Plus Tôt escrita por Arisusagi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

(A FUVEST é semana que vem, eu não deveria estar escrevendo um monte de Fanfic.) (Título em francês sem nenhum motivo especial)Enfim, essa foi mais uma ideia que eu tive no meio da aula e resolvi escrever, ao invés de trabalhar no meu TadoMaki gigantesco, olha só. Historinha super light, não espere nada muito explícito



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Ele devia ter saído mais cedo.

Andar sozinho durante a noite não deveria ser um problema para um menino daquela idade, entretanto, Kenma detestava aquela sensação de insegurança. Ele era um menino pequeno, de aparência vulnerável, o alvo perfeito para assaltantes ou qualquer tipo de malfeitor que estivesse nas ruas naquela hora.

Ele devia ter saído antes do sol se pôr. Era só ter entregado a sacola para sua tia e ido embora, não levaria mais de cinco minutos. Mas não, ela queria conversar e tomar um chá com o seu querido sobrinho. E ela ainda insistiu que ele comesse pelo menos três pedaços daquela torta de maçã que acabara de sair do forno, é claro que ele não recusaria!

O casaco ficara em sua casa, já que a tarde estava quente demais para usá-lo. Kenma nunca imaginou que a temperatura pudesse variar tanto em pouco tempo.

Ele andava com passos rápidos, a música em seus fones de ouvido estava ridiculamente alta, mas não o suficiente para abafar as risadas que o perseguiam há dois quarteirões.

Um grupo de quatro jovens extremamente intimidadores o seguia, rindo alto e falando coisas que ele não entendia. Talvez eles nem mesmo estivessem o seguindo, entretanto, sua insegurança sempre falava mais alto nessas horas.

Kenma decidiu atravessar a rua, só para ter certeza de que aqueles caras não queriam nada com ele. E eles fizeram o mesmo, para o horror do pequeno levantador.

Agora seus passos estavam ainda mais rápidos e as olhadas para trás, menos frequentes. Ele não podia demonstrar medo ou desconfiança, caso contrário algo pior poderia acontecer.

De repente, um mercadinho apareceu em seu caminho, como uma mensagem divina. Era só entrar ali e esperar até aqueles caras irem embora.

Kenma entrou na loja e seguiu até o fundo, onde se encostou a uma das prateleiras para retomar o fôlego. O lugar estava completamente vazio, com exceção dele e de um funcionário que parecia estar mais interessado em seu celular do que em qualquer outra coisa.

Os rapazes ficaram do lado de fora, conversando como se não quisessem nada. Tudo bem, eles iriam embora daqui a pouco.

Cinco minutos se passaram e eles ainda estavam ali. Kenma começou a ler a embalagem de produtos aleatórios, como se estivesse escolhendo o que comprar.

Dez minutos. Kenma começou a ficar impaciente, ele já poderia estar em casa se tivesse continuado. O funcionário o olhava de um jeito ameaçador, como se dissesse “Compre logo suas coisas e caia fora daqui”.

Vinte minutos. Ele precisava urgentemente arrumar um jeito de sair dali. Se ao menos alguém pudesse acompanha-lo até sua casa...

A imagem de Kuroo veio em sua mente. O que ele estaria fazendo agora? Talvez estudando, ou se exercitando. Ele sempre dizia que Kenma podia ligá-lo sempre que quisesse, fosse para tirar dúvidas do dever de matemática ou para falar sobre os problemas da vida. Além do que, Kuroo era alto e intimidador, e aqueles caras com certeza não iriam mexer com ele.

Ele tirou o celular do bolso e passeou pelos contatos, até achar seu número. Não demorou muito para que ele atendesse.

―Alô, Kenma?― disse a voz do outro lado da linha.― Onde você está?

―No mercado Suzuki― ele falou, pensando se aquela informação seria suficiente.

―Quem está com você?

―Ninguém.

―Entendi, estou indo te buscar.

E a ligação foi finalizada antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa.

Kenma estava um pouco mais aliviado agora. Saber que Kuroo estaria ali em breve o deixava mais calmo.

Ele devolveu os produtos que estavam em suas mãos para as prateleiras, recebendo um olhar ainda mais desconfortante do funcionário; não tinha problema, eles provavelmente nunca mais se veriam.

Poucos minutos depois uma figura conhecida passou pela porta do mercadinho.

―Calma, princesa― disse Kuroo com seu sorriso sarcástico usual―, o cavaleiro veio te salvar.

Supreendentemente, a única coisa que Kenma fez foi abraçá-lo com muita força. O abraço de Kuroo parecia ainda mais quentinho e acolhedor naquelas circunstâncias.

―Você se esqueceu de colocar um casaco, né?― disse, tirando o que vestia e colocando nos ombros do garoto.

Kenma concordou com a cabeça, vestindo o casaco adequadamente. A roupa ficou enorme nele, mas serviu muito bem para protegê-lo do frio. Ele agarrou o braço de Kuroo assim que saíram da loja, dando uma olhada rápida por cima do ombro.

Ele caminhou em silêncio, fingindo prestar atenção no que o outro o dizia. Aquela sensação de alívio o preenchia, e ele não conseguia pensar em nada além de como era bom ter Kuroo ao seu lado.

Em poucos minutos, já estavam na porta de sua casa. Kenma tirou o casaco, o empurrando contra o peito de Kuroo, que tentava beijar sua testa.

―Pode me ligar sempre que precisar. ― ele disse, conseguindo, depois de muito esforço, pressionar os lábios contra a testa do loiro.

―Tá bom. ― Kenma resmungou, se virando em direção à porta.

­―Espera aí, eu não vou ganhar um beijo?― perguntou Kuroo. A tia de Kenma havia perguntado a mesma coisa há algumas horas.

Ele ficou nas pontas dos pés, puxando a gola da camiseta dele e juntando seus lábios brevemente. Kuroo acariciou os cabelos de Kenma com um sorriso, antes de se virar e seguir para a rua.

―Até amanhã. ― ele se despediu, vendo o menino abrir a porta da casa.

―Até.


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Notas finais do capítulo

Fato engraçado: o mercadinho se chama Suzuki por causa do documentário Ilha das Flores.



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