Havia se passado um mês, ou mais ou menos isso. Desde a chegada de Itachi na mansão Uchiha. Logo ele e a noiva iriam partir dali para retomar a rotina normal de ambos. Amanhã seria o noivado dele e de Yui. Dona Mikoto e eles fizeram Sakura prometer que comparecia, e se não o fizesse ficariam muito magoados. Ela prontamente aceitou o convite, ou melhor, dizendo, a intimação. Afinal não lhe deram escolha. Claro que ela não se importava em ir, só ficava com um pouco de vergonha. Mas feliz.

Nesse decorrer dos dias que se passaram, ela e Sasuke tinham se aproximado ainda mais. E pra ser sincero ás vezes se estranhavam. Não de briga ou algo assim. Mas de constrangimento. Desde aquele beijo, muita coisa havia mudado. Eles pareciam cada vez mais inseparáveis. De vez em quando discutiam por alguma besteira, como um verdadeiro casal faria. Itachi apenas se divertia e ficava os provocando. A rosada também ficou amiga de Yui e virou o sonho de nora de Mikoto. Ás vezes a mãe de Sasuke fazia uns comentários sobre isso para ela. Coisa que ignorava e fingia não ser nada. Só que Sakura já havia percebido que estava apaixonada pelo filho dela. Tinha comentado sobre isso com Ino. Que ficou histérica e animada.

Também tinha recebido ligações de Sasori e mensagens. Não o tinha visto mais, por opção própria. Pois se fosse por ele, teria á visto a tempo. Já não guardava mágoa nenhuma pelo acontecimento passado, e chegou a se questionar se realmente havia sentindo alguma em algum momento uma pontada de rancor. Mesmo que pequeno. E a resposta era que sim, não muito. Mas que sentiu um pouco, sim, não podia negar.

[...]

Sakura tomava um banho demorado. Para ir á festa de comemoração do primeiro filho de Itachi e a noiva. Estava imaginando se todos os convidados seriam ricos ou importantes. Isso fazia á sentir um pouco nervosa. Mas nada de mais. Pensou também em Sasuke. Será que ele ficaria perto dela na maior parte da festa. Ou ficaria com seu irmão e parentes. Claro que ela teria de ficar por um canto na festa. Afinal ela nem era da família. Decidiu que caso ficasse muito entediada na festa viria para casa.

Desligou o chuveiro e saiu enrolada na toalha. Secou-se, logo após passando um creme de corpo. Arrumou o cabelo com o secador e passou a prancha alisadora. Suas madeixas haviam crescido um pouco, estavam dois dedos abaixo dos ombros. Foi para seu quarto e parou em frente á cama. Aonde tinha deixado o vestido que havia comprado especialmente para á festa. O vestiu lentamente e com cuidado. Quando já havia vestido, parou em frente ao espelho e se analisou. Não queria ser convencida. Mas estava simplesmente linda com ele. Depois pôs seus saltos de bico fino.

Quando havia pegado tudo, bem o tudo era basicamente sua bolsa de mão e a sacola com os presentes. Eram algumas roupas de bebê, neutras, já que não sabiam se era menino ou menina. Só pra complementar, não era obrigatório e nem haviam pedido nada de presentes. É que nesse tempo, gostou muito de Itachi e da noiva.

Enquanto descia as escadas, pode ouvir alguns comentários dos pais, sobre ela e Sasuke. Dizendo que eles queriam conhecê-lo logo, para poderem ver se formavam um belo casal. O que a deixou meio irritada e envergonhada.

Quando chegou á sala, viu-os sorrirem. Á olhando da cabeça aos pés.

– Acho que não existe filha mais linda que a nossa em Mebuki! – Falou o pai emocionado.

– Para pai, você já me viu vestida assim muitas vezes, não é agora que tem que ser diferente. – Falou corada.

– Mas ele tá certo, você tá linda. – Falou a mãe sorridente.

Sakura apenas ficou quieta e sorriu, passando pelos dois e acenando, dizendo para não lhe esperarem essa noite. Quando chegou ao carro, que estava já na rua se surpreendeu. Com a pessoa que á esperava. Sasori. Com um lindo buquê nas mãos e uma expressão meio insegura no rosto. Claramente se podia ver o quanto estava com medo da reação dela. E por fim, ela apenas parou a frente dele e não disse nada. Esperou longos minutos até ele resolver começar a formular uma frase. Ou melhor, um pedido de desculpas.

– Sakura, eu sei que, bem... Você não tem motivo nenhum para me perdoar ou-. –Começou, mais foi cortado por ela que já estava impaciente e não queria perder o começo da festa.

– Tudo bem Sasori, eu aceito suas desculpas, mas tenho que ir ok? – Falou com a voz mansa.

Em seguida, ele esticou a mão com o buquê. Ela pensou em recusar, mas acabou pegando por educação.

– Realmente não precisava, mas são lindos, obrigada. – Disse novamente apenas por educação. – Então tchau.

Abriu á porta traseira do carro e colocou ás flores no banco de trás. Depois de ter a fechado, ia dar a volta para abrir á do passageiro. Mas foi impedia pelas mãos do ruivo que a seguraram levemente. O olhou meio desnorteada e sem entender. Ele não queria apenas seu perdão?

– Então você não pode dar uma nova chance pra nós dois? – Falou esperançoso.

– Sasori, você sabe bem que nós não sentíamos nada um pelo outro á muito tempo. – Começou meio irritada. – Não vamos prolongar mais isso, nós não éramos pra ser, não tenho que lhe explicar, pois sei que você mesmo já sabia disso.

– Desculpa, tem razão. – Disse ele por fim e caminhou para o outro lado da rua indo e direção até seu carro estacionado.

Ela apenas deu a volta e entrou no automóvel dela, e dando partida. Não demorou muito para chegar à mansão. Ficou aliviada quando notou que não tinha muitas pessoas ainda. Havia chegado cedo. E isso era ótimo sob o ponto de vista dela. Deixou seu carro em um estacionamento da residência e desceu. Foi até á porta da mansão e tocou a compainha. Logo foi recepcionada por uma Mikoto vestida elegantemente e com um sorriso grande nos lábios. A mulher á sua frente a abraçou, e deu espaço para a rosada entrar em seguida.

Quando chegou á sala da mansão, acompanhada da mãe de Sasuke. Logo viu algumas poucas pessoas que não conhecia. Gente elegante por sinal. Havia algumas crianças ali também. Correndo par lá e pra cá. Itachi e Yiu logo vieram a cumprimentar animados.

– Pensei que não viria. – Disse ele, logo após sorrindo.

– Ah que isso, seria uma falta de consideração. – Disse meio constrangida.

– Não dê bola pra ele Sakura, é um bobão mesmo. – Falou a esposa rindo.

Sakura também riu, se lembrando do presente. E o estendendo á mulher. Que pegou a sacola gentilmente, dizendo que não precisava. Depois puxou a rosada pelo pulso, á guiando até o sofá. Quando as duas se sentaram, a mulher tratou logo de abrir os presentes. Assim que viu cada roupa e lembrancinha, abriu um sorriso singelo e verdadeiro.

– É tudo muito lindo! – Falou emocionada, bem Sakura pensou e deviam ser os hormônios da gravidez a influenciando.

Yui ficou um tempo olhando tudo e sorrindo. E depois subiu para o primeiro andar para guardar os presentes. Logo Mikoto apareceu novamente e fez questão de apresentar Sakura aos outros. Eles eram educados, o que fez a rosada se sentir menos intrusa ali. Conversaram com ela sobre Sasuke e sua recuperação. E muitas outras coisas. Até ela ser chamada pela mãe dele á avisando que o moreno a esperava no quarto.

Ela pediu licença e se dirigiu para fora dali. Quando chegou á porta, á bateu. Não demorou muito a ele dizer que a mesma podia entrar. Adentrou o quarto e o viu já na cadeira de rodas, devidamente arrumado. Com uma camisa de mangas até o pulso e de botões, na cor preta. E uma calça jeans. Não era nada muito informal e nem formal demais. Meio a meio. Resumindo estava lindo. Como sempre afinal.

Foi até ele e o abraçou por trás da cadeira. Sim, isso era um dos privilégios da proximidade dos dois, digo, o abraço. Rapidamente as mãos dele foram até os braços dela, os segurando delicadamente. É, isso mesmo, ele estava respondendo a fisioterapia de uma forma muito positiva. Ainda mais depois que ela começou a ajudar sozinha com isso. Algumas coisas mais avançadas, Kakashi ainda fazia. Sasuke agora até mexia um pouco os pés e as pernas. O que emocionava muito Sakura.

– Você tá muito lindo Sasuke, seu garanhão. – Falou divertida.

– É eu sei... Mas agora deixa ver o que você está vestindo.

Ela desfez o abraço e caminhou até a frente dele, o mesmo ficou de boca aberta. Encantado com o que via á sua frente.

– Linda. Muito linda. Porque faz isso comigo em, Haruno.

– É satisfatório, sabe. – Respondeu rindo.

[...]

Todos os convidados já estavam presentes na mansão. E eram por volta de uns cem ou mais. Por volta do meio da festa, Sakura viu que a maioria estava dançando e resolveu puxar Sasuke pro meio da pista também. Que estava ao seu lado. Diferente do que havia pensado quando tomava banho. O moreno tinha cumprimentado alguns conhecidos, mas não a deixou por muito tempo.

POV Sakura

Agachei-me na altura da cadeira de Sasuke e me aproximei do ouvido dele. Já que a música estava alta e não dava para ouvir muito bem.

– O que acha de dançar? – Indaguei animada, em um tom audível para ele.

– Você diz ficar rodando a cadeira lá e fingir que dançamos não é? - Disse meio debochado.

Não dei importância e voltei a falar em seu ouvido.

– Isso mesmo, Uchiha.

– Pode ser.

Logo a cadeira dele começou á ir em direção à pista procurando um espaço mais livre. O segui em uma distância curta. Quando ele parou, dei a volta e sentei em seu colo de lado. A música agora era meio lenta. Bem diferente da anterior. Envolvi meus braços pelo pescoço dele e o encarei sem desviar nenhum segundo sequer meu olhar do seu. Seus olhos pareciam brilhar, e acredito que estavam tão vidrados como os meus estavam nesse momento. Ele movimentava a cadeira para lá e pra cá de vez em quando. Tudo era perfeito e encantador demais. E eu sabia que não tinha mais volta, estava profundamente apaixonada e apegada á ele. De seus lábios brotaram um sorriso tímido e meio inseguro. Engraçado, insegurança era algo que ele raramente demonstrava. Mas eu sempre pude sentir isso. Apesar dele esconder muito bem.

– Assim você aparenta estar lendo minha alma, sabia? – Disse baixinho. – E isso é meio assustador.

Dei uma risada leve, passando em seguida minhas mãos no rosto dele. Eu sabia, podia sentir que nós éramos o alvo de atenção de todos. Mas não me importei com isso. Optei por curtir o momento. A minha vontade agora, era de beijá-lo, tive de me conter para não fazê-lo. Afinal eles, pareciam achar aprovar esse gesto, só que um beijo seria muito inconveniente. Era a família e os amigos dele. E eu não faria nada que causaria maus comentários e pensamentos sobre mim e ele.

Sasuke rodou a cadeira motorizada habilmente, enquanto eu me segurava nele. Todos os que nos viam olhavam encantados. Por fim, acabei ruborizando por isso.

– Eles não param de olhar né, acho que gostaram. – Disse ele sorrindo de canto.

– Provavelmente.

Assim que a música acabou e começou a tocar outra mais agitada. Nós saímos dali. Mikoto veio em nossa direção emocionada.

– Foi lindo, lindo mesmo. – Disse ela.

Vi Sasuke ficar meio corado e também senti minhas bochechas esquentarem.