conversando. Eram figuras relativamente chamativas, talvez pelas roupas masculinizadas, contrastantes com as feições desenhadas. A mais nova, inclusive, possuía cabelos roxos.

Eu não sou muito de olhar para as pessoas e sentir ou achar que elas são bonitas, mas tenho uma boa noção do que é considerado bonito. Naquele momento, nem eu nem o resto do mundo tinham respostas para defini-las. Elas sentaram ao meu lado.

— Talvez a gente devesse seguir esse cara aí - A loira apontou para mim - e maneirar, meio da semana ainda, você deve ter que trabalhar, eu também tenho que fazer isso–

Lek, você quer beber ou não? Se você estiver afim de beber moderadamente, vai fundo, eu vou beber meu Fidel e é isso aí.

— ‘Tá, você me convenceu. - respondeu, enquanto a outra tinha uma feição completamente entediada. - Aliás, sempre é fácil me convencer a beber, amo isso. - Ela riu, chamando minha atenção.

A impressão de que ela parecia comigo me incomodou, como também trouxe uma agradável sensação morna. Mas podia ser apenas isso. Uma impressão. Não que minhas impressões normalmente não sejam certeiras.

— Lavínia... Por que vocês mentiram na frente do andarilho? - A roxinha perguntou, enquanto a outra pedia duas bebidas “Fidel Castro”.

— Você quer dizer sobre o Ty?

A mulher assentiu.

— Antes dele, Peagá e os loucos irem pra casa dos Kabroom, nós todos combinamos que iríamos agir como se não fossemos nós a razão da fuga, até porque não fomos exatamente nós que ajudamos o Ty a escapar. Nós só criamos uma puta confusão que nos levaria pra prisão se descobrissem que fomos nós que libertamos todos aqueles presidiários. Mas quando a Julieta falou sobre isso mais cedo, só inventei uma desculpa qualquer sobre o nosso envolvimento, porque vai que o Amon tinha visto algo na TV e podia relacionar. Até porque, eu não menti quando falei as tragédias sobre a família dele. As coisas ainda estão na merda, tirando o fato do nosso amigo estar livre.

Ouvindo isso, percebi que estava ao lado de duas encrenqueiras. Perigosas. Eu deveria parar de prestar atenção na conversa, afinal já me meto em perigo o bastante com o trabalho e agora cuidando do Ed. Só porque sempre estou vivendo no meio de problemas, não significa que eu devo procurar por eles.

Tornei a beber em paz, até sentir que estava sendo encarado. Relevei, esperando que o olhar parasse de ser fincado em mim, no entanto isso não aconteceu. Me virei em sua direção e percebi que vinha da loira.

Eu gostei desse olhar. Continuamos nos olhando por um longo tempo, de forma intensa, e parecia que nos entendíamos dessa forma. A mulher que a acompanhava continuou falando e bebendo, já em sua segunda dose, até que percebeu que a tal Lavínia não ouvia muito.

A mulher de piercing seguiu o olhar da loira e revirou os olhos ao perceber que estavam direcionados a mim.

— Sério que você não estava me ouvindo por causa de macho? Ai, miga, - usou o termo de maneira claramente irônica - acalma essa xota.

— Eu só ‘tava olhando, calma. Relaxa, que eu nunca beijo ninguém. - Lavínia riu.

— Porque não quer.

— Não é isso. Desculpa, X, eu não consigo não ser hetero, juro que te beijava, mas não dá. - falou, de maneira engraçada.

— Então beija esse cara aí, vai nem fazer diferença pra mim, só quero continuar bebendo.

— Foi mal, cara. - A loira se desculpou comigo. - Ela não deve estar sóbri–

— Como assim? Eu to 100% sóbria, precisa mais do que isso pra me deixar caidinha, querida.

— Relaxa, tudo de boa. - garanti, sem estar realmente incomodado.

— Sou a Lavínia, prazer.

— Kito. - sorri de maneira simpática. Desviei o olhar para a outra. - E você é...?

— Pode me chamar de X.

Franzi o cenho. Que diabos de “nome” é esse? O semimilitar dentro de mim estremeceu, enquanto apertei os olhos em sua direção.

— Isso até parece codinome de traficante, mulher. Nome, cadê?

— Não é como se você pudesse sair cobrando. Tem cara de que só faz merda.

Ela estava certa. Eu provavelmente não era melhor do que ela. Suspirei, antes de estender a mão.

— Olá, X.

— Relaxa aí, cara. Deixa arder. - piscou para mim. - Tem que ficar tranquilo, tipo aquele cara ali.

Segui com os olhos a direção para qual seu dedo apontou. Um homem de cabelos negros levemente ondulados e compridos, com um olhar perdido, bebia um Alexander. Seu corpo estava displicentemente largado sobre uma poltrona relativamente confortável do bar. Como eu não havia percebido ele aqui antes ou ao menos sua chegada?

Ao perceber o grupo a olhá-lo, nos fitou, sério. Quando X fez um aceno, ele retribuiu, levantando o copo.

— Esse é um ótimo drink. - Ela comentou.

— De fato. Ótimo. - O homem respondeu, em uma fala um tanto embolada, se ajeitando na poltrona ao passo em que Lavínia se aproximava.

— Podemos nos juntar a você?

Ele abriu os braços e nos chamou com a mão, retirando o fone do ouvido esquerdo. Por que eu estou no meio disso, mesmo?

— Eu sou a Lavínia, esses são X e Kito. - Ele sorriu ao ouvir a forma que chamávamos a arroxeada.

— Olá. Rayzer.

— Vocês dois... vindo beber sozinhos durante a semana. Isso soa meio deprimente. - Lavínia disse e riu.

— Fazer o que, né? É o que resta aos solitários. - Rayzer respondeu, sem se alterar, sendo logo rebatido por X:

— Isso só é mais deprimente, drama queen. Não tem nada demais em beber sozinho.

— Pelo contrário, eu gosto bastante. Ainda mais ouvindo uma boa música.

— Sempre é hora pra ouvir música. - A loira comentou, animada. - O que você ‘tá ouvindo agora?

— Gorillaz. Sempre Gorillaz.

— Gorillaz é legal. - Finalmente me pronunciei, embora pouco conhecesse a banda.

— Verdade, eu tenho uns conhecidos que curtem bastante.

— Eu sei. Eu vi seus mundos dentro da minha cabeça.

X revirou os olhos, resmungando “referências”, ao que Rayzer sorriu e tornou a beber seu drink, seguido por Lavínia. Não fiquei para trás e continuei a beber da minha cerveja preta, aliviado por ter conseguido companhias agradáveis nessa noite dura.

15/03/16 

Ed’s POV

Cheguei ao prédio mancando levemente pela queda, a mente ainda agitada pelo que acabara de acontecer na casa de Kaine. Eu tinha que descobrir o que realmente acontecera e quem estava por trás disso.

O cheiro do pão morno que eu trazia em uma sacola – como forma de justificar minha saída, afinal eu prometera me comportar – inebriava meus sentidos, a calmaria de uma rotina tranquila e desconhecida por mim dando uma breve sensação de lar enquanto eu abria a porta da casa de Kito.

Sensação essa que logo passou à medida que eu atravessava o caminho que levava a sala. Tinha alguém ali e não era o meu amigo, afinal ele com toda a certeza estaria trancado no quarto a essa hora. A silhueta feminina, recostada ao batente da janela, era totalmente desconhecida por mim.

Depositei a sacola de pães sobre a mesa, atraindo seu olhar em minha direção.

— Ed Ribs?

— Eu mesmo. - assenti. - E você seria...?

— Eu me chamo Katerina Salazar. E quero a sua colaboração.

— Seja o que for, eu não estou interessado. Peço que se retire.

— Mesmo? Nem se for referente ao que aconteceu na casa do seu amigo? Kaine, não é mesmo? - arregalei os olhos ao ouvir suas palavras, tencionando meus músculos.

— Como você sabe disso?! Era vo–

— Não, seja razoável. Eu não viria aqui logo depois de causar uma confusão e atirar em pessoas só para esfregar na sua cara e talvez... hmm, morrer? Eu apenas sei das coisas, Sr. Ribs. Eu vejo tudo relacionado aos meus interesses.

— Seus interesses? - perguntei, com cautela.

— Nesse caso, você.

Sentei-me, suspirando. Estava cansado do meu dia. Não estava tão bem quanto achei que estaria, precisava ser mais cuidadoso com minha saúde. A ruiva continuou em pé, exatamente onde estava antes, analisando minhas reações.

— Então... conte-me.

— Bem. Há mais ou menos uns cinco anos, eu me especializei em tortura. Por mais que grande parte disso tenha se dado por meios cibernéticos, também tive alguns mestres. Alguns deles ensinavam para que aprendêssemos a canalizar nossa raiva para fazer o bem. Outros queriam apenas causar dor e destruição. Por mais que desde o início eu mantivesse claro meu objetivo, que era voltado para o bem maior, é difícil não se perder e se deixar levar nesse caminho. - Ela fez uma pausa. - Sei o que deve estar pensando.

“Esse papo maquiavélico de ‘para o bem maior’, sempre justificando tudo em busca de um suposto fim benigno, que usa de artifícios ruins... É bem verdade que eu não escapo 100% disso. Mas também precisei perceber que não vamos alcançar nada sem violência. São pequenas coisas que você vê desde pequeno com a leitura do Cavaleiro das Trevas, ou até mesmo perdendo tempo com séries como Revenge. Nós podemos dizer que é tudo ficção, uma válvula para as nossas mentes, enquanto no nosso ‘mundo real’ tudo pode ser resolvido pela passividade da paz, com diálogo e com a democracia nada corrupta que temos. E, no entanto, tanto eu quanto você sabemos que isso é mentira.

Eu te observei, Sr. Ribs, por um bom tempo. Eu admirava seu trabalho como vigilante. Fiquei muito triste por seu acidente. Quando vi que estava acordado, temi que não fosse voltar à ativa. Mas não me desapontei quando foi atrás de Kaine. Não deixe ele te convencer de que tudo vai ficar bem, porque não vai!”.

Ofeguei, aquela garota estava cheia de energia. E eu estava me deixando levar por seu discurso perigoso. Levantei a mão, como que pedindo que parasse, contudo ela negou.

— Vivemos em uma cidade altamente corrupta. Claramente em um país, também, mas vamos pensar pequeno. Como você bem notou – e espero que não se incomode com o tratamento, Sr. Ribs –, o Governo licenciou e financiou ações da Máfia. - murmurei que não me importava, antes que Katerina prosseguisse. - Grandes empresários estupram criancinhas órfãs e mais merda acontece de um lado para o outro por aqui. Estamos podres. Cada cidadão está manchado. Mesmo assim, mais sujo é quem se mancha de sangue, quem luta, quem abandona sua humanidade para lutar contra monstros. Nós dois fizemos isso. E eu fiz pior que você. Muito pior.

“Meu objetivo agora é reunir um grupo que possa não só impedir essas ações criminosas, como lidar com uma situação muito suspeita e que requere atenção especial no momento. Não sei o quanto tem acompanhado as notícias. Sabe, por acaso, da situação Kabroom?”

— A família cuja mãe morreu, os filhos são procurados e estão desaparecidos?

— Essa mesmo. Acredito que não saiba do envolvimento da Esfera nisso, não é? - Após sua pergunta, endireitei-me na cadeira, interessado.

— Que esfera?

— Uma relíquia de família. Pouco sei sobre ela, mas é muito poderosa. Foi reconhecida sua capacidade de tele– Bem, Sr. Ribs. O que precisa saber é que é um caso grave e que esses garotos não são culpados. Os ladrões quem estão por trás disso. O chefe deles, que ainda estava em ascensão quando você entrou em coma, se chama Sir K. Não sei quais são os objetivos dele quanto a isso, mas a polícia e o governo também já foram alertados da existência da Esfera. Existe um caçador de recompensas atrás dela também e os dois garotos estão em perigo, assim como a irmãzinha deles e todos ao seu redor. Não, mais que isso. Todos nós estamos em perigo. Precisamos recuperar esse objeto, salvar essa família. E preciso saber se você está comigo, Sr. Ribs. Ou está dentro ou está fora.

Engoli em seco, secando as mãos suadas no meu jeans. Não gostava nada do rumo dessa conversa. Tinha prometido a Kito. Kaine havia feito com que eu desistisse de lutar por liberdade, verdade e justiça. Chega dessa merda, eu disse. Queria apenas me vingar do filho da puta que matou minha mulher e descobrir o que aconteceu com meu amigo.

Voltar a brincar de herói, na minha idade e acabado como estava por cinco anos sendo só um corpo quase morto, ir atrás de uma bola mágica... Isso estava fora do meu alcance. A ruiva ainda me encarava, com seriedade, claramente ansiosa.

— Desculpa, Katerina. Desculpa. Eu não sou mais um moleque. Acabou para mim. Acabou. E olha... eu estou na casa do meu amigo, dependendo dele. Ele pode acordar a qualquer momento e ouvir essas coisas. Eu não quero envolver ele em nada disso. Não quero estragar mais a vida dele do que já estraguei. Eu fico grato por ter sua admiração enquanto estava na ativa e por ter vindo até mim. E desejo boa sorte, você parece bem motivada.

A jovem suspirou, frustrada, mas logo manteve a face impassível. Ela parecia ter amadurecido muito cedo.

— Está certo. Obrigada pelo seu tempo.

Acompanhei-a até a porta. Antes de fechá-la, chamei sua atenção:

— Mais uma coisa. Tome cuidado, você falou bem. Muitas vezes é difícil não se perder nesse caminho.

— Eu sei. Obrigada. - Salazar sorriu para mim, finalmente parecendo uma garota da sua idade. - Se cuide, Sr. Ribs.

— Ed. Você pode me chamar de Ed. Nos vemos por aí?

— Certamente.

E então seu sorriso murchou. Kito estava atrás de mim.

— Katerina?

— Ah. E aí? - Ela não parecia muito empolgada, diferente do meu amigo, que parecia bem surpreso.

— O que está fazendo aqui?

Engoli em seco. Como explicar a ele aquela situação que com certeza o deixaria muito chateado?

— Estou a caminho da faculdade. É que sou entregadora de jornais pela manhã, e percebi que tinha entregue um jornal a mais no apartamento do Sr. Fadul aqui.

— Ah! Caramba. Eu sou o “Sr. Fadul”, a propósito. Kito Fadul. Esse aqui é meu amigo, Ed.

— É um prazer. - Ela sorriu, comedidamente. Essa garota realmente sabe como mentir. - Bem, eu tenho mesmo que ir. Vejo vocês qualquer dia.

Katerina disse isso olhando diretamente para mim. Eu sabia que ela não tinha desistido totalmente de minha ajuda, por mais que eu quisesse me manter firme em minha decisão.

— Até mais. - acenou, ao que correspondemos.

Voltei para dentro com Kito, pegando novamente a sacola de pães, estes já frios, para comer.

— Eu acordei com vozes e, caramba, garanhão! - Kito riu.

— Ei, se controla aí.

Esse comentário me fez pensar em Gwen. Pensar em Gwen me fazia lembrar do ocorrido com Kaine. Eu preciso descobrir o que caralhos está acontecendo.


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Notas finais do capítulo

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