How I Met Your Mother escrita por Vitor Matheus


Capítulo 22
2.04 - Can I Be Your Roommate?


Notas iniciais do capítulo

Já fiz vocês esperarem demais, né? Vou nem falar mais nada e dizer que esse capítulo tem o retorno de um querido personagem da primeira temporada E um Sam diferente do que sempre vimos. O NEGÓCIO TÁ SHOW! Boa leitura!

*Connor Hyde é um personagem da fanfic original Bad Boy, escrita pela minha amiga (e parceira de futura fic original também!) Luceana [cof cof Banana] e sua colega Bia. Link nas notas finais!



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Jenna não pode nos ouvir, ela é cega.” Ted e Lily estavam assistindo a esse episódio de uma série cult chamada Pretty Little Liars quando uma das personagens, cujo nome era Hanna Marin e era interpretada por uma jovem Ashley Benson, pronunciou a fatídica frase e deixou os irmãos perplexos com a burrice dela.

Pausa essa merda aí, irmã. — Disse Ted, já apontando para o controle da televisão. — Ô PAI! VEM CÁ!

O que você pensa que está fazendo, criatura deplorável nascida em pacto com Xuxa Meneghel antes da Record?

Primeiro: desculpa, não captei essa referência, me explica depois? — Rebateu o garoto. — Segundo: você vai ver, criatura chata criada pela cientologia do Tom Cruise para destruir minha rotina.

Tá — Lily se interrompeu ao entender a referência do irmão — aí, magoou!

Bem feito.

O que foi agora, Ted? — Sebastian chegou na sala a tempo de impedir mais uma troca de farpas entre os jovens.

A modinha na sua época era realmente Pretty Little Liars? Porque eu mal vi dois episódios inteiros e já enojei da burrice dessas meninas aí.

Inacreditável, eu sei — o pai sentou-se na ponta do sofá onde seus filhos estavam — disse a mesma coisa quando Rachel e Marley me apresentaram o mundo das séries estúpidas que fazem sucesso por serem estúpidas.

Ah, entendi... então é uma série de comédia? — Lily já foi tirando conclusões precipitadas.

Não, querida. Acredite se quiser, PLL era engraçada porque tentava ser séria e não conseguia; pelo contrário, pagou muitos micões ao longo de sete temporadas e dois filmes de Halloween.

Essa merda teve SETE temporadas e dois FILMES? — Ted se exaltou, já se levantando de seu lugar. — Não aguento isso, me demito dessa vida de seriador se for pra aturar não sei quantos episódios envolvendo quatro mentirosas que ironicamente não sabem mentir. Não aguento, apenas não aguento!

Ih, vai ter um ataque de pelanca aqui mesmo, projeto de tribufu? — Disparou a jovem de 15 anos (desnecessário lembrar toda hora que ela tem 15 anos, mas OK, na falta de adjetivos, isso é o que temos para hoje), irritando-o ainda mais.

Uma ajudinha aí pra calar a boca dessa víbora, pai, por favor!

Tá bom de provocações, não é? — Seb se levantou do sofá. — Acho que sei o porquê dessa guerra toda: é falta do que fazer.

No caso da Lily, é falta de um namorado mesmo.

No seu caso também, muito provavelmente.

Minha vida amorosa definitivamente não te interessa, Chatily.

Ótimo, porque meus relacionamentos também não são da sua conta.

Primeiramente, obrigado por se importarem com o fato de que eu ainda estou aqui, ouvindo tudo e posso muito bem por vocês dois de castigo no mesmo quarto só pra forçá-los a fazerem as pazes depois dessa troca de xingamentos aqui. Em segundo lugar, sentem-se direitinho nesse sofá que eu vou ocupar vocês pelos próximos minutos com uma bela continuação da história de como conheci a mãe de vocês. Porque, na verdade, devem se lembrar de que este é o castigo.

Os dois Smythe-Alguma-Coisa mais novos se ajeitaram em seus lugares, enquanto Sebastian puxou uma cadeira para ficar de frente para ele.

A mãe de vocês faria a mesma coisa, então nem adianta essas caras feias aí. Vamos logo com essa história. Lembram do “hype” que Rachel causou ao anunciar que estava grávida do Finn? Então...

Sebastian acordou naquela manhã de segunda-feira quase uma hora antes de Marley, de tão nervoso que estava. Não era à toa: iria ao primeiro dia de trabalho na Starbucks que sempre frequentou apenas como cliente. Sabia que Sam se aproveitaria do cargo novo do amigo para pedir o que bem entendesse e fazer o Smythe de gato e sapato dentro de um estabelecimento público, mas empregos são empregos e ele tinha de chegar na hora antes de pensar em qualquer outro detalhe de se trabalhar servindo cafés.

Sem perder tempo, conectou seu iPhone ao aparelho de som do apartamento, escolheu “Good for You” da Selena Gomez para começar o dia (não que seja um detalhe relevante, mas ele estava se achando o máximo cantando as letras) e já foi preparando o bacon para comer com seu famosíssimo pão dormido – que ele comprava na padaria dois dias depois de feito lá por questões de pobreza financeira – e o tão conhecido das crianças brasileiras, AdeS sabor Uva porque sim. Ao colocar o bacon na frigideira para assar, a campainha tocou.

— Quem é o ser que veio interromper logo a parte do A$AP Rocky? — Seb pausa o som e vai atender a porta do jeito que se encontra – short jeans, camisa regata e um boné de aba reta desnecessário, mas na opinião dele, “dane-se, a casa é minha e eu uso o que eu quiser nela”. E quase caiu duro no chão quando viu quem estava ali.

A campainha acordou Marley, que rapidamente jogou um pouco de água no rosto e foi ver quem era, ainda vestida com seu pijama dos Looney Tunes. Ela também ficou boquiaberta com a aparição daquela criatura que eles não viam há meses, desde o casamento de Finn Hudson e Rachel Berry em novembro de 2014.

— Sério que vocês vão ficar aí com essa cara de pastel em vez de me receber?

— Vocês? — O moreno de camisa regata só notou que a namorada havia acordado ao virar 360º e encontrá-la perplexa mais atrás. — Ah, você acordou.

— Seb, fica caladinho — ela fez uma careta estranha e andou até onde o visitante estava — tenho quatro coisas pra falar e vocês vão ficar caladinhos enquanto eu não terminar.

— Obedece, é melhor — Sebastian recomendou ao estranho.

— Primeiro: bom dia. Segundo: o que deu em você pra ficar cantando Selena Gomez às seis e meia da manhã, Seb? — Ele expressou estranheza no rosto com essa. — Terceiro: seu cabelo está ridículo com esse topete, Ryder Lynn. E quarto: o que são todas essas malas, mesmo Ryder Lynn que mencionei no tópico anterior?

— Ela é sempre assim todas as manhãs? — Perguntou o moreno recém-chegado, soltando suas malas no chão.

— Você chegou na famosa época da TPM, parceiro. — O morador deu um tapinha no ombro do amigo e virou-se para ela. — E então, já acabou, Jéssica?

Sem avisar, Marley saltou em cima do namorado, que não aguentou a força que agiu sobre ele e caiu no chão, com uma força de atrito nada desprezível e um peso atuando em cima de sua barriga.

Ignorando os fatos físicos apresentados acima, o cálculo do que aconteceu resulta em: Marley Rose deu uma voadora no Sebastian Smythe. E o coitado do Ryder percebeu que somente ele poderia apartar o ato de violência, logo, tirou a morena de cima do amigo e a segurou pelos braços enquanto Seb se recuperava do tombo e levantava.

— Agora acabei, filho da mãe! — Ela gritou, quase cuspindo na cara do novo atendente da Starbucks — Sabe que não aguento mais esse meme e ainda me irrita com isso!

— Mas, querida, esse meme só saiu há três dias — massageou as têmporas — não tem como você já ficar com raiva da coitada da Jéssica em tempo recorde.

— Bom, claramente eu sou uma exceção à regra.

— Hum, eu sei o que vai te fazer ficar calma e receber nosso visitante e novo colega de quarto muito bem.

Cinco minutos depois, lá estava a doce e adorável Marley de volta, comendo bacon preparado por Seb e sorrindo como se não tivesse surtado pouco tempo antes.

— Desculpe pelo... imprevisto que você viu ao chegar aqui, Ryder — encarou o amigo do hotel com vergonha — eu sou imprevisível e admito isso.

— Acho que nem nas piores pessoas que passaram pelo hotel onde trabalhei, encontrei algo assim — riu ao fim do comentário para o clima não ficar pesado — mas tudo bem, não é todo dia que um ex-colega dos tempos de casamento Finchel chega no seu apartamento de mala e cuia. Eu que peço desculpas por aparecer assim.

— Aliás, o que faz por aqui, cara? — O Smythe perguntou.

— Eu até diria que é uma longa história... mas não é — sorriu de lado — mas dá pra resumir em: briguei seriamente com a minha mãe por causa dos problemas de bebida que ela tem...

Nota mental: temos mais uma pista sobre a mãe do Ryder Lynn que ainda é um mistério pra nós — Lily interrompeu a contação de história — ela era alcoólatra. Não sabemos se é relevante, mas vamos guardar essa para o futuro.

— Sinto muito por isso — lamentou Marley.

— Tudo bem, ela deve estar bebendo neste momento pra esquecer que eu existo — respondeu — enfim, eu acabei me demitindo do hotel, larguei o Rory irlandês por lá pra ele se virar sozinho no meio daquela loucura porque sou um ótimo amigo e não sabia pra onde ir, daí lembrei de vocês e vim aqui saber se posso ficar um tempo dividindo apartamento com vocês até eu arranjar meu próprio cantinho.

— Mas é claro que pode! Nem precisava perguntar — Sebastian aceitou de bom grado e se levantou da mesa (na qual os três estavam tomando café da manhã) para abraçar o amigo. — Já tem alguma visão de emprego por aqui?

— Comprei um jornal mais cedo e circulei alguns classificados, vou revisá-los hoje enquanto vocês saem para trabalhar — o moreno respondeu, depois de finalizar o cumprimento com Seb — ah, e eu acho que ainda não respondi suas perguntas de antes, Marley. Certo?

— Já ia te incomodar quanto a isso!

— Eu não acho que meu topete esteja podre, dona Rose. Pra mim está ótimo e eu gosto dele assim.

— Não estou acostumada a te ver sem franjas e sem uniforme de hoteleiro, desculpa — riu em seguida — mas seja bem-vindo ao cafofo desses dois loucos aqui, viu? Qualquer problema, só chamar que a gente te ajuda.

— Obrigado. De verdade.

— Tive uma ideia — Sebastian chamou a atenção dos dois — por que você não vem na Starbucks comigo? Os outros vão adorar te ver de novo!

— Não poderia concordar mais com o Seb. Devia ir, Ryder!

— Mas eu acabei de chegar...

— Não nos culpe por ter chegado às seis e meia da matina. Aliás, por que diabos você resolveu que essa seria uma ótima hora para vir aqui?

— Digamos que eu tenha brigado com minha mãe às duas e meia da madrugada, me demitido às três e comprado uma passagem pra cá às três e meia.

.::.

— É como dizem: se a gente não vai ao hotel, o hotel vem até a gente! — Exclamou Sam ao ver Ryder entrando atrás de Sebastian na Starbucks.

— Maldição, tu já tá aqui, projeto de Connor Hyde*?

— Queria ver meu melhor amigo posando de garçom e vindo me servir trocentos cafés por dia porque garçons respeitam os pedidos do cliente, então cheguei cedo — Sam respondeu naturalmente, como se fosse a coisa mais normal do mundo causar humilhação no amigo de sempre — mas vejo que nosso adorado funcionário traumatizado pela mãe também veio procurar sarna pra se coçar!

— Samuel Evans, indelicado como sempre foi. As coisas seguem normal. — Comentou o Lynn, antes de se sentar numa mesa qualquer. Sam seguiu seu caminho e sentou ao seu lado.

— Smythe! — O gerente já saiu da cozinha gritando com o novo funcionário.

— Oi, eu, tô aqui! — Na maior lerdeza, Seb andou até onde seu superior estava, deixando os outros dois completamente sozinhos na área das mesas.

— Escuta aqui, Ryder Lynn, eu sei exatamente o que você veio fazer por estas bandas e já deixo bem claro que não te deixarei completar sua missão — o loiro rapidamente disse tais palavras para o recém-chegado, que ficou atordoado com a quantidade (e a gravidade) das frases que ouvira — fui claro?

— Desculpa, mas não — Ryder profundamente não entendia o que diabos Sam queria com aquilo — do que porras você está falando?

— Acha mesmo que eu não sei que você tem um crush na namorada do meu amigo?

— O quê? — O moreno se levantou, já irritado com a acusação — Tá bem, Ryder Lynn, não se estressa às sete da matina, não se estressa — disse a si mesmo — olha, Sam, eu juro de pés juntos que não tenho crush em ninguém. Nem sei o que é ter crush, nem o que significa “crush”.

— Ai, sério? — De repente a feição do rosto do Evans mudou. O visitante parecia falar a verdade. — Então esquece. Você não quer saber o que é ter crush. Já tive na adolescência e é uma porcaria.

— Agora fiquei curioso, me fala — os olhos do Lynn chegaram a brilhar — o que é ter crush em alguém?

— Senta, adulto com mente infantilizada, porque eu vou te contar o pior tipo de envolvimento romântico que existe na face do planeta Terra — e os dois se sentaram de novo — então, jovem, ter crush em alguém, seja homem ou mulher... até porque eu não sei das suas preferências — Ryder franziu os olhos em sinal de estranheza — é você gostar da pessoa, é ter uma queda por ela, um precipício, talvez... e não ser correspondido.

— Um amor platônico.

— Eu chamaria disso também, mas é tão clichê... ter crush é uma definição mais cool for the summer, tá?

— Uhum, tá, sei — Fingiu concordar — mas, e aí? O que faremos até a Starbucks abrir?

— Sabe jogar com copos?

— Domino, queridinho.

— É o que veremos, recém-chegado.

Cerca de quinze minutos depois, Sebastian voltou, já uniformizado para o trabalho do dia – ele seria caixa de início, só para o gerente testar sua fidelidade ao emprego – e encontrou dois caras com mangas de camisa arregaçadas, testas expelindo suor, um iPod tocando em alto volume “Flawless”, de Beyoncé e Chimamanda Ngozi Adiche (aparentemente Sam adora o discurso feminista da africana aí) e os mesmos caras usando um amontoado de copos para ver quem terminava o jogo de torres primeiro, mais vezes, enquanto a música não acabava. Seb jurou que eram dois loucos, idiotas mentais que fugiram do hospício e correram para a Starbucks apenas com o intuito de fazer aquilo, mas um segundo depois já suspirou aliviado, pois eram apenas seus dois amigos – um loiro galanteador que curte feminismo por motivos desconhecidos e seu novo colega de apartamento que tinha problemas com a mãe misteriosa – disputando TorreCopos.

E ele sorriu, porque era isso que queria ver nos clientes do novo emprego. Empolgação em viver o momento. Certo, talvez ele não fosse muito um daqueles que refletem sobre a vida até no bater das asas de uma borboleta, mas ele tinha seus momentos filosóficos. E aquele era um desses momentos.

— Moços, a competição está muito boa de se assistir, mas sinto informar que vamos abrir agora — o Smythe sentiu pena em acabar com a alegria dos dois, mas o fez mesmo assim — ajeitem suas camisas e limpem esse suor ou então me verão ser enforcado antes da hora.


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Notas finais do capítulo

*Link de Bad Boy, com o Connor Hyde: https://fanfiction.com.br/historia/661536/BadBoy/

Este capítulo foi bem mais leve que os três anteriores, não é mesmo? Resolvi dar um foco no retorno do Ryder, acalmar os ânimos depois das novidades, estabilizar a situação dos enredos e pá ;) Espero de verdade que tenham curtido!
Por favor, não sumam só porque eu sumi. Sem bad blood, okay? Podem comentar, eu não mordo e ainda distribuo abraços! *u* Talvez o próximo capítulo saia ainda esse mês, mas qualquer coisinha, vou soltar um spoiler aqui:

O décimo episódio dessa temporada se chamará Black Friday E VAI TER BARRACO!

Para mais spoilers e contato: Twitter @vitaostilinski



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